Os juros altos e a baixa volatilidade da taxa de câmbio voltaram a atrair fluxos pesados de capitais para o Brasil, na contramão das expectativas do governo. Segundo dados do Banco Central, nas duas primeiras semanas de maio a entrada líquida de divisas totalizou US$ 8,8 bilhões. Em abril, os exportadores tomaram o maior volume de crédito com prazo de vencimento em até um ano (US$ 5,309 bilhões) desde 1996.
Grandes exportadores aproveitaram a oportunidade para obter ganhos maiores com a diferença entre os juros internos e externos em transações de arbitragem. Em maio, o mesmo se repetiu. Os bancos também saíram correndo atrás dessa janela e, por isso, o fluxo cambial líquido cresceu rapidamente, depois de atingir em abril saldo de pouco mais de US$ 1,5 bilhão.
Bancos atuantes no mercado perceberam que desde meados do mês passado muitas das grandes companhias compraram dólares no mercado futuro contra o real, com o prazo casado com as linhas tomadas no exterior, de forma a fazer "hedge" e ao mesmo tempo ganhar com o diferencial de juros.
Para prazos de vencimento em um ano, essas grandes empresas tomavam linhas de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) pagando juros de 2% ao ano ou menos e investiam nos juros em dólar no mercado interno, o cupom cambial, recebendo mais do que 5,6% ao ano. O ganho financeiro era superior a 3,6% ao ano. Foi a partir de meados de abril que o cupom cambial de curtíssimo prazo, até 30 dias, chegou a 12% ao ano, acima da própria taxa básica de juros (Selic).
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