quarta-feira, 28 de abril de 2010

Política Monetária - COPOM eleva taxa de juros


Após 19 meses, BC volta a elevar juros e Selic fica em 9,50%

Agencia EFE

Brasília, 28 abr (EFE).- Após 19 meses, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a elevar a taxa básica de juros (Selic), que passou de 8,75% para 9,50% ao ano.
Os juros básicos estavam em 8,75%, o nível mais baixo desde 1996, quando o BC começou a regulação, desde setembro.
O aumento, amplamente esperado pelo mercado, responde a uma tentativa de conter a tendência de aceleração da inflação, que acumulou 2,06% no primeiro trimestre.
A inflação terminou 2009 em 4,31%, abaixo das projeções oficiais, e para este ano o Governo marcou como meta entre 2,5% e 6,5% ao ano.
O aumento dos preços dos últimos meses acompanha a aceleração da economia nacional, que segundo as autoridades deixou para trás a crise e registrará este ano um salto considerável, de entre 5% e 6%. EFE


28/04/2010 20h30 - Atualizado em 28/04/2010 20h30

Copom decide elevar taxa Selic para 9,5% ao ano

Agencia Estado

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu hoje elevar a taxa Selic para 9,5% ao ano, o que representa um aumento de 0,75 ponto porcentual. Desde julho do ano passado, o juro básico da economia brasileira estava em 8,75% ao ano e é a primeira alta da taxa Selic desde setembro de 2008, quando o juro foi elevado de 13% para 13,75% ao ano.
O mercado estava dividido sobre o resultado da reunião de hoje, o terceiro encontro do Copom neste ano. De um total de 66 instituições consultadas pela Agência Estado, 35 casas esperavam um aumento da taxa de juros de 0,50 ponto porcentual; 30 aguardavam uma elevação de 0,75 ponto e apenas uma casa previa uma puxada de 1 ponto porcentual da taxa.
A pesquisa foi conduzida antes das declarações do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no último fim de semana, que embaralharam ainda mais as expectativas no mercado de juros. Ontem, a expectativa majoritária no mercado de juros era de alta de 0,75 ponto após os últimos comentários do presidente do BC. "A mensagem que eu daria aos players é de que não tentem ler nas entrelinhas do que o Banco Central disse nas atas ou no relatório de inflação (e tentem encontrar) um sinal dado por um membro ou por outro. Não há sinais", disse Meirelles à agência Dow Jones, no domingo.
Na terça-feira, dia 20, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e na entrevista que concedeu à Agência Estado, no dia 22, Meirelles havia reafirmado que a condução da política monetária contempla o horizonte de 12 meses à frente e o ano de 2011. "No regime de metas de inflação, o BC implementa uma estratégia de política monetária visando a assegurar a convergência da inflação para o centro da meta no horizonte relevante que, neste caso, são os 12 meses à frente e o ano de 2011", disse.
Os economistas do mercado financeiro trabalham com a previsão de que a taxa básica de juros termine 2010 no nível de 10,25% a 12,75% ao ano, conforme o levantamento realizado pela Agência Estado. Para os analistas, o atual cenário de atividade econômica aquecida, de inflação corrente mais pressionada e de expectativas também mais altas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tanto de 2010 como de 2011, obriga o Banco Central a promover ajustes consecutivos na Selic a partir deste mês para evitar problemas futuros no cumprimento das metas de inflação.
A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 8 e 9 de junho. A ata da reunião de hoje será divulgada pelo BC na quinta-feira da próxima semana, dia 6 de maio.

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