sábado, 23 de maio de 2009

Redes internacionais já partem para o Interior

As redes multinacionais de supermercados devem ocupar todas as cidades com população acima de 100 mil habitantes — acredita Honório Pinheiro, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL). A empreitada rumo ao interior do Ceará já começou. O grupo francês Carrefour inaugurou, mês passado, o Atacadão em Juazeiro do Norte. E deve abrir outra unidade com a mesma bandeira em Sobral. Aníbal Feijó, presidente da Associação Cearense de Supermercados (Acesu), acrescenta que, no caso de Fortaleza, os gigantes estão de olho no potencial de consumo da quinta maior cidade do País.

No Interior, o ganho de renda por conta do Bolsa-Família, das indústrias atraídas e dos pólos educacionais puxam os investimentos supermercadistas. “Teoricamente, as redes locais teriam espaço para expandir sua atuação pelo Interior. Mas os grandes chegaram antes”, comenta Pinheiro. O problema desta expansão, segundo ele, é que ela aumenta a concentração do faturamento. Hoje, na composição de receitas, Wal-Mart, Carrefour e Pão de Açúcar representam 52% do faturamento do setor.

Para o presidente da CDL de Fortaleza, as multinacionais investem porque acreditam no desenvolvimento do Nordeste. “Elas apostam nesses projetos estruturantes que, uma vez implantados, geram aumento do poder aquisitivo, em especial das classes C e D. Além disso, têm convicção plena de se instalarem onde querem, pois não há regulação”, reforça.

PROXIMIDADE QUE AGREGA - São Luiz figura entre os maiores do setor

A rede regional de maior destaque no ranking da revista Supermercado Moderno é o Mercadinho São Luiz. Em 2008, o grupo sofreu a perda do seu fundador, João Melo, mas não se deixou abater. Genuinamente cearense, a empresa — cuja razão social é Distribuidora de Alimentos Fartura Ltda. — ficou em 19º lugar entre as 70 companhias que mais cresceram em vendas com o mesmo número de lojas.

Ou seja, sem inaugurar uma nova unidade sequer, além das nove existentes, o São Luiz apresentou vendas de R$ 214,9 milhões — 23,9% a mais do que em 2007. Além disso, ficou em 26º lugar entre 77 companhias brasileiras de maior incremento de vendas por metro quadrado. As vendas por metragem somaram R$ 22,9 milhões — 23,9% a mais do que em 2007. O incremento real, descontada a inflação, foi de 17,2% em 2008.

A rede também aparece entre o seleto grupo de 33 companhias com maior faturamento por funcionário, ficando na 27ª posição. Com um total de 852 colaboradores, o faturamento alcançou R$ 252.255 por funcionário, no ano passado. Paulo Ângelo Cardillo, superintendente da Super Rede — central de negócios à qual o São Luiz pertence — afirma que o atendimento é um dos seus maiores diferenciais. “Existem poucas empresas no Brasil que o atendente conhece o cliente pelo nome. Por isso, o São Luiz tem o slogan ‘Me acostumei com você’. A proximidade agrega valor à rede”, diz.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste - Caderno Negócios - Fortaleza-CE, Domingo (24-05-09)
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=640982

2 comentários:

  1. Ana Sara Leite Santos3 de junho de 2009 às 20:56

    Este texto é muito interessante. A questão de empresas internacionais estarem se deslocando para o interior, principalmente no caso do Nordeste, reafirma a questão dos incentivos fiscais que são dados a elas para que estas tenham interesse em se desenvolver na região, são as chamadas políticas fiscais.

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  2. Ana Sara Leite Santos8 de junho de 2009 às 11:05

    As políticas fiscais podem atrair por exemplo, investimentos, geração de renda, geração de empregos, e promover assim o crescimento da região. Vários governos promovem incentivos para as empresas: isenção de impostos, infra-estrutura.
    Para as empresas da região, algumas veem a vinda de novas empresas internacionais como uma ameaça, pelo fato de aumentar a competitividade. Para isso, algumas delas buscam um diferencial, como é o caso da rede São Luiz, na qual possui como diferencial o atendimento.

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