sexta-feira, 23 de julho de 2010

Abrir empresa no Brasil custa o triplo da média dos demais Brics, diz Firjan

O custo de abertura de uma empresa no Brasil chega a R$ 2.038, de acordo com estudo divulgado hoje pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). O montante representa o triplo do valor cobrado na média de Rússia, China e Índia, de R$ 672.

Junto com o Brasil, estes países compõem a sigla Brics, criada pelo economista Jim O'Neill em referência a economias em desenvolvimento que se destacaram pelo rápido crescimento.

Na América do Sul, o custo mais baixo foi verificado na Colômbia, onde a abertura de um negócio sai por R$ 1.213.

Na prática, para abrir uma empresa no Brasil é necessário pagar de 12 a 16 taxas e obter 43 documentos.

Em todo o país, Sergipe é o local mais caro para abrir um negócio, com custo estimado de R$ 3.597. O mais barato é a Paraíba, com custo de R$ 963. São Paulo é o sétimo local mais em conta para abrir uma empresa.

De acordo com a pesquisa, os gastos com advogados representam em média 35% dos custos, seguido pelo alvará do Corpo de Bombeiros (25%) e do alvará de funcionamento (11%).

A diferença de custos não se restringe a pequenas e microempresas. A variação dos gastos para a abertura de empresas de médio e grande porte chega a 431% no país por conta das diferenças em itens como registro na junta comercial, alvará de funcionamento e gastos com cartório, entre outros. Na média do país, o custo de abertura para uma empresa de médio porte fica em R$ 2.468.

A Firjan destaca, entre os aspectos negativos no setor, a ausência de uma agenda de reformas para desburocratização do processo de abertura de empresas. Além disso, afirma que é necessário adotar um único número de registro da empresa e incentivar a participação em associações internacionais de registro comercial.

De outro lado, entre os aspectos positivos, a federação cita a não exigência de capital mínimo, a disponibilidade de informações e serviços na internet e a criação de uma central de atendimento ao cidadão, como o Plantão Fiscal, da Secretaria de Fazenda.

A metodologia usada na pesquisa incluiu o levantamento dos procedimentos para abertura de empresas com os órgãos envolvidos, checagem dos valores das taxas cobradas e comparação do custo no Brasil com o de outros países.

Fonte: Folha.com - Mercado

Um comentário:

  1. Achei esta notícia interessante porque me interesso pela área empresarial e pretendo futuramente montar meu próprio negócio. A notícia nos chama atenção para o rígido e ineficaz regime burocrático que o governo impõe àqueles que querem construir sua empresa. As inúmeras taxas e impostos que o governo exige, faz o possível empresário desistir de seu negócio antes mesmo de começar. De acordo com um palestrante que falava sobre plano de negócios, um empregado, ganhando um salário mínimo, custa na verdade, em torno de R$ 1.000,00 para o empresário. É por esse motivo que muitos não seguem as regras, como realmente deve ser seguida.
    Acho que esse regime deve ser repensado para que a economia brasileira tenha a eficiência necessária para ser comparado com a economia dos grandes países.

    Por Ítalo Anderson Taumaturgo

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