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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Os BRICs podem salvar o mundo da crise econômica (?)


13/09/2011 - 11h19 / Atualizada 13/09/2011 - 11h45

Brasil e países do Brics vão discutir ajuda a Europa, diz Mantega

Do UOL Economia, em São Paulo



BRASÍLIA, 13 de setembro (Reuters) - O Brasil deve discutir com outros países emergentes, na semana que vem nos Estados Unidos, ideias para ajudar a Europa a sair da atual crise da dívida, disse nesta terça-feira (13) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"A gente (países do Brics) vai se reunir semana que vem em Washington e vai discutir como fazer para ajudar a União Europeia a sair dessa situação", disse Mantega ao chegar ao Ministério da Fazenda.

O Brics é formado pelo Brasil, pela Rússia, pela Índia, pela China e pela África do Sul e tem se destacado pela maneira como tem conseguido, desde 2008, enfrentar a crise. A alternativa que poderá ser discutida no encontro em Washington é a elevação da participação de títulos em euros nas reservas internacionais desses países.

Na semana que vem, entre os dias 23 e 25, presidentes de bancos centrais e ministros de Finanças estarão reunidos em Washington para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Eles vão discutir a crise global, principalmente a situação da Europa, com destaque para a Grécia.

Ontem (12), técnicos do FMI admitiram que previsões mais bem elaboradas poderiam ter alertado com maior antecedência para a crise da dívida grega. Segundos os técnicos do fundo, os estudos devem levar em conta a preocupação com a sustentabilidade dos débitos --se os países têm condições de arcar com o endividamento.

Para Merkel, Grécia não vai quebrar

Mais cedo, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou estar "muito otimista" e ter certeza de que os países da zona do euro "encontrarão um caminho" para que a Grécia receba o segundo pacote de resgate.
A chanceler sustentou que "a Grécia não vai quebrar", mas ressaltou que a recuperação da competitividade no conjunto da zona do euro e do saneamento das contas públicas é um processo "longo", "lento" e "trabalhoso".

Líderes da zona do euro precisam agir contra crise, diz Obama

Os líderes da zona do euro precisam mostrar aos mercados que estão se responsabilizando por sua crise de dívida e definir como combinar a união monetária com uma política orçamentária, disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A Grécia é a preocupação imediata, mas um problema ainda maior é o que pode acontecer se os mercados pressionarem as economias maiores, como Espanha e Itália, disse Obama a jornalistas espanhóis em Washington.
"É difícil coordenar e acertar uma rota comum quando se tem tantos países com políticas e situações econômicas diferentes", afirmou Obama, de acordo com o site do jornal "El Mundo".
"No final, os grandes países da Europa, os líderes da Europa precisam se reunir e tomar uma decisãou sobre como coordenar a integração monetária com uma política fiscal coordenada mais eficaz", recomendou o presidente.
Obama disse, também, que a fraqueza da economia global continuará até que a crise da zona do euro seja resolvida.
Uma solução de longo prazo, segundo Obama, é possível se os mercados acreditarem que os países do euro com superávits orçamentários estejam dispostos a ajudar seus colegas no bloco monetário.
Os EUA estão profundamente envolvidos em consultas com a zona do euro sobre como resolver a crise, disse Obama, acrescentando que os problemas da região serão um dos principais assuntos da reunião do G20 na França, em novembro.
(Com informações da Reuters, Efe e Agência Brasil)

A solução China para a crise econômica

VINICIUS TORRES FREIRE

A China pode comprar a Grécia


Reservas chinesas poderiam "resolver" crise; mas China teria de mandar no mundo e poupar menos

E SE A CHINA comprar a Grécia? O que aconteceria se a China incorporasse a Grécia como sua província mais ocidental?
A dívida grega desapareceria no mar de haveres chineses. Assim desapareceria um fator imediato do tumulto mundial. No limite, a megapoupança chinesa poderia resolver grande parte dos problemas financeiros do mundo.
Parece piada, se a coisa é posta nesses termos. Mas não se trata mais de piada, e os termos não são muito diferentes do absurdo.
Rumor ou não, ontem "os mercados" se acalmaram depois de ouvir que a Itália foi pedir um dinheiro à China, segundo o "Financial Times".
A Itália está no bico do corvo. Paga juros cada vez mais altos para rolar sua dívida. Ontem, teve um dia de cão pegando dinheiro caro com seus credores. Os credores cobram juros maiores porque, acham, subiu o risco de a Itália dar calote (o país deve muito e "ganha pouco": seu PIB cresce pouco).
Caso aparecesse um credor rico e disposto a não esfolar a Itália, os italianos respirariam melhor. Aumentaria a procura pelos títulos da dívida italiana, que subiriam de preço, o que significa queda de juros.
Os chineses já deram uma ajuda a Portugal, à Espanha e à Grécia, comprando títulos da dívida desses países (isto é, tornou-se credora deles). Foi um auxílio muito marginal, mas colocou água na fervura de alguns dias de crise.
Mas volte-se à fábula greco-chinesa. Para melhorar a história, note-se que não vale a pena comprar a Grécia. A dívida grega equivale a 160% do PIB (PIB: a renda da atividade econômica de um ano). O país está em recessão faz três anos, deve encolher 5% em 2011 e paga juros de 20% ao ano para dívidas de dez anos de prazo. Mau negócio.
Melhor seria comprar a dívida grega, que paga juros altos. Mesmo se os chineses cortassem os juros gregos a um quinto do que são hoje, ganhariam o dobro do que recebem aplicando em dívida dos EUA.
A Grécia pode calotear, decerto. Mas, "na margem", "aos pouquinhos", vale a pela colocar parte do dinheiro em aplicação de risco. Se a China aplicasse uns trocados das suas reservas de trilhões de dólares em Grécia, Portugal, Espanha e Itália, o mundo mudaria.
Para continuar a levar a hipótese ao absurdo, mas não muito: para investir na Europa, a China teria de desinvestir nos EUA. Os juros talvez subissem um pouco nos EUA.
Mas o mundo ficaria mais estável. Mais importante, a fábula greco-chinesa indica um problema central da economia: o excesso de poupança chinesa e o consumo excessivo do mundo rico ocidental: o "grande desequilíbrio".
Os EUA (e parte da Europa) viveram uns 20 anos à base de bolhas financeiras, que sustentaram o endividamento de famílias que ganham mal ou que têm trabalhos cada vez piores (quando têm), na média, pois muito emprego migrou para regiões mais produtivas (como China e vizinhos) e a desigualdade aumentou nos EUA.
Um começo de solução da crise é a China assumir parte do planeta, poupar menos e permitir que seu povo consuma mais. Que a finança do Ocidente seja domada. Que o Ocidente rico consuma menos e/ou redistribua melhor sua renda interna. Mas tudo isso é política pesada: não acontecerá tão cedo, se acontecer.

vinit@uol.com.br 


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1309201108.htm

Brasil - Medidas de enfrentamento à crise econômica mundial


13/09/2011 - 14h04

País enfrentará crise com consumo e produção, diz Dilma



A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que a crise econômica internacional não deve "atemorizar" o Brasil, e que o país enfrentará as turbulências mantendo o consumo e a produção.
"Nós sabemos que a melhor forma de resistir à crise no Brasil é... continuar consumindo, produzindo, investindo em infraestrutura, plantando e colhendo, e assegurando às nossas indústrias o seu componente nacional", disse Dilma durante evento em Araçatuba (SP).
A presidente foi ao interior paulista participar do lançamento da pedra fundamental do Estaleiro Rio Tietê, cujas primeiras embarcações devem ser entregues em 2012.
Ela assinou ainda protocolo de intenções para investimentos em obras na hidrovia Tietê-Paraná, que conecta os cinco maiores Estados produtores de grãos do país --Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. O aporte federal chega a R$ 900 milhões.
Os investimentos são parte do objetivo de "reconstruir a matriz de transporte no país", segundo Dilma, e facilitar e baratear o escoamento da produção.
"Nós também estamos dando um passo para tornar o nosso país mais forte para enfrentar a crise internacional", disse a presidente.
"Enquanto eles (países europeus) discutem como é que fica a crise da dívida dos seus bancos, nós estamos aqui gastando o nosso dinheiro em parcerias público-privadas, em parcerias entre o governo federal e o governo estadual para criar desenvolvimento, emprego e renda para o nosso país".
Dilma também elogiou a relação com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), numa "parceria" de "princípio republicano".Ainda nesta tarde, Dilma assina, ao lado de Alckmin, termo que autoriza o início da construção do trecho norte do Rodoanel, em investimento de R$ 6,11 bilhões --R$ 1,75 bilhão em recursos federais.
(Por Hugo Bachega)

Crise Econômica Mundial

12/09/2011 -

Mercados financeiros recuperaram abismo de 2008, mas crise da dívida não acabou

Prospect
George Magnus

  • Crise de 2008-2009 marcou fim de 20 anos de expansão do crédito, deixando um mar de dívidas
    Crise de 2008-2009 marcou fim de 20 anos de expansão do crédito, deixando um mar de dívidas
Se, enquanto investidor, você foi abençoado com uma previsão perfeita no início de 2009, você pode ter fugido rapidamente, armado com uma pasta de dinheiro, uma arma e um estoque de comida enlatada. Se as insurreições por todo o mundo árabe, que aumentaram os preços da energia, e a inflação crescente nos mercados emergentes não o derrubassem, você teria tremido com as consequências da crise do débito. Isso tudo incluiu a interrupção do crescimento econômico, cortes orçamentários no ocidente e queda dos preços dos imóveis. Também incluiu uma crise existencial na zona do euro por conta da dívida e a decisão quase sem sentido da agência de classificação de risco Standard and Poor’s de retirar a classificação de crédito AAA dos Estados Unidos.
Mas se você saiu dos mercados financeiros naquele ponto, estava totalmente errado. Mesmo com as quedas drásticas de julho e agosto, os mercados de ações ainda estão 30% a 70% mais altos do que em março de 2009. Os mercados de câmbio e commodity renderam bons lucros. Até a propriedade comercial se mostrou lucrativa, com os preços subindo depois de atingir uma baixa.
Então, o que está acontecendo? Minha visão é de que os mercados financeiros saltaram de bungee jump e voltaram do abismo há três anos, graças a políticas extraordinárias implementadas por governos e bancos centrais para evitar que o sistema bancário entrasse em colapso e a economia afundasse numa depressão. Muitas dessas políticas estão sendo interrompidas ou revertidas agora. O salto nos mercados financeiros foi excepcional, mas a crise do excesso de dívida não acabou. Chegou a hora de observar tanto a volatilidade quanto o desapontamento.
Por que a dívida é uma ameaça
A crise financeira de 2008-2009 marcou o fim de duas décadas de expansão do crédito, deixando um mar de dívidas. Reduzir o fardo da dívida enfraquece o crescimento econômico e leva muito tempo. Além de aprofundar as tensões entre os países devedores e credores, como a Alemanha e a periferia da zonado euro, sobre quem deveria fazer o quê. Reduzir as dívidas prejudica os rendimentos dos investimentos porque cria um ambiente deflacionário: o crescimento econômico e de empregos está fraco, o sistema de crédito funciona mal e os preços dos bens sofrem. Há duas saídas para isso.
Uma rota é a austeridade. A dívida precisa ser paga ou renegociada, e às vezes perdoada, e os devedores precisam pagar suas dívidas. Mas a austeridade só funciona se a economia continuar crescendo. Se não, acabaremos numa “armadilha da dívida”. O fardo da dívida continua a crescer e a dívida pública se torna insustentavelmente grande. Isso pode levar a uma inadimplência desordenada, a imposição de controles financeiros inaceitáveis até então e, no extremo, ao colapso social e hiperinflação.
A Inglaterra e outros países devedores do ocidente ainda estão hesitando no caminho da austeridade – alguns mais rapidamente do que outros. Mas ainda estamos no início, e a perspectiva de crescimento econômico é muito incerta. Um ou dois países, sobretudo a Grécia, estão em risco de cair na armadilha da dívida.
Para ver as consequências para um país já em andamento, veja o caso do Japão, cuja crise da dívida emergiu em 1989. As dívidas privadas caíram drasticamente depois de 1997, mas por causa da fraqueza fundamental da economia, a deflação dos preços e a persistente inércia política, a dívida pública explodiu de cerca de 52% do PIB em 1989 para cerca de 220% hoje.
O único motivo pelo qual o Japão saiu das duas “décadas perdidas” foi por ser um país credor. Ele tem títulos estrangeiros que chegam a quase metade de sua renda nacional, e pode contar com uma grande quantidade de poupança doméstica. Mas essas forças podem se prejudicadas pelas consequências financeiras de uma população em rápido envelhecimento – que o ocidente também enfrenta agora, embora sem as credenciais financeiras do Japão.
“Desalavancar” restringe mercados financeiros
A chave para o que acontecerá nos mercados financeiros nos próximos anos é um ajuste fundamental conhecido como “desalavancar”. Este é um processo prolongado durante o qual as dívidas precisam ser reduzidas à medida que os preços dos títulos caem para evitar a inadimplência. Só depois que este ajuste acontecer os gastos normais e os empréstimos serão retomados.
Embora o sistema bancário tenha se fortalecido e se regulado novamente, o desalavancamento do sistema financeiro é um trabalho em andamento. Títulos bancários britânicos explodiram para mais de 9 trilhões de livras antes da crise, até um ponto em que chegaram a 45 vezes o valor do capital do banco (dando uma proporção de leverage – algo como potência de alavanca -- de 45 para 1). Os títulos desde então caíram em cerca de 1,5 trilhão de libras, e junto com o aumento exigido em capital, a proporção de leverage dos bancos caiu de volta para 25 para 1, o que ainda é alto. As mudanças regulatórias forçarão os bancos a ter proteções de capital ainda maiores para evitar perdas, o que significa custos mais altos e uma restrição persistente aos empréstimos.
A pressão regulatória ou prudente sobre os bancos tem uma contrapartida entre alguns dos maiores investidores, como fundos de pensão e companhias de seguro, que vêm retirando seu apoio dos mercados financeiros mais arriscados. Para os fundos de pensão, o aumento da expectativa de vida e as baixas taxas de juros impulsionaram as obrigações futuras, mas os mercados de ativos não acompanharam. Isso abriu déficits problemáticos que exigem apoio financeiro constante de patrocinadores corporativos às vezes cautelosos. Os fundos de pensão britânicos já cortaram seu valor de cerca de 70% em 2000 para apenas pouco mais de 50% e pesquisas indicam que isso cairá ainda mais. Companhias de seguros também estão sob pressão regulatória para manter mais títulos em forma líquida, incluindo títulos do governo.
Em direção ao topo?
Desalavancar é um processo difícil de controlar mas não precisa ser um deserto para os investidores. No último ano ou mais, alguns dos títulos mais arriscados, como o do dólar australiano, visto como um indicador do crescimento global, foi tão bem quanto os bens tradicionais como o ouro, o franco suíço e bens de consumo básicos como os das companhias de alimentos e bebidas. Esse fenômeno provavelmente não vai durar, mas mesmo que você acredite que a crise do débito expôs seus investimentos a um risco muito maior, ainda há coisas que você pode fazer.
Em vez de apoiar visões de consenso sobre os mercados, procure “temas” ponderados para investimento. Isso pode ser baseado em novas tecnologias que definirão nossas economias no futuro. Nem todos os mercados de imóveis são tóxicos, como mostram aqueles com características especiais como Londres, Paris e Genebra. Se você pensa que investir nos mercados emergentes é arriscado e carece de transparência, muitas companhias ocidentais se beneficiam explorando temas nos mercados emergentes, como o aumento da sofisticação tecnológica, aumentos da demanda de commodity e falta de água.
À medida que o débito trabalha no país e evolui no exterior, os mercados financeiros deverão ter períodos alternados de euforia e frustração. Mas só vá em direção ao topo se você achar que algum tipo de Armageddon econômico for iminente. Em todo caso, que tal barras de ouro em quantidades prontas para o transporte?
(George Magnus é conselheiro econômico sênior da UBS e autor de “Uprising: Will Emerging Markets Shape or Shake the World Economy?”)
Tradução: Eloise De Vylder

Pobreza nos EUA

13/09/2011 - 15h28

Número de pobres nos EUA chega a 46,2 milhões e bate recorde



Dados divulgados nesta terça-feira pelo escritório responsável pelo censo dos Estados Unidos revelam que o número de americanos vivendo na pobreza chegou a 46,2 milhões no ano passado, o número mais alto desde que os dados começaram a ser coletados, em 1959.

A taxa de pobreza no país aumentou de 14,3% em 2009 para 15,1% no ano passado, a mais alta desde 1993.

Segundo o censo, quase um em cada seis americanos vive na pobreza - definida como renda anual individual de até US$ 11,13 mil (aproximadamente R$ 18,8 mil) ou renda de até US$ 22,31 mil (cerca de R$ 37,68 mil) para uma família de quatro pessoas.

Os dados refletem a lenta recuperação da economia americana após a crise mundial, em um momento em que aumentam os temores de que o país mergulhe em uma nova recessão.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos é atualmente de 9,1%, patamar que vem se mantendo há cerca de dois anos e que, segundo o próprio governo, é elevado e não tem perspectivas de melhora no curto prazo.

Até agosto, 14 milhões de americanos estavam desempregados.

Classe média
No ano passado, o número de pobres também já havia chegado a um recorde, de 43,6 milhões de pessoas.

Desde então, outros 2,6 milhões de americanos caíram abaixo da linha da pobreza, no quarto ano consecutivo de crescimento.

No entanto, os novos dados também revelam o impacto das dificuldades econômicas sobre a classe média americana.

A renda dessas famílias caiu 2,3% em 2010, chegando a US$ 49,44 mil (cerca de R$ 83,51 mil).

Com o crescimento em ritmo cada vez menor, o dado reforça as dúvidas sobre a saúde da economia americana, na qual o consumo das famílias é o principal componente do PIB (Produto Interno Bruto).

Negros e hispânicos
Segundo o censo, a taxa de pobreza é ainda mais alta entre negros (27,4%) e hispânicos (26,6%) do que entre brancos (9,9%).

Entre crianças negras, a taxa de pobreza chega a 39%, mais de três vezes maior do que a registrada entre crianças brancas (12,4%).

O censo também revela que cerca de 50 milhões de americanos não tinham seguro saúde em 2010, mesmo patamar registrado no ano anterior.

Os dados foram divulgados poucos dias depois de o presidente Barack Obama ter proposto ao Congresso um plano de US$ 447 bilhões (cerca de R$ 755 bilhões) para combater o desemprego no país.

Há dúvidas, no entanto, sobre as chances de o plano ser aprovado no Congresso, em um momento de grande divisão política nos Estados Unidos e com a oposição republicana no controle da Câmara dos Representantes (deputados federais).

As dificuldades econômicas do país têm sido usadas como munição para críticas a Obama por parte dos republicanos que buscam a indicação do partido para concorrer à Presidência nas eleições do ano que vem.

Pesquisas de opinião indicam que a economia e o desemprego estão entre as maiores preocupações dos eleitores.



http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/09/13/numero-de-pobres-nos-eua-chega-a-462-milhoes-e-bate-recorde.jhtm

domingo, 4 de setembro de 2011

Paul Krugman: “Podemos estar perto de reviver a crise de 1930″


Para aqueles que conhecem a história da década de 1930, o que está ocorrendo agora é muito familiar. Se alguma das atuais negociações sobre a dívida fracassar, poderemos estar perto de reviver 1931, a bancarrota bancária mundial que alimentou a Grande Depressão. Mas se as negociações tiverem êxito, estaremos prontos para repetir o grande erro de 1937: a volta prematura à contração fiscal que terminou com a recuperação econômica e garantiu que a depressão se prolongasse até que a II Guerra Mundial finalmente proporcionasse o "impulso" que a economia precisava. O artigo é de Paul Krugman.


Paul Krugman é professor de Economia em Princeton e Prêmio Nobel 2008.
Tradução: Katarina Peixoto

Esta é uma época interessante, e digo isso no pior sentido da palavra. Agora mesmo estamos vivendo, não uma, mas duas crises iminentes, cada uma delas capaz de provocar um desastre mundial. Nos EUA, os fanáticos de direita do Congresso podem bloquear um necessário aumento do teto da dívida, o que possivelmente provocaria estragos nos mercados financeiros mundiais. Enquanto isso, se o plano que os chefes de Estado europeus acabam de pactuar não conseguir acalmar os mercados, poderemos ter um efeito dominó por todo o sul da Europa, o que também provocaria estragos nos mercados financeiros mundiais.

Somente podemos esperar que os políticos em Washington e Bruxelas consigam driblar essas ameaças. Mas há um problema: ainda que consigamos evitar uma catástrofe imediata, os acordos que vêm sendo firmados dos dois lados do Atlântico vão piorar a crise econômica com quase toda certeza.

De fato, os responsáveis políticos parecem decididos a perpetuar o que está sendo chamado de Depressão Menor, o prolongado período de desemprego elevado que começou com a Grande Recessão de 2007-2009 e que continua até o dia de hoje, mais de dois anos depois de que a recessão, supostamente, chegou ao fim. 

Falemos um momento sobre por que nossas economias estão (ainda) tão deprimidas. A grande bolha imobiliária da década passada, que foi um fenômeno tanto estadunidense quanto europeu, esteve acompanhada por um enorme aumento da dívida familiar. Quando a bolha estourou, a construção de residências desabou, assim como o gasto dos consumidores na medida em que as famílias sobrecarregadas de dívidas faziam cortes.

Ainda assim, tudo poderia ter ido bem se outros importantes atores econômicos tivessem aumentado seu gasto e preenchido o buraco deixado pela crise imobiliária e pelo retrocesso no consumo. Mas ninguém fez isso. As empresas que dispõem de capital não viram motivos para investi-lo em um momento no qual a demanda dos consumidores estava em queda.

Os governos tampouco fizeram muito para ajudar. Alguns deles – os dos países mais débeis da Europa e os governos estaduais e locais dos EUA – viram-se obrigados a cortar drasticamente os gastos diante da queda da receita. E os comedidos esforços dos governos mais fortes – incluindo aí o plano de estímulo de Obama – apenas conseguiram, no melhor dos casos, compensar essa austeridade forçada.

De modo que temos hoje economias deprimidas. O que propõem fazer a respeito os responsáveis políticos? Menos que nada. A desaparição do desemprego da retórica política da elite e sua substituição pelo pânico do déficit tem verdadeiramente chamado a atenção. Não é uma resposta à opinião pública. Em uma sondagem recente da CBS News/The New York Times, 53% dos cidadãos mencionava a economia e o emprego como os problemas mais importantes que enfrentamos, enquanto que somente 7% mencionava o déficit. Tampouco é uma resposta à pressão do mercado. As taxas de juro da dívida dos EUA seguem perto de seus mínimos históricos.

Mas as conversações em Washington e Bruxelas só tratam de corte de gastos públicos (e talvez de alta de impostos, ou seja, revisões). Isso é claramente certo no caso das diversas propostas que estão sendo cogitadas para resolver a crise do teto da dívida nos EUA. Mas é basicamente igual ao que ocorre na Europa.

Na quinta-feira, os “chefes de Estado e de Governo da zona euro e as instituições da UE” – esta expressão, por si só, dá uma ideia da confusão que se tornou o sistema de governo europeu – publicaram sua grande declaração. Não era tranquilizadora. Para começar, é difícil acreditar que a complexa engenharia financeira que a declaração propõe possa realmente resolver a crise grega, para não falar da crise europeia em geral. 

Mas mesmo que pudesse, o que ocorreria depois? A declaração pede drásticas reduções do déficit “em todos os países salvo naqueles com um programa” que deve entrar em vigor “antes de 2013 o mais tardar”. Dado que esses países “com um programa” se veem obrigados a observar uma estrita austeridade fiscal, isso equivale a um plano para que toda a Europa reduza drasticamente o gasto ao mesmo tempo. E não há nada nos dados europeus que indique que o setor privado esteja disposto a carregar o piano em menos de dois anos.

Para aqueles que conhecem a história da década de 1930, isso é muito familiar. Se alguma das atuais negociações sobre a dívida fracassar, poderemos estar perto de reviver 1931, a bancarrota bancária mundial que tornou grande a Grande Depressão. Mas se as negociações tiverem êxito, estaremos prontos para repetir o grande erro de 1937: a volta prematura à contração fiscal que terminou com a recuperação econômica e garantiu que a depressão se prolongasse até que a II Guerra Mundial finalmente proporcionasse o impulso que a economia precisava.

Mencionei que o Banco Central Europeu – ainda que, felizmente, não a Federal Reserve – parece decidido a piorar ainda mais as coisas aumentando as taxas de juros?

Há uma antiga expressão, atribuída a diferentes pessoas, que sempre me vem à mente quando observo a política pública: “Você não sabe, meu filho, com que pouca sabedoria se governa o mundo”. Agora, essa falta de sabedoria se apresenta plenamente, quando as elites políticas de ambos os lados do Atlântico arruínam a resposta ao trauma econômico fechando os olhos para as lições da história. E a Depressão Menor continua.



Fonte: Sinpermiso
Reprodução: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18112

domingo, 2 de maio de 2010

Grécia adota pacote econômico para diminuir déficit e ganhar ajuda da UE

O governo da Grécia anunciou neste domingo (2) ter aceito o plano de austeridade econômica proposto pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O anúncio foi feito em Atenas pelo ministro de finanças do país George Papaconstantinou. Com o acordo, a Grécia passa a adotar um pacote de medidas com o objetivo de cortar o déficit no orçamento orçamentário do país em 30 bilhões de euros nos próximos três anos.

O plano era uma condição prévia para que a Grécia tivesse acesso aos fundos internacionais de até 135 bilhões de euros que tentarão salvar o país da quebra.

"O programa implica um esforço fiscal de 11 pontos do PIB, ou seja, 30 bilhões de euros em três anos (até 2013), em adição ao anunciado no programa econômico para 2010", explicou o ministro.

"Estamos sendo chamados a fazer uma escolha. Uma escolha entre o colapso ou a salvação, entre enfrentar um difícil e ambicioso programa de três anos de consolidação fiscal e de reformas estruturais, ou então levarmos o país ao fim da linha", afirmou Papconstantinou.

O ministro disse que as medidas incluem um crescimento no imposto de valor agregado (IVA), um aumento de 10% nos impostos combustíveis, álcool e tabaco, além de uma redução de salários no setor público. O governo prevê agora que o país tenha uma contração de 4% do PIB em 2010 e 2,6% em 2011. O crescimento voltaria em 2012, com cerca de 1,1%.

A dívida grega é esperada para superar 140% do valor do PIB em 2013 e passará a diminuir a partir de 2014, afirmou  Papaconstantinou, para quem o objetivo da ajuda financeira da União Europeia é permitir que o país possa ter acesso o mais rápido possível aos  mercados financieros. "Em 2014 o déficit estará abaixo de 3%", assegurou.

A reunião que definiu o acordo foi transmitida ao vivo pela TV. No último sábado, durante as manifestações de 1º de Maio, milhares de pessoas saíram às ruas para protestar contra o plano, e foram registrados diversos confrontos entre manifestantes e a polícia.

Poucos minutos após o anúncio feito pelo ministro grego, o presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), o português José Manuel Durão Barroso, recomendou ativar a ajuda financeira ao país, medida que considera "decisiva" para a estabilidade da zona Euro e para recolocar a economia daquele país nos trilhos.

"A Comissão considera que se cumprem as condições para responder positivamente ao pedido do governo grego, e recomenda que se ative o mecanismo coordenado de ajuda à Grécia", declarou Barroso em um comunicado.

Fonte: Portal G1 de Notícias - Economia e Negócios

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Brasil foi um dos países que melhor reagiram à crise, diz estudo alemão

23/04/2010 - 16h58

Um estudo divulgado nesta sexta-feira pela fundação alemã Bertelsmann diz que o Brasil está entre os países que reagiram de maneira mais efetiva à crise financeira internacional e elogia os programas sociais do governo Lula.

A pesquisa mostra como 14 países desenvolvidos e em desenvolvimento reagiram à crise, entre eles Brasil, Alemanha, China, Grã-Bretanha, Estados Unidos, Índia e Turquia. Um grupo de especialistas analisou a rapidez e a eficiência das medidas tomadas pelos governos para estabilizar a economia de cada país.

Segundo a fundação Bertelsmann, os países em desenvolvimento reagiram melhor aos problemas financeiros do que as nações industrializadas. "Esses países aprenderam com as diversas crises pelas quais passaram nas últimas décadas", diz o estudo.

"Os países em desenvolvimento sanearam seus orçamentos antes da crise e por isso puderam tomar medidas rápidas e eficientes para reativar a economia", diz Sabine Donner, responsável pela pesquisa.

Em consequência disso, países como Brasil, China e Índia teriam agora uma posição melhor no mercado mundial do que antes da crise, disse Donner: "Agora são esses países que estão reavivando a economia mundial".

Programas sociais

O estudo elogia o modo como o governo estabilizou as finanças do Estado e controlou o setor bancário durante a crise.

Além disso, a demanda interna teria ajudado o país a contornar a crise. Isso se deveria em parte às reformas e aos programas sociais do governo Lula, que teriam aumentado a renda média dos brasileiros, permitindo um aumento do mercado consumidor, diz a pesquisa.

Outro ponto positivo para o Brasil teria sido o mercado de ações regulamentado, menos afetado pelas especulações com títulos hipotecários americanos que deram origem à crise mundial.

Quanto aos países industrializados, a pesquisa mostra que a Alemanha combateu melhor os efeitos da crise do que os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, que teriam reagido tarde demais.

Entre os quesitos analisados pelo estudo estão o foco dos pacotes financeiros, o tempo que levou para serem efetivados e o alcance das medidas.

Um aspecto comum a todos os pacotes contra a crise foi que "em vez de uma ação coordenada com outros países, as reações à crise foram quase todas de caráter nacional", disse Hauke Hartmann, da fundação Bertelsmann.

FONTE: Economia UOL

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2010/04/23/brasil-foi-um-dos-paises-que-melhor-reagiu-a-crise-diz-estudo-alemao.jhtm

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

OIT vê emprego no Brasil como um dos menos afetados na A.Latina

Lima, 11 jan (EFE).- O Brasil foi um dos países menos afetados na América Latina pela crise financeira internacional em relação a índice de desemprego, que segundo um relatório divulgado hoje pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) passou de 7,5% para 8,4% em um ano na região.

De acordo com o estudo divulgado pela OIT em Lima, a crise econômica custou 2,2 milhões de postos de trabalho no ano passado na América Latina e no Caribe.

O organismo indicou que a taxa de desemprego aumentou em 2009 em 12 dos 14 países estudados. Só se salvaram Peru e Uruguai, onde houve uma leve diminuição, de 8,6% e 7,9% em 2008 para 8,5% e 7,5% em 2009, respectivamente.

Os menores aumentos foram em Brasil (de 8,1% em 2008 para 8,4% em 2009), Trinidad e Tobago (de 5,0% para 5,1%) e Venezuela (de 7,7% para 8,0%).

A OIT prevê que a porcentagem para a América Latina, que reflete os 18,1 milhões de desempregados atuais, possa cair levemente em 2010, para 8,2%.

Os maiores aumentos foram observados em Barbados, onde o desemprego subiu de 8,3% em 2008 a 10% em 2009, Costa Rica (de 4,9% a 7,8%), Chile (de 7,9 a 10%), Equador (6,85 a 8,7%) e México (de 3,9% a 5,5%).

Na Colômbia, a taxa de desemprego aumentou entre 2008 e 2009 de 11,5% para 12,3%, enquanto neste mesmo período passou na Argentina de 8,1% a 8,8% e no Panamá de 5,6 a 6,6%. O documento não apresenta dados sobre a Bolívia.

A crise financeira internacional não atingiu a América Latina e o Caribe como se esperava, mas a taxa de desemprego deste ano representou um retrocesso na região, onde o índice tinha recuado dos 11,4% de 2002 para 7,5% em 2008.

O diretor regional da OIT, Jean Maninat, disse que aumentou na região o emprego informal (sem proteção social, nem direitos trabalhistas), uma forma de trabalho "que continua sendo um refúgio frente ao desemprego".

"De cada dez empregos criados (em 2009), seis foram no setor informal", explicou Maninat ao insistir que o mercado de trabalho da região "se caracteriza pela alta informalidade".

Maninat ressaltou que "antes da crise já havia outra crise, de pobreza, informalidade e subemprego, desenvolvimento insustentável e déficit de trabalho decente".

Por isso, recomendou que os Estados da região coloquem o emprego "como centro das políticas econômicas" e fomentem o diálogo social e a criação de empresas sustentáveis.

Por sua vez, o diretor do Sistema de Informação Laboral para a América Latina e Caribe (Sialc), Miguel Del Cid, disse hoje que se observou em muitos países um "enfraquecimento da capacidade de suas economias de criar emprego assalariado".

Segundo ele, a taxa de ocupação caiu de 54,9% para 54,3% entre 2008 e 2009.

Del Cid indicou que o emprego informal total aumentou 2,1% em 2009 frente ao ano anterior, enquanto o emprego informal em empresas formais diminuiu 1,6% e o trabalho formal caiu 0,5%.

O relatório da OIT também indicou que em 2010 a região crescerá em média 4,1%, segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), por isso se prevê que o desemprego cederá paulatinamente este ano e "poderá situar em torno de 8,2% da força de trabalho".

A redução de 0,2 ponto na taxa de desemprego de 2010 em relação a 2009 (de 8,4% a 8,2%) não é significativa dado que o número absoluto de desempregados se manterá perto dos 18 milhões, como diz o documento.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2010/01/11/oit-ve-emprego-no-brasil-como-um-dos-menos-afetados-na-alatina.jhtm