São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Desemprego cai a 5,3% e atinge menor marca desde 2002
Diferenças regionais e informalidade ainda elevada, porém, ainda separam Brasil de países desenvolvidos
Renda alcança recorde e massa salarial cresce 7,5% em 2010; analistas veem risco que reajuste de salários afete preços
PEDRO SOARES
DO RIO
Graças ao acelerado crescimento econômico em 2010, a taxa de desemprego cedeu, em dezembro, para 5,3%.
É a menor marca da pesquisa do IBGE, iniciada em 2002, e se aproxima do nível considerado internacionalmente como o de pleno emprego, na casa dos 5%. Para economistas, porém, o mercado de trabalho das maiores metrópoles do país ainda está distante de tal condição.
Isso porque ainda persistem um elevado grau de informalidade -embora em declínio- e fortes discrepâncias regionais, setoriais e por faixas da população.
"Não dá para falar em pleno emprego com as distâncias entre as regiões [em Salvador, a taxa média de 2010 ficou em 11%; em Porto Alegre, fechou em 4,5%]", disse Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa do IBGE.
Diante do cenário positivo, porém, a taxa de desemprego caiu de 8,1% em 2009 para 6,7% em 2010 -também a menor desde 2003; a formalização chegou a taxa recorde de 46,3% das pessoas ocupadas; o rendimento cresceu 3,8% na média anual e alcançou o maior valor da série do IBGE (R$ 1.490,61).
Mas o ambiente de crescimento suscita preocupações. Para economistas, o crescimento de 7,5% na massa salarial (rendimento médio multiplicado pelo número de pessoas ocupadas) em 2010 e a situação confortável de emprego dificultam o controle da inflação.
Tal cenário levará o BC a aumentar mais os juros ou o governo a apertar os gastos a fim de frear o consumo.
Thaís Marzola Zara, da Rosenberg & Associados, já prevê uma alta maior da Selic (taxa básica de juros). Elevou a projeção de alta da taxa de 1,5 ponto (0,5 ponto na reunião do Copom neste mês) para 2,5 pontos. Já a LCA manteve a estimativa de 1,5 ponto -já com a alta do mês, a taxa está em 11,25% ao ano.
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