O desafio de sair do 3º lugar no NE
Especialistas ouvidos pelo O POVO são unânimes em avaliar que o Ceará tende a aumentar a participação no PIB nacional. Apesar do otimismo, mudança na estrutura econômica tem de mudar para o Estado subir no ranking regional
Se não houver grandes catástrofes climáticas, econômicas ou políticas no Brasil e no mundo, o Ceará só tende a crescer até 2020. Entretanto, especialistas ouvidos pelo O POVO preveem que, apesar da boa expectativa de desenvolvimento, o Estado deve continuar no posto de 3ª maior economia do Nordeste, atrás de Bahia e Pernambuco & 1º e 2º colocados, respectivamente, no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) da Região.
``Nos últimos oito anos, o Ceará tem crescido acima da média nacional, com taxa de cerca 3,8% (ver quadro). Para subir um degrau, precisaríamos mudar a estrutura econômica, com investimentos mais pesados na indústria e infraestrutura. Essa mudança, no entanto, não ocorre de imediato. O processo leva anos para se consolidar``, explicou a economista Eloísa Bezerra, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), do Governo do Estado.
``Nos últimos oito anos, o Ceará tem crescido acima da média nacional, com taxa de cerca 3,8% (ver quadro). Para subir um degrau, precisaríamos mudar a estrutura econômica, com investimentos mais pesados na indústria e infraestrutura. Essa mudança, no entanto, não ocorre de imediato. O processo leva anos para se consolidar``, explicou a economista Eloísa Bezerra, do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), do Governo do Estado.
Conforme ela detalhou, a indústria é responsável, atualmente, por apenas 23% das riquezas cearenses, enquanto o setor de serviços abrange 70%. Como a necessidade de comprar produtos industrializados é maior que a capacidade de vendê-los, o Ceará vive em permanente déficit comercial. ``A cadeia produtiva ainda é frágil. Precisaríamos de mais incentivos do que há hoje para despontar``, avaliou o gerente da Coordenação de Estudos e Pesquisas Macroeconômicas, Industriais e de Serviços do Banco do Nordeste (BNB), Airton Saboya.
PIB ascendente
Mesmo considerando remota a possibilidade de o Ceará ultrapassar Pernambuco na lista dos mais fortes do Nordeste, os dois especialistas avaliaram com otimismo os índices de crescimento, a ponto de a diferença entre os dois estados ser reduzida nos próximos anos. ``Com a previsão de grandes investimentos, o quadro é favorável. Temos potencial pra crescer a taxas maiores até que a dos estados mais ricos. Aqui, como a exclusão social é maior, com algumas políticas públicas você consegue inserir as pessoas no mercado, aquecendo a economia``, explicou Saboya.
Em 2009, o PIB cearense fechou em alta de 3,1% & percentual bem superior ao do Brasil, calculado em -0,2%, devido à crise financeira internacional. Responsável pelos estudos sobre o índice no Ipece, Eloísa Bezerra preferiu não arriscar um palpite sobre a taxa de crescimento do PIB cearense em 2020, mas foi otimista. ``O Ceará tende a ganhar cada vez mais participação no PIB nacional. Se continuarmos com essa média, a tendência natural é melhorar``. Para este ano, a expectativa é que o crescimento chegue a taxa dos 6%. Nacionalmente, o índice deve alcançar 5,7%. (Hébely Rebouças)
E-MAIS
>O Produto Interno Bruto (PIB) não é o único, mas é um dos principais indicadores e mecanismo de aferição de uma economia. Ele revela a soma de todas as riquezas geradas no País.
> Há pelo menos oito anos, o Estado do Ceará ganha participação no PIB do Brasil, ou seja, cresce a taxa superior à média verificada nacionalmente.
>O maior percentual, de 2003 a 2008, foi registrado no ano passado, quando o Ceará participou com 1,96% do PIB do País.
>Entretanto, o Ceará já esteve em melhor situação. Nas décadas de 1960 e 1970, quando a estrutura econômica do Estado era bem mais simples que a atual, o percentual chegou a ultrapassar os 2%.
>A economista do Ipece, Eloísa Bezerra, argumentou que a metodologia usada
para alcular o PIB era bem diferente da utilizada hoje, sendo imprudente comparar as taxas das duas épocas.
Fonte: Jornal O Povo - http://www.noolhar.com/opovo/politica/984047.html
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