São Paulo, sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
Conhecer os costumes de chineses ajuda mais do que saber mandarim
Jantar de negócios sem gafes causa boa impressão em clientes da China, que falam inglês
Mateus Bruzel/Folhapress |
A professora de mandarim Liang Yan, 47, dá aula de costumes chineses à mesa para alunos do Chinbra, no restaurante Chi Fu, na Liberdade (centro)
LUIZA CAIRES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o crescente intercâmbio comercial entre Brasil e China, aumenta também a curiosidade pelo mandarim, idioma oficial dos chineses.
Para alguns profissionais, dominá-lo soa como ponto a favor no currículo. Especialmente para quem ocupa cargos de gerência e vislumbra a possibilidade de fazer negócios com os asiáticos.
Ou de trabalhar em multinacionais que se instalaram aqui, como a Chery (automóveis), a Gree (condicionadores de ar), a ZTE e a Huawei (telecomunicações).
"Muitas vezes um cliente internacional é importante o suficiente para que se contrate alguém que fale sua língua", afirma a "headhunter" Isabela Tuca, da RH Internacional. Ela ressalta, porém, que essa não é uma exigência da maioria das companhias.
Em conversas com chineses, o idioma oficial é o inglês. Mas é bom conhecer sua cultura. "Não fazem negócios sem antes fazer amizade, marcar um jantar", diz Liang Yan, professora da escola de mandarim Chinbra.
Conhecer os costumes ajuda a evitar gafes como se servir primeiro e convidar e querer dividir a conta, explica Yan. "Na China, é considerado desrespeito não levar cartão de visitas ou entregá-lo com uma mão só", concorda Schan Schan Fei, professora do curso de mandarim da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado).
O gerente de exportações José Perez, 50, foi à China e diz que clientes chineses gostam de ver o esforço alheio para se comunicar em seu idioma, mas que a maior parte dos diálogos é em inglês.
Já a estudante de relações internacionais Nicole Pasian, 20, acrescenta que saber um pouco de mandarim ajuda até a entender o inglês dos chineses. "Eles falam com muito sotaque", diz.
MUNDO ÁRABE
O mundo árabe também se destaca nos negócios com o Brasil. Mas, para o consultor Werner Kugelmeier, não é preciso falar as línguas dos países para trabalhar em empresas que têm relações comerciais com os árabes.
Como no caso do mandarim, saber algumas palavras cria um clima amistoso e pode facilitar negociações.
O mais importante, no entanto, é aprender sobre sua cultura. "Falar inglês, que é o idioma oficial dos negócios, é encarado com normalidade. Mas se comportar de forma inadequada para as regras islâmicas, não", comenta.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/especial/fj2801201102.htm