terça-feira, 31 de agosto de 2010

Crédito ao Consumidor

31/08/2010 - 10h43

Pesquisa do Ipea aponta que 54% das famílias brasileiras têm dívidas

CIRILO JUNIOR
DO RIO

A maioria das famílias brasileiras (54%) tem dívidas, segundo levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado nesta terça-feira. O valor médio é de R$ 5.427.
Entre as 3.810 famílias entrevistadas em 214 cidades do país, 11,08% disseram estar muito endividadas. Já 26,25% avaliam que suas dívidas são pequenas.

Para cerca de 15% das endividadas, o débito corresponde a aproximadamente metade do rendimento mensal. O valor considerado nessa análise é o total, mesmo que tenha sido parcelado.

Já 23,5% têm dívidas entre uma e duas vezes o salário. Outros 16% têm entre duas e cinco vezes a renda mensal comprometida.

Para outros 23%, a situação é ainda mais preocupante: o endividamento supera em cinco vezes a renda familiar mensal.

A pesquisa mostra também que o comprometimento da renda com dívidas aumenta de acordo com a elevação da faixa salarial. Entre as famílias que recebem até um salário mínimo, por exemplo, 58,54% responderam não ter débitos. Já aquelas com renda de cinco a dez salários mínimos, 38,66% estão em situação semelhante. Para as famílias com renda superior a esse patamar, essa proporção cai para 36,92%.

OTIMISMO

Ainda de acordo com o levantamento do Ipea, a maior parte dos brasileiros (73%) avalia estar em uma melhor situação financeira do que há um ano.

O IEF (Índice de Expectativas das Famílias) revela também otimismo dos brasileiros em relação à situação socio-econômica futura. A média nacional chegou a 62,75 pontos em agosto --numa escala que vai de zero a cem. A pesquisa mostra que 58% das famílias vislumbram que o país passará por melhores momentos nos próximos 12 meses.

Para os próximos cinco anos, o otimismo é parecido, já que 55,4% das famílias apostam num cenário positivo. Do total de entrevistados, 19,24% disseram esperar piora no quadro socio-econômico nos próximos 12 meses.

Para os próximos cinco anos, 15% esperam piores condições.

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/791546-pesquisa-do-ipea-aponta-que-54-das-familias-brasileiras-tem-dividas.shtml

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Investimento Estrangeiro no Ceará

NO 1º SEMESTRE (24/8/2010)

Estrangeiros investem US$ 8,3 mi no Estado

24/8/2010 Clique para Ampliar
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Os empresários estão de olho no potencial eólico e solar das usinas cearenses 
FOTO: AGÊNCIA BRASIL
Mais estrangeiros pedem autorização para trabalhar e investir no Brasil, com crescimento econômico do País

No primeiro semestre do ano, 183 estrangeiros obtiveram do governo brasileiro autorização para trabalhar ou investir no Ceará. O Estado foi o segundo na Região Nordeste que mais recebeu profissionais de outros países nos primeiros seis meses de 2010, ficando atrás apenas da Bahia, onde foram concedidas 249 permissões de trabalho entre permanentes e temporárias. Os números foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), produzidos pela Coordenação Geral de Imigração (CGI). No ranking nacional, o Ceará aparece na nona posição entre todas as unidades da Federação.

Segundo o MTE, junto com esse contingente de estrangeiros, o Estado se beneficiou ainda com a injeção de aproximadamente US$ 8,36 milhões (cerca R$ 14,71 milhões), oriundos de investimentos efetuados por estrangeiros pessoa física, que obtiveram, no período, visto de trabalho ou permanência no Ceará. A cifra foi também a segunda maior registrada no Nordeste e a terceira maior contabilizada entre os todos os estados brasileiros. A primeira colocação ficou com o vizinho Rio Grande do Norte, cujos os investimentos realizados por estrangeiros pessoa física somaram US$ 8,41 milhões (em torno de R$ 14,80 milhões). Já a Bahia, que liderou o número de concessões para trabalho na região, contabilizou, por outro lado, o ingresso de apenas US$ 6,29 milhões (ou R$ 11,07 milhões), ocupando a terceira posição.

Nos últimos quatro anos, o contingente de mão-de-obra estrangeira no Ceará cresceu a uma taxa média anual de 22,87%, com 1.454 profissionais aportando, no Estado, provenientes dos cinco continentes. No ano passado, por exemplo, o Ceará foi quem liderou as concessões de visto de trabalho no Nordeste e ocupou o sétimo lugar no País. Nessa conta, ao contrário do que vem sendo registrado no País, foram os investidores pessoa física que mais pediram visto de permanência e trabalho no Estado nos últimos nos (65,19%). Isto significa que de 2006 a março de 2010, o Estado recebeu o aporte de recursos de 948 estrangeiros pessoa física interessados em desenvolver alguma atividade econômica em solo cearense.

No País

Já em âmbito nacional, o número de estrangeiros empregados no Brasil cresceu 18,85% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2009, com 3.519 concessões a mais que no ano anterior. Foram concedidas 22.188 autorizações de trabalho. Deste total, 20.760 foram temporárias e 1.428 de caráter permanentes.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Imigração, do MTE, Paulo Sérgio de Almeida, o crescimento não tem relação com uma possível falta de mão-de-obra qualificada, e sim é reflexo do aumento dos investimentos no Brasil. "A vinda desses profissionais está relacionada com a implementação de investimentos seja pela aquisição de máquinas e equipamentos importados, que demandam a vinda de técnicos para a montagem, instalação ou repasse da tecnologia; seja pela instalação de novas empresas estrangeiras, que demanda a vinda de profissionais estrangeiros para a fase de instalação; seja pela vinda de embarcações e plataformas estrangeiras para exploração de petróleo, que vêm ao Brasil com suas tripulações estrangeiras, e gradativamente contrata brasileiros para trabalho a bordo", justifica.

Entre as autorizações temporárias concedidas, 8.244 foram para trabalhadores estrangeiros que atuam a borde de embarcações ou plataforma estrangeira; 3.724 para assistência técnica por prazo de 90 dias, sem vínculo empregatício; 3.270 para artistas e desportistas; 2.532 para assistência técnica, cooperação técnica e transferência de tecnologia, sem vínculo empregatício; e 770 para marítimos estrangeiros empregados a bordo de embarcação de turismo estrangeira que opera em águas brasileiras. Apenas 1.714 autorizações foram concedidas a especialistas com vínculo empregatício. Já as concessões permanentes, a maioria foi dada para administradores, diretores, gerentes e executivos com poderes de gestão e concomitância, num total de 711. Investidores pessoa física somaram 431.

Origem

Por país de origem, os Estados Unidos lideram as concessões, com 3.622 autorizações, seguido do Reino Unido (1.921) e Filipinas (1.737). Entre os países da América do Sul, a Colômbia puxa a lista (335), seguida da Argentina (297), e da Venezuela (255).

POR OPORTUNIDADES

Espanhóis e brasileiros são atraídos

Empresários do Paraná, de Santa Catarina e da Espanha visitam o Pecém, Sobral e Acaraú

Interessados em investir em setores como os de energias complementares - eólica, solar e biomassa -, construção naval; exportação; abate de frangos; turismo e construção civil, empresários de Santa Catarina, do Paraná e ainda da Espanha estão desde ontem no Ceará visitando o Complexo Industrial e Portuário do Pecém e os municípios de Sobral e Acaraú. Ainda na agenda, encontros com a equipe técnica da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece).

O espanhol Francisco Ortiz, presidente da Itec Co., veio ao Estado acompanhado de Raphael Thiesen, diretor da empresa no Brasil, de olho no potencial eólico e solar das usinas do Ceará, apresentando interesse ainda na construção de uma usina para produção de energia obtida com a queima de lixo (biodigestores), projeto que deve receber 40 milhões (aproximadamente R$ 91,2 milhões). A Itec tem também tem planos na área da construção civil. É que a empresa procura parceria para a construção de 10 mil casas no Irã, onde a Itec ganhou concorrência internacional.

Ainda com interesse no setor de energia, o diretor comercial da construtora Confer, Fábio Fernandes, desembarcou no Ceará à procura de empresa parceira para trabalhar nos 105 projetos eólicos apresentados na Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), em junho deste ano, no Rio de Janeiro. A Confer está se associando a Itec do Brasil na empreitada.

Já empresa argentina Ativa Comissaria de Despachos Aduaneiros Ltda., com escritórios no Brasil em Dionísio Cerqueira, Itajaí, Navegante e Foz do Iguaçu , representada por seu diretor presidente, Adenor Pereira, prospecta a possibilidade de montar uma base para dez empresas do Sul, Sudeste e ainda da Argentina. O objetivo seria fazer exportação para Europa e África. O executivo procura por área próxima ao Porto do Pecém que o permita montar a logística e um condomínio para essas empresas que já fazem parte de sua carteira de clientes.

Ainda na comitiva, o presidente da Pressoto Estruturas Metálicas - empresa catarinense especializada em tecnologias de pré-fabricados, lajes treliçadas, estruturas metálicas e pré-moldadas -, Jandir Pressotto, que tem interesse em montar frigorífico de abate de aves, com capacidade para processar inicialmente 125 mil animais/dia. A empresa também procura área para uma indústria de pré-moldados e perfilados.

Programação

Ontem, o grupo visitou Sobral onde, pela manhã, teve encontro com o secretário de Infraestrutura do Município e com o coordenador de Extensão e Relações Empresariais do IFCE, professor Valério Fernandes. À tarde, conheceram o parque eólico Volta do Rio, em Acaraú.

Já hoje, a programação inclui reunião na Adece, com o presidente do órgão, Francisco Zuza de Oliveira; com o diretor de Infraestrutura, Eduardo Neves; Adão Linhares, conselheiro da Abeeólica; Ricardo Nóbrega Teixeira, vice-presidente Administrativo do Sinduscon; e com o prefeito de Sobral, Leônidas Cristino. Em seguida, os empresários têm encontro com representantes da Secretaria de Turismo do Estado (Setur) e no período da tarde visitam o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP). 

ANCHIETA DANTAS JR.REPÓRTER

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Infraestrutura no Cariri cearense


Centro de Convenções do Cariri: Construção em fase final

90% das obras estão concluídas. Empreendimento movimenta atrai grandes eventos e movimenta a economia do Ceará
23 de agosto de 2010 - 14:14 - Por TM
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Foto: Divulgação
A região do Cariri vive a expectativa da inauguração do mais novo Centro de Convenções. As obras iniciadas em julho do ano passado estão em fase de conclusão. O empreendimento vai beneficiar diretamente os municípios de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, e está às margens da CE-292.
O Centro de Convenções do Cariri será palco de atividades culturais e sociais, atraindo para a região, seminários, cursos profissionalizantes, exposições, feiras, teatro, entre outros eventos. A região vem recebendo inúmeros investimentos e atraído grandes negócios. Recentemente foi inaugurado o metrô do Cariri.
O espaço compreende uma área de 5,7 mil m², onde serão instalados um auditório com capacidade para 600 pessoas, além de outros três, com 160 lugares cada, recepções, subsolo para depósito e casa de máquinas, quatro salas de reunião e multiuso, e estacionamento com 208 vagas. Também serão construídos espaços cobertos e ao ar livre para exposições, e jardins paisagísticos dotados de espelhos d’água.
Com a construção do Centro de Convenções do Cariri, serão beneficiadas as localidades de Abaiara, Altaneira, Antonina do Norte, Araripe, Assaré, Aurora, Barbalha, Barro, Brejo Santo, Campos Sales, Caririaçu, Crato, Farias Brito, Granjeiro, Jardim, Jati, Juazeiro do Norte, Mauriti, Milagres, Missão Velha, Nova Olinda, Penaforte, Porteiras, Potengi, Saboeiro, Salitre, Santana do Cariri e Tarrafas.

sábado, 21 de agosto de 2010

Produtos falsificados prejudicam o bolso e a saúde do consumidor



Reportagem do Fantástico revela esquema de pirataria em camelôs e grandes lojas do Brasil.





A equipe do Fantástico percorreu todo caminho da pirataria: da fábrica até as prateleiras dos mercados populares. São R$ 40 bilhões que o Brasil perde todos os anos por causa da indústria ilegal. Um teste em laboratório comprova que a falsificação também prejudica a sua saúde do consumidor.

Nossos repórteres mostram quais são os caminhos que importadoras usam burlar a fiscalização e trazer para o país produtos ilegais por preços abaixo do mercado. Para mostrar imagens inéditas dos piratas em ação, entramos em uma fábrica de relógios clandestina.

Em uma oficina em Cidade do Leste, no Paraguai, sete homens produzem 30 mil relógios por mês. As marcas? As mais famosas do mundo.

“Aqui nós recebemos pedidos de brasileiros que vem de São Paulo pegar. Nós fazemos a marca que ele quer”, diz um dos homens da fábrica.

Todas as peças são importadas da China e param nos portos brasileiros. Depois, são transportadas de caminhão até o Paraguai. Por acordo assinado entre os dois países, o Brasil não pode inspecionar a carga.

”As peças vem separadas, tanto o mostrador, os ponteiros, as coroas, as caixas e as pulseiras, vem tudo”, explica o dono da fábrica.

O processo é artesanal. Feito por pessoas especializadas no ofício, com precisão. É possível observar como o momento de colar a marca é delicado.

O dono da fábrica, que prefere não ser identificado, recebe um dólar por relógio montado, só pela mão de obra. Ao fim do mês, arrecada o equivalente a R$ 54 mil.

“Por que a montagem é feita no Paraguai e não no Brasil?”, pergunta o repórter.

“Eu acho que é porque aqui é mais barato, a mão-de-obra é mais barata e a fiscalização também é menor”, responde o dono da fábrica.

Depois de embalados, os relógios são passados para os chamados atravessadores, que cruzam a fronteira.

“Tem que passar pela ponte, tem uns que passam pelo rio”, explica um deles.
A polícia e a Receita Federal desenharam a rota dos produtos piratas. De Foz do Iguaçu a mercadoria é levada para São Paulo, de onde é distribuída para todo Brasil.

Em São Paulo, os repórteres encontram relógios semelhantes aos produzidos no Paraguai. Só no ano passado, a Receita Federal apreendeu R$ 46 milhões em relógios contrabandeados.

Outro produto popular no Centro de São Paulo é a escova de dentes. À olho nu, elas são iguais às originais, até na embalagem. Os piratas têm uma técnica para conquistar o mercado: chegam a misturar escovas falsas às verdadeiras.

“O povo das farmácias fazem assim: eles compram um pouco de uma e um pouco da outra, aí mistura e vai embora. O povo não desconfia, é igualzinha”, conta comerciante.

Um revendedor explica como a fraude funciona. O segredo está no detalhe da falsificação: “o importante, hoje em dia, de você vender a Oral B é ter o código de barras. Se tem o código de barras, já era”.

Assim como os relógios, há escovas chinesas que chegam ao Brasil via Paraguai. Na Cidade do Leste, nossa equipe encontra uma fornecedora. Ela confirma que o produto é falso.

“Ela é primeira linha, ela é réplica perfeita, vem igual a do Brasil. Mas original não tem não. São todas chinesas”, afirma a vendedora.

Levamos as escovas para um teste no laboratório da Associação Brasileira de Odontologia e a conclusão é que elas são um risco para a saúde. As cerdas têm um péssimo acabamento.

“São pequenas lâminas, que você vai perceber, que vão entrar em contato e corta a gengiva.”, explica Heitor Panzeri, da Associação Brasileira de Odontologia.

Além da réplica da marca original, a vendedora também apresenta outra opção: “tem uma que é parecida com Oral B, tem o mesmo desenho. Só muda o nome”, diz revendedora.

Existe a cópia industrial, uma forma mais sofisticada de burlar a fiscalização e enganar o consumidor.

“É a sofisticação da falsificação. Não está falsificando a marca, mas falsifica o produto. O desenho industrial do produto está sendo falsificado”, esclarece Edson Luiz Vismona, do Fórum nacional Contra a Pirataria.

Seu Chadi, o barão das escovas de dentes Juliana. Dono da maior distribuidora da Cidade do Leste. Ele diz que seu produto é feito na fábrica da Colgate e da Oral B, na China.

As escovas são cópias descaradas dos modelos das principais marcas do mercado brasileiro. Chadi tenta convencer os repórteres que o produto dele é melhor do que qualquer réplica.

De acordo com a investigação de um escritório de inteligência de mercado, que defende as marcas que criaram os modelos originais, Chadi movimenta US$ 6 milhões por mês, despejando no Brasil dois milhões de escovas.

Em São Paulo, a escova Juliana é um sucesso. Juliana, que nunca foi certificada pela Associação Brasileira de Odontologia, também foi reprovada no teste da associação brasileira de odontologia.

A Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias diz que desconhece a comercialização de escovas piratas. Na embalagem da Juliana, a falsificação é tão grosseira que até a língua portuguesa é desrespeitada.

Um perigo ainda maior para a saúde são os remédios falsificados.
“Ninguém compra um remédio sabendo que é falso. Aí pode ter implicações, com certeza terá, na saúde das pessoas”, alerta Heitor Panzeri.

Na Cidade do Leste, os repórteres do Fantástico encontram remédios para disfunção erétil. A vendedora nega que sejam falsificados. Mas a autoridade fiscal assegura que o Paraguai não fabrica esse tipo de medicamento.

“Com certeza, 100% dos produtos para impotência são de origem da China. O Paraguai não tem os elementos e nem a indústria para finalizar esses produtos”, informa Julio Garay, da Associação Brasileira de Combate à falsificação.

O remédio Pramil que a vendedora oferece não é legalizado no Brasil. Mas é encontrado facilmente no Rio, em São Paulo e em outras capitais.

A vendedora ainda facilita a entrega: “Pramil é o que mais se leva. Por atacado é US$ 2,90. O senhor tem MSN?”, pergunta a vendedora novamente.

Acompanhamos uma operação da Polícia Rodoviária Federal em Foz do Iguaçu. Em um dos primeiros ônibus inspecionados, os agentes encontram medicamentos para impotência sexual.

“Já tivemos apreensões da ordem de 140, 150 mil comprimidos desse tipo. Ocorre muito isso, passageiros de ônibus, de automóveis levando pequenas quantidades, mil comprimidos, isso é constante”, diz Marcos Pierre, inspetor da Polícia Rodoviária Federal.

Contrabandear remédios é crime hediondo, o mesmo que tráfico de drogas. A pena é dez a 15 anos de cadeia.

Levamos os medicamentos para o laboratório de farmacologia da Unicamp. Os pesquisadores comprovaram que eles até têm o mesmo princípio ativo dos originais, mas isso não garante que façam efeito.

“O fato de ter a mesma quantidade de princípio ativo no comprimido não implica que ele seja absorvido”, diz Gilberto de Nucci, professor de farmacologia da Unicamp.
Geralmente os remédios falsificados são encontrados fora das caixas.

“É proibida a venda do chamado Blister. Não vai encontrar esse produto em uma venda regular, legal dessa forma. Só vai encontrar em caixas”, alerta Heitor Panzeri.

O presidente do Fórum Nacional Contra a Pirataria e Ilegalidade dá uma dica: só compre remédios com embalagem lacrada e que possuam na lateral a chamada tinta reativa.

“Todos os medicamentos tem que ter essa tinta reativa, você passando a moeda você vai encontrar a marca do fabricante do medicamento com a palavra qualidade”, diz ele.
Durante a blitz da Polícia Rodoviária Federal, também foram apreendidas peças para celulares. Desmontar o produto é uma técnica usada pelos contrabandistas. É uma maneira de despistar a fiscalização e sonegar impostos.

Para entender como funciona essa fraude, os repórteres do Fantástico se passaram por comerciantes interessados em revender um videogame trazido da China. Eles marcaram um encontro com a representante do Grupo Baska, uma das maiores importadoras brasileiras.

A representante consulta a tabela de importação e concluiu que para importar o jogo eletrônico, a Receita Federal cobraria 20% de taxa de importação e 40% de impostos sobre produtos industrializados - o IPI - sobre o preço do produto. Ela então propõe uma alternativa para reduzir os tributos.

“Tem clientes que desmontam a peça. Então a classificação fiscal fica outra. Enquanto você recebe 40% de IPI desmontado vai ser só 15% ou 10%, o que é uma redução bem grande”, diz a representante.

“Também não é possível. Seguindo esse mesmo acordo internacional que o Brasil é signatário o produto vindo montado ou por montar, completo ou incompleto, inacabado ou não ele tem a mesma classificação fiscal”.

A representante ainda sugere outra forma de importar o jogo com impostos reduzidos: mudar a descrição do produto.

“A gente pode encontrar uma outra classificação fiscal para o video game e nesta classificação vão estar os impostos menores. Por exemplo: eu tenho um cliente que vai começar a vender em Santa Catarina uma bíblia eletrônica. Então eles importam lá da China um mp5 e a gente faz um estudo de qual poderia ser a classificação fiscal para aquilo. Até porque tem GPS e não sei mais o que junto. O imposto de importação dele ficou zero”, conta a representante.

Ou seja, ficou zero, porque a empresa alegou para a Receita Federal que estava importando bíblias. E bíblias são isentas de imposto no Brasil. Os repórteres questionam o esquema, mas a representante da importadora insiste que é seguro.

“Não, não. Porque é como eu estou te falando: essa pesquisa que a gente faz não é nada ilegal. Meu diretor vai achar uma classificação que caiba o videogame, não é algo do tipo: ‘vou botar o videogame como se fosse televisão’. Não é isso. É porque como existem muitos itens e coisas técnicas, existe um item ali que três classificação fiscais’’, explica a funcionária.

Mas a Receita Federal diz que isso é uma fraude. Cada produto só se enquadra em uma classificação fiscal.

Durante a conversa, a representante admite mais uma ilegalidade. Ela diz que pode importar produtos piratas. No caso, o vídeo game chinês a ser encomendado é uma cópia fajuta de um outro muito popular no Brasil.

“Você tributar um produto pirata é o mesmo que tributar qualquer tipo de droga que ingressa no país”, alerta Márcio Gonçalves, especialista e propriedade intelectual.
“Há um claro desvio de conduta, neste comércio, e que nós temos que alertar as autoridades. Porque, além da evasão fiscal, são produtos que podem afetar a saúde e a segurança dos consumidores”, esclarece Heitor.

O presidente do grupo Baska, Luiz Ramos, diz que não orienta os funcionários da empresa agir dessa forma: “ essa pessoa falou sem qualquer autorização da empresam sem qualquer conhecimento seu ou da empresa. Eu diria que ninguém tem conhecimento desse fato”.

No mundo, a pirataria movimenta cerca de US$ 600 bilhões por ano. Quase o dobro do dinheiro que circula com a venda de drogas. No Brasil, o prejuízo à economia nacional é estimado em R$ 40 bilhões por ano. E dois milhões de posto de trabalho deixam de existir.

E se você ainda tem dúvida se vale a pena comprar produtos piratas, veja esse diálogo:
Um vendedor transforma uma furadeira sem marca em uma das líderes de mercado.
“É original, mas não da Bosch. A máquina é original, qualidade boa. Ela é furadeira e parafusadeira”, diz o vendedor. “Eu tenho o selinho aqui, dá pra colocar o selinho nele”, continua ele. “Você pode levar e colocar lá. Vem tudo branco e é só colocar nela aí", conclui ele.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Estudo do IPEA mede o grau de concentração/desigualdade dos estados e regiões do País

11/08/2010 10:16

A partir dos municípios, Ipea revela perfil da desigualdade

Comunicado do Ipea nº 60 foi apresentado quinta-feira, 12 de agosto, na sede do Instituto, em Brasília


O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) traz em seu novo estudo o grau de concentração/desigualdade dos estados e regiões do País, analisado por meio dos Produtos Internos Brutos (PIBs) e PIBs per capita dos municípios. A pesquisa permite apontar as unidades da federação e as regiões que tiveram queda ou aumento da desigualdade e concentração de renda.
Comunicado do Ipea nº 60 – Desigualdade da Renda no Território Brasileiro – foi divulgado nesta quinta-feira (12), às 11h, na sede do Instituto, em Brasília (SBS, Quadra 1, Bloco J, Edifício BNDES, auditório do 16º andar), com apresentação do presidente Marcio Pochmann.
Comunicado do Ipea nº 60 traz, por estados da federação e por regiões:
• breve síntese do movimento de integração da renda no espaço nacional entre 1920 e 2007, por intermédio da evolução do PIB dos municípios brasileiros;
• dinâmica de participação dos municípios na composição do PIB brasileiro em quase 90 anos; e
• movimento recente de evolução dos indicadores de concentração/desigualdade dos PIBs municipais por estados da federação e grandes regiões geográficas do Brasil.
A publicação contém, ainda, um anexo com os PIBs dos municípios em valores reais em anos selecionados.

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=2572:a-partir-dos-municipios-ipea-revela-perfil-da-desigualdade&catid=4:presidencia&Itemid=2

Investimento do Governo no Brasil



16/08/2010
Governo investe R$ 23 bi em 2010, maior valor em 10 anos
Leandro Kleber
Do Contas Abertas
Enquanto os principais candidatos à Presidência da República prometem mais investimentos públicos para o país, o governo federal segue aumentando as aplicações, apesar de ainda representarem pouco do Produto Interno Bruto (PIB). Nos primeiros sete meses deste ano, os órgãos federais (excluindo as estatais) desembolsaram R$ 23,5 bilhões em obras e equipamentos, valor 62% superior ao verificado no mesmo período de 2009 e recorde dos últimos 10 anos, em valores atualizados (veja tabela).
 
Do montante investido entre janeiro e julho, que inclui os chamados “restos a pagar” – empenhos (reservas) rolados para exercícios seguintes –, R$ 14,5 bilhões, ou 62% foram feitos via aplicações diretas, ou seja, a União liberando verba diretamente aos executores dos serviços (veja tabela). As transferências a municípios somaram R$ 4,4 bilhões (19%), enquanto os repasses a estados e ao Distrito Federal chegaram a R$ 4,3 bilhões (18%).

O Ministério dos Transportes, que tem em sua estrutura o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), foi o órgão da Esplanada que mais investiu neste ano, R$ 6,1 bilhões. Em seguida aparece o Ministério da Defesa, que desembolsou R$ 3,6 bilhões, e o Ministério da Educação, com R$ 3,1 bilhões em investimentos.

Para a consultora de orçamento da Câmara dos Deputados Márcia Mourão, o volume recorde de investimentos registrado em 2010 é excepcional e foge do padrão verificado nos últimos anos. Segundo ela, por coincidência ou sorte, o investimento máximo do atual governo será alcançado neste ano eleitoral. “Não é possível afirmar que há relação com o ano eleitoral, no qual as regras de investimentos mudam [empenhos não podem ser feitos três meses antes do pleito]. O fato é que os investimentos são excepcionais”, afirma.

Márcia acredita que a Secretaria do Tesouro Nacional está fazendo um esforço para aumentar os investimentos em detrimento dos gastos de custeio, que também crescem em ritmo acelerado desde 2004. “O governo tem conseguido aumentar os pagamentos. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no qual as aplicações podem ser abatidas do superávit, ajuda nisso. Há uma carteira de projetos maior. Antigamente, se cortava investimentos para ajustar o orçamento. Hoje, isso não acontece mais”, acredita.


Quanto ao volume significativo de empenhos – que acabam gerando um estoque de “restos a pagar excessivo” quando não pagos –, a consultora considera positivo, mas faz uma ressalva. “Não é bom ter restos a pagar em excesso, pois concorrem com o orçamento do ano. O empenho é um potencial para se investir muito, mas impossível de ser plenamente realizado. O acúmulo de restos a pagar não é bom para o sistema de planejamento do governo”, avalia.

Ela lembra que isso é reflexo do atual modelo orçamentário brasileiro. “O investimento não obedece ao calendário anual. Investimentos em portos e aeroportos, por exemplo, não acabam em um ano. É natural, portanto, que uma obra comece em um ano e acabe no exercício seguinte. Uma ideia discutida no governo é tornar o orçamento de investimentos plurianual, ao invés de anual”, diz.

O valor previsto no Orçamento Geral da União 2010 para investimentos é de R$ 69 bilhões.

sábado, 14 de agosto de 2010

Exportações agrícolas brasileiras sofrem pressões na Europa

Sexta-Feira, 13 de agosto de 2010



O Brasil enfrenta dificuldades para ampliar suas exportações agrícolas para a UE (União Europeia) devido a pressões dos produtores nos países do bloco, denunciou nesta quinta-feira o ministro da Agricultura Wagner Rossi.

Apesar de ter um peso econômico menor, o setor agropecuário tem força política nos países europeus, "onde fazem muita pressão", afirmou o ministro hoje, em entrevista no Rio de Janeiro.

O Brasil é um dos maiores provedores agrícolas mundiais, mas a crise econômica mundial fez com que a Europa "apertasse o cinto" e reduzisse sua demanda, acrescentou Rossi.

O governo brasileiro confia em que um acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a UE possa colocar um fim às restrições europeias às exportações agrícolas do país.

As negociações para esse acordo foram retomadas recentemente após vários anos estagnadas, mas ainda sofrem a pressão dos produtores agrícolas brasileiros.

Com relação aos Estados Unidos, Rossi lamentou a falta de acordos que facilitem o comércio em alguns casos específicos, em referência principalmente ao etanol.

Apesar de ser mais econômico e produtivo, o etanol de cana-de-açúcar do Brasil sofre restrições no mercado americano, que produz o biocombustível a base de milho e mantém "certo grau de protecionismo".

O ministro também se referiu às limitações que o setor agropecuário enfrenta como consequência da valorização do real frente ao dólar.

Segundo Rossi, apesar de "ganhar em produção, o Brasil perde na comercialização internacional" pela valorização de sua moeda frente ao dólar.

O Brasil exportou US$ 68 bilhões em produtos agropecuários entre julho do ano passado e junho de 2010, número que não chega a bater o recorde de 2008 (julho de 2007 e junho de 2008), com US$ 71,9 bilhões.

"O clima e o preço de produtos como o café e a soja são fatores que não podemos controlar, mas em um ano normal nós passaríamos esse recorde de exportação", explicou Rossi.

A agropecuária constitui 26% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro e 42% de suas exportações, que têm 215 países como destino.

O ministro destacou igualmente que a agropecuária brasileira e o respeito ao meio ambiente não são incompatíveis e que "o Brasil é o único país que tem as condições de duplicar a produção agrícola sem cortar uma árvore".

O país investiu R$ 2 bilhões na criação do programa de ABC (Agricultura de Baixo Carbono), dirigido a recuperar terras rurais degradadas e a integrar a agricultura e as áreas florestais.

Além disso, Rossi enfatizou a necessidade de apoiar a agricultura familiar, já que "uma porcentagem dessa produção em pequena escala contribui consideravelmente na agricultura do país, sobretudo no norte".

"A complementação entre os dois tipos de agricultura (familiar e empresarial) permitiu uma redução dos problemas sociais (em zonas rurais)", comentou. (Fonte)

Fonte: NewsComex - Comércio Exterior e Logística
http://www.newscomex.com.br/mostra_noticia.php?codigo=22171)

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Comércio

11/08/2010 - 10h48

Supermercados respondem por 50% do aumento nas vendas do varejo

VERENA FORNETTI
DO RIO

A categoria que inclui supermercados, hipermercados respondeu por 50% do crescimento do varejo em junho, segundo dados do IBGE. O setor cresceu 1,5% em volume de vendas em relação a maios. Contra junho de 2009, o desempenho teve expansão de 11,9%.
Reinaldo Silva Pereira, coordenador de serviços e comércio do IBGE, atribui o resultado positivo do setor ao aumento da massa salarial e ao aquecimento do mercado de trabalho. "As pessoas estão com mais dinheiro disponível, ou pelo menos estão se sentindo mais ricas com a disponibilidade de crédito".
Sobre a queda nas vendas de veículos e motos, em junho, (-0,6% ante maio) Pereira afirmou que a retração era esperada depois dos seguidos recordes de venda do segmento e após os incentivos fiscais concedidos pelo governo.
"O número sinaliza o esgotamento da própria demanda, porque haja mercado para comprar tanto carro", afirmou.
BALANÇO
As vendas no comércio no país em junho cresceram 1%, na comparação com maio, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE. O resultado completa dois meses consecutivos de crescimento no volume de vendas após a forte queda do mês de abril.
Em relação a junho de 2009, houve alta de 11,3%. No acumulado de janeiro a junho, houve avanço de 11,5% na comparação com igual intervalo no ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses até junho, as vendas cresceram 9,3%.
O resultado do semestre é o melhor de toda a série histórica, iniciada em 2001, superando inclusive o segundo semestre de 2009, que alcançou 7,2%. O IBGE ressaltou que no primeiro semestre de 2009 a economia brasileira sofria a influência da crise financeira internacional. "Somente em meados do segundo semestre daquele ano que a economia começa a se estabilizar, com suas atividades se aproximando dos patamares do período pré-crise", afirmou.
A receita nominal de vendas no comércio teve expansão de 0,5% em junho, na comparação com o mês anterior. Em relação a junho de 2009, a receita do comércio aumentou 14%, com destaque para o setor de equipamentos e material para escritórios, informática e comunicação, que cresceu 5,4%, com ajuste sazonal.
As vendas no comércio varejista ampliado --que inclui ainda o desempenho das vendas de veículos e motos, partes e peças e material de construção apenas no varejo-- subiram 0,8% em junho, frente a maio. Na comparação com junho de 2009, houve alta de 6,9%.
As vendas de veículos e motos, partes e peças caíram 0,6% na comparação com maio, e 9,5% ante o mesmo mês do ano passado.
Já as vendas de material de construção no varejo registraram retração de 3,1% sobre maio, mas subiram 12,2% sobre junho de 2009.
Na comparação com junho de 2009, todas as atividades pesquisadas registraram crescimento no volume de vendas. No confronto com maio, cinco das 10 atividades subiram.

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