Importação de itens como cremes e óculos de sol poderá ficar mais cara.Decisão terá efeito daqui a 30 dias; governos ainda podem negociar.
Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
O governo divulgou nesta segunda-feira (8), por meio do Diário Oficial da União, a lista de produtos que poderão ter aumento de imposto de importação dos EUA como parte de retaliação que pode ser aplicada aos Estados Unidos. A relação inclui itens como cremes, xampus, perfumes e óculos de sol.
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A decisão terá efeito apenas 30 dias depois de sua divulgação. Neste meio tempo, o governo brasileiro pode iniciar negociações com os Estados Unidos, segundo informou o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na semana passada.
Em agosto passado, o Brasil foi autorizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) a aplicar sanções comerciais aos Estados Unidos em função dos subsídios do que o governo americano destina aos produtores de algodão de seu país.
A OMC, no entanto, aceitou que o Brasil adote as chamadas "represálias cruzadas", que se referem à possibilidade de que suas sanções vão além do âmbito de mercadorias e possam incluir os setores de serviços e propriedade intelectual.
Em produtos, a retaliação pode chegar a US$ 560 milhões. O valor total da retaliação, porém, é de US$ 830 milhões. Já foi publicado um decreto presidencial autorizando a retaliação em propriedade intelectual.
A lista divulgada nesta segunda-feira foi alvo de consulta pública e contém cerca de 100 itens. Entre eles: cereja (cuja alíquota de imposto de importação foi fixada em 30%), batata (alíquota de 34%), metanol (22%), paracetamol (28%), xampus (36%), águas de colônia (36%), cremes de beleza (36%), algodão (100%), freezers verticais (40%), leitores de códigos de barras (22%), fogões de cozinha (40%), óculos de sol (40%) e escovas de dente (36%).
Na semana passada, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou que o governo do Estados Unidos deverá iniciar negociações para um acordo com o Brasil para evitar a retaliação comercial brasileira por causa dos subsídios dados aos produtores de algodão de seu país.
"Temos tempo para tentar resolver isso de maneira pacífica e produtiva", disse ela, durante visita ao Brasil.
(Com informações da EFE)
FONTE: G1 - Economia e Negócios
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