Notícia que vale a pena: mais gente lendo no Ceará!

Mercado de livros em ascensão

18/4/2010 

Gisele Façanha gosta de ler desde cedo, mas prefere pegar livros emprestados por achar os preços nas livrarias caros 

FOTO: TUNO VIEIRA

As livrarias de Fortaleza já começam a perceber a mudança de hábito. Em algumas, as vendas cresceram 50%

Tudo bem que o brasileiro, de uma forma geral, tem a fama de não gostar de ler. Todavia, em Fortaleza, a procura pelos livros tem levado muita gente a repensar essa reputação equivocada, em especial, os donos de algumas livrarias da cidade, que já estão percebendo a mudança de hábito de alguns consumidores em prol do prazer que um boa leitura oferece.

Segundo Juliana Sales, proprietária da Livraria Café & Letras (Shopping Center Um), a percepção é de que aumentou o número de pessoas interessadas em iniciar um contato mais próximo com o mundo da leitura. De preferência, através dos livros não didáticos.

"Muitos chegam aqui sem saber por onde começar. A gente orienta e o resultado tem sido muito positivo. Tanto que no intervalo de dois anos, houve um acréscimo de 50% nas vendas de exemplares não didáticos", destaca Juliana.

Mesmo assim, ela afirma que a procura por revistas e jornais ainda é maior que as dos livros. "Cerca de 60% dos clientes optam por jornais e revistas. A preferência são pelas publicações semanais, mas as mensais também têm boa saída. Os restantes 40% são vendas de livros", pondera.

A Livraria Saraiva (Shopping Iguatemi) que se instalou na Capital cearense, com o objetivo de "fisgar" esse público-leitor em potencial, que, timidamente, começa a ganhar espaço em Fortaleza. De acordo com o diretor-presidente da Saraiva, Marcílio Pousada, os livros correspondem a 60% de todo o faturamento da empresa no País. Em Fortaleza, o número é um pouco maior, chega aos 63,3%. Desse total, livros técnicos dividem com os de interesse geral a preferência dos clientes, com cerca de 45% cada. Didáticos representam o restante das vendas.

Além disso, a empresa oferece uma lista de itens que passam por audiovisual, papelaria, informática, eletrônicos e publicações periódicas. Porém, a Saraiva garante que, em primeiro lugar, seus clientes procuram por livros. "Proporcionamos não só o livro, mas todo um ambiente para quem visita a loja. O mercado de Fortaleza é superpromissor. Temos tido ótimos resultados. Caso continue esse crescimento, poderemos até pensar em instalar novas unidades", destaca Marcílio.

Conforme o subgerente da Livraria Siciliano do Shopping Iguatemi, Guto Dimas, cerca de 80% de todas as vendas da loja são de livros não didáticos. "A Livraria tem aplicado estratégias de venda, como descontos de até 50%, que facilitam o acesso a obras consagradas da literatura brasileira e internacional", afirma. Para Dimas, o aumento da concorrência é outro fator que tem ajudado o consumidor na hora de escolher uma boa opção para leitura.

Gisele Façanha, fisioterapeuta conta que começou a gostar de ler desde muito nova. "Leio dois ou três livros por mês. Mas não costumo comprar por causa do preço. Prefiro pegar emprestado", completa. 

ILO SANTIAGO JR.ESPECIAL PARA ECONOMIA

Fonte: Jornal Diário do Nordeste - Caderno Negócios - http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=770581