Mesmo com a instabilidade no mercado internacional, Ceará exportou mais, de janeiro a maio deste ano
Após apresentar um nível inexpressivo nos primeiros meses de 2009, as exportações cearenses mostram sinais mais sólidos de recuperação, crescendo 20,5% de janeiro a maio deste ano ante igual período do ano passado. Até o último mês, foram US$ 496,3 milhões exportados, enquanto nos cinco meses iniciais de 2009, o montante somou apenas US$ 411,8 milhões.
As importações ficaram, até maio, em US$ 661,8 milhões, 29,7% a mais do que em igual época de 2009, fechando a balança comercial com déficit de US$ 165 milhões.
Reabilitação
De acordo com o superintendente do CIN (Centro Internacional de Negócios) - da Fiec -, Eduardo Bezerra, os números de exportação demonstram que o ano de 2010, para o Ceará, já representa uma reabilitação em relação à grave situação financeira que afetou o comércio internacional em 2009. Levando-se em conta apenas o mês de maio, o Estado registrou US$ 90,6 milhões em exportações, cifra 2,02% inferior ao valor negociado para fora do País em abril. O montante ainda representa a menor marca desde agosto do ano passado, quando foram exportados apenas US$ 81,1 milhões.
Na opinião de Bezerra, os dados estão aquém do esperado. "É preocupante, pela seguinte razão: o Ceará tem um indicador de que o comércio exterior está funcionando bem, o nível mensal de US$ 100 milhões em exportações. Esse é o ponto de equilíbrio. Quando temos US$ 90 milhões, um valor 10% abaixo do ideal, isso significa que a coisa não está bem", frisa. Ele explica que a base do problema não reside em solo cearense, e sim no mercado do exterior. "O que mais caracteriza e influencia as exportações cearenses é a demanda nos países compradores. No caso, a origem não está no parque industrial do Ceará. Países como Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha têm enfrentado problemas financeiros, e, no mundo globalizado, as coisas se espalham. Isso acaba nos afetando", assinala.
Bezerra pondera, afirmando que o mercado interno brasileiro é forte o suficiente para absorver aquilo que o Ceará não conseguir negociar para fora. A maior parte das exportações do Estado teve como destino os Estados Unidos: US$ 151,1 milhões, de janeiro a maio, 30% de tudo que foi negociado com o mercado internacional. Reino Unido (8,8%) e Argentina (7,9%) fecham o ranking.
LIDERANÇA BAIANA
Estado em 3º no ranking nordestino
Exportações do Nordeste cresceram, 57% de janeiro a maio, a maior alta entre as regiões do País
No ranking nacional de exportações, o Ceará figura na 12ª colocação, levando-se em conta os cinco meses de 2010. Na região Nordeste, o Estado é superado apenas por Bahia (US$ 3,42 bilhões)e Maranhão (US$ 1,3 bi).
As exportações do Nordeste cresceram 57%, de janeiro a maio de 2010, na comparação com os cinco primeiros meses de 2009. Esse foi o melhor desempenho regional registrado no País. Os embarques nordestinos somaram US$ 6,551 bilhões. No total, as exportações brasileiras alcançaram US$ 72,093, valor 30% maior que o registrado nos cinco primeiros meses de 2009.
O Sudeste continua sendo a região brasileira que mais exporta, contribuindo com 55% do total nacional. Juntos, os quatro estados da região embarcaram US$ 40,280 bilhões. O Rio de Janeiro teve um crescimento de 105% dos embarques internacionais. As exportações fluminenses somaram US$ 7,938 bilhões. Pelo critério de maior aumento, logo depois vem Espírito Santo (60%), com embarques de US$ 3,738 bilhões. Minas Gerais (33%), que exportou US$ 9,807 bilhões e São Paulo (21%) , com vendas internacionais de US$ 18,796 bilhões.
A região Sul apresentou uma elevação de 16% em suas exportações. O principal destaque foi o Paraná, cujos embarques internacionais cresceram 17,85%, valor muito próximo do desempenho do Rio Grande do Sul (17,11%). Por último, aparece Santa Catarina com crescimento de 13%. As exportações de Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina somaram, respectivamente, US$ 5,228 bilhões, US$ 5,650 bilhões e US$ 2,906 bilhões.
As quatro unidades da federação do Centro-Oeste apresentaram acréscimo nas exportações. Mato Grosso do Sul se destacou com acréscimo de 55% nas vendas internacionais em relação ao valor registrado de janeiro a maio de 2009. Já as vendas do Distrito Federal aumentaram 30%, as de Goiás 21% e as do Mato Grosso com 5%.
As exportações do Norte cresceram 3%. Dos sete estados da Região, Pará e Roraima tiveram decréscimo nos embarques, -1,4% e -1,2%, respectivamente. O Acre registrou aumento de 70% das suas vendas ao mercado externo; seguido do Amazonas 40% e Tocantins 38%.
Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Negócios
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