São Paulo/Fortaleza Os gastos na área de energia do PAC 2 vão somar R$ 1,09 trilhão, o maior montante do programa. Desse recurso, R$ 465,5 bilhões devem serão usados até 2014 e R$ 627,1 bilhões depois do período. A maior parte dos recursos será destinado para projetos de petróleo e gás natural com R$ 879,2 bilhões (R$ 285,8 até 2014 e R$ 593,4 bilhões no período seguinte).
Em seguida, aparecem os investimentos em geração de energia elétrica. Serão usados R$ 136,6 bilhões do programa para os projetos da área. O PAC 2 prevê a destinação de R$ 125,7 bilhões para os projetos do pré-sal, dos quais R$ 64,5 bilhões serão investidos até 2014.
Os recursos serão distribuídos nos segmentos de exploração e produção, pelas bacias de Campos (RJ), Santos (SP), Amazonas, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará.
Sondas e refinarias
Está prevista a compra de 28 sondas para exploração e perfuração em águas profundas e oito navios para exploração e armazenamento de petróleo e gás natural. Há previsão de estudos de longa duração e avaliação de áreas como Tupi-Nordeste, Carioca e Iracema. É esperado também o início da produção nos campos de Guará, Iara, piloto da Tupi e piloto Baleia Azul.
O PAC 2 garante investimentos para as refinarias Premium II, do Ceará, Premium I, do Maranhão, e Abreu e Lima, em Pernambuco, além do complexo petroquímico do Rio de Janeiro e a Petroquímica de Suape (PE). O presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, disse que estão incluídos no PAC 2 projeto da Petrobras até o valor de R$ 250 bilhões, até 2014, e mais R$ 462 bilhões para depois de 2014. Ainda na área de energia, o programa prevê construção e ampliação de unidades de fertilizantes. Os investimentos somarão R$ 9,1 bilhões até 2014 e R$ 2,1 bilhões no período seguinte. Com isso, o governo espera reduzir a dependência de insumos importados e reduzir o custo da produção agrícola. Em fevereiro, o governo divulgou balanço do PAC 1apontando que, em três anos, 63,3% dos investimentos foram executados, incluindo empenho do setor privado.
Origem dos recursos
De acordo com o balanço, foram executados investimentos de R$ 403,8 bilhões entre 2007 e 2009 a previsão do governo é, até o fim de 2010, chegar a R$ 638 bilhões. Do montante gasto nos três anos, R$ 126,3 bilhões foram investimento do governo federal, R$ 88,8 bilhões do setor privado e o restante de contrapartidas de municípios, entre outros. Ainda segundo o governo, foram concluídas 40,3% das obras. O setor mais adiantado é o de habitação e saneamento, com 66,4% das obras concluídas. Logística e energia teve 27,6% das obras concluídas.
Opinião
Governo precisa se estruturar
Francisco Lima Matos
Economista e diretor da Fiec
O Governo Federal precisa se estruturar melhor para fazer essas obras, porque alguns problemas têm sido a nível de Tribunal de Contas. Precisa também destinar mais recursos para investimentos, em vez de custeio, pois se está gastando muito nisso, então falta verba para investimentos. Não importa o nome, se é PAC 1 ou 2, é preciso reduzir o custeio. Politicamente, o Ceará precisa se unir para trazer mais recursos. Como o PAC 2 será mais político, acredito que o Nordeste será mais beneficiado, já que há o interesse de conquistar essa região em função das eleições.
OBRAS DO PAC 2
BNDES financiará infraestrutura
Além de projetos de infraestrutura, o BNDES poderá financiar, com a Caixa, projetos do PAC 2 nas áreas sociais
Brasília - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, ressaltou ontem, que a instituição participará da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), com financiamentos para os investimentos do setor privado mais voltados às concessões de projetos de infraestrutura. "Concessões de rodovias, hidrelétricas e portos. De infraestrutura em geral", resumiu Coutinho, ao chegar para o evento de lançamento do PAC, em Brasília.
Ele não soube dizer, no entanto, de quanto será a cifra destinada no banco de fomento para esses projetos. "Esse número foi fechado na semana passada, mas não o tenho aqui de cabeça", disse. De acordo com ele, os projetos do PAC mais voltados à área social também poderão contar com recursos do BNDES, mas pode ser dividido com outras instituições, como a Caixa Econômica Federal, salientou.
Eximbank
Coutinho disse que ainda não está definido se os recursos do Proex, programa de estímulo à exportação, administrado pelo Banco do Brasil, e do Fundo Garantidor das Exportações (FGE), integrarão a carteira do futuro Eximbank, que será criado pelo governo. "Estamos ultimando entendimentos com o Tesouro. Não temos uma definição", diz. O novo banco deve ser uma subsidiária do BNDES.
Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Negócios
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