quinta-feira, 19 de maio de 2011

Exportadores ajudam a inundar país com dólares

Os juros altos e a baixa volatilidade da taxa de câmbio voltaram a atrair fluxos pesados de capitais para o Brasil, na contramão das expectativas do governo. Segundo dados do Banco Central, nas duas primeiras semanas de maio a entrada líquida de divisas totalizou US$ 8,8 bilhões. Em abril, os exportadores tomaram o maior volume de crédito com prazo de vencimento em até um ano (US$ 5,309 bilhões) desde 1996.

Grandes exportadores aproveitaram a oportunidade para obter ganhos maiores com a diferença entre os juros internos e externos em transações de arbitragem. Em maio, o mesmo se repetiu. Os bancos também saíram correndo atrás dessa janela e, por isso, o fluxo cambial líquido cresceu rapidamente, depois de atingir em abril saldo de pouco mais de US$ 1,5 bilhão.

Bancos atuantes no mercado perceberam que desde meados do mês passado muitas das grandes companhias compraram dólares no mercado futuro contra o real, com o prazo casado com as linhas tomadas no exterior, de forma a fazer "hedge" e ao mesmo tempo ganhar com o diferencial de juros.

Para prazos de vencimento em um ano, essas grandes empresas tomavam linhas de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) pagando juros de 2% ao ano ou menos e investiam nos juros em dólar no mercado interno, o cupom cambial, recebendo mais do que 5,6% ao ano. O ganho financeiro era superior a 3,6% ao ano. Foi a partir de meados de abril que o cupom cambial de curtíssimo prazo, até 30 dias, chegou a 12% ao ano, acima da própria taxa básica de juros (Selic).

"Em abril, por causa do cupom cambial mais elevado, percebemos um aumento de 50% na demanda por ACCs pelos exportadores", diz José Augusto Durand, gerente da mesa de clientes do Itaú BBA. Os bancos também aproveitaram o cupom cambial polpudo mesmo para prazos mais longos, e tomaram entre o fim de abril e o início de maio mais de US$ 3,117 bilhões em dívida externa de prazo superior a dois anos, sobre as quais não incide o IOF de 6%.

Fonte: Valor Online


SEMINÁRIO TERRITÓRIOS E DESENVOLVIMENTO LANÇAMENTO OFICIAL DO OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA TERRITÓRIOS (OPPTE)


O Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional Sustentável (PRODER) e o Laboratório de Estudos Avançados em Desenvolvimento Regional do Semiárido (LEADERS), tem a honra de convidar V. Sa. para o Seminário Territórios e Desenvolvimento, quando será lançado o Observatório de Políticas Públicas para Territórios (OPPTE). O referido evento ocorrerá nos dias 2 e 3 de junho no Auditório do Campus da Universidade Federal do Ceará (UFC) no Cariri, em Juazeiro do Norte.

SEMINÁRIO TERRITÓRIOS E DESENVOLVIMENTO
LANÇAMENTO OFICIAL DO OBSERVATÓRIO DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA TERRITÓRIOS (OPPTE)

PROGRAMAÇÃO:

DIA 2 DE JUNHO DE 2011

18h – Abertura com apresentação cultural
18h30min – Lançamento oficial do OPPTE, com formação da mesa de autoridades
19h – Palestra de Abertura – “Políticas Públicas, Territórios e Desenvolvimento Sustentável” - Prof. Dr. Marcel Bursztyn (CDS/UnB)
20h – Coquetel

DIA 3 DE JUNHO DE 2011

9h – Mesa temática – “Os impactos da criação da Região Metropolitana do Cariri para o processo de desenvolvimento sustentável do território”.
Convidados: Prefeitos da RMC, ONGs, IES da região, BNB, Ministério da Integração e parceiros do OPPTE.
12h – Encerramento do Seminário


LOCAL DO SEMINÁRIO: AUDITÓRIO DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ NO CARIRI EM JUAZEIRO DO NORTE – CEARÁ.

REALIZAÇÃO: PRODER; LEADERS – UFC/Campus Cariri
PATROCÍNIO: BANCO DO NORDESTE DO BRASIL
APOIO: ASTEF-UFC
PARCEIROS: CDS/Unb; CIAGS/UFBA; LIEGS/UFC/Campus Cariri





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Universidade Federal do Ceará – UFC – Campus do Cariri - 
Endereço: Av. Tenente Raimundo Rocha, s/n – Cidade Universitária
CEP 63040-360 - Juazeiro do Norte – Ceará
Fone: (88) 3572 7200; (88) 3572-7239. Fone/Fax: (88) 3752-7201

Observatório de Políticas Públicas para Territórios (OPPTE)

Acesso ao setor financeiro

19/05/2011 12:45:23

O acesso equitativo a serviços financeiros: são suficientes os microfinanciamentos?


Degol Hailu, do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo*
O acesso ao setor financeiro tem inúmeras vantagens. Poupadores e investidores se encaixam, os custos das transações são reduzidos e se cria liquidez. Porém, menos de metade dos domicílios nos países em desenvolvimento têm acesso a serviços financeiros, comparado com mais de 70 por cento no mundo desenvolvido.
Até 2006, mesmo em países relativamente bem sucedida, como a Gana e a Tanzânia, apenas cerca de 6 por cento da população tinham acesso a serviços bancários. No Benin, havia apenas 35 agências bancárias servindo a uma população de 7 milhões. Irão os microempréstimos aumentar o acesso aos serviços financeiros?
As Instituições de Microfinanças (IMFs) servem aos pobres rurais e urbanos, especialmente às mulheres desfavorecidas. Muitas vezes, sucursais dos bancos comerciais estão longe das cidades e aldeias, e os custos de transporte necessários para ter acesso a elas são inacessíveis. Aos pobres pode até mesmo faltar o montante mínimo de dinheiro exigido para a abertura de contas bancárias. A falta de familiaridade com os procedimentos complexos e burocráticos envolvidos na retirada e no depósito de dinheiro também pode constranger o acesso.
Por isso, não é surpreendente que as IMFs sejam atraentes para os pobres. Elas reúnem recursos para dispersar os riscos tanto para o mutuário como para o mutuante. Redes tradicionais e as análises feitas por pares asseguram a solvência. Os empréstimos são garantidos através de responsabilidade solidária. E a poupança amortece a flutuação sazonal nos vencimentos ou pode ser usada para pagar por eventos sociais e insumos para a produção.
A Cúpula Global do Microcrédito de 2006 comprometeu-se a fornecer microfinanças a 175 milhões de domicílios pobres até 2015. Os governos e agências de desenvolvimento apóiam a expansão das IMFs.
Por exemplo, a International Finance Corporation comprou mais de US $ 1 milhão em ações na Accion Micro Finance Company da Nigéria.
Até 2006, existiam 3.316 IMFs com mais de 133 milhões de membros em todo o mundo. Destas, 69,8 por cento estavam entre os pobres (definidos como ganhando menos de US$ 1 por dia). As mulheres representavam 85 por cento dos clientes pobres. Na África Subsaariana, um total de 970 IMFs informou ter 8,4 milhões de clientes.
No que diz respeito aos domicílios, no entanto, os números contam uma história ligeiramente diferente. Das 193,6 milhões de famílias pobres em todo o mundo, apenas 47,8 por cento estavam ao alcance das IMFs. Dos 60,4 milhões de domicílios pobres na África Subsaariana e no Oriente Médio, apenas 11,4 por cento tinham acesso ao microcrédito. A Ásia aparecia melhor: 68 por cento dos 123 milhões de domicílios pobres da região tiveram acesso ao microcrédito. Dentro da África Subsaariana, um pequeno número de países é beneficiário. Cerca de 1,4 milhões de domicílios na Etiópia, 1 milhão na Nigéria e 688.199 no Burquina Fasso participaram em programas de microfinanciamento.
Mesmo na Ásia, os sucessos das IMFs não têm estado sem reservas. Pesquisas mostram que a maioria dos clientes pobres está apenas ligeiramente abaixo da linha da pobreza – eles são aquilo que se designa como os “mais ricos dos pobres”. As IMFs demonstravam preferência pelos residentes urbanos e eram excessivamente dependentes de financiamentos externos (Chandrasekhar, 2004).
O que permitiria às IMFs melhorar a prestação de serviços? Uma recomendação popular é a de vinculá-las a bancos comerciais. O compartilhamento de rede d agências, por exemplo, beneficia tanto as IMFs como os bancos. Eles fornecem a estas uma ampla base de clientes e facilita a extensão do crédito aos clientes das IMFs, especialmente entre os proprietários de pequenas empresas (um desenvolvimento conhecido como “a formalização da economia informal”). Vinculando IMFs com os bancos comerciais, porém, não oferece garantias de que bastante pobres serão alcançados. Os efeitos de tais esforços são limitados pela falta de bancos comerciais, em particular nas zonas rurais.
Em última análise, políticas públicas terão de incluir empréstimos diretos para chegar bastante aos pobres. A este respeito, as cooperativas de crédito rural da China e o Banco do Vietnam para as Políticas Sociais são dois exemplos que merecem ser examinados. Estes países proporcionaram taxas de juros seletivas, garantias de investimento e crédito de promoção à exportação. As políticas públicas se concentraram no desenvolvimento rural através de programas de crédito em setores de uso intensivo de mão-de-obra.
As informações disponíveis mostram que metade dos empréstimos foi fornecida para os domicílios pobres, um terço foi para beneficiários em áreas remotas e mais de um quinto foi dedicado à criação de empregos. A China e o Vietnam registraram uma queda drástica nos níveis de pobreza. A sua experiência proporciona uma lição a ser aprendida.
Referências:
Chandrasekhar, C. P. (2004). “Financial Liberalization and the Macroeconomics of Poverty Reduction”, Thematic Summary on Financial Liberalization for the Asia-Pacific Programme on the Macroeconomics of Poverty Reduction, UNDP. [“A liberalização financeira e a macroeconomia de Redução da Pobreza”, Resumo temático sobe a liberalização financeira para o programa Ásia-Pacífico sobre a macroeconomia de Redução da Pobreza, do PNUD.]
Daley-Harris, S. (2007). State of the Microcredit Summit Campaign Report 2007. [ Relatório sobre a Situação da Campanha da Cúpula do MIcrocrédito . 2007] Disponível em: http://www.microcreditsummit.org/pubs/reports/socr/EngSOCR2007.pdf.
Saiba mais
O Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC-IG) é o fórum global das Nações Unidas para o diálogo e aprendizado Sul-Sul sobre políticas inovadoras para o crescimento inclusivo. A partir de sua sede em Brasília, o IPC-IG dedica-se à promoção de conhecimento entre os países em desenvolvimento visando à formulação, implementação e avaliação de políticas e programas que levem a um processo de crescimento com inclusão social. As áreas de trabalho são: proteção social e transferências de renda; desenvolvimento rural e sustentável; e inovações para o desenvolvimento.
(Mercado Ético/IPC-IG/PNUD)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Brasil deve receber cerca de US$ 8 bi em investimento chinês

Com o crescimento expressivo das trocas comerciais entre os dois países, Pimentel afirmou que países vão criar um grupo técnico para intensificar os negócios

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, disse nesta segunda-feira, 16, que o país deve receber este ano cerca de US$ 8 bilhões em investimento chinês.

Com o crescimento expressivo das trocas comerciais entre os dois países, Pimentel afirmou que Brasil e China vão criar um grupo técnico para intensificar os negócios.

“Vamos precisar de muita agilidade para tomar as decisões”, afirmou Pimentel que, hoje, teve alguns encontros com o ministro chinês do Comércio, Chen Deming, a quem se referiu como profundo conhecedor da economia brasileira e “disposto a resolver as questões”.

O ministro brasileiro disse que está satisfeito com o volume de exportações brasileiras para a China que, em 2010, ultrapassou os US$ 30 bilhões e deve, segundo ele, saltar para US$ 37 bilhões este ano.

No entanto, explicitou sua preocupação no que se refere à concentração dos embarques. “Cerca de 80% do volume de exportações estão concentrados em apenas três produtos: minério de ferro, soja e petróleo”.

Chen Deming disse que “o Brasil tem muitos bons produtos, de boa qualidade, que o povo chinês não conhece”. Por isso, estimulou os empresários brasileiros, durante evento na Confederação Nacional da Indústria (CNI), a trabalhar melhor a divulgação dos produtos nacionais.

O presidente do Conselho Temático de Integração Internacional da CNI, Paulo Tigre, que participou do encontro com empresários chineses, disse que o Brasil precisa resolver gargalos, fazer uma reforma tributária e aumentar investimentos. “Temos que fazer nossa lição de casa, com menos burocracia e uma base educacional melhor. Precisamos diminuir os nossos custos”.

Fonte: O Povo online

Marcadores: Investimento, comércio, Brasil, China



Importações cearenses crescem 15,7% desde o início do ano

As exportações do Ceará em abril somaram US$ 92,1 milhões, o menor valor do ano. Já as importações cresceram 15,7%, em relação ao ano passado, elevando o déficit da balança comercial para US$ 179,7 milhões

O Ceará exportou US$ 92,1 milhões no mês de abril de 2011, menor valor registrado em 2011. No total acumulado do ano as vendas para o Exterior somam US$ 408 milhões, o que representa 0,6% a mais que o mesmo período de 2010, percentual bem inferior ao crescimento acumulado das exportações brasileiras (31,3%). De janeiro a abril as importações aumentaram 15,7% chegando aos US$ 587,7 milhões e elevando o déficit da balança comercial (exportações menos importações) para US$ 179,7 milhões.


De acordo com o Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Ceará (CIN/Fiec), esse é o maior déficit da balança comercial cearense, quando comparados os primeiros quadrimestres dos últimos 10 anos. O superintendente do CIN, Eduardo Bezerra Neto, diz que o saldo negativo não preocupa porque se compõe de itens que são matéria prima ou essenciais. “O que importamos são produtos vitais para manter a economia do Estado”, comenta, citando o trigo, o algodão, gás natural, gordura vegetal e o óleo de dendê industrial.


Calçados é o principal setor exportador, seguido da castanha de caju. Eduardo Neto destaca a queda dos têxteis observando que passaram do quinto para o sexto lugar no País e para quarto na pauta do Estado. À frente estão São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Santa Catarina, Paraná que concentram 80% das vendas de tecidos. Para ele, a localização das fábricas no Sudeste e Centro-Oeste são determinante para essa situação porque estão próximas dos centros produtores, para tornar o custo da matéria-prima mais baixo. Acrescenta que essa mudança que veio para ficar.


O presidente do Sindicato do Indústria Têxtil no Ceará, Ivan Bezerra Filho, discorda. De acordo com ele, o dólar baixo tem dificultado as exportações e hoje o mercado interno é mais atraente e remunera melhor e não exportar é mais uma questão estratégica. “É prematuro dizer que essa situação é permanente”, avalia. Ressalta que a indústria têxtil do Ceará continua sendo a terceira maior do Brasil e cada vez mais evolui como maior produtora de lingerie, índigo e fios do País.

Por quê


ENTENDA A NOTÍCIA


O Ceará responde por menos de 1% das exportações e importações brasileiras. Ocupa a 15ª posição dentre os estados exportadores, e a quarta dentre os estados nordestinos. Calçados, castanha de caju e couros são responsáveis por 62,4% do exportado pelo Estado nos quatro meses de 2011.


Fonte: O Povo OnLine


Marcadores: Ceará , exportação


http://www.opovo.com.br/app/opovo/economia/2011/05/17/noticiaeconomiajornal,2244876/importacoes-cearenses-crescem-15-7-desde-o-inicio-do-ano.shtml


sábado, 14 de maio de 2011

A enrascada do combate à inflação

O governo terá todo empenho para debelar a inflação, contanto, sem derrubar o crescimento


“O governo terá todo empenho para debelar a inflação, contanto, sem derrubar o crescimento. Derrubar a inflação, derrubando o crescimento, qualquer um faz. Não precisa de ministro da Fazenda para isso. Essa é a arte da coisa.” Foi assim que o ministro Mantega ressaltou na semana passada, em declaração reportada pelo “Estadão”, a maestria que lhe vem sendo exigida na condução da política macroeconômica.

Há cerca de dois meses, noticiou-se que havia grande satisfação no PT com o fato de que o governo, afinal, adotara uma política macroeconômica que o partido poderia considerar sua. Uma política que já não replicava a que havia sido adotada por FHC e que, sob choro e ranger de dentes, foi mantida e aprimorada por Lula durante os três anos iniciais do seu primeiro mandato.

De fato, a política de 2011 é bem diferente da de 2003-05. O celebrado tripé macroeconômico, consolidado a partir da crise cambial de 1999, já vinha sendo reconfigurado em grande medida desde 2008. E, agora, mostra os sinais inequívocos dessa mutação. Em vez de estrito cumprimento de metas fiscais, uma política fiscal ainda expansionista, marcada pela insistência na manutenção de farto orçamento paralelo no BNDES, alimentado por transferências diretas do Tesouro, sem contabilização no resultado primário e na dívida líquida. Em lugar de câmbio flutuante, uma política disfarçada de câmbio fixo. E, em vez de política de metas para inflação nas linhas habituais, nova proposta de condução da política monetária, com uso parcimonioso da taxa de juros.

A euforia do governo com sua política macroeconômica parece ter atingido o auge no final do primeiro bimestre, quando o ministro Mantega assegurou que, com as medidas prudenciais e o aumento de compulsório, a inflação começaria a cair. Não só não caiu como acaba de romper o limite superior da meta.

O agravamento do quadro inflacionário parece ter acendido a luz vermelha no Planalto. E já há analistas sugerindo que, agora, sob o comando da própria presidente, o processo de mutação da política macroeconômica estaria sendo rapidamente revertido. Alarmado com a inflação, o governo estaria disposto a se livrar da maior parte dos adereços heterodoxos que hoje entravam o combate à inflação.

Não é surpreendente que, em meio à insaciável demanda por interpretações róseas do que vem ocorrendo com a condução da política macroeconômica, esse tipo de análise tenha encontrado boa acolhida. Mas a verdade é que não é convincente. É como se, para reverter os equívocos envolvidos no combate à inflação, bastasse dar ao ministro da Fazenda e ao presidente do BNDES um comando “DESFAZER”. E, com isso, da noite para o dia, a mesma equipe econômica passaria a se pautar por princípios de condução de política macroeconômica em que sabidamente não acredita.

Não vai ser tão fácil. Ideias equivocadas arraigadas custam a desaparecer. O mais provável é que o governo persista nos mesmos erros antes de se dispor a incorrer no desgaste de reconhecê-los. Na melhor das hipóteses, poderá tentar uma correção suave de rumo, começando pelo Banco Central, mas bem mais lenta do que o agravamento da situação parece exigir.

Seja como for, o governo já não esconde sua apreensão. Resgatando um discurso que parecia ter sido enterrado para sempre em 1994, tenta agora convencer as empresas a “evitar remarcações de preços”. Alarmado com a reindexação e a sinalização que poderá advir das grandes negociações coletivas de reajuste salarial, num quadro de inflação próxima a 7% ao ano, o governo clama pela necessidade de que tais negociações sejam pautadas pela meta de 4,5%. E promete se empenhar para desindexar a economia. O que só realça a inconsequência com que a política econômica vem sendo conduzida. Afinal, trata-se do mesmo governo que, há poucos meses, com ares de defensor da austeridade, fez o Congresso aprovar uma regra de superindexação que deverá exigir, em janeiro de 2012, um reajuste do salário mínimo de nada menos que 14%.


Fonte: Notícias do dia

por: ROGÉRIO FURQUIM WERNECK


http://si.knowtec.com/scripts-si/MostraNoticia?&idnoticia=32686&idcontato=8906272&origem=fiqueatento&nomeCliente=CNA&data=2011-05-13

O combate à inflação, por Delfim

Do Valor

Cautela e cuidado com a inflação

Antonio Delfim Netto
22/03/2011

Oproblema da inflação no Brasil está sendo tratado pelas novas políticas fiscal, monetária e cambial com o cuidado que merece. Na política fiscal não foi feito nenhum "choque dramático" (porque não era preciso), como exigem alguns fundamentalistas. É certo, entretanto, que as despesas correntes e as transferências da União crescerão menos em termos reais do que o crescimento provável do PIB.

A crítica fundamental a essa política é, curiosamente, "ad hominem": o ministro Mantega foi um gastador (diante de uma deficiência de demanda global); como pode ser um parcimonioso (diante de um excesso de demanda)? Como diria um velho conhecido, "quando a situação muda, eu mudo. E você?"

Na política monetária, a mudança de atitude do presidente Tombini, recuperando velhíssimos instrumentos (agora elegantemente chamados de "macroprudenciais"), tem sido objeto de desconfiança de muitos analistas do mercado financeiro. Apoiam-se numa pretensiosa "teoria monetária", cujos melhores autores em 2008 ainda não mencionavam, em seus "científicos" trabalhos e livros, sequer a palavra "crédito"! Prisioneiros de uma miopia produzida por um modelito de três equações perderam toda a imaginação.

Provavelmente, a manobra exclusiva com a taxa de juros cause menores "distorções" (medidas com relação a um modelo de validade duvidosa), mas também, provavelmente, compensadas no mundo real por um custo maior em termos de sacrifício de PIB. De qualquer forma, ainda que a econometria seja imaginosa, mas precária, existem claros indícios (até recentemente negados) que medidas macroprudenciais podem ser moderadas substitutas do falaciosamente simples aumento da taxa de juros. Aqui também, a crítica é "ad hominem": Tombini é um bom e respeitável técnico... mas é um "pombo"! A hora e o lugar exigiriam um "falcão" (um dos "idiots savants"), que acredita que há leis naturais que regem os mercados, particularmente o cambial.

O mais fantástico é a desconexão entre essas críticas e o que está acontecendo no mundo, particularmente com a revisão do conhecimento econômico. Ele se processa hoje sob o estímulo de quem já foi o maior defensor da equivocada ideologia que produziu o "pensamento único" apoiado numa suposta ciência monetária: o Fundo Monetário Internacional! Foi esse mesmo "pensamento único" que interditou a saudável crítica produzida por diferentes "visões do mundo econômico", que estimulou o controle da economia real pelo sistema financeiro e produziu a crise de 2007/09. No fim, consumiu-se na desmoralização...

Trata-se de uma tragédia. A descrença colocou dúvida sobre todo o conhecimento econômico - talvez seja melhor chamar de "economia política" - que foi e é de extrema importância para a boa governança do setor público e do setor privado. Essa visão niilista é a contrapartida do fundamentalismo: como a teoria econômica "fracassou", tudo é permitido nas políticas fiscal, monetária e cambial. Já sabemos como isso termina. O Brasil já foi vítima de múltiplas experiências desse tipo que tiveram alto custo econômico e social.

Temos hoje uma aceleração da taxa de inflação (e uma deterioração de suas expectativas), que deve merecer toda a atenção do governo. É óbvio que estamos diante de um fenômeno bastante complexo e que não pode ser resolvido satisfatoriamente com a receita suicida de cortar as despesas públicas (a demanda do governo) e aumentar a taxa de juros real para cortar a demanda privada, de forma a reduzir o crescimento do PIB a 3%, a taxa de inflação a 4,5% no fim de 2011 e deixar que a taxa de câmbio atinja o seu valor "natural" determinado pelo mercado.

A taxa de inflação é uma espécie de "radiador" que dissipa o calor das energias perdidas na ineficiência dos setores público e privado. Ela tem duas componentes: uma interna e outra externa. A interna parece ser menos resultado do excesso da demanda global do que da profunda mudança na sua qualidade (serviços não transacionáveis), resultado da própria política redistributiva do governo e do aumento real do salário mínimo.

A rigor, quando corretamente medido, o PIB cresceu em média (4 º trimestre 2010/4º trimestre 2006) 4,3% ao ano e, se não levarmos em conta a depreciação, tivemos formação bruta anual de capital de 8,9%. As fortes taxas de crescimento acumulado em 2010, contra os mesmos trimestres de 2009, são meros artefatos estatísticos, que medem uma recuperação abaixo da capacidade de produção, como se vê no gráfico. O crescimento médio em 2010 foi de 5%, e a formação bruta de capital, sem levar em conta a depreciação, 12%.

A componente externa é muito forte. Trata-se da elevação dos preços internacionais de nossas exportações primárias, que não podem mais ser corrigidos pela "evolução natural" da taxa de câmbio, sem pôr em risco a grande sofisticação do nosso setor industrial, quando comparado com o dos países como nosso mesmo nível de renda per capita.

São esses fatos que justificam a cautela do BC e os cuidados do Ministério da Fazenda.


Fonte: Luis Nassif OnLine

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-combate-a-inflacao-por-delfim


Novo Nordeste

Uma região em desenvolvimento constante, com problemas ainda a serem combatidos, mas com prognósticos de crescimento nunca antes visto e participação fundamental na expansão da economia nacional

A região Nordeste do País mudou. Com os investimentos realizados nos últimos anos, um novo modelo de gestão e o incremento de obras estruturantes, previstas para serem entregues até 2014, os nove estados que compõem a região, hoje, projetam um novo status para sua função no desenvolvimento do Brasil. Há alguns anos, o questionamento comum era o que o País poderia fazer para ajudar o Nordeste. Hoje, a pergunta muda e passa a ser: o que o Nordeste pode fazer pelo Brasil?

Muitos dos equipamentos estratégicos para o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), projetados pelo Governo Federal, estarão em território nordestino. Para citar alguns deles, ampliações e remodelagem de portos, como o do Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco, ambos que devem abrigar refinarias da Petrobras, outros empreendimentos de refino de petróleo, localizados no Rio Grande do Norte, Sergipe e Maranhão, extração de fosfato, urânio bruto e produção de aço em terras cearenses e baianas, energia eólica no estado potiguar e também no Ceará, além de gasoduto na Paraíba e fruticultura no Piauí. Todos são projetos que trarão para o Nordeste aporte financeiro, emprego e um nível de desenvolvimento nunca antes visto e garantirá maior participação e integração das economias locais com a nacional.

A economia da região Nordeste deve crescer acima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010, de acordo com estudos desenvolvidos por consultorias. No Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), os últimos dados oficiais do PIB regional datam de 2005 e indicam que o Nordeste cresceu acima do PIB nacional em 2005 e 2004. O total de US$ 93.6 bilhões (2004) representou crescimento de 14,2% e é maior que o de países como o Chile e Argentina, por exemplo.

Com uma área territorial de 1,5 milhão de quilômetros quadrados, o que representa o tamanho da França, Itália, Reino Unido e Alemanha juntos, uma população de 53 milhões de habitantes (Censo 2010), cerca de 30% da população do País, o Nordeste brasileiro projeta-se como a terra das oportunidades para quem deseja investir e crescer. Na região que abriga condições climáticas extremamente favoráveis e localização estratégica, além das obras estruturantes, setores da economia, como agronegócio, fruticultura, turismo, confecção, indústrias de transformação, entre outros, apresentam-se como potencialidades para bons negócios.

Fonte: Economia Nordeste Brasil

Marcadores:Nordeste, Economia

Vendas de produtos têxteis do Ceará crescem 43%


Ceará é o 7º maior exportador de produtos têxteis e confeccionados do Brasil e o segundo maior do Nordeste. Entre janeiro e março de 2011, o Estado vendeu US$ 24,3 milhões, 43% a mais igual mês do ano passado


O empresariado da indústria têxtil cearense tem se queixado de carga tributária alta, encarecendo o algodão, e da concorrência dos produtos pernambucanos e principalmente chineses. De acordo com o Sindiconfecções do Ceará, o setor estagnou nos últimos três anos. Mas números divulgados recentemente apontam para um lado bem mais positivo.

Entre janeiro e março de 2011, o Estado exportou US$ 24.347.937, número 43,83% maior que o exportado no mesmo período de 2010. Foram mais de três mil toneladas de produtos têxteis e confeccionados enviadas ao exterior pelos portos cearenses, 15,04% a mais em comparação ao ano anterior, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit).

Apesar de ser o quinto polo têxtil do País, o Ceará fica em 7º lugar no ranking de dólares exportados, subindo uma posição em relação ao ano de 2009. No Nordeste, ficamos atrás somente da Bahia, que é o terceiro maior exportador do Brasil. Os portos baianos exportaram, entre janeiro e março de 2011, US$ 61,2 milhões em produtos têxteis e confeccionados. Mas a comparação com o ano passado é negativa (-10,21%). Em toneladas, a Bahia exportou 12,88% menos.

Já Pernambuco também teve variação negativa nas exportações dos três primeiros meses de 2011 em relação ao mesmo trimestre de 2010. O vizinho exportou 25,92% menos em dólares e 12,23% menos em toneladas. O crescimento assustador de Pernambuco em 2009, quando as exportações do Estado cresceram 235% no primeiro trimestre.

Tecnologia

Para o presidente do Grupo FCem, Pompeo Madeira, a procura cada vez maior de expositores por feiras têxteis são mais um termômetro de que o Ceará vai bem. O Grupo FCem promove feiras para tecnologia da indústria têxtil nos principais polos do País e, no Ceará, faz a Maquintex, a cada dois anos, desde 2007.

“Se a indústria vai mal, onde estão os desempregados? Está é faltando mão de obra qualificada para operar maquinaria. Há vários setores que trabalham três turnos”, exemplifica o presidente da FCem. Segundo Pompeo, só para a Maquintex 2011 são esperados 70% mais expositores que em 2009.

Cerca de 550 expositores já estão cadastrados, mas o número deve chegar a 700. “Se o setor têxtil estivesse ruim no Ceará esse número seria bem menor”, argumenta. Realizada dos dias 9 a 12 de agosto, a organização da Maquintex espera receber 20 mil visitantes, em quase 23 mil metros quadrados de feira, no ainda inacabado Expo Ceará, o novo centro de eventos do Estado.

“A Maquintex vai inaugurar o novo Expo Ceará. Resolvemos apostar, porque o Governo nos garantiu que estará pronto. Não o equipamento inteiro, mas os 18 mil metros quadrados e mais as seis salas a serem usadas por nós, estarão (prontos)”, acredita.

O quê ENTENDA A NOTÍCIA O setor têxtil cearense afirma enfrentar problemas com o aumento do preço do algodão, em quase 300%, e não poder repassar a alta ao consumidor. As confecções já estão 10% mais caras, mas setor precisava aumentar em 30% para não perder margem de lucros.

Fonte: O Povo OnLine

Marcadores: Têxtil, Ceará, Exportação.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

PRODER CONVIDA PARA A 1a. EDIÇÃO DOS DIÁLOGOS SUSTENTÁVEIS



Convidamos você a participar da primeira edição da série
DIÁLOGOS SUSTENTÁVEIS
Dia 12/05/2011, Quinta-feira, 19h

Auditório do Campus UFC Cariri

"Uso e ocupação da terra no Semiárido: o papel dos assentamentos"

Palestrante
JOÃO LUDGERO SOBREIRA NETO
Geógrafo e especialista em Geopolítica e Direito Ambiental, atualmente é coordenador do curso de Geografia da Universidade Regional do Cariri - URCA e trabalha as disciplinas de Geografia Agraria e Geografia da população.


Diálogos Sustentáveis é produzido pelos alunos do Mestrado em Desenvolvimento Regional Sustentável da UFC Cariri, sob a coordenação da profa. Dra. Suely Chacon, e tem como objetivo promover o debate sobre temas multidisciplinares que estabelecem relações com as diversas dimensões do desenvolvimento, sob o ponto de vista da sustentabilidade.

Exportações brasileiras

setor produtivo

Exportações: Brasil foca commodities

Publicado em 11 de maio de 2011 

Venda externa de matérias-primas faz País perder espaço no comércio de produtos mais tecnológicos
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O minério de ferro foi o principal responsável pelo total exportado 
FOTO: THIAGO GASPAR

São Paulo O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgou um estudo hoje que confirma o que diversos setores do mercado produtivo vêm alertando: o Brasil tem focado suas exportações em commodities e perdido espaço na venda de produtos de maior intensidade tecnológica, de maior valor.

Na análise dos autores do material, Fernanda De Negri e Gustavo Varela Alvarenga, a perda de participação do mercado do Brasil coincide com o aumento da participação das commodities na pauta, a partir de 2006 e se acentua depois da crise, entre 2008 e 2009.

Desde os anos 1990, a participação das commodities nas exportações brasileiras oscila ao redor dos 40%. Entre 2007 e 2010, esta participação saltou 10 p.p (pontos percentuais), alcançando 51% das exportações brasileiras.

Com o atual ciclo de valorização das commodities, o país conseguiu ampliar significativamente a participação brasileira no comércio mundial, mas não tem investido na diversificação do setor produtivo. Na prática, isso significa que o Brasil vende a matéria prima (a commoditie) a preços baixos e compra produtos manufaturados mais caros.

Pouca competitividade

Entre 2006 e 2009, o Brasil perdeu participação de mercado em todos os grupos de produtos, exceto commodities e petróleo. Ou seja, nos últimos três anos, a "primarização" da pauta de comércio do país não é apenas resultado de um desempenho excepcional das exportações brasileiras de commodities, mas também reflete a perda de participação -ou seja, de competitividade- do país no comércio internacional em todos os outros grupos de produtos, especialmente os mais intensivos em tecnologia.

A justificativa é de que a maior fatia do comércio internacional continua sendo composta por produtos industriais de alta e média intensidade tecnológica, que representam hoje cerca de metade dos fluxos de comércio.

Em alta

O país aumentou o nível de exportações de minérios (especialmente o minério de ferro) em relação a 2009, e este produto foi o principal responsável pelos 51% do total exportado em commodities em 2010.