quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Os BRICs podem salvar o mundo da crise econômica (?)


13/09/2011 - 11h19 / Atualizada 13/09/2011 - 11h45

Brasil e países do Brics vão discutir ajuda a Europa, diz Mantega

Do UOL Economia, em São Paulo



BRASÍLIA, 13 de setembro (Reuters) - O Brasil deve discutir com outros países emergentes, na semana que vem nos Estados Unidos, ideias para ajudar a Europa a sair da atual crise da dívida, disse nesta terça-feira (13) o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

"A gente (países do Brics) vai se reunir semana que vem em Washington e vai discutir como fazer para ajudar a União Europeia a sair dessa situação", disse Mantega ao chegar ao Ministério da Fazenda.

O Brics é formado pelo Brasil, pela Rússia, pela Índia, pela China e pela África do Sul e tem se destacado pela maneira como tem conseguido, desde 2008, enfrentar a crise. A alternativa que poderá ser discutida no encontro em Washington é a elevação da participação de títulos em euros nas reservas internacionais desses países.

Na semana que vem, entre os dias 23 e 25, presidentes de bancos centrais e ministros de Finanças estarão reunidos em Washington para a reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. Eles vão discutir a crise global, principalmente a situação da Europa, com destaque para a Grécia.

Ontem (12), técnicos do FMI admitiram que previsões mais bem elaboradas poderiam ter alertado com maior antecedência para a crise da dívida grega. Segundos os técnicos do fundo, os estudos devem levar em conta a preocupação com a sustentabilidade dos débitos --se os países têm condições de arcar com o endividamento.

Para Merkel, Grécia não vai quebrar

Mais cedo, a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou estar "muito otimista" e ter certeza de que os países da zona do euro "encontrarão um caminho" para que a Grécia receba o segundo pacote de resgate.
A chanceler sustentou que "a Grécia não vai quebrar", mas ressaltou que a recuperação da competitividade no conjunto da zona do euro e do saneamento das contas públicas é um processo "longo", "lento" e "trabalhoso".

Líderes da zona do euro precisam agir contra crise, diz Obama

Os líderes da zona do euro precisam mostrar aos mercados que estão se responsabilizando por sua crise de dívida e definir como combinar a união monetária com uma política orçamentária, disse o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A Grécia é a preocupação imediata, mas um problema ainda maior é o que pode acontecer se os mercados pressionarem as economias maiores, como Espanha e Itália, disse Obama a jornalistas espanhóis em Washington.
"É difícil coordenar e acertar uma rota comum quando se tem tantos países com políticas e situações econômicas diferentes", afirmou Obama, de acordo com o site do jornal "El Mundo".
"No final, os grandes países da Europa, os líderes da Europa precisam se reunir e tomar uma decisãou sobre como coordenar a integração monetária com uma política fiscal coordenada mais eficaz", recomendou o presidente.
Obama disse, também, que a fraqueza da economia global continuará até que a crise da zona do euro seja resolvida.
Uma solução de longo prazo, segundo Obama, é possível se os mercados acreditarem que os países do euro com superávits orçamentários estejam dispostos a ajudar seus colegas no bloco monetário.
Os EUA estão profundamente envolvidos em consultas com a zona do euro sobre como resolver a crise, disse Obama, acrescentando que os problemas da região serão um dos principais assuntos da reunião do G20 na França, em novembro.
(Com informações da Reuters, Efe e Agência Brasil)

A solução China para a crise econômica

VINICIUS TORRES FREIRE

A China pode comprar a Grécia


Reservas chinesas poderiam "resolver" crise; mas China teria de mandar no mundo e poupar menos

E SE A CHINA comprar a Grécia? O que aconteceria se a China incorporasse a Grécia como sua província mais ocidental?
A dívida grega desapareceria no mar de haveres chineses. Assim desapareceria um fator imediato do tumulto mundial. No limite, a megapoupança chinesa poderia resolver grande parte dos problemas financeiros do mundo.
Parece piada, se a coisa é posta nesses termos. Mas não se trata mais de piada, e os termos não são muito diferentes do absurdo.
Rumor ou não, ontem "os mercados" se acalmaram depois de ouvir que a Itália foi pedir um dinheiro à China, segundo o "Financial Times".
A Itália está no bico do corvo. Paga juros cada vez mais altos para rolar sua dívida. Ontem, teve um dia de cão pegando dinheiro caro com seus credores. Os credores cobram juros maiores porque, acham, subiu o risco de a Itália dar calote (o país deve muito e "ganha pouco": seu PIB cresce pouco).
Caso aparecesse um credor rico e disposto a não esfolar a Itália, os italianos respirariam melhor. Aumentaria a procura pelos títulos da dívida italiana, que subiriam de preço, o que significa queda de juros.
Os chineses já deram uma ajuda a Portugal, à Espanha e à Grécia, comprando títulos da dívida desses países (isto é, tornou-se credora deles). Foi um auxílio muito marginal, mas colocou água na fervura de alguns dias de crise.
Mas volte-se à fábula greco-chinesa. Para melhorar a história, note-se que não vale a pena comprar a Grécia. A dívida grega equivale a 160% do PIB (PIB: a renda da atividade econômica de um ano). O país está em recessão faz três anos, deve encolher 5% em 2011 e paga juros de 20% ao ano para dívidas de dez anos de prazo. Mau negócio.
Melhor seria comprar a dívida grega, que paga juros altos. Mesmo se os chineses cortassem os juros gregos a um quinto do que são hoje, ganhariam o dobro do que recebem aplicando em dívida dos EUA.
A Grécia pode calotear, decerto. Mas, "na margem", "aos pouquinhos", vale a pela colocar parte do dinheiro em aplicação de risco. Se a China aplicasse uns trocados das suas reservas de trilhões de dólares em Grécia, Portugal, Espanha e Itália, o mundo mudaria.
Para continuar a levar a hipótese ao absurdo, mas não muito: para investir na Europa, a China teria de desinvestir nos EUA. Os juros talvez subissem um pouco nos EUA.
Mas o mundo ficaria mais estável. Mais importante, a fábula greco-chinesa indica um problema central da economia: o excesso de poupança chinesa e o consumo excessivo do mundo rico ocidental: o "grande desequilíbrio".
Os EUA (e parte da Europa) viveram uns 20 anos à base de bolhas financeiras, que sustentaram o endividamento de famílias que ganham mal ou que têm trabalhos cada vez piores (quando têm), na média, pois muito emprego migrou para regiões mais produtivas (como China e vizinhos) e a desigualdade aumentou nos EUA.
Um começo de solução da crise é a China assumir parte do planeta, poupar menos e permitir que seu povo consuma mais. Que a finança do Ocidente seja domada. Que o Ocidente rico consuma menos e/ou redistribua melhor sua renda interna. Mas tudo isso é política pesada: não acontecerá tão cedo, se acontecer.

vinit@uol.com.br 


http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1309201108.htm

Brasil - Medidas de enfrentamento à crise econômica mundial


13/09/2011 - 14h04

País enfrentará crise com consumo e produção, diz Dilma



A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que a crise econômica internacional não deve "atemorizar" o Brasil, e que o país enfrentará as turbulências mantendo o consumo e a produção.
"Nós sabemos que a melhor forma de resistir à crise no Brasil é... continuar consumindo, produzindo, investindo em infraestrutura, plantando e colhendo, e assegurando às nossas indústrias o seu componente nacional", disse Dilma durante evento em Araçatuba (SP).
A presidente foi ao interior paulista participar do lançamento da pedra fundamental do Estaleiro Rio Tietê, cujas primeiras embarcações devem ser entregues em 2012.
Ela assinou ainda protocolo de intenções para investimentos em obras na hidrovia Tietê-Paraná, que conecta os cinco maiores Estados produtores de grãos do país --Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná. O aporte federal chega a R$ 900 milhões.
Os investimentos são parte do objetivo de "reconstruir a matriz de transporte no país", segundo Dilma, e facilitar e baratear o escoamento da produção.
"Nós também estamos dando um passo para tornar o nosso país mais forte para enfrentar a crise internacional", disse a presidente.
"Enquanto eles (países europeus) discutem como é que fica a crise da dívida dos seus bancos, nós estamos aqui gastando o nosso dinheiro em parcerias público-privadas, em parcerias entre o governo federal e o governo estadual para criar desenvolvimento, emprego e renda para o nosso país".
Dilma também elogiou a relação com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), numa "parceria" de "princípio republicano".Ainda nesta tarde, Dilma assina, ao lado de Alckmin, termo que autoriza o início da construção do trecho norte do Rodoanel, em investimento de R$ 6,11 bilhões --R$ 1,75 bilhão em recursos federais.
(Por Hugo Bachega)

Crise Econômica Mundial

12/09/2011 -

Mercados financeiros recuperaram abismo de 2008, mas crise da dívida não acabou

Prospect
George Magnus

  • Crise de 2008-2009 marcou fim de 20 anos de expansão do crédito, deixando um mar de dívidas
    Crise de 2008-2009 marcou fim de 20 anos de expansão do crédito, deixando um mar de dívidas
Se, enquanto investidor, você foi abençoado com uma previsão perfeita no início de 2009, você pode ter fugido rapidamente, armado com uma pasta de dinheiro, uma arma e um estoque de comida enlatada. Se as insurreições por todo o mundo árabe, que aumentaram os preços da energia, e a inflação crescente nos mercados emergentes não o derrubassem, você teria tremido com as consequências da crise do débito. Isso tudo incluiu a interrupção do crescimento econômico, cortes orçamentários no ocidente e queda dos preços dos imóveis. Também incluiu uma crise existencial na zona do euro por conta da dívida e a decisão quase sem sentido da agência de classificação de risco Standard and Poor’s de retirar a classificação de crédito AAA dos Estados Unidos.
Mas se você saiu dos mercados financeiros naquele ponto, estava totalmente errado. Mesmo com as quedas drásticas de julho e agosto, os mercados de ações ainda estão 30% a 70% mais altos do que em março de 2009. Os mercados de câmbio e commodity renderam bons lucros. Até a propriedade comercial se mostrou lucrativa, com os preços subindo depois de atingir uma baixa.
Então, o que está acontecendo? Minha visão é de que os mercados financeiros saltaram de bungee jump e voltaram do abismo há três anos, graças a políticas extraordinárias implementadas por governos e bancos centrais para evitar que o sistema bancário entrasse em colapso e a economia afundasse numa depressão. Muitas dessas políticas estão sendo interrompidas ou revertidas agora. O salto nos mercados financeiros foi excepcional, mas a crise do excesso de dívida não acabou. Chegou a hora de observar tanto a volatilidade quanto o desapontamento.
Por que a dívida é uma ameaça
A crise financeira de 2008-2009 marcou o fim de duas décadas de expansão do crédito, deixando um mar de dívidas. Reduzir o fardo da dívida enfraquece o crescimento econômico e leva muito tempo. Além de aprofundar as tensões entre os países devedores e credores, como a Alemanha e a periferia da zonado euro, sobre quem deveria fazer o quê. Reduzir as dívidas prejudica os rendimentos dos investimentos porque cria um ambiente deflacionário: o crescimento econômico e de empregos está fraco, o sistema de crédito funciona mal e os preços dos bens sofrem. Há duas saídas para isso.
Uma rota é a austeridade. A dívida precisa ser paga ou renegociada, e às vezes perdoada, e os devedores precisam pagar suas dívidas. Mas a austeridade só funciona se a economia continuar crescendo. Se não, acabaremos numa “armadilha da dívida”. O fardo da dívida continua a crescer e a dívida pública se torna insustentavelmente grande. Isso pode levar a uma inadimplência desordenada, a imposição de controles financeiros inaceitáveis até então e, no extremo, ao colapso social e hiperinflação.
A Inglaterra e outros países devedores do ocidente ainda estão hesitando no caminho da austeridade – alguns mais rapidamente do que outros. Mas ainda estamos no início, e a perspectiva de crescimento econômico é muito incerta. Um ou dois países, sobretudo a Grécia, estão em risco de cair na armadilha da dívida.
Para ver as consequências para um país já em andamento, veja o caso do Japão, cuja crise da dívida emergiu em 1989. As dívidas privadas caíram drasticamente depois de 1997, mas por causa da fraqueza fundamental da economia, a deflação dos preços e a persistente inércia política, a dívida pública explodiu de cerca de 52% do PIB em 1989 para cerca de 220% hoje.
O único motivo pelo qual o Japão saiu das duas “décadas perdidas” foi por ser um país credor. Ele tem títulos estrangeiros que chegam a quase metade de sua renda nacional, e pode contar com uma grande quantidade de poupança doméstica. Mas essas forças podem se prejudicadas pelas consequências financeiras de uma população em rápido envelhecimento – que o ocidente também enfrenta agora, embora sem as credenciais financeiras do Japão.
“Desalavancar” restringe mercados financeiros
A chave para o que acontecerá nos mercados financeiros nos próximos anos é um ajuste fundamental conhecido como “desalavancar”. Este é um processo prolongado durante o qual as dívidas precisam ser reduzidas à medida que os preços dos títulos caem para evitar a inadimplência. Só depois que este ajuste acontecer os gastos normais e os empréstimos serão retomados.
Embora o sistema bancário tenha se fortalecido e se regulado novamente, o desalavancamento do sistema financeiro é um trabalho em andamento. Títulos bancários britânicos explodiram para mais de 9 trilhões de livras antes da crise, até um ponto em que chegaram a 45 vezes o valor do capital do banco (dando uma proporção de leverage – algo como potência de alavanca -- de 45 para 1). Os títulos desde então caíram em cerca de 1,5 trilhão de libras, e junto com o aumento exigido em capital, a proporção de leverage dos bancos caiu de volta para 25 para 1, o que ainda é alto. As mudanças regulatórias forçarão os bancos a ter proteções de capital ainda maiores para evitar perdas, o que significa custos mais altos e uma restrição persistente aos empréstimos.
A pressão regulatória ou prudente sobre os bancos tem uma contrapartida entre alguns dos maiores investidores, como fundos de pensão e companhias de seguro, que vêm retirando seu apoio dos mercados financeiros mais arriscados. Para os fundos de pensão, o aumento da expectativa de vida e as baixas taxas de juros impulsionaram as obrigações futuras, mas os mercados de ativos não acompanharam. Isso abriu déficits problemáticos que exigem apoio financeiro constante de patrocinadores corporativos às vezes cautelosos. Os fundos de pensão britânicos já cortaram seu valor de cerca de 70% em 2000 para apenas pouco mais de 50% e pesquisas indicam que isso cairá ainda mais. Companhias de seguros também estão sob pressão regulatória para manter mais títulos em forma líquida, incluindo títulos do governo.
Em direção ao topo?
Desalavancar é um processo difícil de controlar mas não precisa ser um deserto para os investidores. No último ano ou mais, alguns dos títulos mais arriscados, como o do dólar australiano, visto como um indicador do crescimento global, foi tão bem quanto os bens tradicionais como o ouro, o franco suíço e bens de consumo básicos como os das companhias de alimentos e bebidas. Esse fenômeno provavelmente não vai durar, mas mesmo que você acredite que a crise do débito expôs seus investimentos a um risco muito maior, ainda há coisas que você pode fazer.
Em vez de apoiar visões de consenso sobre os mercados, procure “temas” ponderados para investimento. Isso pode ser baseado em novas tecnologias que definirão nossas economias no futuro. Nem todos os mercados de imóveis são tóxicos, como mostram aqueles com características especiais como Londres, Paris e Genebra. Se você pensa que investir nos mercados emergentes é arriscado e carece de transparência, muitas companhias ocidentais se beneficiam explorando temas nos mercados emergentes, como o aumento da sofisticação tecnológica, aumentos da demanda de commodity e falta de água.
À medida que o débito trabalha no país e evolui no exterior, os mercados financeiros deverão ter períodos alternados de euforia e frustração. Mas só vá em direção ao topo se você achar que algum tipo de Armageddon econômico for iminente. Em todo caso, que tal barras de ouro em quantidades prontas para o transporte?
(George Magnus é conselheiro econômico sênior da UBS e autor de “Uprising: Will Emerging Markets Shape or Shake the World Economy?”)
Tradução: Eloise De Vylder

Pobreza nos EUA

13/09/2011 - 15h28

Número de pobres nos EUA chega a 46,2 milhões e bate recorde



Dados divulgados nesta terça-feira pelo escritório responsável pelo censo dos Estados Unidos revelam que o número de americanos vivendo na pobreza chegou a 46,2 milhões no ano passado, o número mais alto desde que os dados começaram a ser coletados, em 1959.

A taxa de pobreza no país aumentou de 14,3% em 2009 para 15,1% no ano passado, a mais alta desde 1993.

Segundo o censo, quase um em cada seis americanos vive na pobreza - definida como renda anual individual de até US$ 11,13 mil (aproximadamente R$ 18,8 mil) ou renda de até US$ 22,31 mil (cerca de R$ 37,68 mil) para uma família de quatro pessoas.

Os dados refletem a lenta recuperação da economia americana após a crise mundial, em um momento em que aumentam os temores de que o país mergulhe em uma nova recessão.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos é atualmente de 9,1%, patamar que vem se mantendo há cerca de dois anos e que, segundo o próprio governo, é elevado e não tem perspectivas de melhora no curto prazo.

Até agosto, 14 milhões de americanos estavam desempregados.

Classe média
No ano passado, o número de pobres também já havia chegado a um recorde, de 43,6 milhões de pessoas.

Desde então, outros 2,6 milhões de americanos caíram abaixo da linha da pobreza, no quarto ano consecutivo de crescimento.

No entanto, os novos dados também revelam o impacto das dificuldades econômicas sobre a classe média americana.

A renda dessas famílias caiu 2,3% em 2010, chegando a US$ 49,44 mil (cerca de R$ 83,51 mil).

Com o crescimento em ritmo cada vez menor, o dado reforça as dúvidas sobre a saúde da economia americana, na qual o consumo das famílias é o principal componente do PIB (Produto Interno Bruto).

Negros e hispânicos
Segundo o censo, a taxa de pobreza é ainda mais alta entre negros (27,4%) e hispânicos (26,6%) do que entre brancos (9,9%).

Entre crianças negras, a taxa de pobreza chega a 39%, mais de três vezes maior do que a registrada entre crianças brancas (12,4%).

O censo também revela que cerca de 50 milhões de americanos não tinham seguro saúde em 2010, mesmo patamar registrado no ano anterior.

Os dados foram divulgados poucos dias depois de o presidente Barack Obama ter proposto ao Congresso um plano de US$ 447 bilhões (cerca de R$ 755 bilhões) para combater o desemprego no país.

Há dúvidas, no entanto, sobre as chances de o plano ser aprovado no Congresso, em um momento de grande divisão política nos Estados Unidos e com a oposição republicana no controle da Câmara dos Representantes (deputados federais).

As dificuldades econômicas do país têm sido usadas como munição para críticas a Obama por parte dos republicanos que buscam a indicação do partido para concorrer à Presidência nas eleições do ano que vem.

Pesquisas de opinião indicam que a economia e o desemprego estão entre as maiores preocupações dos eleitores.



http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/09/13/numero-de-pobres-nos-eua-chega-a-462-milhoes-e-bate-recorde.jhtm

domingo, 4 de setembro de 2011

Paul Krugman: “Podemos estar perto de reviver a crise de 1930″


Para aqueles que conhecem a história da década de 1930, o que está ocorrendo agora é muito familiar. Se alguma das atuais negociações sobre a dívida fracassar, poderemos estar perto de reviver 1931, a bancarrota bancária mundial que alimentou a Grande Depressão. Mas se as negociações tiverem êxito, estaremos prontos para repetir o grande erro de 1937: a volta prematura à contração fiscal que terminou com a recuperação econômica e garantiu que a depressão se prolongasse até que a II Guerra Mundial finalmente proporcionasse o "impulso" que a economia precisava. O artigo é de Paul Krugman.


Paul Krugman é professor de Economia em Princeton e Prêmio Nobel 2008.
Tradução: Katarina Peixoto

Esta é uma época interessante, e digo isso no pior sentido da palavra. Agora mesmo estamos vivendo, não uma, mas duas crises iminentes, cada uma delas capaz de provocar um desastre mundial. Nos EUA, os fanáticos de direita do Congresso podem bloquear um necessário aumento do teto da dívida, o que possivelmente provocaria estragos nos mercados financeiros mundiais. Enquanto isso, se o plano que os chefes de Estado europeus acabam de pactuar não conseguir acalmar os mercados, poderemos ter um efeito dominó por todo o sul da Europa, o que também provocaria estragos nos mercados financeiros mundiais.

Somente podemos esperar que os políticos em Washington e Bruxelas consigam driblar essas ameaças. Mas há um problema: ainda que consigamos evitar uma catástrofe imediata, os acordos que vêm sendo firmados dos dois lados do Atlântico vão piorar a crise econômica com quase toda certeza.

De fato, os responsáveis políticos parecem decididos a perpetuar o que está sendo chamado de Depressão Menor, o prolongado período de desemprego elevado que começou com a Grande Recessão de 2007-2009 e que continua até o dia de hoje, mais de dois anos depois de que a recessão, supostamente, chegou ao fim. 

Falemos um momento sobre por que nossas economias estão (ainda) tão deprimidas. A grande bolha imobiliária da década passada, que foi um fenômeno tanto estadunidense quanto europeu, esteve acompanhada por um enorme aumento da dívida familiar. Quando a bolha estourou, a construção de residências desabou, assim como o gasto dos consumidores na medida em que as famílias sobrecarregadas de dívidas faziam cortes.

Ainda assim, tudo poderia ter ido bem se outros importantes atores econômicos tivessem aumentado seu gasto e preenchido o buraco deixado pela crise imobiliária e pelo retrocesso no consumo. Mas ninguém fez isso. As empresas que dispõem de capital não viram motivos para investi-lo em um momento no qual a demanda dos consumidores estava em queda.

Os governos tampouco fizeram muito para ajudar. Alguns deles – os dos países mais débeis da Europa e os governos estaduais e locais dos EUA – viram-se obrigados a cortar drasticamente os gastos diante da queda da receita. E os comedidos esforços dos governos mais fortes – incluindo aí o plano de estímulo de Obama – apenas conseguiram, no melhor dos casos, compensar essa austeridade forçada.

De modo que temos hoje economias deprimidas. O que propõem fazer a respeito os responsáveis políticos? Menos que nada. A desaparição do desemprego da retórica política da elite e sua substituição pelo pânico do déficit tem verdadeiramente chamado a atenção. Não é uma resposta à opinião pública. Em uma sondagem recente da CBS News/The New York Times, 53% dos cidadãos mencionava a economia e o emprego como os problemas mais importantes que enfrentamos, enquanto que somente 7% mencionava o déficit. Tampouco é uma resposta à pressão do mercado. As taxas de juro da dívida dos EUA seguem perto de seus mínimos históricos.

Mas as conversações em Washington e Bruxelas só tratam de corte de gastos públicos (e talvez de alta de impostos, ou seja, revisões). Isso é claramente certo no caso das diversas propostas que estão sendo cogitadas para resolver a crise do teto da dívida nos EUA. Mas é basicamente igual ao que ocorre na Europa.

Na quinta-feira, os “chefes de Estado e de Governo da zona euro e as instituições da UE” – esta expressão, por si só, dá uma ideia da confusão que se tornou o sistema de governo europeu – publicaram sua grande declaração. Não era tranquilizadora. Para começar, é difícil acreditar que a complexa engenharia financeira que a declaração propõe possa realmente resolver a crise grega, para não falar da crise europeia em geral. 

Mas mesmo que pudesse, o que ocorreria depois? A declaração pede drásticas reduções do déficit “em todos os países salvo naqueles com um programa” que deve entrar em vigor “antes de 2013 o mais tardar”. Dado que esses países “com um programa” se veem obrigados a observar uma estrita austeridade fiscal, isso equivale a um plano para que toda a Europa reduza drasticamente o gasto ao mesmo tempo. E não há nada nos dados europeus que indique que o setor privado esteja disposto a carregar o piano em menos de dois anos.

Para aqueles que conhecem a história da década de 1930, isso é muito familiar. Se alguma das atuais negociações sobre a dívida fracassar, poderemos estar perto de reviver 1931, a bancarrota bancária mundial que tornou grande a Grande Depressão. Mas se as negociações tiverem êxito, estaremos prontos para repetir o grande erro de 1937: a volta prematura à contração fiscal que terminou com a recuperação econômica e garantiu que a depressão se prolongasse até que a II Guerra Mundial finalmente proporcionasse o impulso que a economia precisava.

Mencionei que o Banco Central Europeu – ainda que, felizmente, não a Federal Reserve – parece decidido a piorar ainda mais as coisas aumentando as taxas de juros?

Há uma antiga expressão, atribuída a diferentes pessoas, que sempre me vem à mente quando observo a política pública: “Você não sabe, meu filho, com que pouca sabedoria se governa o mundo”. Agora, essa falta de sabedoria se apresenta plenamente, quando as elites políticas de ambos os lados do Atlântico arruínam a resposta ao trauma econômico fechando os olhos para as lições da história. E a Depressão Menor continua.



Fonte: Sinpermiso
Reprodução: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18112

Indústria global desacelera e cresce risco de recessão

02.09.2011
Por Sudeep Reddy, Alex Frangos e Brian Blackstone | The Wall Street Journal, de Washington, Hong Kong e Frankfurt

 
O setor industrial americano praticamente não expandiu as operações em agosto, de acordo com um relatório divulgado ontem, uma vez que as empresas tentam se adaptar à queda da confiança e à estagnação do mercado de trabalho. O segmento de manufatura da Ásia também se desacelerou, com líderes como Coreia do Sul e Taiwan mostrando retração e a China crescendo em ritmo fraco. As fábricas numa parte da Europa registraram queda da atividade pela primeira vez em dois anos, com o desaquecimento da Grécia e da Irlanda ameaçando economias de porte como a Itália e a França.

A expansão indústria mundial está perdendo fôlego num momento precário. A desaceleração pode exacerbar as preocupações com a dívida tanto na Europa como nos Estados Unidos e sugar energia da Ásia, o motor da maior parte do crescimento global nos últimos anos. Esse cenário também aumenta as responsabilidades dos governos que tentam lidar com os problemas fiscais no último trimestre na Europa e nos EUA, e dos mercados emergentes, que passaram a maior parte do ano tentando combater a inflação e o superaquecimento de suas economias.



Os levantamentos sugerem que a desaceleração em diversas partes do mundo está interligada. As economias da Ásia com crescimento mais forte, por exemplo, foram atingidas pela fraqueza dos mercados avançados, que são grandes compradores de suas exportações. Da mesma forma, empresas nos EUA e em outras economias desenvolvidas dependem da expansão em países emergentes para compensar a demanda mais fraca nos seus mercados domésticos.

O cenário sombrio foi refletido numa estimativa atualizada para a economia divulgada ontem pela Casa Branca. O governo agora espera que o PIB mostre uma expansão de apenas 2,6% em 2012, usando o quarto trimestre como base de comparação, e com a expectativa de uma melhora limitada do nível de emprego.

Embora as pesquisas mostrem um enfraquecimento da confiança global, os indicadores revelam que a produção está crescendo de alguma forma. A produção global cresceu a uma taxa anualizada estimada em 6% nos três meses encerrados em julho, de acordo com o J.P. Morgan Chase, cujo índice global de manufatura ontem estava em 50,1, um pouco acima do nível de estagnação. Qualquer resultado acima de 50 indica expansão. Por isso, ou os números da confiança mostram uma expectativa de mais desaceleração ou os executivos estão mais pessimistas em relação à economia do que deveriam, dada a produção real.
O índice de atividade industrial dos EUA, medido pelo Instituto para a Gestão da Suprimento, ou ISM, um grupo de gerentes de compras, caiu um terço de ponto porcentual, para 50,6. Um índice de produção baixou para o menor nível desde maio de 2009. Embora os preços continuem a cair, a expansão do nível de emprego desacelerou devido ao clima de incerteza entre os empresários.

"O clima geral é de preocupação em relação à direção que a economia está tomando", disse Bradley Holcomb, que coordena a pesquisa industrial do ISM. "As companhias estão dispostas a preencher cargos vitais que estão vagos, mas isso não irá se traduzir em contratações significativas nesse momento."

As empresas americanas parecem não ter acelerado as contratações. O Departamento de Trabalho informou ontem que os novos pedidos de seguro-desemprego diminuíram em 12.000 na semana passada, para 409.000. Ao mesmo tempo, um relatório do Departamento de Comércio revelou que os gastos em construção tiveram queda de 1,3% em julho na comparação mensal, com uma baixa ainda mais acentuada em obras públicas.

Em todo os EUA, o desaquecimento dos gastos públicos ameaça enfraquecer a economia nos próximos meses. Cortes desse tipo também preocupam executivos sobre as pressões de longo prazo sobre os negócios.

"A incerteza no mercado é enorme", afirmou Richard Seaman, diretor-presidente da Seaman, de Ohio. "A visibilidade do futuro é muito pequena porque as pessoas não sabem o que fazer." A firma, que emprega 300 pessoas, fabrica materiais usados pelos setores de construção, automotivo e militar. A Seaman registrou uma queda de 50% das encomendas para o setor de defesa nos últimos 12 meses, já que os fornecedores para o segmento militar sofrem com uma queda dos gastos do governo.

O cenário incerto nos EUA e em outras partes do mundo desenvolvido está pesando sobre as empresas de economias emergentes, como mostra a decisão do Banco Central do Brasil de reduzir a taxa básica em meio ponto depois de cinco altas este ano, com receio de que o desaquecimento global contamine a maior economia da América Latina.

Na Ásia, vários bancos centrais têm apertado a política monetária para combater a inflação, prejudicando empresas exatamente quando importantes mercados de exportação recuam. Índices para duas economias cruciais para o comércio mundial - Coreia do Sul e Taiwan - caíram para menos de 50, indicando que a indústria contraiu em agosto.

Enquanto isso, a China, maior economia da Ásia, viu seu índice industrial, medido pelo governo, manter-se um pouco acima de 50, enquanto outro indicador do setor, compilado pelo HSBC, aumentou ligeiramente, para 49,9. Os números sugerem que as fábricas chinesas nem se recuperaram nem se desaqueceram em agosto. As exportações foram problemáticas. O relatório do governo informou que o índice de novas encomendas para exportações caiu de 50,4, em julho, para 48,3 em agosto, mostrando retração pela primeira vez desde abril de 2009, perto do pior nível desde a crise financeira.

O setor industrial da Alemanha cresceu em agosto, mas só um pouco, registrando o ritmo mais fraco em dois anos. O resultado reduziu o temor de que a maior economia da Europa volte a entrar em recessão, apesar de a atividade industrial nos países mais vulneráveis do bloco ainda estar encolhendo rapidamente. Os dados sugerem que qualquer estabilização naquelas economias ainda vai levar meses.

O índice dos gerentes de compras para a zona do euro caiu de 50,4, em julho, para 49 em agosto, de acordo com a firma de dados Markit. A França e a Itália se uniram à Irlanda, Espanha e à Grécia com leituras abaixo de 50, sinalizando uma retração da atividade industrial. O índice também caiu na Alemanha, mas se manteve em 50,9, acima da linha divisória entre expansão e contração.

Kirsten Schoder-Steinmüller, diretor-gerente da Schoder, espera um forte aumento das encomendas este ano, mas está preocupada com 2012. A empresa, que emprega 76 pessoas numa área perto de Frankfurt, fabrica ferramentas de gravuras e peças para máquinas especiais.

"Todo mundo está um pouco nervoso sobre os grandes problemas da economia", disse. Apesar dessas preocupações, Schoder-Steinmüller contratou seis pessoas nos últimos quarto meses e está abrindo vagas para aprendizes.

(Colaborou Dana Mattioli)

FONTE: http://www.valor.com.br/imprimir/noticia/996348/internacional/996348/industria-global-desacelera-e-cresce-risco-de-recessao

Fique de olho no dragão

02.09.2011
Por Angelo Pavini | De São Paulo


A surpreendente decisão do Copom de reduzir os juros em 0,5 ponto porcentual conseguiu provocar uma das maiores turbulências do mercado brasileiro dos últimos meses. Desmontou e derrubou as projeções de quase todas as casas para os juros, aumentou o receio de alta da inflação, acelerou as estimativas de queda do juro real da economia e acrescentou um ingrediente de imprevisibilidade para as políticas do Banco Central (BC). Para o investidor, é hora de rever as estratégias diante de um novo cenário, especialmente na renda fixa, onde o dragão da inflação volta a ser um risco a ser considerado.

O mercado tirou duas interpretações da medida. A primeira, que o BC e o governo vão aceitar uma inflação mais alta para garantir um crescimento maior da economia. E isso apareceu nas projeções de inflação embutidas nos títulos públicos. A NTN-B para 2014, corrigida pelo IPCA, passou a projetar uma inflação de 6% ao ano, para 5,85% no dia anterior. A maior dos últimos seis meses.




A segunda interpretação é de que o BC está antecipando uma recessão mundial que ainda não aparece nos radares de outros países emergentes. Em ambos os casos, a recomendação é de cautela, afirma Rogério Bastos, sócio da Finplan, empresa de planejamento financeiro. "Tem muita gente empolgada com a queda dos juros, e poucos estão olhando o motivo por que o BC fez isso", diz. Para ele, os papéis de consumo dispararam ontem e podem já ter antecipado boa parte dos ganhos do crescimento maior do país. E se o cenário for de recessão mundial, a economia brasileira e a bolsa também sofrerão no longo prazo.

Com relação ao juro real, a situação é uma das piores dos últimos tempos, afirma Bastos. "Há previsão de nova redução da taxa na próxima reunião e ao mesmo tempo previsão de alta da inflação, então a tendência do juro real é ficar bem menor".

A política econômica do país mudou, resume Raphael Martello, economista da Tendências Consultoria. E todos os investimentos são prejudicados pela incerteza maior, avalia. "Podemos ter ganho no curto prazo das empresas ligadas ao consumo doméstico, mas não se sabe por quanto tempo esse benefício vai acontecer, pois mais adiante há o risco de crescimento menor da economia com inflação maior".

Assim, o mercado deve procurar mais aplicações pós-fixadas, pois aplicações prefixadas são um risco em um ambiente de possível deterioração da inflação. Entre as opções pós estão os títulos indexados à inflação, como as NTNs-B, ou ao juro diário, como as LFTs, os CDBs atrelados ao CDI e fundos DI. Correm maior risco os prefixados como as LTNs e os fundos de renda fixa. Ações cujas receitas são indexadas à inflação, como as elétricas, também podem ser opções. "Os agentes sabem que a partir de agora a inflação é mais alta."

A expectativa da Tendência é de que a taxa Selic deva cair mais 1,5 ponto percentual, para 10,5% no começo do ano que vem, com 0,5 ponto em cada uma das próximas três reuniões do Copom. "Isso acaba sendo bom para a bolsa no curto prazo, pois o crescimento da economia vai continuar sem restrições, mas vai resultar em inflação mais alta em meados de 2012", diz Martello.


Para Martello, o BC apostou em um cenário internacional possível, mas pouco provável de acontecer. E a inflação mantendo-se em alta em 2012 pode bater na renda real dos trabalhadores e no consumo, afetando as empresas e, por tabela, a bolsa. "A demanda não é sustentável no longo prazo, pois a inflação e a incerteza vão minando os investimentos das empresas e isso pode bater no mercado de trabalho".

De meados de 2012 para frente, há muita incerteza, avalia Martello. Será preciso avaliar se haverá alguma pressão política para o BC voltar a perseguir o centro da meta de inflação, de 4,5%. "Como os parâmetros mudaram, é difícil fazer projeções para depois do início do ano que vem", diz.

O dólar pode ser beneficiado pelas mudanças, uma vez que a incerteza e a elevação do risco atribuído ao país podem levar a moeda para R$ 1,60 até o fim do ano, estima Martello. "Mas o viés é claramente de alta".

Nos próximos meses, se o mercado achar que não vai ocorrer a recessão global que o BC está esperando, a tendência é que a inflação embutida nos títulos do governo, como as NTNs-B, vão subir ainda mais. "O BC fez uma aposta e agora todos vão ver quem estava certo", afirma um operador de um grande banco que pediu para não ter seu nome citado.

Para ele, o investidor deve ficar mais atento daqui para frente aos dados macroeconômicos globais e locais divulgados diariamente. "Teremos os dados de emprego americano amanhã (hoje), depois o PIB brasileiro do segundo trimestre, todo resultado de atividade será importante para definir os juros", afirma. Já os dados de inflação passarão a ficar em segundo plano, como já ocorre na Europa e nos Estados Unidos. "A China é onde se pode ter maior preocupação com a alta da inflação."

 FONTE: http://www.valor.com.br/impresso/investimentos/fique-de-olho-no-dragao