A taxação do capital estrangeiro, anunciada ontem pelo ministério da Fazenda, contribuiu para a alta de 2,1% no dólar nesta terça-feira, o maior avanço diário desde 22 de junho deste ano, quando subiu 2,48%. A moeda subiu a R$ 1,748 .
Na noite de segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou a aplicação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquota de 2%, sobre o capital estrangeiro que investir em ações e em renda fixa.
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A medida foi tomada pelo governo para tentar evitar a queda excessiva do dólar. A moeda americana se desvaloriza porque o Brasil está tendo muita entrada de dólar. Pela lei da oferta e da procura, quando há muita moeda, ela vale menos.
O dólar baixo é bom para o consumidor comum porque os produtos importados ficam mais baratos e é melhor para viajar ao exterior.
No entanto, isso atrapalha as exportações brasileiras. Os produtos do Brasil ficam mais caros lá fora, e é difícil concorrer com outros países.A cobrança de imposto visa reduzir a entrada de dólares no país.
A intenção do governo já era esperada desde o final da semana passada, e por isso a decisão não pegou o mercado de supresa, segundo avaliação de analistas. Nos mercados de dólar futuro e cupom cambial, os investidores estrangeiros já se protegeram de uma eventual alta do dólar, com US$ 3,63 bilhões em posições compradas (aposta na alta da moeda) no fechamento de segunda-feira.
Mas a alíquota de 2% foi uma novidade, segundo Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper, no Rio de Janeiro. "Surpreendeu, sim", disse, acrescentando que o mercado agora está dedicado a calcular o impacto da medida sobre o fluxo de curto prazo para o país.
"Mas não acho que muda muito o panorama", completou. Ele compartilha da visão predominante no mercado, que prevê a manutenção no médio prazo da tendência de queda do dólar em função da expectativa de uma contínua entrada de recursos.
Analistas dizem que, após o grau de investimento concedido ao país, o perfil dos dólares que entram no país é cada vez menos especulativo. O maior impacto da medida, dizem, será sobre as ações e os investimentos de renda fixa, que perderão atratividade aos olhos dos estrangeiros.
A iniciativa não é inédita. Em março de 2008, o governo começou a cobrar 1,5% de IOF dos investimentos estrangeiros, mas somente em renda fixa. Mesmo assim, o dólar manteve a tendência de baixa e chegou a valer R$ 1,56 alguns meses depois. A alíquota foi zerada em outubro, no auge da crise financeira global.
(Com informações da Reuters)http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultimas-noticias/2009/10/20/dolar.jhtm
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