terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Economia brasileira é destaque na América Latina, segundo estudo da FGV





É grande o otimismo em relação à recuperação da economia latina-americana frente à crise internacional, de acordo com a Sondagem Econômica da América Latina, divulgada ontem (22/2) pela Fundação Getulio Vargas. O destaque na região, segundo os especialistas consultados, é o Brasil, que apresentou o melhor Índice de Clima Econômico (ICE), de 7,8 pontos, para uma média regional de 5,6 pontos, numa escala de um a nove, entre outubro do ano passado e janeiro deste ano.


O superintendente de Ciclos Econômicos da FGV, Aloísio Campelo, afirmou que o otimismo é grande em relação aos próximos seis meses. "Mas a gente nota que a avaliação sobre a situação atual ainda é desfavorável na maior parte dos países."

O economista da FGV observou que os países mais dependentes dos Estados Unidos, como México, República Dominicana e Costa Rica, estão mais atrás na recuperação. Na Venezuela, o clima é de recessão. Ele disse que há um desânimo do investidor privado, e petróleo - principal produto do país - tem recuperação lenta, porque a exportação depende da retomada do mercado internacional, "que está indo devagarzinho".

Na América do Sul, os países que já tinham uma maior solidez no período pré-crise – Brasil, Chile, Peru e Uruguai – tiveram recuperação mais rápida. "O Brasil saiu muito bem, saiu muito rápido realmente e o clima econômico já está bom". Campelo afirmou que no caso brasileiro a própria avaliação sobre a situação atual é boa.

"A gente já passou da fase de recuperação do consumo e está entrando na fase de realização de investimento. A maioria dos especialistas diz que os investimentos vão aumentar. Os outros países ainda não chegaram a essa fase, com exceção, talvez, do Chile, que estaria também pensando em expansão [dos investimentos]", comentou.

Segundo Campelo, o cenário favorável traçado para o Brasil seria um chamariz para o investimento. Ele salientou, entretanto, que isso depende da disponibilidade, ou seja, da liquidez internacional. "O que precisa é manter os fundamentos macroeconômicos, trazer de volta o equilíbrio fiscal, fazer um esforço para voltar a ter superávits primários mais perto de 4% e não de 2%, que foi o caso de 2009. E, na área de inflação, manter a seriedade."

Isso significa que, se houver um descasamento entre oferta e procura este ano por conta de uma aceleração de demanda interna que a indústria não possa acompanhar, o Banco Central deverá agir e manter uma sintonia fina para que a inflação permaneça próximo da meta, recomendou.

O cenário, frisou Campelo, é virtuoso, "a não ser que a gente comece a tomar medidas equivocadas doravante". Com o cenário positivo para investimentos, a expectativa é de geração de empregos no Brasil. Ele informou que, por enquanto, apenas a indústria não retomou o patamar de empregos pré-crise. Já os setores de serviços e comércio apresentam expansão nessa área. "E a tendência é continuar com aumento da oferta de empregos nos próximos meses."

A Sondagem Econômica da América Latina de janeiro de 2010 consultou 139 especialistas de 17 países e foi realizada pela FGV em parceria com o Institute for Economic Research at the University of Munich, na Alemanha.

SALDO DA BALANÇA COMERCIAL ACUMULA u$ 735 MILHÕES EM FEVEREIRO

O superávit comercial nas três semanas de fevereiro somou US$ 735 milhões, segundo informou ontem (22/2) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). O saldo é resultado da diferença entre as exportações, no total de US$ 8,768 bilhões, e das importações, que chegaram a US$ 8,033 bilhões.

Nessas três semanas do mês, somente a primeira apresentou déficit comercial (US$ 172 milhões). A partir da segunda foi registrada recuperação, com saldo positivo de US$ 691 milhões na segunda semana e de US$ 216 milhões, na terceira.

De janeiro até a terceira semana de fevereiro deste ano, o superávit comercial é de US$ 569 milhões. Em janeiro, houve déficit comercial de US$ 166 milhões. Com isso, o saldo preliminar acumulado deste ano é 31,4% menor do que o registrado no mesmo período de 2009 (US$ 830 milhões).

No ano, as exportações somam US$ 20,073 bilhões e as importações, US$ 19,504 bilhões, até a terceira semana de fevereiro.

A previsão dos analistas do mercado financeiro consultados peloBanco Central (BC) é que o superávit comercial deste ano chegue a US$ 10 bilhões e no próximo ano caia para US$ 1,6 bilhão. No ano passado, o superávit comercial ficou em US$ 25,348 bilhões.

REGULAMENTADO CONSELHO DELIBERATIVO DO FUNDO SOBERANO

O governo constituiu o Conselho Deliberativo do Fundo Soberanos do Brasil (CDFSB). A medida foi publicada no Diário Oficial da União de ontem (22/2). A decisão foi tomada conforme o disposto no Art.6 daLei nº 11.887, de 24 de dezembro de 2008, que criou o fundo.

O Conselho será presidido pelo ministro da Fazenda com participação do ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e pelo presidente do Banco Central do Brasil.

Dentre as ações desenvolvidas pelo conselho estão a orientação, aplicação e o resgate dos recursos de fundo. As reuniões do conselho serão trimestrais e seus representantes não serão remunerados adicionalmente.

O Fundo Soberano do Brasil foi criado para fortalecer as estratégias de exportação, aquecendo o setor para competir no mercado internacional, além de diversificar e aumentar a rentabilidade da aplicação das reservas internacionais do país.

FONTE

Thais Leitão, Kelly Oliveira e Alana Gandra - Repórteres 
Tereza Barbosa e João Carlos Rodrigues - Edição

Links referenciados

www.mdic.gov.br

www.cesifo-group.de/portal/page/portal/i
foHome/f-about/f3aboutifo

portal.in.gov.br

www.fgv.br

www.agenciabrasil.gov.br

www.bcb.gov.br





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