Defensor da adesão da Venezuela ao Mercosul, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse nessa quarta-feira (28) Agência Brasil que a participação dos venezuelanos no bloco tem de ser analisada sob o ponto de vista econômico e não o político. Segundo ele, o Brasil tem um superavit comercial em favor dos brasileiros - com a Venezuela de US$ 5 bilhões.
"Conversei com vários senadores, inclusive da oposição, e pedi que eles tratassem do assunto com os empresários. É muito importante que essa adesão ocorra", afirmou Miguel Jorge, que recentemente levou uma missão de empresários Venezuela, ao Peru e Panamá.
De acordo com o ministro, o comércio bilateral entre o Brasil e a Venezuela envolve aproximadamente US$ 6 bilhões. Mas, para Miguel Jorge, é necessário facilitar ainda mais as negociações a partir da inclusão dos venezuelanos no bloco e, automaticamente, o fim de alguns impostos de produtos incluídos na lista do Mercosul.
A votação do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul está marcada para quinta-feira (29) pela manhã na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Parlamentares da oposição defendem que a adesão seja aprovada apenas com garantias de que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, irá obedecer todas as cláusulas democráticas impostas aos integrantes do bloco.
Se um país é aceito como membro efetivo, automaticamente o governo deve seguir todas as normas e regras que estão no Mercosul, disse Miguel Jorge.
Na quinta, durante a discussão sobre a adesão da Venezuela ao Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará a caminho de um encontro com Chávez. Os dois se reunirão, inicialmente, em Caracas e depois na cidade de El Tigre, na Região Oriental venezuelana. Eles vão participar da primeira colheita de soja plantada com o apoio de tecnologia brasileira.
http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=274241&modulo=965
Imagem: Jane de Araújo
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