sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Crescimento econômico do Ceará

PIB do CE pode crescer 51% com siderúrgica

Previsão é do ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Paulo Haddad



Por Dháfine Mazza
Da Redação


O PIB (Produto Interno Bruto) industrial do Ceará deve crescer 51% após a implantação da siderúrgica do Pecém e a partir dos seus efeitos multiplicadores. A previsão foi feita pelo ex-ministro da Fazenda e do Planejamento, Paulo Haddad, durante a palestra “Impactos socioeconômicos da implantação de uma siderúrgica”, realizada ontem (5) na Feira do Empreendedor, no Centro de Convenções de Fortaleza.

Conforme Haddad, grandes empreendimentos trazem efeitos importantes para a economia dos locais onde são instalados, mas eles podem ser um indutor do desenvolvimento econômico ou transformarem-se em um enclave econômico, onde o PIB local cresce, mas a economia não se desenvolve, pois o empreendimento se abastece de insumos e serviços importados de outras regiões e do exterior. “Com a chegada de um grande empreendimento, a economia local é modificada principalmente em três pontos: mercado de trabalho, perfil da demanda do consumo e base tributária. Os salários médios crescem, as demandas passam a ser mais qualificadas e há um aumento acentuado da arrecadação dos municípios, que terão novos moradores, com melhores salários”, afirma.


Para que o empreendimento torne-se um indutor do desenvolvimento econômico, explica Haddad, é preciso haver empreendedorismo e organização da sociedade para qualificar fornecedores e capacitar mão de obra para as novas demandas que irão surgir. O ex-ministro destaca que as empresas costumam dar prioridade ao mercado local, mas é preciso que os fornecedores sejam qualificados para atenderem às necessidades do empreendimento, pois o nível de exigência de produtos e serviços é cada vez maior.

OPORTUNIDADES

Conforme Paulo Haddad, há um significativo potencial de crescimento a partir da instalação e operação da siderúrgica, gerando demandas diretas, pelas compras, e indiretas, pelos fornecedores. Além de empreendimentos diretamente ligados à siderúrgica que podem ser desenvolvidos, como outras fábricas, há ainda o mercado de compras locais da própria empresa, que demandará de setores diversos, como restaurantes, segurança, jardinagem etc. “É um campo de oportunidades muito grande. Há potencial para novos negócios, desenvolvidos para atender a essas novas demandas, e para o crescimento econômico, mas quanto fica no Estado e quanto vai vazar para outros estados depende da capacidade empreendedora da região”, ressalta o ex-ministro, acrescentando que está desenvolvendo um trabalho a fim de identificar as novas oportunidades de negócios que surgirão a partir da implantação da siderúrgica do Pecém.


Durante a palestra, Paulo Haddad apresentou ainda os resultados obtidos pelas cidades que possuem siderúrgicas instaladas, destacando que todas elas apresentaram um grande nível de desenvolvimento econômico, e as projeções para a expansão da arrecadação de impostos no município de São Gonçalo do Amarante durante a instalação da siderúrgica e após o empreendimento entrar em operação.

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