26/10/2009 - 09h23
É preciso novo sistema global, diz Soros
Para megainvestidor, crise mostrou necessidade de reforma do sistema monetário e o real deve fazer parte do novo modelo Soros crê que mercado deve seguir em alta até o fim do ano porque EUA não poderão desmontar até lá estímulos que garantem recuperação
O investidor húngaro-americano George Soros, que defende mudanças no sistema financeiro global, com maior participação da China
Foto: Joel Saget - 23.jan.2008/France Presse
CHRYSTIA FREELAND
DO "FINANCIAL TIMES"
Depois de interromper a aposentadoria para reassumir a administração do seu fundo na tentativa de protegê-lo na crise, o megainvestidor húngaro-americano George Soros, 79, volta a se afastar do cotidiano do mercado devido à sensação de que o pior de fato ficou para trás. "A tempestade passou."
Entretanto, alerta, a fraqueza dos EUA e os limites da China em assumir o papel de locomotiva mundial impedirão que a atividade global nos próximos anos se assemelhe, em ritmo, à vista nos últimos anos.
Na opinião de Soros, este é o grande momento para uma efetiva reforma do sistema monetário global a fim de que um número maior de divisas -inclusive o real brasileiro- passe a fazer parte das reservas internacionais, diminuindo, dessa maneira, a dependência coletiva do dólar americano.
PERGUNTA - Como o senhor vê a atual situação da economia global?
GEORGE SOROS - Certamente os mercados financeiros se recompuseram e começaram a funcionar novamente, e a economia mundial superou o choque. Então há uma retomada, mas acho que o mundo vai demorar bastante para absorver o que aconteceu nessa crise, e a principal fonte de problemas está nos EUA. É lá que os consumidores gastaram mais do que ganharam por 25 anos, e o consumo corresponde a mais de 70% da economia do país, mas agora isso terá de mudar, mas levará tempo.
Também houve a questão do sistema bancário, que basicamente estava falido. Está no fundo do poço e tem que construir o seu caminho para fora do buraco. Isso está acontecendo em um ritmo bem acelerado porque os bancos emprestam a custo zero e compram bônus de dez anos do governo com rendimento de 3,5% [ao ano], e essa é uma velocidade de ganho bem rápida para risco nenhum.
Então, eles vão conseguir sair do buraco, mas também vai levar tempo. E ainda tem todo o setor imobiliário comercial, com perdas ainda desconhecidas. Portanto, a fraqueza do mundo estará principalmente nos gastos do consumidor americano e no, digamos, declínio do sistema bancário.
PERGUNTA - E essa fraqueza nos EUA é tão grave que possa causar uma recuperação em forma de W, com uma nova queda?
SOROS - Bem, eu acho que pode acontecer uma outra queda nos mercados acionários porque neste exato momento estamos aproveitando a multiplicação da confiança e existe uma certa esperança de que esta seja uma crise como as anteriores, uma retomada em forma de V. Então, quando essa esperança não for satisfeita, acho que haverá...
PERGUNTA - Por que o senhor acha que não será satisfeita?
SOROS - Posso estar errado. Já estive errado outras vezes, mas não vejo de onde pode vir o crescimento nos EUA.
PERGUNTA - Considerando a contínua fragilidade da economia americana, as pessoas estão certas de se preocuparem com o dólar?
SOROS - Claro que estão, e o dólar é a uma moeda muito fraca com a exceção de todas as outras. Então existe uma falta de confiança geral nas moedas e uma fuga para ativos reais. Os chineses continuam administrando um grande superavit comercial e ainda estão acumulando ativos, e basicamente o yuan está permanentemente desvalorizado porque está amarrado ao dólar.
Há uma diversificação, passando dos ativos que normalmente são controlados pelos bancos centrais para outros tipos, especialmente na área de commodities. Há uma puxada no ouro, um fortalecimento do petróleo, o que de certa forma é uma fuga de moedas.
PERGUNTA - Vai haver um ponto de inflexão do dólar ou essa situação atual vai continuar?
SOROS - Enquanto o yuan estiver amarrado ao dólar, não vejo como a decadência do dólar possa ir longe. Mas, claro, em alguma medida isso é bastante útil porque, com os consumidores americanos economizando mais e gastando menos, as exportações podem ser um jeito de a economia dos EUA se equilibrar. Então, uma decadência ordenada do dólar é na verdade desejável.
PERGUNTA - É necessária uma nova organização monetária mundial?
SOROS - Acho que o sistema está quebrado e precisa ser reconstruído. Não temos condições de seguir com esses desequilíbrios crônicos e crescentes nas finanças internacionais. É necessário um novo sistema de moedas, e os direitos especiais de saque [do FMI, calculado com base na cotação, em dólar, de uma cesta de quatro divisas: o dólar, o euro, o iene e a libra esterlina] de fato fornecem as linhas gerais de um sistema.
É burrice dos EUA resistir ao uso amplo desses direitos especiais de saque. Eles poderiam ser muito úteis agora, quando existe uma diminuição da demanda. Poderia na verdade ser internacionalmente criada uma moeda por meio dos direitos de saque, e isso já foi feito. Foram lançados US$ 250 bilhões, e é um passo muito útil.
PERGUNTA - Que tipo de acordo o presidente Obama deve buscar na viagem à China em novembro?
SOROS - Acho que já está na hora de envolver a China na criação de uma nova ordem mundial, uma ordem financeira global. Os chineses são um membro relutante do FMI. Participam, mas não dão muita contribuição porque não é uma instituição sua. Os direitos de voto não correspondem ao seu peso, então eu acho que é necessária nova ordem mundial de cujo processo de criação a China participe e com a qual concorde. A China tem de ser dona da nova ordem da mesma forma que, digamos, os EUA são donos do Consenso de Washington, que é a ordem atual, e acho que esse seria um sistema mais estável onde haveria políticas coordenadas. Acho que a estrutura de tal ordem já existe porque o G20, ao concordar em fazer reformas, efetivamente está se movendo nessa direção.
PERGUNTA - O sr. acha possível convencer a China a valorizar o yuan?
SOROS - Acho que eles têm defendido isso, então eu lançaria mão das suas próprias palavras para fazer do yuan parte do sistema de direitos de saque, embora a moeda não seja conversível. Em outras palavras, o yuan deveria ser uma das moedas usadas no sistema de direito especial de saque, e essa ideia vai convencê-los.
PERGUNTA - Isso é possível apesar da não convertibilidade do yuan?
SOROS - Sim. Sim. Já se pensou nisso antes, e eu acho que o real, do Brasil, também deveria ser parte do sistema. Acho que a gama de moedas da cesta pode e deve ser aumentada.
PERGUNTA - E a preocupação dos americanos de que apoiar essa fuga do dólar como a moeda de reserva mundial em última instância significa enfraquecer sua economia?
SOROS - Beneficiamo-nos muito [do atual sistema], mas creio que abusamos e não acho que podemos continuar abusando. Então, não é necessariamente do nosso interesse ter o dólar como a única moeda mundial porque a economia global em crescimento necessita de uma moeda adicional e, se o dólar é essa moeda adicional, significa que os EUA precisam ter um deficit em conta corrente crônico. Isso não é bom. Acho que é do nosso interesse reformar a estrutura.
PERGUNTA - Se os EUA não participarem ativamente desse tipo de renegociação das finanças globais, o que vai acontecer? Qual é o pior cenário?
SOROS - A China vai adotar a estratégia bilateral. Já a emprega. Os chineses já possuem um acordo de compensação com a Argentina e acredito que estejam trabalhando em um com o Brasil, e veremos mais e mais tratados bilaterais. Então, o dólar permanecerá como a principal moeda internacional, mas o seu uso vai cair. Acho que um mundo de relações bilaterais é menos desejável do que a continuação de um sistema multilateral. Mas a estrutura que possuímos agora já se desintegrou, só que ainda não nos demos conta. É necessário criar um novo, e esta é a hora de fazê-lo.
PERGUNTA - Sobre os EUA, quão preocupado o senhor está com o deficit orçamentário e a inflação?
SOROS - Certamente, uma queda no valor do dólar é necessária para compensar o fato de que a economia americana continuará enfraquecida e será um peso para a economia mundial. A China emergirá como motor, no lugar do consumo dos EUA, e, lógico, é um motor menor porque a economia chinesa é muito menor.
Então, a economia mundial terá um motor menos potente e vai se movimentar mais devagar do que nos últimos 25 anos. Mas a China será o motor puxando-a, e os EUA serão um peso arrastado durante a gradual queda do valor do dólar.
PERGUNTA - Parece haver, especialmente em Wall Street, uma recuperação. Quão real ela é?
SOROS - No mercado de ações é bem real. Temos tido uma boa alta porque uma imensa quantia de dinheiro está nas beiradas sem render nada e gradualmente está sendo sugada para dentro do mercado. Provavelmente, o processo vai seguir pelo resto do ano.
PERGUNTA - O sr. espera que o mercado siga subindo até o fim do ano?
SOROS - Não é possível fazer previsões sobre isso. Nunca se sabe quando a virada vem, mas parece que é por aí, porque a falta de recuperação no mercado de trabalho vai garantir que as taxas de juros não sejam elevadas. E, ao mesmo tempo, os lucros estão razoavelmente bons e há um monte de dinheiro nas beiradas. Por isso, acho que essas são condições favoráveis para a contínua recuperação do mercado de agora até o final do ano.
No entanto, a economia seguirá necessitando de estímulos adicionais, porque a recuperação está sendo basicamente sustentada por transferências, pelos pagamentos e deficits que o governo administra. Caso sejam retirados, teríamos uma desaceleração dupla na economia. Para evitar isso, é preciso que os incentivos continuem. Porém, se isso é politicamente possível ou não ainda é preciso esperar, porque não dá para ficar acumulado dívidas que significam uma sobrecarga para as futuras gerações. Mas a alternativa seria outra recessão ou uma recessão mais longa.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo. Caderno Dinheiro. São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2610200907.htm
Foto: Joel Saget - 23.jan.2008/France Presse
CHRYSTIA FREELAND
DO "FINANCIAL TIMES"
Depois de interromper a aposentadoria para reassumir a administração do seu fundo na tentativa de protegê-lo na crise, o megainvestidor húngaro-americano George Soros, 79, volta a se afastar do cotidiano do mercado devido à sensação de que o pior de fato ficou para trás. "A tempestade passou."
Entretanto, alerta, a fraqueza dos EUA e os limites da China em assumir o papel de locomotiva mundial impedirão que a atividade global nos próximos anos se assemelhe, em ritmo, à vista nos últimos anos.
Na opinião de Soros, este é o grande momento para uma efetiva reforma do sistema monetário global a fim de que um número maior de divisas -inclusive o real brasileiro- passe a fazer parte das reservas internacionais, diminuindo, dessa maneira, a dependência coletiva do dólar americano.
PERGUNTA - Como o senhor vê a atual situação da economia global?
GEORGE SOROS - Certamente os mercados financeiros se recompuseram e começaram a funcionar novamente, e a economia mundial superou o choque. Então há uma retomada, mas acho que o mundo vai demorar bastante para absorver o que aconteceu nessa crise, e a principal fonte de problemas está nos EUA. É lá que os consumidores gastaram mais do que ganharam por 25 anos, e o consumo corresponde a mais de 70% da economia do país, mas agora isso terá de mudar, mas levará tempo.
Também houve a questão do sistema bancário, que basicamente estava falido. Está no fundo do poço e tem que construir o seu caminho para fora do buraco. Isso está acontecendo em um ritmo bem acelerado porque os bancos emprestam a custo zero e compram bônus de dez anos do governo com rendimento de 3,5% [ao ano], e essa é uma velocidade de ganho bem rápida para risco nenhum.
Então, eles vão conseguir sair do buraco, mas também vai levar tempo. E ainda tem todo o setor imobiliário comercial, com perdas ainda desconhecidas. Portanto, a fraqueza do mundo estará principalmente nos gastos do consumidor americano e no, digamos, declínio do sistema bancário.
PERGUNTA - E essa fraqueza nos EUA é tão grave que possa causar uma recuperação em forma de W, com uma nova queda?
SOROS - Bem, eu acho que pode acontecer uma outra queda nos mercados acionários porque neste exato momento estamos aproveitando a multiplicação da confiança e existe uma certa esperança de que esta seja uma crise como as anteriores, uma retomada em forma de V. Então, quando essa esperança não for satisfeita, acho que haverá...
PERGUNTA - Por que o senhor acha que não será satisfeita?
SOROS - Posso estar errado. Já estive errado outras vezes, mas não vejo de onde pode vir o crescimento nos EUA.
PERGUNTA - Considerando a contínua fragilidade da economia americana, as pessoas estão certas de se preocuparem com o dólar?
SOROS - Claro que estão, e o dólar é a uma moeda muito fraca com a exceção de todas as outras. Então existe uma falta de confiança geral nas moedas e uma fuga para ativos reais. Os chineses continuam administrando um grande superavit comercial e ainda estão acumulando ativos, e basicamente o yuan está permanentemente desvalorizado porque está amarrado ao dólar.
Há uma diversificação, passando dos ativos que normalmente são controlados pelos bancos centrais para outros tipos, especialmente na área de commodities. Há uma puxada no ouro, um fortalecimento do petróleo, o que de certa forma é uma fuga de moedas.
PERGUNTA - Vai haver um ponto de inflexão do dólar ou essa situação atual vai continuar?
SOROS - Enquanto o yuan estiver amarrado ao dólar, não vejo como a decadência do dólar possa ir longe. Mas, claro, em alguma medida isso é bastante útil porque, com os consumidores americanos economizando mais e gastando menos, as exportações podem ser um jeito de a economia dos EUA se equilibrar. Então, uma decadência ordenada do dólar é na verdade desejável.
PERGUNTA - É necessária uma nova organização monetária mundial?
SOROS - Acho que o sistema está quebrado e precisa ser reconstruído. Não temos condições de seguir com esses desequilíbrios crônicos e crescentes nas finanças internacionais. É necessário um novo sistema de moedas, e os direitos especiais de saque [do FMI, calculado com base na cotação, em dólar, de uma cesta de quatro divisas: o dólar, o euro, o iene e a libra esterlina] de fato fornecem as linhas gerais de um sistema.
É burrice dos EUA resistir ao uso amplo desses direitos especiais de saque. Eles poderiam ser muito úteis agora, quando existe uma diminuição da demanda. Poderia na verdade ser internacionalmente criada uma moeda por meio dos direitos de saque, e isso já foi feito. Foram lançados US$ 250 bilhões, e é um passo muito útil.
PERGUNTA - Que tipo de acordo o presidente Obama deve buscar na viagem à China em novembro?
SOROS - Acho que já está na hora de envolver a China na criação de uma nova ordem mundial, uma ordem financeira global. Os chineses são um membro relutante do FMI. Participam, mas não dão muita contribuição porque não é uma instituição sua. Os direitos de voto não correspondem ao seu peso, então eu acho que é necessária nova ordem mundial de cujo processo de criação a China participe e com a qual concorde. A China tem de ser dona da nova ordem da mesma forma que, digamos, os EUA são donos do Consenso de Washington, que é a ordem atual, e acho que esse seria um sistema mais estável onde haveria políticas coordenadas. Acho que a estrutura de tal ordem já existe porque o G20, ao concordar em fazer reformas, efetivamente está se movendo nessa direção.
PERGUNTA - O sr. acha possível convencer a China a valorizar o yuan?
SOROS - Acho que eles têm defendido isso, então eu lançaria mão das suas próprias palavras para fazer do yuan parte do sistema de direitos de saque, embora a moeda não seja conversível. Em outras palavras, o yuan deveria ser uma das moedas usadas no sistema de direito especial de saque, e essa ideia vai convencê-los.
PERGUNTA - Isso é possível apesar da não convertibilidade do yuan?
SOROS - Sim. Sim. Já se pensou nisso antes, e eu acho que o real, do Brasil, também deveria ser parte do sistema. Acho que a gama de moedas da cesta pode e deve ser aumentada.
PERGUNTA - E a preocupação dos americanos de que apoiar essa fuga do dólar como a moeda de reserva mundial em última instância significa enfraquecer sua economia?
SOROS - Beneficiamo-nos muito [do atual sistema], mas creio que abusamos e não acho que podemos continuar abusando. Então, não é necessariamente do nosso interesse ter o dólar como a única moeda mundial porque a economia global em crescimento necessita de uma moeda adicional e, se o dólar é essa moeda adicional, significa que os EUA precisam ter um deficit em conta corrente crônico. Isso não é bom. Acho que é do nosso interesse reformar a estrutura.
PERGUNTA - Se os EUA não participarem ativamente desse tipo de renegociação das finanças globais, o que vai acontecer? Qual é o pior cenário?
SOROS - A China vai adotar a estratégia bilateral. Já a emprega. Os chineses já possuem um acordo de compensação com a Argentina e acredito que estejam trabalhando em um com o Brasil, e veremos mais e mais tratados bilaterais. Então, o dólar permanecerá como a principal moeda internacional, mas o seu uso vai cair. Acho que um mundo de relações bilaterais é menos desejável do que a continuação de um sistema multilateral. Mas a estrutura que possuímos agora já se desintegrou, só que ainda não nos demos conta. É necessário criar um novo, e esta é a hora de fazê-lo.
PERGUNTA - Sobre os EUA, quão preocupado o senhor está com o deficit orçamentário e a inflação?
SOROS - Certamente, uma queda no valor do dólar é necessária para compensar o fato de que a economia americana continuará enfraquecida e será um peso para a economia mundial. A China emergirá como motor, no lugar do consumo dos EUA, e, lógico, é um motor menor porque a economia chinesa é muito menor.
Então, a economia mundial terá um motor menos potente e vai se movimentar mais devagar do que nos últimos 25 anos. Mas a China será o motor puxando-a, e os EUA serão um peso arrastado durante a gradual queda do valor do dólar.
PERGUNTA - Parece haver, especialmente em Wall Street, uma recuperação. Quão real ela é?
SOROS - No mercado de ações é bem real. Temos tido uma boa alta porque uma imensa quantia de dinheiro está nas beiradas sem render nada e gradualmente está sendo sugada para dentro do mercado. Provavelmente, o processo vai seguir pelo resto do ano.
PERGUNTA - O sr. espera que o mercado siga subindo até o fim do ano?
SOROS - Não é possível fazer previsões sobre isso. Nunca se sabe quando a virada vem, mas parece que é por aí, porque a falta de recuperação no mercado de trabalho vai garantir que as taxas de juros não sejam elevadas. E, ao mesmo tempo, os lucros estão razoavelmente bons e há um monte de dinheiro nas beiradas. Por isso, acho que essas são condições favoráveis para a contínua recuperação do mercado de agora até o final do ano.
No entanto, a economia seguirá necessitando de estímulos adicionais, porque a recuperação está sendo basicamente sustentada por transferências, pelos pagamentos e deficits que o governo administra. Caso sejam retirados, teríamos uma desaceleração dupla na economia. Para evitar isso, é preciso que os incentivos continuem. Porém, se isso é politicamente possível ou não ainda é preciso esperar, porque não dá para ficar acumulado dívidas que significam uma sobrecarga para as futuras gerações. Mas a alternativa seria outra recessão ou uma recessão mais longa.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo. Caderno Dinheiro. São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2610200907.htm
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