quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ceará é o 6º do Nordeste em desenvolvimento



FGV PROJETOS APONTA: O Estado só ganha de Alagoas, Maranhão e Piauí, segundo o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idse)

Pesquisa realizada pela FGV Projetos, unidade extensiva da Fundação Getúlio Vargas, revela que o Ceará ocupa a 6ª posição no Nordeste em termos de desenvolvimento, medido pelo Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idse). Entre 2001 e 2007, período da pesquisa, o indicador, que foi desenvolvido pela própria entidade, saltou de 9,05 para 31,6. Esta melhoria, aponta o levantamento, foi fortemente impactada pela componente renda, revelando-se entre um dos melhores desempenhos da Região. Entretanto, apesar deste avanço, aponta o estudo, o Estado ainda está em um patamar de desenvolvimento muito baixo e precisa avançar em políticas públicas voltadas à educação e à moradia.

Ranking

O Estado nordestino com melhor índice de desenvolvimento em 2007 é Sergipe, com Idse equivalente a 48. Na seqüência, está o Rio Grande do Norte, com 46,8. Estas duas unidades federativas, aponta a FGV Projetos, integram o grupo de médio desenvolvimento. Já alguns estados passaram do grupo de baixíssimo desenvolvimento para o de baixo desenvolvimento. São eles: Pernambuco (38,65), Paraíba (37), Bahia (36,8) e Ceará (31,6). Ao mesmo tempo, Alagoas (21,6), Maranhão (15,8) e Piauí (11,4) registraram considerável melhora, porém permaneceram no patamar de Idse baixíssimo.

Intitulado “Subsídios ao Planejamento do Nordeste Brasileiro”, o estudo foi coordenado pelo economista Fernando Blumenschein e concluiu que todos os estados da Região apresentaram evolução significativa da renda, em função do crescimento agregado do País, dos investimentos privados realizados e da presença do programa Bolsa Família. No entanto, na maioria dos estados, os indicadores saneamento básico, educação, pobreza e desigualdade, e moradia revelaram que o desenvolvimento não se deu da mesma forma.

Segundo o especialista, no Ceará, a componente de pobreza e desigualdade mostra significativa correlação com a de renda, principalmente a partir de 2005, e mostra que o desenvolvimento do Estado tem sido notavelmente eqüitativo. “No entanto, é preciso considerar o impacto de programas como o Bolsa Família que trazem melhorias de renda, mas não geram automaticamente melhorias consistentes no médio e longo prazo”, destaca. Moradia e educação foram as políticas de pior performance. O que revela a necessidade por mais atenção principalmente à educação, cujo desempenho não foi puxado automaticamente pela melhoria da renda. Blumenschein ressalta ainda que ´o modelo de desenvolvimento centrado em projetos estruturantes, executados diretamente pelo setor público, como por meio da atração de investimentos via incentivos fiscais, não se mostrou suficiente para mudar esse quadro´.

´Este modelo está exaurido. Ele pode ter efeitos de curto prazo importantes, como a geração de emprego e renda, bem como a eliminação de eventuais gargalos para o crescimento econômico, mas é preciso haver a complementaridade com políticas públicas setoriais para que se tenha um crescimento sustentável e o conseqüente desenvolvimento´, afirma.

ANCHIETA DANTAS JR.
Repórter


Fonte: Jornal Diário do Nordeste - Caderno Negócios. Fortaleza, 21 de julho de 2009.


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