BRASÍLIA - Os indicadores industriais do mês de agosto, divulgados nesta quarta-feira (7), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram fortalecimento da recuperação da atividade industrial. Os índices apontam crescimento do emprego de 1,1% frente ao mês anterior. Após oito meses de queda, é a primeira vez que o indicador tem alta no ano. “O que indica que o ajuste do mercado de trabalho na indústria chegou ao fim”, diz a pesquisa.
Descontados os efeitos da sazonalidade, o emprego industrial no acumulado do ano apresenta saldo negativo de 3,4%. “Em outros termos, a contínua queda do emprego nos primeiros meses do ano dificulta a possibilidade de o emprego voltar aos níveis pré-crise ainda em 2009”, segundo o estudo. Os números de agosto comparados ao mesmo período de 2008 apresentaram recuo de 4,5%.
Segundo o chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, os números mudam a trajetória negativa imposta pela crise financeira que se agravou em setembro de 2008. “Os dados ainda são bastante negativos quando comparamos com agosto do ano passado, pela magnitude da perda de atividade industrial com a crise no final do ano passado e primeiros meses deste ano. Mas a sequência de resultados favoráveis, alavancada pela demanda doméstica, segue uma trajetoria de recuperação que vem crescendo dos últimos meses”, observou.
Em contrapartida aos números positivos do mês de agosto, as horas trabalhadas recuaram 1,3%. O mês contou com dois dias úteis a menos, o que influenciou no resultado. No acumulado dos primeiros oito meses do ano, o indicador dessazonalizado registrou queda de 0,6%. O número frente a agosto do ano passado diminuiu 9,9%.
O recuo das horas trabalhadas faz com que Castelo Branco siga cauteloso para falar de fim da crise. “O mercado de trabalho reagindo sinaliza o ajuste no mercado. Mas ainda não é completa, já que as horas trabalhadas ainda não sinalizam uma recuperação e a massa salarial evolui em nível abaixo do observado ano passado. As horas trabalhadas não acompanham o movimento de crescimento”, comentou.
A queda das horas trabalhadas ocorre em todos os setores industriais. Quatro registraram queda em ritmo acima de 20% e lideram a queda das horas trabalhadas na indústria: madeira (-30,6%), material eletrônico e comunicação (-30,1%), máquinas e equipamentos (-22,9%) e veículos automotores (-21,9%).
Já a massa salarial recuou 3,3% em agosto ante julho. Trata-se da maior queda mensal desde 2006, quando teve início a série histórica.
O faturamento real cresceu 1% ante o mês anterior. Número que mostra uma recuperação mais sólida no terceiro trimestre. De janeiro a agosto o faturamento real cresceu 3%.
http://ultimosegundo.ig.com.br/economia/2009/10/07/emprego+na+industria+sobe+pela+primeira+vez+no+ano+diz+cni+8764175.html
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