Política para o Nordeste
O primeiro deles, afirma, são as políticas nacionais que favoreceram o Nordeste - e, nesse ponto, ele destaca a atuação do ex-presidente Lula, que é pernambucano, como uma espécie de "divisor de águas". "Lula criou uma política de salário mínimo diferencial, e salário mínimo se paga no Nordeste, que é a região mais pobre do País. Ele potencializou o INSS e o Bolsa Família, e onde é que se paga o Bolsa no País? No Nordeste!", cita.
Incentivos
Além destas ações, a decisão de incentivar implantação de refinarias na região e de incluir a nacionalização na compra de navios também tiveram repercussão forte na economia da região. "Resumindo, quando ele fez isso, ele dinamizou o mercado do Nordeste, e o Nordeste passou a ser um mercado consumidor importante. Nas palavras do governador Eduardo Campos, o Nordeste deixou de ser parte do problema do País para começar a ser parte da solução", diz Júlio.
Portanto, chegou a vez do Nordeste. E para que Pernambuco estivesse à frente dessa nova realidade, Júlio afirma que os empreendimentos que vieram se instalando no Estado, que são chamados por eles de "estruturadores" (aqui chamam-se "estruturantes") fizeram a diferença.
"O que aconteceu em Pernambuco nos últimos quatro anos, do ponto de vista de impacto dessas medidas? Pernambuco recebeu uma refinaria que já tem R$ 8 bilhões em obras. Recebeu um estaleiro, que já está implantado, já lançou um navio na água e está com outros dois dentro do dique, um navio e uma plataforma. Pernambuco recebeu a petroquímica e conseguiu viabilizar o início das obras da ferrovia Transnordestina com muita força. Quem recebe refinaria, estaleiro e encomenda de mais de 30 navios, petroquímica do tamanho que a gente tem aqui e uma obra do tamanho da ferrovia e da transposição do Rio São Francisco, naturalmente, o mercado abre os olhos pra uma situação dessa. Vira um polo nacional", afirma.
Estratégia do governo
A terceira perna do tripé, defende, teria sido a mudança na estratégia e atuação do governo estadual. As medidas de incentivos a novos empreendimentos, afirma, também tiveram sua parcela de colaboração, apesar dos estados nordestinos já oferecerem benefícios semelhantes. A política de não aumentar alíquotas de impostos, aponta, também teve forte peso.
SIDERÚRGICA E MONTADORA
Empreendimentos formarão novo polo
Dois dos principais empreendimentos que vem sendo buscados com afinco pelo governo do Ceará foram, recentemente, garantidos pelos vizinhos pernambucanos e, juntos, irão criar um novo polo em Suape. Em dezembro último, Pernambuco anunciou que terá uma siderúrgica de laminados e uma montadora da italiana Fiat.
A usina de laminados faz a parte posterior à que a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), por exemplo, fará. Enquanto que a CSP produzirá as placas de aço, através do processamento do minério de ferro, a CSS faz o processo de corte destas placas. Ela será a primeira destinada a laminados planos do Nordeste, e terá um investimento de R$ 1,5 bilhão.
"A CSS é um outro investimento estruturador importante. A nossa siderúrgica tem um perfil muito interessante, que é mais a laminação, vamos produzir para ser matéria-prima, por exemplo, para indústria automobilística, a linha branca. E pode, no futuro, trabalhar outras cadeias a partir do fornecimento desses itens. Já temos a siderúrgica da Gerdau", explica o vice-presidente de Suape, Fred Amâncio.
Com a siderúrgica, Pernambuco também garantiu a principal indústria consumidora destes laminados: a automobilística. A Fiat escolheu o estado para abrigar a sua segunda fábrica no País e, com um investimento de R$ 3 bilhões até 2014, deverá gerar 3.500 empregos. A unidade terá capacidade de produzir 200 mil veículos por ano.
"Além da estruturação da própria fábrica, ela traz outros níveis da cadeia, como autopeças, os fornecedores", avalia.
Fonte: Diário do Nordeste
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