sábado, 22 de maio de 2010

Consumo saudável



EM SEIS ANOS

Consumo de alimentos saudáveis sobe 82%

23/5/2010 Clique para Ampliar
Quando o foco são os alimentos orgânicos, a indicação dos especialistas são as tradicionais feiras 
SILVANA TARELHO
Crescimento da população com mais de 65 anos e aumento do potencial da classe C motivaram a elevação

O setor de alimentos e bebidas que possuem ligação com a saúde e o bem-estar da dieta brasileira obteve, nos últimos seis anos, um crescimento de 82%, de acordo com pesquisa de mercado elaborada pelo Euromonitor. De 2004 ao ano passado, o segmento saltou de US$ 8,5 bilhões para US$ 15,5 bilhões. O levantamento abrangeu as vendas no varejo de produtos diet e light, alimentos funcionais fortificados, orgânicos, além de produtos específicos para intolerância a certos alimentos.

Segundo a pesquisa, os principais fatores que impulsionaram a ascensão deste tipo de alimentos na mesa do brasileiro foram o crescimento da população com idade superior a 65 anos e o maior poderio econômico exercido pela classe C no País.

Na opinião de Shandra Aguiar, coordenadora do Núcleo de Educação do Consumidor e Administração Familiar (Educon), do Departamento de Economia Doméstica da Universidade Federal do Ceará (UFC), os motivos vão além. Para ela, a maior conscientização do público em relação à educação alimentar também é um contribuinte para a popularização dos alimentos e bebidas saudáveis. "As pesquisas, desde 1970, vêm mostrando que boa alimentação aumenta qualidade de vida. Comendo bem, vive-se mais. Mas ainda há uma parcela da população que precisa ser conscientizada", pondera.

De acordo com o Euromonitor, produtos com qualidades nutricionais mais elevadas e com potencial de prevenção de doenças têm revigorado a indústria alimentícia, ao mesmo tempo em que os avanços científicos na área da saúde têm atraído investimentos mais volumosos de empresas do segmento.

Apesar dos números otimistas, Shandra alerta: nem todos os produtos listados pela pesquisa podem ser considerados saudáveis. Ela faz uma ressalva quanto aos alimentos diet, destacando o chocolate. "O chocolate diet não é um alimento saudável. Ele possui menos açúcar que o normal, mas tem um adicional de manteiga de cacau. Assim, ele possui mais calorias do que o convencional", frisa.

Preços são acessíveis

Quanto ao dinheiro que se gasta para ter uma dieta saudável, Shandra afirma que não é preciso desembolsar muito. "Qualquer classe pode consumir alimentação saudável. Basta existir um equilíbrio com frutas, verduras, lipídios, carboidratos, vitaminas e minerais. Não é a questão do dinheiro. Existem frutas caras e outras mais acessíveis ao poder aquisitivo de cada consumidor", diz.

A coordenadora do Educon dá dicas aos consumidores que querem ter uma dieta balanceada sem que os gastos pesem no bolso. "Em vez de comprar caixinha de suco no supermercado, compre a fruta e faça o suco. No momento, o maracujá está caro, mas há outras opções. Assim como em vez de comprar iogurte pode-se fazer em casa com os ingredientes adequados. O dinheiro não é desculpa", afirma.

Quando o foco são os alimentos orgânicos, a indicação são as tradicionais feiras. De acordo com um estudo do Instituto Brasileiro do Consumidor (Idec), realizado em supermercados, feiras e entregas em domicílio, os orgânicos mais baratos são vendidos por feirantes em 95% dos casos. A pesquisa foi aplicada pela Educon no Ceará, onde foram constatadas as vantagens de fazer compras nas feiras das cidades.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste - Caderno Negócios

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