quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Governo Chávez fará interrupção diária de fornecimento elétrico e reduz em 20% envio de energia ao Brasil

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O presidente Hugo Chávez aplica um severo plano de racionamento, que restringe, inclusive, o horário de funcionamento dos shoppings, sob a ameaça de corte de fornecimento

O governo do presidente Hugo Chávez anunciou, ontem, que o país terá cortes diários no fornecimento de eletricidade, por períodos de até quatro horas, para racionar energia.

"Para a Grande Caracas foram definidos seis blocos, onde vamos aplicar racionamentos máximos de quatro horas", explicou Javier Alvarado, presidente da estatal Electricidad de Caracas. O racionamento será aplicado por zonas, que estarão afetadas "uma vez a cada dois dias e em horários alternados, durante o dia e a noite".

A princípio, os cortes seguirão até o próximo mês de maio, quando se espera o início da temporada de chuvas no país.

Na Venezuela, quase 70% da eletricidade produzida vêm da hidrelétrica de Guri, cujo nível caiu nove metros em relação ao volume normal.

A Venezuela reduziu em 20% o envio de energia para o Brasil, medida que levou a Eletronorte a adotar um sistema de emergência para evitar desabastecimento em Roraima, que é totalmente abastecida pela energia venezuelana.

A redução foi iniciada diante dos problemas passados pelo sistema elétrico no país vizinho, que já começou um programa de racionamento de energia. Roraima vinha recebendo uma carga de 100 MW da Venezuela e, segundo a Eletronorte, está recebendo 80 MW desde ontem.

A empresa ligou a usina termelétrica Floresta, em Boa Vista, para garantir o abastecimento. Movida a óleo diesel, a usina tem capacidade para gerar 47 MW. Segundo a estatal, o governo estuda a contratação de outra térmica emergencial, caso a situação se agrave no país.

O governo Chávez aplica um severo plano de racionamento de eletricidade, que tem por objetivo reduzir em 20% o atual nível de consumo. Desde o dia 1º de janeiro, fábricas e centros comerciais estão submetidos a limites de consumo elétrico, que restringem, inclusive, o horário de funcionamento dos shoppings, sob a ameaça de corte de fornecimento.

A energia elétrica fornecida aos centros comerciais foi limitada ao horário entre as 11 da manhã e às 9 da noite. Além deste horário, os shoppings devem fechar ou gerar sua própria energia. Cassinos estão submetidos a outro horário de restrição, de seis da tarde à meia-noite.

A demanda de eletricidade na Venezuela supera os 16.500 megawatts, muito além da atual capacidade de geração. Segundo analistas, o setor elétrico exigirá investimentos de 18 bilhões de dólares até 2014.


Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Internacional
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=719053

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