SÃO PAULO – A economia informal brasileira atingiu a marca de R$ 650 bilhões em 2010 e, pela primeira vez desde que começou a ser mensurada, em 2003, cresceu na mesma velocidade que o PIB (Produto Interno Bruto), segundo revelam dados do Índice de Economia Subterrânea divulgados nesta quarta-feira (24) pelo Etco (Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial) e Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
De acordo com o levantamento, neste ano, a economia subterrânea equivale a 18,6% do PIB nacional. Depois de passar cinco anos, entre 2003 e 2008, evoluindo menos do que o produto interno bruto, o índice se estabilizou e passou a acompanhar o crescimento da economia, o que, na opinião do responsável pelo estudo, é algo preocupante.
“A divulgação de valores absolutos é fundamental, para que não se tenha a visão equivocada de que a estabilização em relação ao PIB é positiva. A exemplo de 2009, este ano mais R$ 656 bilhões devem ficar à margem da economia formal brasileira”, comenta o pesquisador do Ibre/FGV Fernando de Holanda Barbosa Filho.
Já para o presidente do grupo Etco, André Franco Montoro Filho, o crescimento da economia exerce duplo efeito sobre a informalidade. “De um lado, o crescimento gera uma modernização institucional que estimula a formalização das atividades econômicas, mas, de outro, o crescimento da renda aumenta o consumo de bens e serviços, inclusive os produzidos na economia subterrânea. Os resultados divulgados indicam que o segundo efeito tem sido predominante nos últimos anos”, explica.
Economia subterrânea
A economia subterrânea abrange a evasão de impostos, de contribuições para a seguridade social e do cumprimento de leis e regulamentações trabalhistas. Além disso, diz respeito à produção de bens e serviços não reportada ao governo deliberadamente, para evitar custos decorrentes do cumprimento de normas aplicáveis na atividade.
Na comparação com 2003, percentualmente, observa-se uma queda no montante equivalente ao PIB, de 21% para 18,6%. Por outro lado, em termos de valores absolutos, tal economia vem se expandindo bastante, já que, naquele ano, ela era de R$ 357 bilhões. Em 2009, por sua vez, o montante alcançou R$ 538 bilhões, valor igual ao PIB da Argentina.
Fonte: MSN - Dinheiro
http://dinheiro.br.msn.com/tributos/artigo.aspx?cp-documentid=26484071
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