terça-feira, 12 de abril de 2011

BRICs

Segunda-Feira, 11 de abril de 2011
Cúpula do Brics na China discute rumos da governança mundial 


Composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a cúpula do Brics vai discutir também o incremento da cooperação entre os estados-membros para fortalecer e continuar desenvolvendo o poder de influência do grupo, intercâmbio científico e tecnológico e o aumento do comércio.

A embaixadora Maria Edileuza Fontineli Reis, encarregada das relações políticas com a Ásia, explica que o encontro é importante porque será realizado em um momento em que o mundo ainda sofre desequilíbrios e desajustes em decorrência da crise. "Brasil e China enfrentaram muito bem os efeitos da crise e, hoje, têm diante de si desafios em diferentes áreas".

"É importante valorizarmos nossa vertente multilateral, na construção da nova governança global. Brasil e China, como dois países em desenvolvimento, defendem o fortalecimento do multilateralismo e trabalham muito intensamente no redesenho dessa governança global", afirmou Fontineli Reis.

Apesar de diferenças históricas, culturais, políticas e geográficas, a aposta dos governos do Brics, de acordo com o Itamaraty, foi de que seus países podem encontrar agendas que lhes permitam agir como um coletivo de maneira tão ampla quanto possível.

"No Brics defendemos a ampliação do poder de voto de economias. Não faz sentido num mundo como o de hoje termos nas instituições financeiras internacionais países como a Bélgica (10,4 milhões de habitantes), com poder de voto maior do que o do Brasil. Países como a Holanda (16,5 milhões de habitantes), com poder de voto maior do que o da China", ressalta a embaixadora.

Segundo Fontineli Reis, o Brasil tem uma coordenação muito importante em termos políticos e econômicos no âmbito do Brics "e estamos trabalhando para consolidar e aprofundar a construção de uma agenda própria desse mecanismo, que é muito novo, mas que desponta com muita curiosidade e força no redesenho de uma ordem internacional que venha a ser mais representativa e, portanto, que venha a refletir maior legitimidade".

ORIGEM DO TERMO

A idéia dos Brics foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001, intitulado Building Better Global Economic Brics. Fixou-se como categoria da análise nos meios econômico-financeiros, empresariais, acadêmicos e de comunicação. Em 2006, o conceito deu origem a um agrupamento e incorporado à política externa de Brasil, Rússia, Índia e China.

O peso econômico do grupo é considerável. Entre 2003 e 2007, o crescimento dos quatro países representou 65% da expansão do PIB mundial. Em paridade de poder de compra, o Produto Interno Bruto (PIB) dos Brics supera hoje o dos Estados Unidos ou o da União Europeia (UE).

Para dar uma idéia do ritmo de crescimento desses países, em 2003 os Brics respondiam por 9% do PIB mundial. Já em 2009, as economias dos quatro países somavam 14,3%, com um PIB conjunto de US$ 8,9 trilhões. (Fonte)


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