domingo, 31 de janeiro de 2010

Ceará - Complexo Portuário do Pecém


Projetos no Pecém já estimulam a economia

31/1/2010 Clique para Ampliar

Assim como no porto, em seu entorno, as obras dão vida à economia de cidades como Caucaia e São Gonçalo

Cerca de R$ 8 bi estão sendo investidos no Pecém e em seu entorno, gerando empregos na construção e serviços

O crescimento industrial até tardou, mas agora parece ter puxado a marcha. O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) possui hoje apenas oito indústrias, mas a quantidade de tratores, caminhões e operários de construção presentes no local mostra que essa realidade deve mudar em alguns anos.

Após garantida a vinda dos dois principais projetos estruturantes esperados desde a criação do complexo, a siderúrgica e a refinaria, vão surgindo, então, inúmeras obras de infraestrutura e de instalação de novos empreendimentos nos arredores do porto, gerando empregos e mobilizando a economia local. "A inércia do Pecém foi vencida. Não temos mais como falar que o Pecém é uma estrutura ociosa", afirma o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Antônio Balhmann. Segundo ele, não é possível comparar a realidade do complexo com a de Suape, em Pernambuco, por exemplo. "Lá, eles têm 30 anos. Nós temos sete (levando em consideração a criação do porto), ainda estamos começando, e agora é pra valer", diz.

Localização

"O Pecém é uma das macro localizações mais importantes do Brasil, pela infraestrutura disponível e pela localização estratégica, próxima dos polos consumidores da Europa e Estados Unidos", defende. Balhmann esclarece que a arrancada do complexo industrial se deu, especialmente, pelos investimentos realizados em sua "espinha dorsal", que é o porto, em ampliação, e que já se posiciona de maneira forte perante outros portos do Brasil.

O Terminal Portuário do Pecém é o maior exportador de frutas do Brasil. O porto passa pelo maior projeto de ampliação desde sua fundação, em 2002. Com a criação do Terminal de Múltiplo Uso (Tmut), a expectativa é elevar o número de operações, dotando-o de estrutura para trabalhar com outros produtos. A obra, em andamento, envolve grandes investimentos que atraem fornecedores, além de centenas de operários que vão mexendo com a economia de cidades próximas.

Investimentos

Assim como no porto, em seu entorno as inúmeras obras dão uma nova vida ao local. São cerca de US$ 8 bilhões sendo investidos atualmente com todas as indústrias e infraestruturas que estão sendo criadas no complexo, segundo aponta o presidente da Adece. Pontos de entrega de gás, uma nova subestação de energia, a instalação de esteiras para carregamento de minério, termelétricas, uma nova cimenteira são equipamentos que já começam a ser implantados no CIPP. A quantidade de obras reflete-se, diretamente, na de empregos gerados na região. Com mais emprego, mais renda circula nas cidades do entorno, movimentando inúmeros comércios e serviços que vão se fortalecendo por lá, iniciando uma nova fase econômica para os municípios de Caucaia e São Gonçalo, em especial. O reflexo, entretanto, repercute em todo o estado.

SÉRGIO DE SOUSA
REPÓRTER

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=728796

LOGÍSTICA FAVORECE

Infraestrutura atrai empresas

31/1/2010 Clique para Ampliar

Instalação do terminal de Regaseificação no Pecém ampliou a possibilidade de geração de energia por meio de gás. São mais sete milhões de metros cúbicos

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A oferta de água para o Pecém está sendo garantida com a construção do trecho cinco do Eixão das Águas

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Ainda é possível encontrar áreas sendo ofertadas ao longo da estrada. Preços tendem a subir no médio prazo

Entre os fatores que mais pesam na hora de uma empresa decidir onde irá instalar uma nova unidade, estão, sem dúvida, a logística oferecida no ambiente para transporte e escoamento de seus produtos e a oferta de água e infraestrutura energética para as operações de seu parque fabril. Obras que deverão dotar o Complexo Industrial e Portuário do Pecém já vêm sendo realizadas e ainda mobilizarão muitos recursos e mão-de-obra no local nos próximos anos.

O presidente da Adece, Antônio Balhmann, destaca a importância da instalação do Terminal de Regaseificação do Pecém, pertencente à Petrobras e operado pelo navio Golar Spirit, primeira embarcação adaptada para realizar esse processo no mundo. "O Ceará tinha disponíveis dois milhões de metros cúbicos de gás. Com esse volume, nós não poderíamos ampliar, com alternativa gás, a estratégia de geração de energia elétrica. Com a chegada do novo terminal, são mais sete milhões de metros cúbicos de gás", destaca.

Distribuição de gás

A distribuição desse gás está sendo resolvida no momento, com a construção de dois pontos de entrega (PE Pecém e PE José de Alencar), em curso pela Petrobras. A construção da modernização do PE Pecém, por exemplo, que liga o GNL (gás natural liquefeito) do Pecém ao Gasfor, está em obras desde julho do ano passado, indo até maio deste ano, e empregando cerca de 70 pessoas.

Energia

A construção de mais uma subestação de energia no complexo também contribuirá para gerar uma maior segurança energética para as empresas que se instalarem no local. A Subestação Pecém II, com capacidade de transformação de 3.600 Mega Volts Amper (MVA) e tensão de 500/230 kV, deve somar investimentos de R$ 140 milhões, e deve iniciar suas obras em abril ou maio.

Água

Além da energia, a oferta de água está sendo garantida com a construção do trecho 5 do Eixão das Águas, trazendo cinco metros cúbicos de água bruta por segundo ao complexo.

A ordem de serviço do trecho foi assinada em dezembro passado, e as obras deverão ser concluídas em um prazo de 15 meses contando da assinatura do documento.

Balhmann ressalta também a construção da Transnordestina, que integrará a estrutura produtiva do Nordeste com as demais regiões brasileiras, criando acesso direto aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém. No Ceará, as obras ainda não começaram, entretanto, os recursos já estão garantidos. (SS)

TENDÊNCIA É AUMENTAR
Preço de terreno valoriza

Seja para compra ou aluguel, o valor dos imóveis no complexo industrial garante renda extra para os moradores

Antônio Carlos, morador de Caucaia, dentro do complexo industrial, possui quatro lotes de terra nas imediações, mas não quer vender. O motivo é mais que justificável: "O lote de 15 por 30 metros, que estava sendo vendido por R$ 500, hoje vale cerca de cerca de R$ 5 mil.

"Comprei os quatro lotes há quatro anos, mas não vendo, a tendência é valorizar", explica. A visão estratégica de Carlos já se torna comum entre os proprietários de terra do CIPP.

Antônio Carlos diz que já comprou os terrenos pensando em construir casas para alugar. De lá pra cá, o valor de suas terras já valorizou mais de 200%, ou seja, o preço para venda mais que triplicou.

"Se eu abrir a boca para vender, eu vendo ligeiro, mas não quero", garante. Segundo ele, boa parte dos lotes nos arredores de onde mora, na rodovia Estruturante, estrada para o porto, está vendida. Entretanto, ainda é possível encontrar áreas sendo ofertadas pela estrada. Faixas oferecendo lotes de frente para o asfalto podem ainda ser encontradas na estrada.

João Abençoado, pequeno empresário local, e que acompanha as mudanças que vão ocorrendo por lá, comprova a valorização dos terrenos. "Tem muita gente comprando lote, e tem que comprar logo, porque vai valorizar ainda mais", diz.

"Nossos terrenos, há alguns anos, não valiam nada. Agora, venderam um terreno de 12 por 100, só comprimento, por R$ 18 mil. Isso porque fica no beiço da pista", aponta.

E quem não pretende vender terreno, também está aproveitando para alugar. "Tem casa aqui no Pecém sendo alugada a R$ 2 mil por mês. É preço de apartamento na Beira-mar", conta um funcionário da Cearáportos, que administra o Porto do Pecém.

Casas de veraneio, que antes eram alugadas para turistas, já são alugadas agora por temporada para empresários. Enquanto não chegam novas estruturas hoteleiras na região, a população vai assim já garantindo uma nova renda. (SS)

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=728825


NA ESTEIRA DOS EMPREENDIMENTOS

Grandes grupos hoteleiros já o miram a região

31/1/2010 Clique para Ampliar

Empresários, aos poucos, vão percebendo o potencial existente no distrito de Pecém. Para os moradores, a movimentação está apenas começando

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Segundo Balhmann, grandes grupos propõem a instalação de empreendimentos hoteleiros entre Taíba e Pecém

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Reginaldo Ferreira conta que trabalha como eletricista. A pesca virou um bico: o que vem na rede é lucro

A atual falta de infraestrutura hoteleira no CIPP não significa que investidores ainda não perceberam o potencial do local para este tipo de negócio. Segundo o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado (Adece), Antônio Balhmann, vários grupos já apresentaram propostas para a instalação de empreendimentos hoteleiros entre Taíba e Pecém. "Existem propostas pesadas nessa área de vários grupos, pequenos e médios, já prevendo o mercado dos executivos que vão chegar. São projetos de instalação de residências, hotéis, pousadas e flats", informa Balhmann. De acordo com ele, os empresários estão em fase de aquisição de terrenos, alguns com áreas já disponíveis.

Enquanto estes empreendimentos ainda não são disponibilizados, a população local vai dando conta da atual demanda, que já é crescente. Sem saber ainda dos planos dos grupos hoteleiros para o entorno do Pecém, Bosco Linhares, empreendedor local, afirma: "Os empresários de Fortaleza ainda não perceberam o potencial para negócios que essa área está oferecendo". Linhares mora em Caucaia, na região do CIPP, e investe na área de construção civil e em alojamentos. Ele afirma que só não amplia seus negócios por falta de recursos para investir.

"O Pecém inchou e não tem como suportar", diz, referindo-se, especialmente, ao segmento de alojamentos. "Se tivessem mais empresários, daria. Hoje, tem muita gente de empresa que vem pra cá e não tem onde ficar", garante.

O pensamento de Linhares é acompanhado por vários outros micro e pequenos empresários da região. No restaurante Abençoado, onde também foi instalada uma pousada para abrigar clientes e empresários do comércio, os chalés sempre se encontram ocupados.

"Esse fim de semana, eu deixei de alugar para cinco pessoas. Não tem mais espaço", afirma o proprietário, que ainda não ampliou seu empreendimento por falta de recursos. Ele explica que a pousada foi criada a pedido de clientes que iam para o restaurante e queriam passar a noite antes de pegar a estrada. "Nós não esperávamos pelos empresários que estão chegando, e que hoje são os principais hóspedes", explica.

Jonas Girão, um dos principais empreendedores da vila de Pecém, distrito de São Gonçalo do Amarante, mostra-se à espera da chegada de novos investidores em hospedagem. Sua pousada foi construída em 1992, e hoje conta com 22 quartos, com área de lazer e lanchonete. Com o aumento da demanda, ele está prestes inaugurar um anexo, em meados desse ano, com mais 17 quartos e uma piscina.

Entretanto, depois de vários anos de trabalho, ele pretende terceirizar o seu negócio. "Os empresários aos poucos vão percebendo o potencial que temos no município. E isso apenas está começando", afirma. Em junho de 2008, Girão concedeu entrevista ao Diário do Nordeste já destacando a melhoria das condições para os negócios: "O Pecém é a terra prometida. O futuro aqui é promissor", afirmara. Agora, confirmando, ele diz que a cidade já se encontra bem mais movimentada. (SS)

MERCADO DE TRABALHO
Pescadores trocam mar por canteiros

Sentado em sua jangada, com alguns poucos peixes recém-trazidos do mar, Antônio Evandro, 51 anos, conversava com colegas de profissão sobre a nova realidade da vila onde sempre morou. Ele é pescador, assim como era a maioria de seus vizinhos há algum tempo.

Agora, cada vez que vai ao mar, mais jangadas vão ficando ancoradas na praia, fazendo contraste aos grandes navios que atracam no porto logo ali em frente, criado em 2002 no município. Com este, vieram empresas. E continuam vindo. E mais pessoas vão trocando as redes por capacete e o macacão.

"O número de pescadores aqui diminuiu muito. Os mais novos estão em busca de emprego nas obras. Tem muita embarcação encostada", explica o pescador, que começou na atividade quando ainda tinha 13 anos.

O ofício é ainda o seu único ganha-pão, e deverá continuar a ser, segundo suas pretensões. Os peixes maiores que traz, vende aos atravessadores, que por sua vez revendem para restaurantes do local. "Trazemos muita cavala e pargo. Os maiores, vendemos por R$ 10", diz. Os menores, leva ao frigorífico, ou vende ali mesmo da jangada.

Contudo, a profissão que aprendeu do pai, não foi repassada aos seus filhos. "Eles já estão atrás de outra coisa", aponta. E têm encontrado, como boa parte da população do Pecém, distrito de São Gonçalo que antes do desenvolvimento que começa a experimentar tinha na pesca uma das principais atividades de sua população.

Nova geração

Um nova geração de pescadores pode ser representada por Reginaldo Ferreira, 27 anos. Ele começou a pescar aos nove, mas hoje é um "pescador de fim de semana", como muitos outros. "Eu trabalho agora de eletricista à noite na termelétrica que está sendo construída (Energia Pecém). Então, empresto minha jangada para um colega. O que ele trouxer, a gente divide no meio. Pescar mesmo, só vou agora no sábado e no domingo", conta o rapaz.

Reginaldo diz que, assim como ele, muitos de seus colegas têm feito a mesma coisa. na construção civil, a renda é certa, garantida. A pescaria passa a ser um "bico". O que vem passa a ser lucro. "Eu perdi o seguro do pescador, que é dado pelo governo. São R$ 1.400 por ano. Mas foi uma escolha que fiz", completa o rapaz. (SS)

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=728820


NOS DISTRITOS

Obras geram nova ocupação

31/1/2010 Clique para Ampliar

João Abençoado: vários terrenos estão sendo desmatados FOTO: RODRIGO CARVALHO

As recentes desapropriações que vêm sendo realizadas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) para preparar os terrenos de empreendimentos como siderúrgica e refinaria vêm gerando uma espécie de "jogo de cadeiras" nos distritos do complexo. Famílias saem de seus terrenos de origem e vão construindo suas residências em outros locais, gerando novas ocupações urbanas.

Essa realidade começa a ser percebida no distrito de Barra do Cauípe. Na rua chamada Planalto do Cauípe, várias casas começam a ser erguidas. Junto com a nova população, vêm chegando também novos pequenos empreendedores, como João Gomes. Ele morava no terreno que abrigará a futura Companhia Siderúrgica de Pecém. Com sua área desapropriada e indenizada pelo governo estadual, ele se deslocou para a Barra do Cauípe, e começa a montar uma padaria para servir à população.

A padaria irá se juntar a pequenos comércios, como bares, restaurantes e mercearias, que já se encontram no local. João Abençoado, proprietário do principal restaurante da região, que atrai turistas que deslocam ao Pecém e, principalmente, funcionários das novas empresas que iniciam negócios por lá, atesta as mudanças no distrito. "Não existia nada por aqui. Há um ano, o pessoal começou a vir chegando", informa.

Ainda há muita área verde e baldia no local, mas os moradores garantem que são lotes já vendidos, e que ainda não começaram s ser construídos. "Além disso, tem vários terrenos que já estão desmatados, e devem entrar em obras em breve", afirma João Abençoado.

A vila pode até não abrigar um forte desenvolvimento econômico, e ainda não há evidências claras disso, mas percebe-se que se torna um novo ponto de concentração populacional, de pessoas que já habitavam a área compreendida pelo complexo industrial. (SS)

Fique por dentro
CIPP data de 1996

O Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP) foi criado por meio de um decreto de 1996, quando foi considerada de utilidade pública uma área envolvendo os municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, no litoral oeste do Estado.

Em 2007, esse terreno foi atualizado, fixando uma área de 1 mil hectares, o que equivale a 330 quilômetros quadrados.

Hoje, encontram-se em operação no complexo as seguintes empresas: Petróleo Brasileiro S/A - Petrobras S/A; Termoceará, Termofortaleza; Votorantim Cimento N/NE S/A; Wobben Windpower Indústria e Comércio LTDA, no município de Caucaia, e Hydrostec Tecnologia de Equipamentos Ltda; Jotadois Pré-Moldados e Tortuga Companhia Zootécnica Agrária, em São Gonçalo do Amarante.

Já o Porto do Pecém, denominado Terminal Portuário Governador Mário Covas, data de 1995, quando iniciaram os estudos para sua implantação.

http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=728814

Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. Fortaleza, 31 de janeiro de 2010.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Bolsa Bode garante renda para jovens

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Jovens entre 18 e 27 anos de baixa renda recebem benefício de R$ 100,00 e assistência para iniciar produção

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O criador Francisco Micheldon leva o bode para sacar o dinheiro da Bolsa, com a qual espera garantir a independência


Na terra em que o bode é rei, programa busca incrementar renda de jovens e incentivar produção de carne e leite

Tejuçuoca O bode é a principal vitrine deste município, localizado a 155 quilômetros de Fortaleza. Detentora do título de "capital nacional do bode", Tejuçuoca é alvo de um programa inédito no Nordeste: o Bolsa Bode. Os 20 jovens já foram selecionados para fazer parte do programa. Metade do grupo ganhará dez cabras. A outra metade, dez ovelhas.

Um auxílio mensal de R$ 100,00 ajudará a cobrir gastos com vacinas e ração. Os jovens passarão por oficinas para aprender a criar os animais. Em contrapartida, a Prefeitura promete comprar a carne e o leite produzidos.

"Tenho recebido elogios dos colegas prefeitos e de órgãos de governo. A questão do Bolsa Bode criou um marketing, mas o essencial do projeto é a geração de renda, de inclusão social. Não recebi nenhuma crítica até agora, só muitos parabéns e elogios", conta o prefeito da cidade, Edilardo Eufrásio.

Símbolo da cidade

O bode é o verdadeiro xodó da cidade de 16 mil habitantes. Em muitas famílias, o bode é considerado animal de estimação, alimentado com mamadeira e criado dentro de casa. "As pessoas têm muita estima pelo bode. Às vezes, fica um filho rejeitado, a cabra não consegue criar porque falta leite, aí aparece a dona-de-casa que traz para si essa responsabilidade", observa o prefeito.

De acordo com o secretário do Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, Paulo César, existem hoje 16 mil caprinos em Tejuçuoca, o equivalente a um animal para cada morador. Ele também dá nome a um festival realizado todos os anos, o Tejubode. "Ano passado, a melhor sobremesa eleita no festival foi o sorvete de leite de cabra", conta o prefeito. "Se o presidente Lula criou o Bolsa Bola e o Bolsa Olimpíada, agora em janeiro criamos o Bolsa Bode".

Sem indústrias, Tejuçuoca garante a maior parte de sua renda com agricultura familiar, cultivo de milho, feijão e criação de caprinos e ovinos. Para estimular a produção no município, restou recorrer à "vitrine" da cidade: o bode. O único porém era não copiar a fórmula do Bolsa Família.

"O Bolsa Família é um programa que traz apoio ao pequeno produtor, mas a gente sentiu que ele tinha que dar um retorno. A ideia era criar um programa que tivesse produção. Queria dar um valor, mas que gerasse renda". Cerca de 40 jovens se inscreveram para participar do programa.

Vocação

Foram selecionados os que estavam dentro da faixa etária indicada (entre 18 e 27 anos), com renda familiar baixa e incluídos no Bolsa Família. O principal critério de seleção, no entanto, foi a vocação. "Na ficha de inscrição, cada um teve que explicar por que queria participar do programa e seu objetivo. O critério era a gente sentir que ele queria participar e não só receber o benefício, o que mostra vocação para a atividade".

Os selecionados receberão "emprestado" um reprodutor para fazer o rebanho aumentar. O programa terá duração de 24 meses. O auxílio mensal de R$ 100,00 será concedido apenas nos 12 primeiros meses e o recebimento dependerá do cumprimento de metas como concluir cursos de capacitação, implantar infraestrutura etc. Nos outros 12 meses, os beneficiados continuarão a ter a compra do leite e da carne garantidos pela Prefeitura, mas deverão se manter por conta própria. "Os programas são necessários, mas tem que se pensar numa política de futuro, criar programas estimulando a atividade produtiva. Senão, fica como se fosse uma aposentadoria. E a pessoa, quando é cortada, fica revoltada, acha que aquilo tinha que ser a vida inteira. Tem que conscientizar que esse programa é uma forma de apoio para seu próprio negócio".

Ao final de cada ano, os bolsistas terão que devolver um animal, que será "reinvestido" em novas turmas do Bolsa Bode. A compra da carne e do leite, que terão preços fixos, atenderá a necessidades da prefeitura.

Segundo Edilardo Eufrásio, ao menos 30% da merenda escolar da cidade têm que ser adquirida da agricultura familiar. O prefeito também diz que quer inscrever os futuros produtores em programas de compra subsidiada do Governo Federal, para garantir a comercialização.

Outros R$ 100 mil vão para garantir assistência técnica do programa e garantir a sustentabilidade. Serão construídos 20 apriscos, implantadas 20 capineiras e plantadas 150 mil raquetes de palma numa área de 15 mil hectares, além de um banco de proteínas.

PERSPECTIVAS
Expectativa de fixar homem no campo

Tejuçuoca Francisco Micheldon dos Santos Mendes, de 19 anos, residente na localidade de Varzante Grande não esconde a alegria de estar participando do programa. "Antes não tinha nenhum tipo de renda, trabalhava para meu pai, hoje me sinto um cidadão responsável porque vou cuidar de meu próprio negócio". Micheldon estuda Agrotécnica em Umirim e faltam dois módulos para concluir o curso. Para ele, isso irá facilitar a sua vida, porque passará a trabalhar dentro de sua área e poderá ajudar na assistência dos colegas. Já Joelma Ferreira Bernardo, de 18 anos, já tem experiência com a criação de cabras e se mostra feliz com a inovação do programa. "Vai ser a grande oportunidade, para que eu possa ter o meu próprio negócio. Criar um animal que tem aptidão para nossa região é ótimo".

Na próxima edição do Tejubode, todos os 20 criadores irão expor seus animais em vitrines para dar um maior incentivo a outros jovens que queiram entrar no programa. Na cidade em que há um bode para cada morador, a tendência é que, com a inovação do programa, o número de animais aumente ainda mais. Na opinião do presidente da Associação dos Criadores de Caprinos Leiteiros do Ceará, Manoel Ricarte, os animais com uma qualidade racial leiteira e com aptidão e adaptação na região serão peça chave para o sucesso do projeto.

"Aproveitar os recursos naturais típicos de Tejuçuoca com um complemento de ração balanceada. Esta é a receita para produzir o leite com menor custo, e assim incentivar o produtor". Para o presidente, a maior riqueza do Bolsa Bode será o combate à desnutrição infantil. "Será um grande componente para combater a mortalidade de crianças, apoiar gestantes e pessoas da terceira idade", prevê. O gerente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão do Ceará (Ematerce), Fernando Castro, elogiou a iniciativa. "Estamos prontos para dar toda assistência ao Bolsa Bode", garante.

"Queremos dar oportunidade para que o povo possa trabalhar e viver com dignidade e cidadania, por meio de seu próprio esforço", finalizou Edilardo Eufrásio. O Bolsa Bode tem outra função social: fixar o jovem no campo, acabando com o êxodo rural. Outra inovação é a presença de duas mulheres no programa, as tecnológas Joelice Santos Silva e Maria Carla Ferreira Lima que dão assistência técnica ao projeto no campo.

MAIS INFORMAÇÕES

Prefeitura de Tejuçuoca
(85) 3323.1158 (85) 3323.1146
Secretaria de Desenvolvimento Rural
(85) 3323.1273


Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Regional
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=728170

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Desemprego tem nova queda e volta à menor taxa da história

28/01/10 - 09h06 - Atualizado em 28/01/10 - 10h49

Taxa de desemprego fechou o ano em 6,8%, segundo o IBGE.

Rendimento médio do trabalhador, no entanto, teve queda de 0,9%.

Do G1, em São Paulo



O desemprego registrou em dezembro sua quarta queda mensal consecutiva, e recuou para 6,8% no final do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com a queda, a taxa retorna ao patamar de dezembro de 2008, quando foi a menor da série histórica do instituto, que teve início em 2002. Em novembro, o desemprego ficara em 7,4%.

Foto: Editoria de Arte/G1

Nas seis regiões metropolitanas pesquisadas (Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre), o número de pessoas ocupadas foi estimado em 21,815 milhões (em novembro, eram 21,603 milhões de ocupados). O número de desocupados caiu 7,1% em relação a novembro, para 1,592 milhão de pessoa, o que corresponde a uma redução de 122 mil desocupados no mês.

Contrariando os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que indicaram o fechamento de 415 mil vagas formais no mês passado, o IBGE mostrou alta de 1,5% no emprego com carteira assinada no setor privado, para 9,8 milhões de pessoas. Também houve alta no número de empregados sem carteira assinada, de 2,7 milhões de pessoas em novembro para 2,8 milhões no mês passado.

Em relação a novembro de 2009, o grupamento do comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis foi o único com alteração significativa no emprego: alta de 2,3%. Em relação a dezembro de 2008, os únicos grupamentos com alterações foram construção (5,3%) e serviços domésticos (8,4%).

Rendimento

Em dezembro, o rendimento médio real dos trabalhadores registrou queda de 0,9%, para R$ 1.344,40. Na comparação com dezembro de 2008, no entanto, esse valor representa alta de 0,7%.

Na comparação com o mês anterior, os empregados com carteira assinada no setor privado viram seu rendimento ter queda de 1,7%. Já para os empregados sem carteira assinada houve alta de 1,2%. Também ficaram maiores os rendimentos dos militares e funcionários públicos (0,4% e dos trabalhadores por conta própria (1,3%).

Na análise anual, houve ganhos para os trabalhadores da construção (4,5%), comércio, reparação de veículos automotores e de objetos pessoais e domésticos e comércio a varejo de combustíveis (4,4%), serviços prestados a empresas, aluguéis, atividades imobiliárias e intermediação financeira (6,1%), educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social (2,1%) e serviços domésticos (4,5%).

Também teve queda o rendimento domiciliar per capita: na média das seis regiões metropolitanas investigadas, esse rendimento recuou 0,7%, para R$ 892,73. Já a massa de rendimento real habitual dos ocupados ficou estável em novembro em relação outubro, em R$ 29,6 bilhões).


Fonte: G1 - http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1466453-9356,00-DESEMPREGO+TEM+NOVA+QUEDA+E+VOLTA+A+MENOR+TAXA+DA+HISTORIA.html

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ipea lançou site que mapeia dados sobre municípios



(28/01/2010 - 11:29)

Informações sobre áreas como educação e pobreza são acessíveis pelo: http://mapas.ipea.gov.br

O portal Mapas Ipea, acessível pelo endereço http://mapas.ipea.gov.br, permite que qualquer pessoa possa obter informações consolidadas sobre todos os municípios brasileiros. Por meio dele é possível, por exemplo, obter detalhes sobre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. A apresentação da ferramenta foi feita nesta quinta-feira, 28, pela diretora-adjunta de Estudos e Políticas Setoriais, de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Fernanda de Negri, e pelo assessor técnico da Presidência do Instituto Erivelton Guedes.

Entre os dados disponíveis, pode-se consultar a população, a área, o Produto Interno Bruto (PIB), rodovias, estatísticas de educação e quantidade de servidores públicos nos municípios. Os mapas permitem, ainda, saber quais municípios têm acesso mais rápido a aeroportos e quais têm mais famílias em situação de pobreza. Qualquer pessoa poderá montar seu próprio mapa, sobrepondo as camadas de dados que lhe interessam, permitindo novos cruzamentos de dados.

"O Mapas Ipea permite análises simples e rápidas. Por exemplo, um município que não tem sistemas próprios desse tipo pode se utilizar da ferramenta para fazer suas análises, comparar seus indicadores com os de municípios vizinhos", explicou Erivelton. "Trata-se de um instrumento importante tanto do ponto de vista do formulador de políticas públicas quanto do gestor municipal ou estadual", afirmou Fernanda de Negri.

Erivelton acrescentou que o portal pode ser facilmente utilizado por qualquer cidadão. "Se um professor de geografia estiver dando aula sobre desigualdade de renda, ele encontrará dados sobre esse assunto no Mapas Ipea." Com o tempo, novos dados serão inseridos. "Hoje é possível encontrar na ferramenta informações como o número de famílias pobres atendidas pelo Bolsa Família. As obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) serão uma das próximas camadas acrescentadas, devido ao grande interesse público", declarou. Segundo o assessor, as prioridades de atualização vão ser definidas de acordo com a vontade dos usuários do sistema. Sugestões podem ser encaminhadas para o e-mail
mapas@ipea.gov.br.

"O Ipea tem vários estudos que podem ser incluídos no Mapas Ipea. Temos, por exemplo, informações sobre a distribuição espacial de várias indústrias, temos indicadores tecnológicos dos municípios", afirmou a diretora da Diset. O Mapas Ipea foi elaborado a partir do software livre I3Geo. A ferramenta do Ipea reúne em um só endereço informações já públicas que têm como fonte ministérios e outros órgãos federais, como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - alguns dos quais utilizam há mais tempo a plataforma I3Geo.

As informações atualmente disponíveis no portal - cuja interface também pode ser acessada nos idiomas inglês, espanhol e italiano - têm como origem o IBGE, ministérios e o próprio Ipea. Muitos dos dados foram retirados da publicação Presença do Estado no Brasil: Federação, suas Unidades e Municipalidades, lançada em dezembro passado. A apresentação do Mapas Ipea ocorreu na sede do Instituto em Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES, subsolo). Houve transmissão on-line pelos sites
www.ipea.gov.br e www.agencia.ipea.gov.br.



Brasil é 'vítima nº 1' de protecionismo argentino, dizem analistas

Nem só de futebol vive a rivalidade entre Brasil e Argentina – pelo menos, do lado dos nossos vizinhos. Atolado em uma crise de confiança que se arrasta desde 2001, o país vizinho escolheu os produtos “made in Brazil” como principais vítimas de suas medidas protecionistas.

(Imagem: Tour Viagens)

O conflito não é recente, mas se intensificou no ano passado: de setembro de 2008 a novembro de 2009, subiu de 53 para 411 o número de produtos brasileiros que precisam de licença para entrar na Argentina, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O normal, já que os dois países fazem parte de uma área de livre comércio – o Mercosul – seria que essas licenças fossem concedidas automaticamente. “Claro que essas medidas têm impacto na opinião pública. Para eles, dizer que estão enfrentando o Brasil redunda em apoio”, diz o professor Alberto Pfeifer, do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional (Gacint) da Universidade de São Paulo (USP).

O comércio entre os dois países sentiu o baque: de um volume de quase US$ 31 bilhões em 2008, as trocas comerciais (exportações mais importações) recuaram para US$ 24 bilhões no ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento. A maior parte dessa queda – US$ 4,83 bilhões – veio do valor das exportações do Brasil para a Argentina.

Segundo Mario Marconini, diretor de Negociações Internacionais da Fiesp e professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), 17% do que o Brasil exporta para a Argentina estão sendo prejudicados pelas medidas – de têxteis a eletrodomésticos.

Com o recuo das exportações brasileiras, a China ganhou espaço: de 2007 para 2008, as exportações do país asiático para a Argentina cresceram quase 40%. “Hoje a China é o centro dessa equação [do comércio exterior argentino], diz o especialista da USP.

Negociações

Pelas regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), as licenças não-automáticas têm um prazo de 60 dias para serem concedidas. Exportadores brasileiros, no entanto, reclamam que esse prazo tem sido bem maior – calçados, por exemplo, podem chegar à Argentina com uma estação de atraso. Em retaliação, o Brasil impôs o mesmo tipo de barreira a vários produtos argentinos em outubro.

Com a escalada da “crise” comercial, há dois meses os presidentes dos dois países discutiram o assunto em um encontro em Brasília, que terminou com o compromisso de respeitar o prazo de 60 dias. Em dezembro, uma reunião entre representantes dos dois países realizada na Fiesp, a Argentina se comprometeu a diminuir a quantidade de produtos submetidos à concessão de licenças não- automáticas. Um novo encontro sobre o assunto está marcado para fevereiro.

“O Brasil até agora tem sido bastante cauteloso, para evitar entrar em contencioso com a Argentina, o que não seria bom para ninguém. Eles [a Argentina] usam esse tipo de relacionamento. Eles sabem que o Brasil não vai bater de frente”, diz Pfeifer.

Crise de confiança

Enquanto grande parte do mundo se recupera da crise mundial, a Argentina patina, afundada em uma crise que é mais de confiança do que de fundamentos.

Essa desconfiança começou a tomar forma ainda em 2001, quando o país decretou a moratória da dívida, renegociando 80% dela – e carregando ainda hoje os 20% restantes, segundo Alessandra Ribeiro, especialista em economia internacional da Consultoria Tendências.

Os problemas começaram há oito anos e tiveram seu lance mais recente há cerca de dez dias, quando a presidente Cristina Kirchner demitiu por decreto o presidente do Banco Central do país, Martin Redrado, que depois foi restituído ao cargo pela Justiça do país. Na semana passada, uma nova decisão determinou que sua manutenção ou não à frente do BC seja decidida pelo Congresso – e policiais federais agora impedem que Redrado entre no prédio da autoridade monetária.

O atrito entre Cristina e Redrado também teve relação com o pagamento da dívida externa. Redrado recusou a determinação do governo para que US$ 6,57 bilhões das reservas internacionais fossem usados no pagamento da dívida soberana. Contrariada, a presidente resolveu tirá-lo do cargo por conta própria.

Esse tipo de interferência, apontam os analistas, corrói a confiança dos investidores. A questão se alastra por outras esferas, da suposta manipulação dos dados de inflação à intervenção em empresas. Há três anos, o país convive com duas taxas de inflação distintas – a oficial, divulgada pelo Indec, de cerca de 8% anuais; e a “real”, calculada por consultorias independentes, que está na casa dos 17%.

“É o desequilíbrio de uma política econômica que está muito politizada. A Argentina teria condições de sanar a economia, mas não dessa forma. Não pode deixar de ter transparência nos dados, ter uma política que causa inflação e fingir que não existe. Quem vê um negócio desses no BC, percebe que não há previsibilidade nenhuma [na economia]. Esse no fundo é o maior problema”, avalia Mario Marconini.

Até 2008, a economia argentina chegou a registrar expansões significativas, de até 8,5% anuais. Esse crescimento, no entanto, se deu à margem dos investimentos: com a crise da década anterior, a expansão veio do uso da capacidade ociosa.

Investimento em baixa

Com uma dívida externa total que alcançou quase US$ 123 bilhões no segundo trimestre do ano passado, segundo dados do instituto nacional de estatísticas, o país não tem conseguido investir.

“Nem investimento público e muito menos privado. Por causa principalmente desse endividamento [...], não consegue gerar capacidade para sustentar o crescimento da economia”, diz Alessandra Ribeiro, da Tendências. “Que empresa privada vai entrar nesse país para alavancar a capacidade? Numa economia com taxas elevadas de inflação, totalmente instável, você não gera um horizonte de estabilidade."

As perspectivas, segundo os analistas, não são boas. “Do ponto de vista macro, o que a gente pode esperar é um nível de desconfiança aumentando. O que pode esperar é ter a sorte do Brasil continuar crescendo, porque é um expressivo importador de manufaturados”, diz Pfeiffer.


Fonte: Portal G1 de Notícias - Economia e Negócios
http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1457793-9356,00-BRASIL+E+VITIMA+N+DE+PROTECIONISMO+ARGENTINO+DIZEM+ANALISTAS.html

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Novas empresas no Ceará

Oito mil vagas com novas empresas

Ceará vai ter, ao menos, 72 empresas instaladas em 2010, principalmente, no Interior do Estado. Inventivo fiscal para atraí-las

Andreh Jonathas
andreh@opovo.com.br
27 Jan 2010 - 00h01min


O Ceará comemorou semana passada recorde na geração de empregos em 2009 - no total, 64.436. Se depender da promessa das empresas que deverão se instalar por aqui, o Estado já vislumbra mais ocupação para os cearenses. É que 72 novos negócios & indústria e comércio &, devem chegar com a criação de mais de oito mil vagas de trabalho em 2010, informou o presidente do Conselho Econômico (Cede), Ivan Bezerra.

Na reunião do Conselho Estadual de Desenvolvimento Industrial (Cedin), presidida pelo governador Cid Gomes, foram avaliados os pleitos de empresas que pedem incentivos fiscais para virem ao Ceará. A deliberação foi oferecer reduções de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), dentre outras facilidades tributárias.

Conforme Bezerra, as maiores são do ramo de cimento, energia eólica, têxtil, calçados, além do setor metal mecânico, farmoquímico e de fabricação de vidro. No Interior, Juazeiro do Norte (Região do Cariri) vai receber cinco empresas, dos setores de calçados, componentes de calçados e sabão.

Além do Cariri, Tauá, Região dos Inhamuns, e Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), também serão beneficiadas com emprego e renda, lembrou o presidente do Cede.

Além de abatimento de até 75% no ICMS da produção industrial, o secretário da Fazenda, Mauro Filho, repassou que haverá diferimento (postergação) do mesmo imposto na importação de insumos. ``Não paga o IMCS de importação. Só paga na saída, quando vende``, explicou.

Programa
Foi decidido também pelo Programa Central de Distribuição de Mercadorias (PCDM), para empresas do comércio que querem importar mercadoria do Exterior. ``Traz mercadorias para serem vendidas para fora do Estado. Basicamente, só vai pagar 40% do imposto devido para outros estados``, disse Filho.

O Cedin vai desenvolver a ideia de realizar novos formas tributárias para os chamados Arranjos Produtivos Locais (APLs). Filho explica que serão identificados conjuntos de produções de um mesmo setor para montar as APLs e reduzir carga tributária como forma de incentivar uma maior produtividadade por estarem trabalhado de forma conjunta.

Fonte: Jornal O Povo. Caderno Economia.