MARCO HISTÓRICO
Mesmo sem os projetos estruturantes estarem prontos - como a siderúrgica e a refinaria -, o Ceará está prestes a registrar um feito histórico em sua economia. De acordo com o governador Cid Gomes, tudo indica que, ao fim deste ano, o Estado passe a representar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. "O Estado nunca chegou a esta marca: sempre ficamos com uma participação histórica um pouco acima de 1%. O máximo de representação que marcamos foi 1,96%", comparou ele.
O chefe do Executivo estadual reconhece, entretanto, que a participação do Ceará no total da riqueza gerada no País ainda é muito pequena, mesmo chegando a 2%. "Somos 4,4% do total da população brasileira. Se não houvesse desigualdade regional, nossa participação no PIB brasileiro era para ser desta ordem", completou.
No último trimestre encerrado em setembro, o PIB cearense cresceu 3,5%, contra um desempenho negativo de 1% para a economia brasileira. "Isto significa que o caminho que a gente tem de trilhar está a pleno vapor", declarou o governador, destacando que os projetos como a siderúrgica e a refinaria têm um peso capaz de transformar completamente a economia local, a partir de 2013.
A Capital cearense ocupa a 2ª posição dentre as nove capitais do Nordeste, perdendo apenas para Salvador (BA), no PIB Municipal para os anos de 2002-2007. No último ano do levantamento, a economia de Fortaleza gerou R$ 24,47 bilhões e um PIB per capita de R$ 10.066,00, superior ao per capita do Estado, que chegou a R$ 6.149,00, segundo estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Eveline Barbosa, diretora geral do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), os resultados do levantamento mostram uma ligeira desconcentração da riqueza, haja vista que alguns municípios importantes e pertencentes à Região Metropolitana de Fortaleza tiveram suas participações reduzidas, como a própria Capital, que perdeu participação na economia cearense e na da Região Metropolitana. O PIB dos Municípios representa o rateio da renda gerada, no Ceará, entre 184 cidades, mediante metodologia do IBGE.
EDUCAÇÃO
Números atestam baixa qualificação
Os números da educação no Brasil comprovam as barreiras que o País ainda tem a superar. Pesquisa do Instituto de Economia Aplicada (Ipea), divulgada na última semana, mostra que, apesar do acesso ao ensino ter melhorado - 82% dos jovens de 15 a 17 anos frequentavam a escola em 2007-, menos da metade desse contingente cursava o ensino médio e apenas 13% dos que tinham entre 18 a 24 anos cursavam o ensino superior.
No Ceará, segundo a economista Eveline Barbosa, diretora geral do o Ipece, as estatísticas revelam que cerca de 47% da população tem apenas o ensino fundamental completo, com 27% dos adultos com ensino médio concluído e só 6% deles com curso superior. "Contudo o número médio de anos de estudo vem evoluindo. A média em 2008, último dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, foi de sete anos de estudo para o País, semelhante ao número médio de anos de estudo na Região Metropolitana de Fortaleza, 7,5 anos", ressalva.
Diante dessa realidade, a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) detecta que 56% da empresas brasileiras têm problemas por falta de mão-de-obra qualificada. Os setores que mais sofrem são, não por mera coincidência, os que mais têm contribuído para a expansão econômica do País. Para corroborar esse número, o Ipea calcula que a reserva de mão-de-obra no Brasil é de 9,1 milhões de profissionais, mas apenas 18% têm qualificação. (ADJ)
SAMIRA DE CASTRO
REPÓRTER
Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. Fortaleza, 24 de janeiro de 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário