Mantega: "Derretimento do dólar é um problema mundial"
Ministro disse que está aberto a ouvir propostas dos empresários e se diz confiante na taxação do IOF na entrada de capital
Brasília. Sob pressão de parte do empresariado nacional que pede a reversão da taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital externo no País, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acenou ontem com medidas complementares e adicionais para conter a forte valorização do real frente ao dólar.
Mantega disse que está aberto para ouvir as propostas dos empresários, mas adiantou que o governo considera mais "complicada" a adoção da tributação do IOF no momento de saída do capital do País. A proposta é defendida pelo presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, que levou ontem a ideia ao ministro da fazenda. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Mantega confirmou ainda que o Fundo Soberano do Brasil (FSB) poderá comprar os dólares que entrarem no Brasil para a operação de capitalização da Petrobras.
Em entrevista, após a reunião, ele previu que as reservas internacionais brasileiras poderão subir para US$ 500 bilhões com os recursos gerados pela exploração do petróleo do pré-sal. O ministro não precisou em que prazo isso ocorreria. Atualmente, as reservas estão em US$ 232 bilhões.
Apesar das críticas de que a taxação do capital externo vai provocar a "exportação" do mercado de capitais brasileiro, o ministro se disse confiante no sucesso da medida e fez até mesmo uma aposta: "o processo de abertura de capital das empresas com as operações de IPO (oferta inicial de ações) não será interrompido. Quando participam desse tipo de operação, disse ele, os investidores não estão preocupados com o ganho imediato, e sim com a rentabilidade que a ação da empresa vendedora pode garantir. O que vai diminuir, segundo ele, é o fluxo de capital de curto prazo para o País".
Depois da audiência, o ministro foi questionado se o governo, diante das críticas, poderia recuar da decisão de taxar a entrada de capital. Ele respondeu: "Acabamos de lançar a medida. Temos que observar sua repercussão que eu acredito que será positiva. Mas isso não impede que possamos pensar em medidas complementares e adicionais", afirmou.
Fundo
O ministro assegurou ainda que o governo está preparado para absorver os dólares de acionistas minoritários que vão entrar no País para a capitalizar a Petrobras. Ao ser questionado pelo relator do projeto de lei que trata da capitalização, deputado João Maia (PR-RN), sobre a possibilidade de entrarem US$ 25 bilhões nessa operação, Mantega disse que o governo vai comprar todos os dólares que ingressarem para não que não haja pressão na taxa de câmbio.
O ministro informou que a compra dos dólares poderá ser feita pelo FSB, ou BC.
"Eles (os dólares) nem entram no mercado. Vamos absorver. Ou vão para as reservas ou para o FSB, que os senhores já autorizaram", disse. A lei que criou o fundo permite a compra de dólares. Mas falta ainda regulamentação.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. Fortaleza, 22 de outubro de 2009.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=682370
Brasília. Sob pressão de parte do empresariado nacional que pede a reversão da taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital externo no País, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acenou ontem com medidas complementares e adicionais para conter a forte valorização do real frente ao dólar.
Mantega disse que está aberto para ouvir as propostas dos empresários, mas adiantou que o governo considera mais "complicada" a adoção da tributação do IOF no momento de saída do capital do País. A proposta é defendida pelo presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, que levou ontem a ideia ao ministro da fazenda. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Mantega confirmou ainda que o Fundo Soberano do Brasil (FSB) poderá comprar os dólares que entrarem no Brasil para a operação de capitalização da Petrobras.
Em entrevista, após a reunião, ele previu que as reservas internacionais brasileiras poderão subir para US$ 500 bilhões com os recursos gerados pela exploração do petróleo do pré-sal. O ministro não precisou em que prazo isso ocorreria. Atualmente, as reservas estão em US$ 232 bilhões.
Apesar das críticas de que a taxação do capital externo vai provocar a "exportação" do mercado de capitais brasileiro, o ministro se disse confiante no sucesso da medida e fez até mesmo uma aposta: "o processo de abertura de capital das empresas com as operações de IPO (oferta inicial de ações) não será interrompido. Quando participam desse tipo de operação, disse ele, os investidores não estão preocupados com o ganho imediato, e sim com a rentabilidade que a ação da empresa vendedora pode garantir. O que vai diminuir, segundo ele, é o fluxo de capital de curto prazo para o País".
Depois da audiência, o ministro foi questionado se o governo, diante das críticas, poderia recuar da decisão de taxar a entrada de capital. Ele respondeu: "Acabamos de lançar a medida. Temos que observar sua repercussão que eu acredito que será positiva. Mas isso não impede que possamos pensar em medidas complementares e adicionais", afirmou.
Fundo
O ministro assegurou ainda que o governo está preparado para absorver os dólares de acionistas minoritários que vão entrar no País para a capitalizar a Petrobras. Ao ser questionado pelo relator do projeto de lei que trata da capitalização, deputado João Maia (PR-RN), sobre a possibilidade de entrarem US$ 25 bilhões nessa operação, Mantega disse que o governo vai comprar todos os dólares que ingressarem para não que não haja pressão na taxa de câmbio.
O ministro informou que a compra dos dólares poderá ser feita pelo FSB, ou BC.
"Eles (os dólares) nem entram no mercado. Vamos absorver. Ou vão para as reservas ou para o FSB, que os senhores já autorizaram", disse. A lei que criou o fundo permite a compra de dólares. Mas falta ainda regulamentação.
Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. Fortaleza, 22 de outubro de 2009.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=682370
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