sexta-feira, 17 de julho de 2009

ENERGIA EÓLICA

O primeiro leilão eólico do País, em 25 de novembro, terá um potencial de geração de 13 mil MW (Foto: Kid Júnior)



Ceará apresenta 118 projetos

Segundo o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, os projetos cearenses equivalem à geração de 2.743 MW/h


Brasília/Sucursal. O Ceará foi o segundo estado a receber o maior número de propostas para a instalação de 441 projetos habilitados para a exploração de energia eólica em todo o País, com 118 projetos, equivalentes a uma geração de 2.743 megawatts hora (MW/h). A informação é do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão. Em entrevista coletiva, ontem em Brasília, ele informou que o 1º leilão de energia eólica do Brasil, marcado para o dia 25 de novembro, tem um potencial de geração de 13 mil MW, “quase a potência da maior usina hidrelétrica brasileira, Itaipu (14 mil MW), ou o correspondente a 4.500 MW médios de energia, montante superior às garantias físicas somadas das hidrelétricas de Santo Antônio e Jirau, no Rio Madeira (4.193 MW médios)”.

Segundo Lobão, 72% dos projetos apresentados — o que representa a geração de 9 mil MW — encontram-se na Região Nordeste. Para o Sudeste, foi apresentado apenas 1% dos projetos, e o Sul recebeu 27% das propostas. Ele informou que o Rio Grande do Norte foi o estado com o maior número de projetos apresentados, num total de 36% (134 projetos e 4.745 MW). Em âmbito nacional, a ordem de estados na preferência dos investidores foi Rio Grande do Norte, Ceará e Rio Grande do Sul (86 empreendimentos e 2.894 MW). No total os empreendimentos foram distribuídos em 11 estados, segundo Lobão.

Expectativas

O ministro disse que a apresentação de projetos superou todas as expectativas, mas lembrou que o Brasil não precisa de toda esta energia e que ela será apenas uma reserva para o governo, já que, segundo ele, o custo da energia eólica no País ainda é muito caro. O MW/h gerado por uma usina hidroelétrica custa aproximadamente R$ 100,00, enquanto o custo da energia eólica custa R$ 270,00 o MW/h, levando-se em conta o Proinfa.

Para Edison Lobão, o grande número de interessados sustenta a expectativa de sucesso do governo para o certame. “Esse enorme interesse reflete o reconhecimento da importância da fonte eólica na composição da matriz elétrica brasileira”.

O ministro descartou definitivamente a possibilidade de o Brasil passar por um novo apagão como ocorreu em 2001. Ele disse, ainda, que o TCU (Tribunal de Contas da União) apontou que a situação de precariedade no fornecimento de energia naquele ano gerou um prejuízo de R$ 54 bilhões aos cofres públicos.


EXPANSÃO NOS PRÓXIMOS ANOS
Diretrizes do leilão aprovadas em maio

Brasília/ Sucursal. Edison Lobão disse que vê com entusiasmo o investimento norte americano em energia eólica. Ele acredita que o potencial para a exploração desta energia vai crescer muito nos próximos anos. Sobre as diretrizes do Programa Eólico Brasileiro o ministro das Minas e Energia explicou que em maio, o Ministério aprovou as diretrizes do leilão de energia de reserva (portaria nº 211), adequando os Contratos de Energia de Reserva (CER) às características particulares deste tipo de empreendimento, assegurando a remuneração justa do investimento e a estabilização do fluxo de receitas necessária à viabilidade financeira dos projetos.

As diretrizes aprovadas resultam, também, de análises de contribuições recebidas na consulta pública realizada em fevereiro, e devem permitir a conciliação dos interesses dos consumidores, investidores e instituições de financiamento. Lobão explicou que a decisão do MME de reduzir o limite de potência mínima para aerogeradores importados de 2.000kW para 1.500kW (portaria nº 242, de 2009) viabilizou o grande número de projetos justamente na faixa entre 1.500 e 2.000 KW, correspondentes a praticamente 50% do total de inscritos. “Essa medida auxiliou na ampliação da concorrência e mostrou a sintonia entre MME, empreendedores, fornecedores e consumidores. Ao mesmo tempo, outras medidas, de caráter tributário, contribuíram para o aumento da competitividade da indústria nacional”, disse Lobão.

O ministro lembrou que, com base numa análise preliminar dos projetos habilitados para o leilão, estima-se que 50% a 60% dos equipamentos sejam nacionais. “Mesmo não tendo nenhum índice de nacionalização para o certame, nossa expectativa é que a maior parte das máquinas sejam fabricadas no Brasil”.

Ane Furtado
Repórter


Fonte: Jornal Diário do Nordeste - Caderno Negócios. Fortaleza, 17 de julho de 2009.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=655080

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