sexta-feira, 28 de junho de 2013

Governo não pretende adotar novas medidas de estímulo, diz Mantega

29/05/2013 11h53 - Atualizado em 29/05/2013 12h44


Ministro destaca forte crescimento dos investimentos no 1º trimestre. Ele admitiu, no entanto, PIB do ano não deve chegar aos 3,5% previstos. 

Alexandro Martello (Do G1, em Brasília)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, declarou nesta quarta-feira (29) que o governo não adotará novas medidas de estímulo à economia, apesar do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo do esperado por economistas.

"Já fizemos várias medidas de estímulo. Do ponto de vista da taxa de juros, é a mais baixa dos últimos tempos. Não pretendemos fazer estímulo ao consumo, que tem de se recuperar a partir do dinamismo dos investimentos. Os estímulos ao investimento estão todos em cima da mesa. Não prevemos novos estímulos", declarou ele.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quarta-feira (29) que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,6% no primeiro trimestre deste ano, contra os três últimos meses do ano passado, valor que ficou abaixo do esperado por economistas ouvidos pelo G1, que estimavam aumento entre 0,8% e 1%, e também da prévia do PIB do Banco Central, que avançou 1,04%. Em todo o ano de 2012, a economia do país cresceu 0,9%.

 Programa de desonerações continua
Segundo Mantega, o programa de desonerações adotado pelo governo brasileiro terá continuidade. A previsão para este ano, que inclusive já consta no orçamento revisado de 2013, é de R$ 72 bilhões em reduções de tributos.

"Os estímulos que foram tomados continuarão exercendo efeito. A desoneração da folha entrou em vigor plenamente mais agora. Começou em 2012, mas agora são mais setores que estão nesta desoneração. Igualmente para outras medidas cuja eficácia vai se fazer sentir ao longo deste ano", afirmou.

'Qualidade' do crescimento
Apesar do fraco resultado do PIB, Mantega destacou que sua "qualidade melhorou", uma vez que a expansão do PIB foi puxado pela expansão dos investimentos – que avançaram 4,6% no primeiro trimestre, o maior crescimento desde o primeiro trimestre de 2010, quando a alta foi de 4,7%.


"Um forte crescimento dos investimentos é o que puxou o crescimento do PIB neste primeiro trimestre, o que significa um crescimento de qualidade na economia. Significa que os estímulos que temos dado têm surtido efeito. O investimento deixou para trás o consumo, que cresceu menos neste primeiro trimestre", avaliou ele, acrescentando que a presidente Dilma Rousseff ficou "muito satisfeita" com o resultado dos investimentos.

Previsão para o PIB cairá
O ministro da Fazenda também admitiu que a economia brasileira não deverá crescer no ritmo de 3,5% neste ano – que está contido no orçamento federal de 2013 – e que este valor certamente será revisado para baixo.

Entretanto, de acordo com ele, a expansão será maior do que os 0,9% registrados em 2012. Ele não citou, porém, um valor para a nova previsão. A taxa de crescimento da economia de 0,6% no primeiro trimestre deste ano, segundo ele, representa uma expansão anualizada de 2,2% do PIB brasileiro.

"Estávamos em 3,5% [no orçamento], mas certamente vamos rever esse número. Não posso olhar só para o primeiro trimestre. Tenho de olhar para os trimestres sucessivos. Estamos no meio do segundo trimestrre e os dados são muito bons, principalmente de abril", declarou ele.

PIB dos países no 1º trimestre de 2013 (Foto: Editoria de Arte/G1)

Comparação internacional
Mantega também avaliou que o crescimento da economia brasileira aconteceu em um cenário internacional "adverso" – o que dificulta as exportações nacionais, principalmente de produtos manufaturados (industrializados). "Como crescemos mais do que boa parte doa países,  importamos mais e exportamos menos", acrescentou.

Na comparação com outros países, ainda segundo o ministro da Fazenda, o Brasil foi um dos "poucos países" que manteve o crescimento.

"Os países emergentes, com o México e Chile, tiveram desaceleração. Tivemos crescimento maior do que os países da Zona do Euro. Os Estados Unidos foram um dos poucos países com crescimento maior no primeiro trimestre do que no quarto. Na comparação internacional, diria que o Brasil está bem", concluiu ele.

Fonte: 
 http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/05/governo-nao-pretende-adotar-novas-medidas-de-estimulo-diz-mantega.html

BOX: Entenda como é calculado o PIB

Indicador é a soma de tudo o que é produzido no país durante um período.
Conta é feita pelas óticas da oferta e da demanda.

O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma do valor de tudo o que é produzido no país durante um determinado período. Na conta, entram todos os tipos de bens e serviços, do cafezinho ao avião. Mas não entram no cálculo os bens já existentes antes do período (uma casa já construida, por exemplo) – assim, o valor do PIB representa o quanto a economia do país produziu, não o quanto ela “vale”.

O cálculo do PIB é feito por dois “lados”: a oferta e a demanda – que, ao final, devem chegar ao mesmo valor.

De um lado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), soma tudo o que é produzido na agropecuária, na indústria e no setor de serviços. Um mesmo produto, no entanto, não conta duas vezes: assim, o pão entra na conta, mas a farinha usada para produzi-lo, não.

Na outra ponta, é somado o que é gasto: pelas famílias, pelo governo e em investimentos, como a compra de máquinas pelas empresas. Exportações e importações também entram nessa conta – mas as importações, como representam dinheiro “saindo” do país, contam negativamente.

Os números do PIB são divulgados pelo IBGE até 90 dias depois do fechamento do ano (ou de um trimestre). Mas o dado definitivo só sai dois anos depois, quando são incorporados dados mais completos sobre renda.

Segundo os economistas, o PIB cresce quando há um equilíbrio entre os “ingredientes”: se há mais investimentos, são gerados mais empregos, mais empresas são abertas, e aumentam a renda e o consumo das famílias.


Fonte: 
http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/06/entenda-como-e-calculado-o-pib.html

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