Inadimplência no País sobe; Fortaleza na contramão
A alta na quantidade de pessoas com dívidas em atraso não subiu na mesma proporção das vendas em Fortaleza
Fortaleza/São Paulo. A inadimplência do brasileiro saltou 11,5% em agosto, na comparação com igual mês do ano anterior - o maior crescimento na relação anual desde 2005, segundo o indicador da Serasa Experian, divulgado ontem. Porém, na contramão dessa tendência nacional, a Capital cearense vem se destacando. Em similar comparação, agosto de 2009 e de 2010, o percentual de fortalezenses que disseram não ter condições de honrar seus compromissos retrocedeu de 8,46% para 6,65%, conforme levantamento mensal do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC), ligado à Fecomércio-CE.
Isso quer dizer que, enquanto, na avaliação dos economistas da Serasa, o consumidor no resto do País aproveitou a Copa do Mundo para comprar produtos de maior valor agregado e, com o acúmulo de dívidas, não conseguiu pagá-las; em Fortaleza, o mesmo não ocorreu com tanta veemência, apesar de as bases de pesquisa do Serasa Experian e IPDC serem distintas.
Na opinião do vice-presidente da Fecomércio-CE, Ranieri Leitão, o fenômeno crescente da inadimplência no Brasil não se confirmou em Fortaleza. "Naquele período (de abril/ maio/ junho), muitos consumiram produtos eletroeletrônicos. O endividamento, portanto, subiu bastante, mas não a quantidade de inadimplentes na mesma proporção na Capital cearense", afirma, ressaltando a diferença entre as duas nomenclaturas.
"O endividamento é quando o consumidor assume um compromisso, mas isso não quer dizer que não vai honrá-la. O que é bom para confiança e otimismo do mercado. Já a inadimplência é quando ele não tem como pagar a dívida", resume. "No momento, estamos confiantes e otimistas para o Dia das Crianças e o fim de ano", complementa Ranieri.
Para o presidente do Sindicato do Comércio Lojista de Fortaleza (Sindilojas), Cid Alves, o avanço de pessoas negativas no Serasa no País também não se confirmou na Capital do Ceará.
Apesar de não repassar nenhum dado estatístico, Cid assinala que o mês passado não foi espetacular para o varejo, pelo contrário, não existiram problemas na maior parte dos setores. Além disso, segundo ele, esse quadro não se traduziu em elevação de pessoas com contas em atraso. "Em relação a outros anos, agosto de 2010 foi até melhor que os demais. E a inadimplência não cresceu no mesmo ritmo das vendas", avalia Cid Alves.
Em contrapartida, no Brasil, segundo o indicador Serasa Experian , no confronto com julho, a inadimplência apresentou expansão de 1,8% e, no acumulado dos oito primeiros meses do ano, de 0,2%. Os Cartões de crédito e financeiras são consideradas as principais responsáveis por esse fenômeno de alta de 5,9%, seguida de bancos, com 1,1%.
Consultas subiram
Um outro importante termômetro do varejista e da análise de intenção de compra do consumidor, a quantidade de consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), cresceu na média do País. O avanço foi de 10,5% em agosto sobre igual intervalo de 2009. Nesse aspecto, em Fortaleza, a elevação na quantidade de consultas ao serviço prestado aos comerciantes foi de 19% no acumulado de todo o ano. O que reflete a ida de clientes ao setor varejista. Destes, outros 19% apresentaram restrições. Dentro da média, segundo a CDL.
Entretanto, um ponto desfavorável no oito primeiros meses de 2010, divulgado semana passada pelo órgão, é que, no mês anterior, um número menor de fortalezenses retirou o nome do banco de dados do SPC em relação a semelhante intervalo do ano passado. A retração foi de 12%. Todavia, a quantidade de inclusões de registros de inadimplentes na lista também diminui em igual período. Queda 5%. Para o superintendente da entidade, Antônio Carlos Rodrigues, a avaliação desse quadro é confortável o suficiente para assegurar equilíbrio na maior cidade do Estado. "Não há motivos para sustos. A inadimplência está sob controle".
Esse crescimento da inadimplência, deve-se ao fato da oferta do crédito das pessoas. Através dos programas sociais as classes mais baixas tiveram um maior acesso ao crédito e acabaram, por motivos de não terem uma educação voltada para o gasto consciente, acabam comprometendo mais do que ganham. É interessante pensar e executar nas escolas o ensino de como gastar o dinheiro, dessa forma as crianças poderiam conscientizar os pais o que poderia melhorar essa situação.
ResponderExcluirJOSE WELLITON SILVA DO NASCIMENTO.