domingo, 8 de maio de 2011

Demografia - crescimento populacional da Índia

  • 08/05/2011 -

    Índia será o país mais populoso do mundo em dez anos

    El País
    Sandro Pozzi
    Em Nova York (EUA)

    Pessoas praticam ioga como parte das orações pela paz no mundo na Índia
    Pessoas praticam ioga como parte das orações pela paz no mundo na Índia
A ONU já traçou o novo mapa da população mundial. E nessa distribuição a China será desbancada muito em breve pela Índia como país mais populoso do planeta. Isso acontecerá em 2021, quando os dois gigantes emergentes concentrarão 36,1% de todas as pessoas que vivem no mundo. Os EUA perderão o terceiro lugar na segunda metade deste século, para a Nigéria.
Essa projeção faz parte da última revisão do Relatório de População da ONU, que é feito a cada dois anos. A novidade nesta edição é que se faz uma estimativa para mais de 50 anos, até 2100. Além disso, utiliza-se um novo método de cálculo da fecundidade, o elemento chave para antecipar movimentos demográficos. Quando este século acabar, o planeta terá 10,1 bilhões de habitantes, prevê a ONU.
Um planeta cheio de desequilíbrios demográficos e com muito movimento. Neste verão, a população mundial vai beirar os 6,9 bilhões, e daí crescerá até 9,3 bilhões em 2050. Um aumento que equivalerá à população da China e da Índia juntas. A nova projeção difere ligeiramente da que a ONU fez há dois anos, de 9,1 bilhões para meados do século.
O ritmo de crescimento será atenuado de 1,16% ao ano entre 2010 e 2015 para 0,4% entre 2045 e 2050. Daí baixará até estancar nos últimos cinco anos do século. Essa desaceleração, explicou Hania Zlotnik, diretora do departamento de População da ONU, se deve à queda da taxa de fecundidade. A China atingirá o teto em 2030, mas a Índia crescerá muito mais rápido e alcançará o ponto mais alto nove anos antes.
Hoje, 82% da população mundial vivem nos países menos desenvolvidos, segundo a ONU. Mas, olhando para o futuro, o organismo indica que nos países ricos o número de habitantes ficará praticamente estável, em torno de 1,3 bilhão, nas próximas quatro décadas, enquanto nas regiões menos desenvolvidas crescerá de 5,7 bilhões para 8 bilhões.
Isto é, até 2050, 85,9% da humanidade viverão em países em desenvolvimento ou pobres. Então haverá pelo menos cinco países subdesenvolvidos que estarão entre os 20 mais povoados (Bangladesh, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia e Uganda). A essa lista se somarão outros quatro antes que acabe o século (Zâmbia, Níger, Malaui e Sudão).
Nesse novo traçado do mapa dos desequilíbrios populacionais se prevê que a Ásia atingirá o teto entre 2050 e 2060, antes de começar a baixar. Isso não evitará que o continente continue sendo a região mais populosa. Mas, como indica a responsável pelo relatório, "a população africana está crescendo com grande rapidez", em um ritmo de 2,3% ao ano, contra 1% da asiática e 0,1% da europeia.
A África dobrará assim sua população até 2044, inclusive havendo um declínio no índice de fecundidade, afirma Zlotnik. A ONU indica que graças aos avanços para reduzir a expansão da Aids a nova projeção leva em conta uma queda da mortalidade atribuída à doença em países com alta taxa de fecundidade, onde a expectativa de vida passará de 56 para 69 anos em 2050, e até 77 anos em 2100.
As projeções demográficas da ONU, que preveem uma convergência das taxas de fecundidade de forma a garantir a substituição geracional, antecipam um envelhecimento notável. Em 2050 os maiores de 60 anos serão 22% da população, contra os atuais 11,2%. Os menores de 15, hoje 26,6%, cairão para 20%.
Para a Espanha, projeta-se que a população se aproxime de 46,5 milhões este ano, para subir até 49,5 milhões em 2025 e atingir o teto com 51,3 milhões em 2050, antes de começar a cair até 45 milhões em 2100. E, como indica a ONU, será um dos países com maior porcentagem de maiores de 80 anos.
A idade média espanhola aumentará dos 40,5 para 48,9 anos na metade do século, para baixar a 47,5 em 2100. A expectativa de vida continuará crescendo nos dois grupos de países, industrializados e em desenvolvimento.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

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