sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Setor calçadista no Ceará

Setor calçadista se recupera e puxa exportações

21/1/2011 Clique para Ampliar
Produção de calçados é puxada pelo bom desempenho das quase 250 fábricas do Cariri, que geraram 16 mil empregos, além da Grendene, localizada na Zona Norte 
FOTO: KID JÚNIOR

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Produto é o principal na exportação de calçados no Estado do Ceará 
FOTO: CID BARBOSA



Principal produto na pauta de exportações, os calçados se recuperaram de 2009 com alta de 35,3% nas exportações

O Ceará voltou a retomar trajetória de impulso nas vendas de calçados para outros países em 2010, após a temporada de crise em 2009. O produto é com folga o principal da pauta de exportações cearenses, respondendo por 31,8% do total.

Em comparação a este período, a ascensão no ano passado foi de 35,3%, tendo sido exportado de janeiro a dezembro um montante de US$ 403,4 milhões. Os dados são do CNI (Centro Internacional de Negócios), ligado a Fiec (Federação das Indústrias do Estado do Ceará).

Conforme já havia sido noticiado pelo jornal, na semana passada, 2010 fechou com recorde na exportações, totalizando US$ 1,26 bilhão, de janeiro a dezembro.

O Estado anotou crescimento de 17,5% em relação ao desempenho de 2009, quando o montante faturado foi de US$ 1,08 bilhão. O setor calçadista foi um dos principais responsáveis por esse crescimento.

As cerca de 250 micros e pequenas indústrias que integram o polo calçadista de Juazeiro, Crato, Barbalha e cidades vizinhas respondem por mais de 50% da produção estadual.

Cariri em destaque

De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados e Vestuário de Juazeiro e Região (Sindindústria), Antônio Mendonça, o mercado doméstico e o internacional passaram a consumir o produto caririense. "Nosso desafio é continuar crescendo, gerando mais empregos e sendo competitivos no mercado mundial. Houve uma proposta de crescimento de modo geral. O setor calçadista passou por uma reforma, e o BNB financiou a vinda de máquinas. Produzimos acima de 50% do Estado. É um polo bastante pulverizado", informa.

Outros produtos

Outro item que proporcionou forte impulso foi a castanha de caju. As vendas da fruta ao exterior somaram US$ 182 milhões no ano passado. Os couros, tradicionais itens do Estado, também tiveram posição de destaque no ranking, sendo responsáveis por US$ 74 milhões. Os melões frescos (US$ 74 milhões), lagostas (US$ 58 milhões) e ceras vegetais (US$ 43 milhões) também se situaram entre os principais produtos.

Dentre os setores, os bens de consumo não duráveis lideram as exportações, com US$ 816 milhões. Os insumos industriais venderam US$ 348 milhões no ano, enquanto os bens duráveis US$ 25,3 milhões.

PRINCIPAL PRODUTO
Sandálias de borracha são as mais vendidas pelo CE

Dentre os produtos do setor de calçados que mais se destacam, Mendonça aponta as sandálias de borracha como as principais da pauta de exportação. "Sandálias de borracha e injetados de PVC são os principais. Moda de couro também é um segmento que vem em valor menor, mas que está se destacando bastante. Já produzimos para todo o Brasil. Mas o forte mesmo, que lidera, são as indústrias de sandálias de borracha", explica.

Com o bom desempenho, o setor também tem sido responsável por fatia importante na geração de empregos na região caririense. De acordo com Antônio Mendonça, o saldo tem sido extremamente positivo na questão de empregabilidade. "Fechamos 2010 gerando acima de 16 mil empregos diretos só na região do Cariri", comemora o presidente do Sindindústrias.

Nordeste

Outros estados do Nordeste mostram também somente números positivos na indústria calçadista. A Bahia apresentou expressivos 31,5% em termos monetários. A Paraíba avançou 24%, com 23,1 milhões de pares. No cenário nacional, de janeiro a novembro do ano passado, o Brasil embarcou 129,5 milhões de pares contra 114,9 milhões vendidos no mesmo período do ano anterior - acréscimo de 12,7%. Já em termos monetários, o resultado foi de US$ 1,4 bilhão em onze meses, o que mostra alta de 9,8% em relação a igual período anterior, quando o faturamento total foi de US$ 1,2 bilhão.

Para o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso, apesar do número aparentemente positivo, as exportações não foram suficientes para cobrir as perdas do ano anterior tendo em vista o mercado nacional como um todo.

"Embora os dados mostrem alta, é preciso observar que não houve um crescimento real, uma vez que todo e qualquer acréscimo representa apenas um indício de recuperação de alguns anos de perdas. Somente em 2009, perdemos 23,7% nas vendas externas", assinalou Cardoso sobre o desempenho fraco do setor no ano de crise.

GUSTAVO DE NEGREIROS
REPÓRTER

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