sábado, 5 de dezembro de 2009

2010: é chegada a hora de investir

Brasil terá que aumentar o volume de investimentos, públicos ou privados, caso queira voltar a crescer


Depois de, neste ano, o País ter incentivado o consumo doméstico para compensar a queda da demanda externa, fruto da crise internacional, consolidando assim o seu mercado interno, a partir do ano que vem, o Brasil terá que aumentar o volume de investimentos, sejam eles públicos ou privados, caso queira voltar a crescer. É o que avaliam os economistas consultados pelo Diário do Nordeste, ao fazerem um balanço da economia brasileira em 2009 e projetar o que esperar de 2010.

Segundo eles, o estímulo ao mercado interno, principal característica da economia brasileira no ano que termina, ajudou na recuperação mais rápida do País e suas regiões e assentou as bases para a retomada do crescimento a partir do ano que vem. O que se observa, afirmam, é que em meio a desoneração tributária de setores como o automobilístico, material de construção, eletrodomésticos, a chamada linha branca, e ao lançamento de um plano habitacional para alavancar a construção civil, este ainda foi um ano bom para o País, como previam no fim de 2008.

Crescimento de 5%

Tanto que, ao contrário do que deve ocorrer na maioria dos países desenvolvidos, que deverão registrar índices negativos, a economia brasileira tende a se expandir, atingindo crescimento de até 1%, conforme apontam os mais otimistas. Para 2010, a expectativa é ainda maior, com o País devendo avançar em torno de 5%. No entanto, alertam os especialistas, para que o Brasil mantenha um ritmo de crescimento sustentável, os próximos anos deverão ser marcados por fortes investimentos, tanto públicos como privados.

"2010 deverá ser um ano bem melhor, com a possibilidade de o País crescer cerca de 5%, melhorar a sua arrecadação e voltar a uma situação parecida com aquela anterior à crise. No entanto, o que preocupa é o volume de investimento, que ainda é baixo. Hoje, em torno de 17% do PIB (Produto Interno Bruto), sendo insuficiente, portanto, para sustentar um crescimento igual ou superior a 5% nos próximos anos", afirma o economista Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios. Segundo ele, nos países desenvolvidos, que já contam com uma infraestrutura pronta, a relação investimento/PIB, está na casa dos 20%. No caso da China, com a maior taxa de crescimento hoje no cenário internacional, a proporção chega a 40%. "Para que o Brasil continue a crescer 5%, ou mais, pelos próximos dez a 20 anos, é necessário aumentar o volume de investimentos, atingindo no mínimo 25% do PIB", avalia.

O economista Ricardo Eleutério Rocha, professor da Unifor, destaca que, em 2009, o governo brasileiro assentou as bases para um crescimento maior no ano que vem. Assim como Leite, ele também acredita em um índice em torno de 5% e reforça a necessidade de mais investimentos para o País poder avançar . "2010 será um ano de maior crescimento, o que, deverá vir com a retomada dos investimentos", fala.

ANCHIETA DANTAS JR
REPÓRTER


Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Negócios
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=701831

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