quarta-feira, 28 de julho de 2010

Crescimento econômico no Cariri

Walmart investe R$ 30 milhões em Juazeiro do Norte

28 de julho de 2010 - 14:37 - Por TM

Nova loja da bandeira Hiper Bompreço vai gerar 200 empregos diretos e movimentar negócios de varejo no Ceará
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Grupo compreende uma das maiores redes de supermercados do país. Foto: Creativecow
O Walmart Brasil vai investir R$ 30 milhões em sua primeira loja da rede em Juazeiro do Norte. Até o final do ano, será aberto o Hiper Bompreço, um hipermercado que irá comercializar mais de 40 mil itens.
O Hiper Bompreço em Juazeiro do Norte irá gerar cerca de 200 empregos diretos e será construído numa área total de 22,4 mil metros quadrados, no bairro Triângulo.
A construção da nova unidade em Juazeiro, cujas obras já iniciaram, reforça a importância da cidade e do estado do Ceará para as operações do Walmart no País.
Atualmente, o Walmart conta com oito lojas no estado do Ceará, sendo sete na capital cearense e uma em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza.
Só no ano passado, foram investidos R$ 100 milhões na construção de quatro novas lojas – 1 Sam’s Club, 1 Maxxi Atacado e 2 Bompreço – o que fez do Ceará o estado do País que mais recebeu investimentos do Walmart em 2009.
A loja Hiper Bompreço que será erguida em Juazeiro irá comercializar 40 mil itens entre alimentos e não-alimentos, incluindo eletroeletrônicos, bazar, setor automotivo, têxtil, livros e CDs, entre outros. Produtos frescos da padaria, rotisseria e açougue são outros itens que serão disponibilizados aos clientes. A unidade irá oferecer ainda serviços financeiros como pagamento de contas, recarga digital de celular e venda de vale-gás.
A nova unidade será construída nos moldes da sustentabilidade, envolvendo iniciativas que gerem menor impacto no meio ambiente. As práticas vão desde a gestão ambientalmente responsável de resíduos sólidos, energia e água, até o uso de materiais recicláveis e certificados. Outra iniciativa é estimular o consumo consciente e a adoção da reciclagem dos produtos.
Doação de plantas – Seguindo a política de sustentabilidade, a empresa irá doar 800 mudas de árvores Ipê para escolas da rede municipal como forma de promover a conscientização ambiental e estimular os moradores a tornarem a cidade ainda mais verde. Além disso, cartilhas educativas sobre o tema serão disponibilizadas pelo Walmart à prefeitura para serem entregues aos alunos.
No País, o Walmart Brasil conta com 447 lojas em funcionamento em 18 estados mais o Distrito Federal, sendo 187 no Nordeste. No Ceará são oito lojas, sendo sete na capital cearense e uma em Maracanaú, região metropolitana de Fortaleza. Com a nova loja, a empresa passa a contar com 9 lojas no Estado.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O que acontece no Brasil

Agenda econômica da semana

Por Adriano Dutra Teixeira
  • Segunda:
A Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) apresentará o saldo da Balança Comercial Semanal. O saldo semanal é definido por:
Saldo Comercial = Exportações (semanais) − Importações (semanais)
O BACEN divulgará a nota para a imprensa do setor externo. Seu conteúdo é subdividido em três partes: Balanço de Pagamentos, Reservas Internacionais e Dívida Externa.
  • Terça:
O BACEN divulgará a nota para a imprensa da Política Monetária e operações de crédito  contendo uma análise da evolução dos Agregados Monetários. Também serão apresentadas as Operações de crédito do sistema financeiro, taxa de juros e spreads aplicados, a Distribuição setorial do crédito e as Operações com recursos livres.
Será divulgado o Resultado do Tesouro Nacional, uma publicação mensal do Tesouro Nacional. O relatório apresenta o detalhamento das contas públicas, com destaque ao desempenho da Previdência. O mesmo também apresenta a evolução da dívida líquida do Tesouro Nacional.
  • Quarta:
O BACEN divulgará a nota para imprensa da Política Fiscal com os Resultados Fiscais (resultado primário do setor público não-financeiro), a Dívida Mobiliária Federal e a Dívida líquida do setor público.
A FGV divulgará a Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação com indicações sobre o estado geral da economia nacional e suas tendências.
Nos EUA será divulgado o Beige Book, um relatório sobre a atualidade econômica norte americana, publicado pelo FED.
  • Quinta:
A FGV divulgará o IGP-M de julho.
Referências: SECEX: http://www.mdic.gov.br/sitio/ ; IBGE: http://www.ibge.gov.br/home/; FGV-IBRE:http://portalibre.fgv.br/ ; Tesouro Nacional: http://www.tesouro.fazenda.gov.br/ ; BACEN:http://www.bcb.gov.br/
FONTE: PROSA ECONÔMICA - http://prosaeconomica.wordpress.com/

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Abrir empresa no Brasil custa o triplo da média dos demais Brics, diz Firjan

O custo de abertura de uma empresa no Brasil chega a R$ 2.038, de acordo com estudo divulgado hoje pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro). O montante representa o triplo do valor cobrado na média de Rússia, China e Índia, de R$ 672.

Junto com o Brasil, estes países compõem a sigla Brics, criada pelo economista Jim O'Neill em referência a economias em desenvolvimento que se destacaram pelo rápido crescimento.

Na América do Sul, o custo mais baixo foi verificado na Colômbia, onde a abertura de um negócio sai por R$ 1.213.

Na prática, para abrir uma empresa no Brasil é necessário pagar de 12 a 16 taxas e obter 43 documentos.

Em todo o país, Sergipe é o local mais caro para abrir um negócio, com custo estimado de R$ 3.597. O mais barato é a Paraíba, com custo de R$ 963. São Paulo é o sétimo local mais em conta para abrir uma empresa.

De acordo com a pesquisa, os gastos com advogados representam em média 35% dos custos, seguido pelo alvará do Corpo de Bombeiros (25%) e do alvará de funcionamento (11%).

A diferença de custos não se restringe a pequenas e microempresas. A variação dos gastos para a abertura de empresas de médio e grande porte chega a 431% no país por conta das diferenças em itens como registro na junta comercial, alvará de funcionamento e gastos com cartório, entre outros. Na média do país, o custo de abertura para uma empresa de médio porte fica em R$ 2.468.

A Firjan destaca, entre os aspectos negativos no setor, a ausência de uma agenda de reformas para desburocratização do processo de abertura de empresas. Além disso, afirma que é necessário adotar um único número de registro da empresa e incentivar a participação em associações internacionais de registro comercial.

De outro lado, entre os aspectos positivos, a federação cita a não exigência de capital mínimo, a disponibilidade de informações e serviços na internet e a criação de uma central de atendimento ao cidadão, como o Plantão Fiscal, da Secretaria de Fazenda.

A metodologia usada na pesquisa incluiu o levantamento dos procedimentos para abertura de empresas com os órgãos envolvidos, checagem dos valores das taxas cobradas e comparação do custo no Brasil com o de outros países.

Fonte: Folha.com - Mercado

quarta-feira, 21 de julho de 2010

França busca novos laços com o Ceará

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Saint-Geours: "sensibilidade já foi feita. Agora, virão os próximos passos"
FOTO: TUNO VIEIRA
Embaixador francês no Brasil procurou conhecer investimentos em infraestrutura, visando parceria entre portos

O embaixador da França no Brasil, Yves Saint-Geours, esteve, ontem, em Fortaleza, durante visita oficial ao Ceará, para estreitar relações culturais e econômicas entre ambos os povos.

Ele foi recebido pelo governador do Estado em exercício, Francisco Pinheiro, no Palácio Iracema, onde externou o objetivo de ajudar na criação de novas parcerias com o Estado, além das já existentes com empresas francesas, especialmente, na produção de frutas e hortaliças, setor de mineração. Existe a intenção, também, em desenvolver uma parceira entre os Portos cearenses e os do país europeu.

O embaixador almoçou com o presidente da Fiec, Roberto Macêdo, representantes da Cearaportos, da Agência de Desenvolvimento do Estado (Adece) e outros empresários. Foram apresentados a ele algumas das obras de infraestrutura realizadas nos últimos anos e a projeção de novos investimentos que deverão ficar concluídos, futuramente. "É muito claro que a economia cearense está mudando rapidamente, um crescimento forte, que procura utilizar bem as vantagens da localização do Ceará, através dos investimentos em portos, rodovias e recursos humanos. São desafios do começo de uma história. E é isso que vou procurar transmitir para as autoridades francesas. Os encontros foram verdadeiramente úteis". Para o embaixador, o ano da França no Brasil ajudou a aproximar milhares de brasileiros da cultura e economia moderna da França e mostrar os estados brasileiros aos europeus. "O que queremos é intensificar esse troca cultural e econômica já existente. A sensibilização foi feita".

Conhecimento científico

O representante do governo francês esteve na Unifor, onde reiterou a importância da parceria entre a universidade com instituições acadêmicas de seu país. "O intercâmbio universitário já existe, desde muito tempo. Temos uma base forte de troca de estudantes e pesquisadores com os institutos científicos franceses. Mas a intenção é ampliar mais", ratificou.

Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Negócios

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Boa notícia para a Sociedade! Ponto para os contadores!

Planeta Urgente
José Eduardo Mendonça


14/07/2010 às 10:04Contabilidade vai considerar impacto ambiental

Novas regras tornarão empresas mais transparentes   
Empresas poderão ser obrigadas a publicar detalhes de seus impactos sociais e ambientais junto com seus relatórios financeiros, de acordo com novas regras em discussão com as organizações que estabelecem padrões de contabilidade.
Notícias da iniciativa, que significaria que empresas terão de prestar conta dos impactos que têm sobre qualidade da água local, plantas e animais, surgiram junto com a publicação ontem de um relatório da ONU sobre o assunto. Ele adverte que empresas estão causando vastos danos ao "tecido vivo deste planeta", criando ameaças à sociedade e a seus próprios lucros - e que as oportnnidades de negócios para fazer dinheiro com a melhora do ambiente deverão quadruplicar na próxima década.
"Tudo se trata de negócios," disse Josh Bishop, autor do relatório e economista chefe da União Internacional pela Conservação da Natureza. "As pessoas pensam em indústrias primárias, como agricultura, indústria, talvez mineração, petróleo e gás. Mas temos de deixar claro que este relatório também diz respeito ao comércio e serviços financeiros, turismo e contabilidade".
A exposição das empresas a tal escrutínio pode motivar outras companhias a "seguir o líder" na monitoração e melhora de suas operações, diz o Guardian.

6º Fórum Econômico Mundial da América Latina

Rio de Janeiro será a sede do Fórum Econômico Mundial da América Latina em 2011

DE SÃO PAULO
O 6º Fórum Econômico Mundial da América Latina será realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 27 e 29 de abril de 2011. A previsão é que cerca de 500 líderes de empresas, governos e sociedade civil da região latino-americana estejam presentes ao encontro.
O fórum 2011 deve criar um diálogo para identificar as principais dinâmicas regionais e tendências internacionais que definem a região e sua posição global na próxima década. Com uma variedade de formatos, a reunião deve analisar o papel da América Latina no futuro da nova ordem econômica global, da tecnologia da informação e telecomunicações, transporte e turismo.
"O Brasil é um dos pilares do desenvolvimento econômico do mundo no futuro, e a participação dos membros do Fórum Econômico Mundial de 2001 na cidade do Rio de Janeiro será muito importante para conhecer o novo governo brasileiro e debater os desafios e as oportunidades futuras do Brasil e da América Latina", afirma André Schneider, diretor-geral e executivo-chefe de operações do Fórum Econômico Mundial.
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), disse que é "cada vez mais evidente o reconhecimento internacional" de que a economia no país é "pujante". "O crescimento expressivo, nos últimos anos, do número de eventos internacionais de negócios, como o Fórum Econômico Mundial para a América Latina, é um sinal claro de que a percepção do empresariado internacional sobre nosso Estado está mudando, para melhor. Será um grande prazer sediar esta edição latino-americana. Orgulho que, na verdade, é de toda a população brasileira", afirmou Cabral.
EMPREENDEDOR SOCIAL
O vencedor do Prêmio Empreendedor Social 2010, parceria da Fundação Schwab e da Folha de S.Paulo, participará com todas as despesas pagas do Fórum Econômico Mundial da América Latina. Nele, os empreendedores sociais participam da elaboração de projetos para resolver problemas regionais importantes, em áreas como saúde, educação, emprego, ambiente e habitação. Os vencedores beneficiam-se também dos contatos que estabelecem com líderes de empresas, governos e sociedade civil aos quais dificilmente teriam acesso.

Associativismo no Sertão

REDE AMEQ

Pequenos comerciantes buscam fortalecimento

14/7/2010 Clique para Ampliar
PEQUENOS SUPERMERCADISTAS de Quixadá apostam no associativismo e filiação à Acesu como mecanismo de incrementação dos negócios 
ALEX PIMENTEL
Comerciantes de Quixadá apostam no associativismo para consolidar e expandir mercadinhos

Quixadá. Cartão de crédito independente e melhor preço no varejo. Em busca do fortalecimento de um dos setores econômicos mais importantes da região, a Associação dos Mercadinhos de Quixadá, a Rede Ameq, acaba de se filiar à Associação Cearense dos Supermercadistas (Acesu). Com a filiação, a direção da Ameq pretende triplicar o número de associados e disponibilizar para o consumidor o serviço de crédito encontrado somente nas grandes redes do setor. O pacote inclui uma série de outras vantagens, dentre as quais melhores condições de negócio com os fornecedores.

Durante a filiação, realizada no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Quixadá, o presidente da Acesu, Aníbal Feijó, apontou o associativismo como alternativa de sobrevivência para o varejo, principalmente, dos mini mercados. "Ou a gente se prepara ou seremos engolidos", disse o empresário para os associados da Ameq e grupos de comerciantes de Iguatu e Morada Nova. Para ele, associativismo, participação e gestão são palavras chaves no competitivo mundo varejista.

No encontro, Feijó destacou algumas conquistas da Acesu, dentre as quais ações jurídicas garantindo o funcionamento dos supermercados nos domingos e feriados e a isenção da etiqueta no frango congelado. Agora, em Fortaleza, patrões e empregados podem negociar o trabalho extra. Quanto aos frangos, mantidos no freezer por período prolongado, além do selo descolar facilmente, clientes costumam circular com o produto no carrinho durante toda a compra havendo perda de 5 a 10% no peso.

O presidente da Acesu elogia o auxílio do Sebrae principalmente aos pequenos empresários. Na opinião dele, graças à criação das Centrais de Negócios, articuladas pelo Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o setor de varejo de alimentos se fortaleceu nos últimos anos. A prova está na criação das Redes de Compra. "Foi o Sebrae quem criou a primeira delas no nosso Estado, a Unisuper, hoje Superede. Quixadá é o mais novo exemplo de sucesso dessa ideia de inovação empresarial", completou Feijó.

Segundo o presidente da Rede Ameq, Anderson Ferreira, mais de 50% das compras realizadas nos mercadinhos de Quixadá são fiado. Como o acerto é na caderneta ou no vale, não tem nenhuma garantia. A inadimplência praticamente não existe, mas o modelo de crédito informal compromete o capital de giro dos pequenos. O cartão será a garantia formal, jurídica, para a cobrança. Além de segurança, viabilizará fundo de caixa para os comerciantes. Empresários e clientes serão beneficiados, estima Ferreira.

Os consumidores de Quixadá aprovam a iniciativa. A dona-de-casa e professora Anunciada Ribeiro reconhece a dívida no mercadinho da esquina. "O dono tem paciência. Ele sabe que salário de quem ganha a vida dentro da sala de aula não é lá essas coisas. A gente paga o atrasado e leva mais outro bocado, sem saber ao certo o tamanho da dívida. O cartão de crédito dos mercadinhos com certeza vai evitar desconfianças de ambas as partes e dar mais segurança para quem vende. Eu sei que a conta de quem não paga acaba sobrando para o bom cliente". Quixadá possui cerca de 500 mercadinhos. Apenas 15 deles optam pelo associativismo.

MAIS INFORMAÇÕES 
Rede Ameq: (88) 3412.9775
Acesu : (85) 3246.4411
Sebrae Quixadá: (88) 3412.0991

Central de Negócios é uma boa ideia

Raimundo Lima Filho
lima@ce.sebrae.com.br

De um modo geral, as organizações estão atravessando um período de grande transformação estrutural, buscando desenvolver uma competição global por meio de melhor tecnologia e gestão ao adotar um sistema de gerência compartilhada e implantando estruturas em centrais que possibilitam melhor conexão de negócios e processos. Todas essas mudanças nas empresas exigem empreendedores e administradores muito mais eficientes e eficazes. Diante disso, o Sebrae/CE incentiva a criação e formação de Centrais de Negócios, que consistem na cooperação entre os empresários e empreendedores de um modo estruturado e continuado de ações convergentes, que buscam ampliar os seus negócios pelos benefícios conjuntos geridos devido à união, à força e compartilhamento de soluções. Outro ponto importante é a necessidade de contar com a assessoria externa, principalmente nas áreas jurídicas e contábeis, e projetos de viabilidade econômica e financeira. Com o tempo, o grupo envolvido na implantação da Central de Negócios consegue adquirir conhecimentos e capacitação de gestão empresarial para fazer o gerenciamento adequado dos recursos disponíveis. Criar uma Central de Negócio é um trabalho de construção de médio prazo que exige participação de grupo, troca de experiências, debates, iniciativas e vontade de construir em conjunto.

Técnico do Sebrae e administrador de empresas

Alex Pimentel
Colaborador

ARTIGO - Delfim Netto

O segundo tombo
14/07/2010 10:50:15




O crescimento dos níveis de pobreza nos desenvolvidos mantém a economia mundial sob estresse. 
O próximo ato da crise pode ser ainda mais trágico 


Nesta primeira semana de julho, as várias tribos de economistas deste nosso espaço globalizado foram chamadas a se manifestar sobre o ceticismo do respeitado professor Roberto Shiller quanto à recuperação dos países da Eurolândia atingidos pela segunda crise financeira provocada pela irresponsabilidade fiscal dos governos, aliada às patifarias dos mercados financeiros. 

Numa recente entrevista, ele revelou sua frustração diante da falta de confiança que existe nos países desenvolvidos quanto a uma resposta positiva à crise na maioria das economias europeias. O professor Shiller acredita que é maior que 50% a probabilidade de que o mundo entre em um novo período de recessão por conta dessa crise europeia, que na verdade é a continuação daquela de setembro de 2008.

As opiniões do professor Shiller são ouvidas porque se trata de um profundo conhecedor dos problemas que tumultuam os sistemas financeiros, particularmente o mercado imobiliário. Escreveu obras extraordinárias, dentre as quais o famoso texto Animal Spirit, que tem edição em português. 

É preciso relativizar, no entanto, o peso do seu comentário a respeito da probabilidade de outra recessão. Ele mesmo fez questão de chamar a atenção para o fato de que não está apoiado em nenhum estudo novo, mas apenas no seu próprio sentimento. “Não tenho atrás de mim nenhuma teoria nem o resultado de alguma experiência; apenas eu sinto, simplesmente, que existe essa probabilidade de um segundo mergulho no nível de atividade da economia mundial ...” 

Como podem ser medidos, então, os 50% ou mais de probabilidade? Ela é apenas a frequência com que um fato se repete e, como não houve nenhuma experiência, não há nada a medir. Então, tanto faz dizer que a probabilidade é de 50%, ou menos, que as coisas não mudam, neces-sariamente. Agora, por que é preciso prestar atenção a uma conjectura como esta? Porque as consequências de um segundo tombo, quando ainda não estão curadas as fraturas do primeiro, são simplesmente aterradoras. 

É evidente que a maior parte dos 30 milhões de desempregados desde a crise iniciada nos Estados Unidos em 2008 não foi reabsorvida no mercado de trabalho. O crescimento dos níveis de pobreza nos países desenvolvidos continua a manter a economia mundial sob estresse, o comércio global reduz as perspectivas de expansão e aumenta a volatilidade nos mercados financeiros. Isso, obviamente, põe dificuldades para a aceleração do desenvolvimento nos países que não contribuíram para o primeiro ato da tragédia nem são responsáveis pelo segundo, que, se confirmado o sentimento do professor Shiller, conduzirá a um desenlace ainda mais trágico. 

Os governos que socorreram a banca envolvida na patifaria, com recursos extraídos do setor produtivo parecem não entender que haverá alguns milhões de trabalhadores a menos, que já não terão renda para ser expropriada numa segunda oportunidade. A lerdeza com que estão trabalhando para aprovar a regulação que proteja a sociedade da concupis-cência dos agentes financeiros e suas inovações tóxicas é uma indicação de que não aprenderam nada com a história. Nem a do século passado e suas terríveis consequências nem a da última década com o empobrecimento dos povos. 

Quando se olha de perto o que aconteceu, não podemos deixar de lembrar a célebre descoberta de Hegel na sua Introdução à Filosofia da História: “O que a experiência e a história nos ensinam é que os povos e os governos nunca aprendem nada com a história ou usam os princípios dela deduzidos”. 

Nunca foi tão útil entender e tirar da história as lições que reduzam a probabilidade de novo erro. Essas lições não se circunscrevem à necessidade de construção de um sistema monetário e financeiro hígido, estável e devidamente regulado para financiar o sistema produtivo e as inovações que são a base do crescimento da produtividade do trabalho. Um fato importante que se pode extrair da crise é que ela mostrou a velocidade com que controles fiscais aparentemente bem-sucedidos podem deteriorar-se e ameaçar o equilíbrio dos países. 

A lição maior da crise é que a percepção da existência de um sólido equilíbrio fiscal de longo prazo e uma apropriada relação Dívida Pública/PIB (corretamente medida) são fundamentos do sucesso da boa governança. Esses fundamentos dão aos governos a capacidade de bem cumprir o seu papel no enfrentamento das crises de oferta ou procura globais. 

O Brasil tem sido até agora um bom exemplo do sucesso dessa lição. 

FONTE: Carta Capital - http://www.cartacapital.com.br/app/coluna.jsp?a=2&a2=5&i=7310
Delfim Netto
Sextante

Relações Internacionais e Comerciais entre o Mercosul e a Comunidade Europeia


Tentativa de retomar negociação entre Mercosul e CE

Representantes do Brasil e da União Europeia participam de uma série de discussões na busca por acordos econômicos
14 de julho de 2010 - 10:47 - Por Agência Brasil
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Foto: maiscentro.qren.pt
Representantes do Brasil e da Comunidade Europeia participam hoje (14) de uma série de discussões na busca por acordos econômicos, depois da paralisação dos debates comerciais com o Mercosul. A crise fiscal que atingiu a Grécia e que ameaça outros países da região acabou provocando um recuo nas negociações sobre um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul. As informações são da BBC Brasil.
Devem ser assinados acordos entre o Brasil e a Comunidade Europeia de cooperação no esforço de facilitar os negócios entre a brasileira Embraer e os países europeus.
As conversas sobre um possível acordo estão suspensas desde 2004 e voltaram à tona no final do ano passado, quando a União Europeia demonstrou interesse em avançar no tema. Ainda sob o impacto da crise financeira internacional, a União Europeia ainda não conseguiu retomar o ritmo de importações registrado antes da turbulência.
No primeiro semestre, as exportações brasileiras para a região somaram US$ 19,2 bilhões, valor ainda abaixo dos US$ 22,1 bilhões do mesmo período em 2008, antes do agravamento da crise. Em entrevista a agências internacionais, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge, disse não acreditar na possibilidade de retomada das conversas ainda neste ano.
“Vamos trabalhar para isso, mas é difícil”, disse o ministro. Segundo ele, países como França, Polônia e Irlanda estão entre os mais reticentes a uma liberalização comercial, que certamente afetará seus produtores agrícolas.
Segundo Miguel Jorge, a retomada das conversas conta com o apoio de Espanha e Itália – dois países mais simpáticos a um acordo com o Mercosul. Mas, de acordo com ele, isso não deve ser suficiente para superar um ambiente político “desfavorável” no qual se encontra a Europa.“Os agricultores sempre são muito fortes, especialmente na França. E na crise esse cenário fica pior”, disse o ministro.
No âmbito do Mercosul, o Brasil já tem um acordo assinado com Israel e, segundo Miguel Jorge, “há chances” de um acordo com a Turquia ser firmado ainda este ano.
O Itamaraty informou que a cúpula será uma oportunidade para a “troca de impressões” entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, em temas regionais e internacionais.
Um deles é a situação política em Honduras. O país está suspenso da Organização dos Estados Americanos (OEA), desde o golpe de Estado em junho de 2009, e com isso o presidente hondurenho, Porfírio “Pepe” Lobo, espera o reconhecimento do Brasil e de outros governos. Os europeus defendem ser necessário o voto de confiança ao presidente eleito em janeiro.

Entrevista com Suely Chacon sobre Associativismo e Economia Solidária


Mercadinhos de associam para ficar mais fortes e competitivos
14/07/10
Muitos mercadinhos movimentam e mudam a economia dos bairros em Fortaleza. Sozinhos, eles perceberam como é difícil sobreviver num setor tão competitivo, então se uniram para ficar mais fortes.
Juntos, compram estoque para baratear os custos e investem no conforto para o consumidor. A geração de empregos no próprio bairro também tem aumentado.
Os números confirmam que sozinho seria mesmo difícil a sobrevivência num mercado tão competitivo. Segundo o Sebrae, 60% das micro e pequenas empresas fecham as portas nos primeiros três anos de existência. Já para as que se associam, a taxa de mortalidade cai para 15%.
No bairro Tancredo Neves, em Fortaleza, o mercadinho da família Santos também faz parte de uma rede de 11 supermercados. Por lá, tudo já está informatizado, com circuíto de segurança e variedade de produtos. O que não muda é o velho jeitinho de atender os clientes.
Para conquistar esses clientes todo dia, a família Santos ainda planeja climatizar a loja e investir mais no atendimento. Eles já aprenderam que quando há união, tamanho não é documento.
Muitos bairros de Fortaleza já tem um comércio autônomo. Os moradores fazem compras perto de casa mesmo, com conforto. Mas será que essa descentralização ajuda a diminuir a pobreza na periferia da capital?
Para falar sobre o assunto, o Bom Dia Ceará conversou com a economista Suely Chacon, da Universidade Federal do Ceará.
Confira  a entrevista em vídeo no link abaixo:

terça-feira, 13 de julho de 2010

Crescimento Econômico no Ceará

Estado tem melhor resultado do Nordeste, diz Etene
13/7/2010 Clique para Ampliar
Produção industrial cearense cresceu 15,3% de janeiro a abril, abaixo dos 18% do Brasil, mas acima do NE (13,7%) 
KID JÚNIOR

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De 22 indicadores econômicos avaliados, o Ceará esteve acima da média da região em 12 deles

Entre os nove estados nordestinos, o Ceará apresentou os melhores resultados de crescimento da economia nos quatro primeiros meses do ano. De 22 indicadores econômicos avaliados pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste (BNB), o Estado esteve acima da média da região em 12 deles, segundo levantamento apresentado ontem. Desta forma, os resultados cearenses ficam entre principais responsáveis pelo crescimento projetado de 6,9% do Produto Interno Bruto (PIB) da região para 2010, pouco acima dos 6,8% esperados pelo escritório para o Brasil.

Entre os destaques da economia local, está o volume de vendas do comércio varejista, que teve a maior variação positiva do Nordeste, de 17,3% (este dado considerando o período de janeiro a março), acima ainda da média nacional, que foi de 12,8%. Se considerado o comércio varejista ampliado, que inclui ainda os segmentos de veículos e material de construção, o incremento é ainda maior: 23%, frente aos 15,5% do resultado nacional. Este dado, segundo o Etene, é reflexo das melhorias nos níveis de emprego, massa salarial, volume de crédito e da desoneração fiscal sobre vários produtos.

Além do Ceará, somente o Maranhão registrou um maior número de variações acima da média do Nordeste, com expansão superior em nove indicadores. De acordo com o Etene, a estimativa de crescimento do Nordeste levou em consideração a predominância de indicadores regionais acima da média nacional, à exceção de dois: a produção industrial e de grãos.

Em relação à indústria, a produção cearense cresceu 15,3% de janeiro a abril, abaixo dos 18% do Brasil, mas acima da média nordestina, que ficou em 13,7%. Neste indicador, o Etene só apresenta os resultados do Ceará, Bahia e Pernambuco, entre os quais o desempenho cearense foi o menor. Mesmo Pernambuco, que teve o maior crescimento entre os nove estados, de 17,7%, não conseguiu alcançar o índice nacional.

Safra

A produção de grãos é a principal responsável por uma estimativa menos promissora para a região. Utilizando os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Etene mostra que a produção nordestina para a safra 2009/2010 poderá alcançar a marca de 12,4 milhões de toneladas, ou seja, 5,8% a mais que o obtido na safra anterior, mas inferior à previsão para a produção brasileira, que é de acréscimo de 8,7%. "Mais uma vez, os prognósticos de chuvas no Nordeste abaixo da média histórica, entre os meses de abril a junho, poderão causar quebras de safra nas produções de milho, de arroz e de feijão", analisa o estudo.

Neste ponto, o Ceará prevê a segunda maior quebra da região: -40,4%, previsão só menos negativa do que a da Paraíba, onde se espera uma redução de 53,6%. Seis estados têm projeção de uma safra menor. "O aumento previsto para a produção regional deverá ficar por conta das expansões que deverão ocorrer no Maranhão (18,8%) e na Bahia (16,5%), estados responsáveis por quase três quartos do total de grãos produzidos no Nordeste", esclarece a análise do Etene.

Comércio externo

O indicador que revelou o melhor desempenho do crescimento nordestino frente ao nacional se refere às exportações. Entre janeiro e abril, as vendas ao exterior realizadas pelos nove estados da região atingiram US$ 5,3 bilhões, com incremento de 57% sobre o mesmo período de 2009, mais que o dobro da média nacional, que foi de 25%.

Todavia, neste indicador, a participação cearense não foi tão impactante. O Estado ampliou as exportações em 19,3%, abaixo da média da região. O Maranhão, por sua vez, cresceu 155,9%; Pernambuco, 56,6%; a Bahia, 49,8% e Alagoas, 33,7% .

As importações do Estado, em igual período, cresceram 95%, somando US$ 5,2 bilhões, acima do índice das compras internacionais do País (41,8%).

Diante destes resultados, a economista do Ipece, Eloísa Bezerra, destaca que há tempos que o Ceará vem crescendo acima da média nacional. "Inclusive fechou o ano de 2009 com uma taxa positiva de 3,10%, enquanto para o país a taxa foi negativa de 0,2%", diz. "Dos estados nordestinos, Ceará, Bahia, Maranhão, para citar os principais, de 2002 a 2007, últimos dados de PIB disponíveis por unidades da federação, registraram as maiores taxas de crescimento acumulado, acima de 22%, acima da média nacional. Pernambuco ficou em torno de 19%, abaixo da média nacional. Estes resultados mostram que o Ceará está crescendo não só economicamente, mas tem tido reflexo nos indicadores sociais. Vem registrando acentuado processo de desenvolvimento socioeconômico, sobretudo nas duas últimas décadas". De acordo com ela, este desenvolvimento é marcado, pelo lado econômico, pelas diversidades de áreas como serviços, onde se sobressaem o comércio, sobretudo o varejista, e as atividades ligadas ao turismo; indústria, com destaque para a construção civil; agronegócio; e comércio exterior. "Pelo lado social, destacam-se as quedas sucessivas da taxa de mortalidade infantil; distorção de idade, no Ensino Fundamental e Médio; taxa de escolarização, redução no número de pobres".

Opinião do especialista  
CE depende do mercado interno

Eloísa Bezerra
Economista do Ipece

As expectativas da economia cearense, para 2010, estão atreladas ao desempenho econômico nacional, que está em recuperação sendo esse um ponto importante para o crescimento cearense, que tem sua economia mais voltada para o mercado interno. No entanto, para um prognóstico mais concreto para a economia cearense, em 2010, deverão ser levados em consideração, além da recuperação das economias mundiais e brasileira, os efeitos climáticos, dado que o Ceará tem a maior parte de seu território inserido no semiárido nordestino, com constantes oscilações climáticas que interferem em sua economia. A previsão da safra de grãos para o Ceará, em 2010, segundo o IBGE, é 397,77 mil toneladas ou 49,31% menor que a safra de 2009, 771,70 mil toneladas. Vale salientar, no entanto, que são boas as expectativas para as principais atividades que darão continuidade ao crescimento econômico do Ceará, em 2010, como: os Serviços, destacando-se o comércio varejista, que deverá continuar com resultados positivos, em função de créditos facilitados, aumento do poder aquisitivo dos salários e ampliação do emprego formal. Ainda no setor de Serviços, as atividades turísticas, que estiveram muito incentivadas em 2009, há perspectiva para permanecerem crescendo, pois está em fase de execução e/ou com previsão, um conjunto de obras de infraestrutura que beneficiará o setor, incluindo a requalificação de alguns equipamentos, a destacar o Centro de Convenções. Além do que o Estado possui um potencial natural para ser explorado.

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