FREITAS CORDEIRO
Este foi um ano de boas surpresas para o varejo, sobretudo diante do que se imaginava como a atividade se comportaria face o cenário de crise iniciado em 2008. Em 2009, o desempenho do comércio varejista foi o que sustentou a economia cearense. De janeiro a novembro, a atividade acumulou crescimento de 8,5% nas vendas sobre o mesmo período de 2008, ficando ainda acima da média nacional. Agora, com a expectativa de boas vendas para as festas de fim de ano, eu arrisco afirmar que o varejo cearense deverá encerrar o ano com incremento em torno de 10% sobre o ano passado. Taxa que deverá ser perseguida em 2010, podendo inclusive, ser superada.
O avanço registrado neste ano pode ser atribuído à continuidade da política de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), barateando os produtos, e pelo resgate, nos últimos anos, de cerca de 23 milhões de brasileiros que estavam em situação de extrema pobreza e que hoje fazem parte das classes C, D e E.
A desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) foi fantástica para nós. E a inclusão desse público está fazendo a diferença para o comércio varejista. Essas classes, juntas, superam, inclusive, a classe B. São pessoas com uma demanda reprimida muito grande e que estavam carentes de tudo.
Para incentivar a atividade varejista no ano que vem, mantendo o comércio ascendente, teremos a realização do 1º Liquida Fortaleza, promoção que vai ser encabeçada pela CDL, com o apoio do governo estadual, a ser realizada, durante dez dias, logo na primeira quinzena de março de 2010.
Para o presidente da CDL de Fortaleza, Freitas Cordeiro, desoneração do IPI ajudou a alavancar comércio
SUELY CHACON
Crescimento requer melhor distribuição dos recursos
O ano acaba com a perspectiva de concretização de várias obras de infraestrutura no Estado, o que significa um incremento positivo de recursos na economia. Embora muitos desses empreendimentos só fiquem prontos até 2014, para sua concretização, novos investimentos devem acontecer no estado e novos empregos devem ser gerados em 2010. Aliás, a geração de empregos e a boa arrecadação já são destaques na economia cearense em 2009. O crescimento econômico experimentado significa também aumento da responsabilidade das autoridades em relação ao cuidado com a distribuição adequada dos resultados para a população, e com os possíveis impactos relacionados ambientais.
Para a economista , impacto dos projetos começa em 2010
ALEX ARAÚJO
Há grande nível de otimismo para 2010
O ano começou com perspectivas sombrias por conta da crise mundial, com fluxo de capital interrompido, desinvestimento na indústria, mesmo para os agentes econômicos que não foram afetados pelo consumo básico. O governo foi muito pró-ativo, com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) despertou a população para o consumo, afastando a onda de pessimismo. A economia interna foi aquecida com a entrada; o processo de queda do dólar, puxada pelos investimentos da bolsa de forma muito vigorosa, foi visto como porto seguro.
No segundo semestre, os consumidores voltaram às compras, a indústria voltou a contratar e investir. Para 2010,há um grande nível de otimismo, mas há variáveis ainda indefinidas - a inflação pode voltar por conta da alta dos juros, aumento de custo de crédito e alta generalizada de preços.
A taxa de câmbio muito valorizada prejudica as exportações. A trajetória da economia internacional preocupa, principalmente no que diz respeito aos países que formam o Bric (Brasil, India, Rússia e China) e o recente problema de Dubai. Não vejo ainda crescimento de monta de investimento privado, somente público. Mesmo com fatores de riscos, se fatos novos não ocorrerem, a economia está sob controle.
Superintendente da Fecomércio-CE, Alex Araújo, afirma que a inflação pode voltar, por conta da alta dos juros
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=708371
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