terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ainda os efeitos da crise financeira mundial: desvalorização da moeda americana

PAÍSES FORÇAM VALORIZAÇÃO (11/10/2010)

Não há trégua na guerra cambial



11/10/2010 
Governo brasileiro está tomando providências, adquirindo o excesso de liquidez externo através da compra de divisas

Washington. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, poderá reclamar da guerra cambial por longo tempo. Não há sinal de trégua, depois de muito falatório na assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo chinês continua rejeitando as pressões para deixar o yuan valorizar-se. O Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, continuará emitindo dinheiro. Mais dólares vão fluir para o Brasil e outros mercados emergentes, forçando a valorização de suas moedas.

Esses países poderão adotar controles unilaterais, como impostos sobre o capital estrangeiro, mas nenhuma barreira será eficiente por muito tempo. A experiência é clara quanto a isso. O tema será discutido mais uma vez na reunião de cúpula do Grupo dos 20 (G-20), em novembro, e dificilmente haverá resultado prático. Nenhum país pode resolver sozinho o problema do câmbio. Só pode haver solução global, repetiram durante uma semana o diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, e uma porção de técnicos e ministros, incluído Mantega. Mas isso foi tudo. Não houve acordo sobre como agir ou dividir o peso do ajuste. O Comitê Monetário e Financeiro, principal órgão político do Fundo, limitou-se a dividir a responsabilidade entre países deficitários e superavitários.

Déficit é risco

O presidente do BC, Henrique Meirelles, disse que o governo está atento ao aumento do déficit em conta corrente em diversos países ao redor do globo, o que, segundo ele, representa um risco global. "A evolução do déficit (global) é algo que estamos observando com toda a atenção", afirmou.

Atuação

"(O governo) está trabalhando para manter a sua economia equilibrada"
Henrique Meirelles
Presidente do Banco Central

EFEITOS NO MUNDO

Crise só deve ser superada em 5 anos

Washington. O mundo deve demorar de três a cinco anos para superar completamente a crise econômica iniciada em 2008, com a quebra de instituições americanas de crédito imobiliário. A estimativa foi apresentada ontem por Mohamed El-Erian, diretor-executivo da administradora de fundos de investimento Pimco, em uma palestra paralela à programação da Assembleia Geral do FMI e do Banco Mundial. "O mundo venceu a guerra, mas não alcançou a paz", afirmou El-Erian.

Ao avaliar a situação atual, El-Eiran esquivou-se de mencionar diretamente os dilemas mundiais acentuados, em certa medida, pelo seu próprio ramo de negócio. Esse é o caso da reorientação dos fluxos de capitais das economias centrais para alguns emergentes, como o Brasil e a China. O efeito menos benéfico desse movimento de capital se dá na valorização excessiva das moedas, contornado por meio de intervenções fiscais e, sobretudo, monetárias. Trata-se da raiz da "guerra cambial", termo cunhado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. El-Erian preferiu se restringir ao risco da "inércia" dos países desenvolvidos e dos resultados desapontadores de suas políticas de recuperação para a economia mundial. Em seu ponto de vista, trata-se da ameaça mais significativa do momento, provocada "pelo não reconhecimento de problemas persistentes".

Um comentário:

  1. Atualmente a China se encontra numa posição privilegiada em relação a guerra cambial, por possuir reservas próximas de UU$ 1 trilhão. Por isso a moeda chinesa está tão valorizada, ficando na frente de todos os concorrentes mundiais, e é óbvio que eles não querem perder tal poder.
    Já o Brasil cosiderado emergente, está numa situação atualmente confortável depois da crise, pelo bom momento econômico e pelo alto retorno proporcionado em investimentos em papéis do tesouro por conta das altas taxas de juros, tendendo a receber um fluxo crescente de investimentos estrangeiros, que forçam a valorização do real frente ao dólar.
    Como assunto comentado em sala de aula, vimos que o real está se valorizando por algumas falhas estruturais da economia brasileira."É como alguem que está engordando e coloca a culpa a cozinha".
    De acordo com alguns economistas brasileiros, o Brasil deve aproveitar o momento de moeda forte e juros baixos no mundo, para aumentar a sua produtividade , como também melhorar a infra-estrutura dos portos, aeroportos e indústrias, e com isso avançar no cenário econômico mundial, e não criar barreiras contra a valorização do real.
    Postado por: Iranilton Fonseca Leite
    Aluno do 4º semestre do curos de Administração - UFC

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