quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Novo pacote amplia as desonerações


Estímulo aos investimentos do setor privado foi uma das justificativas de Mantega para o pacote de medidas
Foto: Agência Brasil


Em meio à rápida aceleração economia e do risco de surgimento de gargalos na produção em 2010, o governo anunciou ontem uma série de medidas para manter os estímulos aos investimentos do setor privado e sustentar o crescimento econômico do País na casa dos 5% nos próximos anos. Em menos de dois meses, este foi o quarto pacote de "bondades" fiscais divulgado pelo governo Lula, o que elevou de R$ 2,3 bilhões para R$ 5,5 bilhões o volume de renúncias fiscais contratado para o ano que vem.

Aos empresários e trabalhadores, que participaram da última reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o ministro da Fazenda, Guido Mantega anunciou a prorrogação da desoneração de IPI para bens de capital e do crédito subsidiado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos, além de reforçar em R$ 80 bilhões o caixa da instituição para que novos empréstimos sejam contratados pelo setor produtivo. Alguns benefícios foram prorrogados até junho do próximo ano, às vésperas do início da campanha eleitoral para a sucessão de Lula. A campanha tem início em 6 de julho. A ofensiva do governo envolveu também iniciativas para estimular o mercado de capitais e o sistema bancário. As instituições financeiras serão autorizadas a emitirem Letras Financeiras para também reforçarem a capacidade de financiar os investimentos privados, numa ação coordenada na tentativa de dividir com o BNDES a função de braço financeiro dos empresários. Como medida de caráter mais popular, Lula autorizou a prorrogação da desoneração de computadores prevista na chamada Lei do Bem, de 2005.

Papai Noel

Ao ser indagado se "Papai Noel" teria chegado mais cedo para o setor industrial, Mantega respondeu que o Natal chegou na hora certa para todo mundo no Brasil e será "rico e farto" para a família brasileira. "Estas medidas deverão garantir a consolidação do crescimento do País em 2010", disse. Com o pacote de ontem, o governo fez a opção de renovar por mais tempo, mas ainda de forma provisória, incentivos dados durante a crise. No entanto, tornou mais distante a possibilidade de adoção de medidas mais estruturais, reivindicadas pelo empresariado, como a desoneração da folha de pagamento e a retirada ampla e definitiva da tributação sobre investimentos e exportações.

As medidas atendem ao interesse do governo de elevar a taxa de investimento da economia, considerada a variável-chave para que o Produto Interno Bruto (PIB) continue crescendo, sem provocar inflação. Se isso de fato acontecer, dificilmente o BC terá que puxar o freio dos juros para desacelerar a demanda. Mantega aposta que o Brasil já vive uma fase de franca aceleração do nível de atividade com recuperação dos investimentos.


Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Negócios
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=703651

Nenhum comentário:

Postar um comentário