05/07/2010 - 12h12
Preço da cesta básica cai em 16 de 17 capitais pesquisadas, aponta Dieese
Alex Rodrigues, da Agência Brasil
Puxada principalmente pela redução do preço da batata, a tendência de queda dos preços da cesta básica medidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) se confirmou em junho, quando o custo médio ficou abaixo do valor registrado em maio.
Segundo o Dieese, os preços do conjunto de itens essenciais caíram em 16 das 17 capitais pesquisadas. As maiores reduções ocorreram em Manaus (-5,1%), Rio de Janeiro (-5%) e Vitória (-4,8%). Somente em Goiânia foi registrado aumento de preços da cesta básica (+ 5,2%) em comparação ao mês anterior, resultado atribuído, sobretudo, à alta do feijão.
Em todas as cidades pesquisadas, os moradores pagaram mais em junho do que em janeiro pelos mesmos produtos. As maiores variações foram registradas em Recife (21,8%), Goiânia (16,8%), Natal (13,8%), João Pessoa (13,6%) e Salvador (13,4%).
As capitais onde a cesta básica custa mais caro são São Paulo (R$ 249,06), Porto Alegre (R$ 248,15) e Manaus (R$ 236,57). Já as cidades mais baratas são Fortaleza (R$ 181,92), Aracaju (R$ 184,17) e João Pessoa (R$ 193,94).
Considerando o maior custo registrado (R$ 249,06) e o preceito constitucional de que o salário mínimo deve ser suficiente para que um trabalhador supra as necessidades familiares com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima que o salário mínimo, em junho, deveria ser de R$ 2.092,36 (quatro vezes maior do que o valor atual, de R$ 510). Em maio, o departamento havia apontado a necessidade de o trabalhador receber R$ 2.157,88 ao mês.
Tomando mais uma vez São Paulo por base, os pesquisadores calcularam que o brasileiro teve que trabalhar, em média, 94 horas e 56 minutos para ganhar os R$ 249,06 necessários à aquisição dos itens considerados essenciais: carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, tomate, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Menos tempo, portanto, do que as 97 horas e 39 minutos registradas em maio deste ano. Mas ainda acima das 90 horas e 14 minutos que o trabalhador cumpria em junho de 2009 para adquirir os mesmos itens da cesta básica.
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