22/07/2011 - 12h09
Senado rejeita plano anticalote aprovado por deputados nos EUA
O Senado americano rejeitou nesta sexta-feira, por 51 votos a 46, a proposta de cortes no Orçamento e elevação do teto da dívida aprovada dias antes pela Câmara dos Deputados.
A medida era esperada, já que o Senado é controlado pelos democratas, que haviam alertado que derrubariam a proposta republicana se passasse pela Câmara dos Deputados, controlada pela oposição republicana.
O plano previa cortes severos em gastos sociais e limites às despesas do governo, além de obstáculos ao aumento de impostos -ponto de confronto com os democratas, que querem somar cortes e arrecadação.
Batizado de "corte, restrinja e equilibre", o projeto pedia ainda que o governo limite seu gasto a menos de 20% do PIB, hoje em quase US$ 15 trilhões, e condicionava aos cortes o "sim" para elevar o teto da dívida em US$ 2,4 trilhões.
A dívida americana, hoje avaliada em ao menos US$ 14,3 trilhões, atingirá seu teto em 2 de agosto. Sem um acordo bipartidário, o governo não terá mais dinheiro a gastar e pode declarar um calote em credores externos e internos.
Os líderes democratas e republicanos têm tentado assegurar aos mercados que um default será evitado, mas estão longe de concordar sobre como fazê-lo.
Os republicanos querem que qualquer aumento no limite de dívida inclua profundos cortes de gastos, mas se opõem a qualquer elevação nas receitas. Os democratas querem mais impostos para os norte-americanos mais riscos como parte de um pacote de redução do déficit, opção descartada pela maioria dos republicanos.
Com o prazo para o calote se aproximando, Obama aposta em um segundo plano, da chamada Gangue dos Seis --três senadores republicanos, três democratas.
Essa proposta permite ao governo esticar sua dívida, mas o obriga a eliminar do Orçamento US$ 3,7 trilhões (25% do PIB) em dez anos. De cada US$ 3 economizados, US$ 2 viriam de cortes e US$ 1 da arrecadação. Analistas conservadores e parte dos republicanos exortam a Câmara a aceitar essa conta.
Para eles, seria uma vitória dos que querem enxugar programas federais como a seguridade social e o Medicare (assistência pública à saúde), em troca de um preço modesto: o fim da isenção tributária promovida por George W. Bush.
Mas a queda de braço reflete como políticos dos dois lados veem no debate uma faixa de largada para as eleições gerais do ano que vem.
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