sábado, 31 de outubro de 2009

UE está cada vez mais próxima do Tratado de Lisboa

30/10/2009 - 21h31
Bruxelas, 30 out (EFE)


Os governantes dos países da União Europeia (UE) aceitaram hoje durante cúpula em Bruxelas ceder às reivindicações do presidente tcheco, Vaclav Klaus, para que ratificasse o Tratado de Lisboa, em um dos passos finais para que o documento finalmente entre em vigor.

Único país que ainda não assinou o tratado dentre os 27 da UE, a República Tcheca ficará isenta da aplicação da Carta Europeia de Direitos Fundamentais, como já tinha sido decidido, por motivos diferentes em cada caso, para Reino Unido e Polônia.

A isenção se dará por meio da peculiar engenharia jurídica comunitária: um protocolo que não será incluído no Tratado de Lisboa - para não reabrir as ratificações já fechadas -, mas em um próximo pacto, pelo qual Croácia ou Islândia devem aderir à UE.

Klaus exigia esta derrogação para neutralizar qualquer hipotética reivindicação dos descendentes da minoria alemã que foi expulsa de território tcheco ao final da Segunda Guerra Mundial.

Hoje, os membros do bloco europeu lembraram nas conclusões da cúpula que os temores de Klaus são infundados porque a Carta não se aplica em tal caso, já que se dirige a "instituições, órgãos e organismos da União" e não aos indivíduos.

Além disso, não é possível criar competências para a UE que não estejam previamente incluídas nos tratados.

Na entrevista coletiva final da cúpula encerrada hoje, o presidente rotativo da UE, o sueco Fredrik Reinfeldt, se mostrou confiante devido à "reação que chega de Praga", de que o presidente tcheco não continuará a obstruir a ratificação.

Com isso, o tratado só ficaria pendente da resposta do Tribunal Constitucional tcheco a um recurso contra a ratificação apresentado por senadores correligionários de Klaus.

O tribunal deve se pronunciar na próxima terça-feira e, em princípio, dará sinal verde ao documento, como ocorreu em todos os países onde os respectivos Judiciários tiveram que analisar a compatibilidade do texto com as leis nacionais.

Reinfeldt prometeu hoje que, assim que isso ocorrer, a Presidência rotativa sueca iniciará rapidamente o processo de consultas rumo à designação dos novos cargos criado pelo Tratado de Lisboa.

Previsivelmente em uma nova cúpula que será realizada em meados de novembro, os 27 países da UE terão que escolher o primeiro presidente estável do bloco, o sucessor do espanhol Javier Solana como alto representante para a Política Externa - com mais poderes - e os membros da nova Comissão Europeia (órgão executivo da UE).

Os primeiros debates realizados sobre o tema na cúpula desta semana revelaram que a candidatura do ex-primeiro-ministro do Reino Unido Tony Blair à Presidência europeia perdeu força, já que seu próprio grupo, o socialista, prefere ficar com o posto de alto representante.

Com a ratificação definitiva do Tratado de Lisboa na República Tcheca ao longo de novembro, o documento pode entrar em vigor já em 1º de dezembro.

Em seguida, o Parlamento Europeu realizaria as audiências e s votações de confirmação da nova Comissão Europeia - incluindo o alto representante, quem também será vice-presidente do órgão -, antes do final do ano.

Entretanto, o Tratado de Lisboa não esclarece qual o tipo de relação e quais tarefas ficarão a cargo do novo presidente estável e do presidente rotativo do Conselho Europeu.

Fonte: UOL Noticias
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2009/10/30/ult1808u148600.jhtm

Obama mostra cautela com dados positivos da economia dos EUA

Foto: AFP

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se mostrou neste sábado (31) satisfeito com o crescimento da economia no último trimestre, mas advertiu que o futuro do país ainda é incerto e que o desemprego persistirá.

A Casa Branca anunciou na quinta-feira passada que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,5% nos últimos três meses, depois de quatro trimestres consecutivos de retração que conduziram os EUA à recessão.

Em seu discurso pelo rádio e pela internet de todo sábado, Obama disse que, embora seja boa, a notícia não é motivo de celebração e apenas mostra que o país está no caminho certo.

Obama afirmou que, a partir de sexta-feira, o governo começou a receber informações de que as medidas aplicadas para superar a crise surtiram efeito e já criaram mais de um milhão de empregos.

No momento, segundo números do Departamento do Trabalho, o índice de desemprego é de 9,8%, o mais alto em mais de uma década.

O presidente disse que o crescimento econômico não substitui o aumento das fontes de trabalho.

"E é provável que vejamos uma maior perda de trabalhos nos próximos dias, o que é inquietante para nossa economia e desolador para homens e mulheres que não têm emprego", comentou.

Para Obama, o crescimento econômico é imprescindível para que se recupere o mercado de trabalho e, por isso, "o relatório do PIB é um bom sintoma". O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, advertiu que a recessão continua viva e é grave, apesar das boas notícias.

Obama lembrou as medidas já tomadas para conseguir a recuperação econômica, entre elas investimentos em pequenas empresas e apoio financeiro a bancos e outras instituições como forma de deter a corrente de execuções hipotecárias que desencadeou a crise.

"Evoluímos, mas quero insistir que ainda há muito a progredir. As notícias positivas não significam que não haja dias difíceis no futuro, serão necessários anos para sairmos da crise que hoje enfrentamos", disse.


Fonte: G1 Economia e Negócios

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1362054-9356,00-OBAMA+MOSTRA+CAUTELA+COM+DADOS+POSITIVOS+DA+ECONOMIA+DOS+EUA.html

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

30/10/2009 - 12h47 FMI destaca retorno do crescimento nos EUA, mas sem cantar vitória

ROCCA DI PAPA, Itália, 30 Out 2009 (AFP) - O diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, destacou nesta sexta-feira o retorno do crescimento nos Estados Unidos, mas advertiu que não se deve cantar vitória, já que a crise só terminará quando cair o desemprego.

"É uma boa notícia, mas penso que não podemos cantar vitória antes da queda do desemprego. Evidentemente devemos comemorar estas boas notícias, mas não devemos concluir que devemos voltar ao 'business as usual'" (agir como de costume)", declarou em uma entrevista coletiva perto de Roma, por ocasião de um congresso sobre o trabalho.

Segundo o diretor-geral do FMI, "a crise só terminará quando o desemprego diminuir e isto levará muitos meses. O crescimento volta, mas a defasagem entre a recuperação do crescimento e a queda do desemprego levará entre 10 e 12 meses".

"Os próximos 12 meses verão uma alta do desemprego, não penso em consequência que se possa dizer que a crise acabou", completou.

"Devemos continuar absolutamente com (as políticas de) apoio à economia", concluiu.

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/afp/2009/10/30/fmi-destaca-retorno-do-crescimento-nos-eua-mas-sem-cantar-vitoria.jhtm

30/10/2009 - 13h20 Planos sociais do governo têm combatido assistencialismo, diz ministro

BRASÍLIA - O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, voltou a defender as políticas sociais adotadas no país durante o 4º Seminário sobre Desenvolvimento Econômico que termina hoje no Itamaraty, em Brasília.

Segundo ele, o governo tem combatido, assim, o assistencialismo ao primar pelo atendimento à população de baixar renda como um direito das pessoas com maior vulnerabilidade social.

"Em países como a Áustria, nos países escandinavos, quem ganha menos de um certo nível recebe uma complementação de renda", afirmou, lembrando que não houve críticas a esses programas de proteção social, pois representam, segundo ele, a busca pela igualdade e pela inclusão.

Para Patrus Ananias, à medida que as pessoas e as famílias melhoram as condições de vida os programas sociais irão sendo aperfeiçoados e ampliados.

"Sempre com o objetivo de assegurar uma sociedade que garanta um patamar comum de direito e oportunidades iguais para todos. Não se trata apenas de reduzir a pobreza extrema, que no primeiro momento foi importante." O ministro defendeu ainda que uma criança desde o momento da concepção tenha toda a cobertura social, incluindo mãe e família, como alimento, educação, acompanhamento médico-hospitalar e creche. "O Brasil tem uma dívida social alta. A pobreza vem de longe com herança da escrivadão, da colonização, da brutal concentração de terra e de renda. O que nós estamos fazendo é buscar um equilíbrio que, a meu ver, deve ser muito mais avançado." Patrus Ananias acredita ainda que programas como o Bolsa Família deva continuar, pois sempre existirão pessoas em situações temporárias ou definitivas que precisarão da cobertura do poder público e do Estado. "Aqueles que podem mais dão uma contribuição maior pelo bem comum. Aqueles que não podem vão se preparando para na medida do possível dar a contribuição." (Agência Brasil)

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2009/10/30/planos-sociais-do-governo-tem-combatido-assistencialismo-diz-ministro.jhtm

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

No dia em que Lula vai a Caracas, comissão do Senado aprova entrada da Venezuela no Mercosul

Claudia Andrade
Do UOL Notícias
Em Brasília
29/10/2009 - 14h30


A Venezuela ficou mais perto de ser admitida no Mercosul nesta quinta-feira (29), dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará a Caracas para encontros com o presidente Hugo Chávez. A CRE (Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional) aprovou o protocolo de adesão assinado em Caracas em julho de 2006 e encaminhado pelo Executivo ao Congresso no início de 2007. A matéria ainda precisa ser votada no plenário do Senado, o que deverá ocorrer na próxima semana.

A questão da entrada da Venezuela no bloco econômico fará parte das conversas entre Lula e Chávez, de acordo com informação do porta-voz da Presidência da República. Na quarta-feira, Marcelo Baumbach disse ainda que o presidente brasileiro estava "confiante" na aprovação do protocolo tanto na CRE como no plenário.

A primeira etapa foi superada nesta quinta, com a aprovação do protocolo por 12 votos a 5. Os senadores acataram um voto em separado apresentado pelo líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), depois que o relatório do tucano Tasso Jereissati (CE), contrário à adesão, foi rejeitado.

O parecer de Jereissati dizia que o presidente Chávez "tem demonstrado pouca consideração a acordos e contratos" e que, por isso, o governo brasileiro poderia enfrentar situações "difíceis e complicadas" no futuro. O texto foi rejeitado com 11 votos 'não', três votos 'sim' e uma abstenção.

No início desta semana, contudo, o senador admitiu que poderia mudar sua posição, caso o governo Hugo Chávez se comprometesse a respeitar a democracia. A possibilidade de acordo foi levantada durante audiência pública em que o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, criticou as restrições à liberdade em seu país, mas defendeu a entrada da Venezuela no bloco, com ressalvas.

À essa altura, governistas já se mobilizavam pela aprovação do protocolo. O voto paralelo de Jucá tinha o apoio de vários integrantes da base, mas alguns ainda se manifestavam contrários à aprovação, como Fernando Collor (PTB-AL). Um dos maiores críticos à adesão da Venezuela, o senador não compareceu à reunião desta quinta.

Em seu parecer, Jucá argumentou que um veto à entrada da Venezuela no Mercosul "representaria um ato de hostilidade do Estado brasileiro contra um país amigo". Afirmou ainda que um veto iria contra a Constituição brasileira, no que se refere à construção do espaço latino-americano de integração e "acarretaria graves consequências para os interesses comerciais, industriais, políticos e estratégicos" do Brasil no bloco econômico.

Jucá ressaltou ainda os prejuízos econômicos da rejeição do protocolo. Segundo o relatório, não aprovar a adesão venezuelana corresponderia a incentivar o sexto maior cliente mundial do Brasil a procurar outros parceiros. "As primeiras vítimas serão nossas exportações, hoje da ordem de US$ 5 bilhões (...) além dos nossos contratos, hoje da ordem de US$ 15 bilhões", afirma o texto.

A mensagem do governo sobre o protocolo também destaca os números que a Venezuela acrescentaria ao Mercado Comum do Sul, que passaria a constituir um bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 12,7 milhões de km2, PIB (produto interno bruto) superior a US$ 1 trilhão - montante equivalente a cerca de 76% do PIB da América do Sul - e comércio global superior a US$ 300 bilhões.

Jereissati ainda defendeu a não entrada da Venezuela no Mercosul, dizendo que aquele país tem ficado contra os interesses do Brasil em assuntos da região, como durante a crise do gás com a Bolívia. Ressaltou ainda a violação da democracia no país vizinho, com prisão de jornalistas, como fato que contribuiria para a não aceitação.

No início desta semana, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reiterou sua posição contrária à adesão venezuelana, por considerar que ela quebra a cláusula democrática do Mercosul.

Estabelecida por meio do protocolo de Ushuaia, assinado em 1998, a cláusula estabelece "a plena vigência das instituições democráticas" como condição "essencial" para o desenvolvimento do processo de integração entre os Estados parte.

O protocolo de Ushuaia foi citado em voto paralelo apresentado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) que condicionava a aprovação à adequação venezuelana aos princípios do Mercosul. "Ficamos entre aquela música da novela recente que diz 'você não vale nada, mas eu gosto de você' ou a música do Chico Buarque que diz 'apesar de você, amanhã há de ser outro dia'. Por isso eu voto pela aprovação, mas com ressalvas", defendeu.

Contudo, seu relatório foi rejeitado, assim como o de Jereissati, para aprovação do parecer de Romero Jucá. Na Câmara dos Deputados, o protocolo foi aprovado em dezembro do ano passado, tendo como único partido contrário o PSDB. Outros dois países do Mercosul já aprovaram a entrada da Venezuela no bloco: Uruguai e Argentina. O Paraguai ainda analisa a questão.

Se for aceita por todos os integrantes do bloco, a Venezuela terá de adotar a tarifa externa comum sobre os produtos comercializados. Também terá de aceitar as condições de negociações com países de fora do Mercosul.

Viagem negada

A reunião da CRE começou com um debate acirrado sobre requerimento apresentado pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) para que um grupo de parlamentares fizesse uma viagem a Caracas. Na viagem, seriam averiguadas denúncias de violações aos direitos humanos.

"Uma coisa é discutir o ingresso da Venezuela no Mercosul, outra coisa é saber se tem preso político, gerar toda uma mídia interna em torno disso. Entraremos na briga", afirmou Jucá.

Jereissati manifestou-se a favor da viagem, dizendo que não era possível considerar "irrelevante" uma viagem para "ver o que acontece na Venezuela".

O peemedebista Pedro Simon (RS) disse que a visita deveria ser feita depois da aprovação da entrada da Venezuela no Mercosul, uma vez que a viagem "não traria novidades". "Eu acredito que quase tudo o que o prefeito de Caracas disse aqui é verdade".

O requerimento foi rejeitado com placar de 10 votos a 8.

O que está em jogo com a entrada da Venezuela

Setores contrários à entrada da Venezuela no Mercosul afirmam que o governo do presidente Hugo Chávez deixa a desejar em relação ao respeito aos princípios democráticos e que a adesão de seu país pode ser prejudicial ao bloco.

De acordo com analistas consultados pela BBC Brasil, o estilo "personalista" de Chávez pode ser motivo de temor em alguns países da região

No entanto, o argumento dos defensores do ingresso da Venezuela no Mercosul é o de que não se pode impedir a entrada do povo venezuelano no bloco devido à atual circunstância política e que deixar o governo Chávez isolado seria pior.

"O problema não é a Venezuela, todo mundo quer que a Venezuela faça parte do Mercosul. O problema é o governo Chávez", diz Georges Landau, conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri)

Fonte: UOL Noticias.

Ingresso da Venezuela no Mercosul deve ser analisado economicamente, diz Miguel Jorge

Defensor da adesão da Venezuela ao Mercosul, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse nessa quarta-feira (28) Agência Brasil que a participação dos venezuelanos no bloco tem de ser analisada sob o ponto de vista econômico e não o político. Segundo ele, o Brasil tem um superavit comercial em favor dos brasileiros - com a Venezuela de US$ 5 bilhões.

"Conversei com vários senadores, inclusive da oposição, e pedi que eles tratassem do assunto com os empresários. É muito importante que essa adesão ocorra", afirmou Miguel Jorge, que recentemente levou uma missão de empresários Venezuela, ao Peru e Panamá.

De acordo com o ministro, o comércio bilateral entre o Brasil e a Venezuela envolve aproximadamente US$ 6 bilhões. Mas, para Miguel Jorge, é necessário facilitar ainda mais as negociações a partir da inclusão dos venezuelanos no bloco e, automaticamente, o fim de alguns impostos de produtos incluídos na lista do Mercosul.

A votação do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul está marcada para quinta-feira (29) pela manhã na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Parlamentares da oposição defendem que a adesão seja aprovada apenas com garantias de que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, irá obedecer todas as cláusulas democráticas impostas aos integrantes do bloco.

Se um país é aceito como membro efetivo, automaticamente o governo deve seguir todas as normas e regras que estão no Mercosul, disse Miguel Jorge.

Na quinta, durante a discussão sobre a adesão da Venezuela ao Mercosul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará a caminho de um encontro com Chávez. Os dois se reunirão, inicialmente, em Caracas e depois na cidade de El Tigre, na Região Oriental venezuelana. Eles vão participar da primeira colheita de soja plantada com o apoio de tecnologia brasileira.


Fonte: Diário do Nordeste - Caderno Internacional
http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=274241&modulo=965

Imagem: Jane de Araújo
http://neccint.files.wordpress.com/2009/09/bandeira_mercosul12.jpg

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Jorge nega que restrição a importações argentinas seja represália

Brasília, 28 out (EFE)

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, confirmou hoje que o Governo brasileiro decidiu exigir licenças não automáticas sobre alguns produtos importados da Argentina, mas negou que se trate de uma represália por medidas semelhantes adotadas pelo país vizinho.

O ministro, em declarações a jornalistas, confirmou que o Brasil começou a exigir desde a semana passada, nas alfândegas, licenças não automáticas sobre a importação de um grupo de produtos argentinos, que não especificou.

"A expectativa é de que as importações argentinas demorem agora um pouco mais (com as licenças não automáticas)", afirmou o ministro, ao ser perguntado sobre as reivindicações do país vizinho pelos caminhões que estão retidos na fronteira.

Até então, as importações vindas do principal parceiro econômico do Brasil no Mercosul entravam no país como se tivessem licenças automáticas e, por isso, a documentação não era exigida nas alfândegas.

A medida é semelhante a uma que a Argentina impõe há pouco mais de um ano sobre vários produtos brasileiros, dos quais exige uma licença não automática de importação antes de entrar no país.

Jorge não esclareceu se as restrições impostas desde a semana passada são aplicadas sobre o mesmo grupo de produtos e não especificou quais artigos argentinos serão afetados pelo estabelecimento das licenças não automáticas de importação, que o Governo brasileiro demora entre 30 e 60 dias a conceder.

Segundo fontes argentinas, a decisão brasileira afeta produtos como alho, vinho, farinha de trigo, azeitonas, azeites e comida para animais.

A restrição brasileira entrou em vigor sem ter sido anunciada publicamente, o que surpreendeu vários exportadores argentinos e o próprio Governo do país vizinho, que convocou o embaixador brasileiro em Buenos Aires, Mauro Vieira, para explicar a medida.

"Esse tipo de medida nunca é anunciada previamente", disse Jorge.

O ministro esclareceu que a decisão não viola nenhuma regra da Organização Mundial do Comércio (OMC); afirmou que o Brasil apenas pretende fazer uma análise mais profunda do comércio bilateral e negou que se trate de uma represália.

"Não se trata de represália. Não se pode falar de represália", assegurou o ministro, que, no entanto, disse esperar que o Governo argentino reflita agora sobre suas restrições.


http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2009/10/28/jorge-nega-que-restricao-a-importacoes-argentinas-seja-represalia.jhtm

Entrada de dólares supera saída em US$ 12 bi mesmo com IOF sobre estrangeiros

28/10/2009 - 12h56

da Folha Online

O fluxo cambial do país (saldo entre entradas e saídas de dólares) está positivo em US$ 12,84 bilhões no mês de outubro (até o dia 23), informou nesta quarta-feira o Banco Central. No acumulado de janeiro até o dia 23 deste mês, o fluxo é positivo em US$ 21,099 bilhões.

Este mês recebeu grande fluxo de divisas do exterior, entre outros motivos, pelo lançamento de ações do banco Santander no mercado brasileiro. Com a operação, o banco levantou R$ 14 bilhões e atraiu muitos investidores estrangeiros para o mercado brasileiro.

O próprio BC já alertou que o investimento estrangeiro em ações de empresas brasileiras atingiu em outubro o maior valor registrado desde 1947, início da série histórica. A uma semana do fim do mês, o BC já registrou transações superiores a US$ 13 bilhões --mais de 40% do dinheiro direcionado para esse mercado em 2009.

Em 2008, o fluxo cambial estava negativo em US$ 3,177 bilhões, considerando o mesmo período de outubro (16 dias úteis). E considerando o período de janeiro a outubro desse ano, o resultado estava positivo em US$ 14,011 bilhões.

Pela conta comercial (operações de comércio exterior), o saldo está positivo em US$ 820 milhões neste mês de outubro. Pelo lado financeiro, o resultado é positivo em US$ 12,022 bilhões.

Trata-se do primeiro registro após a decisão do governo de cobrar 2% de IOF do capital externo que entra no país para investir em ações ou títulos, medida vigente desde o último dia 17.

No acumulado de janeiro a outubro, a conta comercial acumula saldo positivo de US$ 8,929 bilhões, enquanto a conta financeira tem saldo também positivo, de US$ 12,022 bilhões.

Fonte: UOL economia, 28 de outubro de 2009.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Dólar fecha em alta de 1,51% a R$ 1,739


Cautela ditou os movimentos de mercados nos negócios de ontem, num cenário em que os agentes financeiros se questionam sobre a solidez da recuperação da economia americana, numa semana repleta de indicadores e balanços importantes.

Nas últimas operações, o dólar comercial foi vendido por R$ 1,739, em um acréscimo de 1,51% sobre a cotação final de ontem. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,739 e R$ 1,703.

Realização

"Houve um ajuste ontem, acompanhando até mesmo a realização da Bolsa de Valores. E o mercado também está respeitando um certo nível de preços. Houve aquela medida para taxar o capital estrangeiro, mas o próprio governo sabe que teria um efeito apenas pontual, e já sinalizou que pode baixar outras medidas se a taxa cair muito", comenta Ideaki Iha, da mesa de operações da corretora Fair. Ele avalia que os motivos para baixa do dólar continuam: ainda há a expectativa de um fluxo de recursos importante para o país. Iha ressalta que os preços, no entanto, oscilaram muito rapidamente, a reboque da enorme liquidez no mercado internacional depois que os governos das maiores economias despejaram trilhões de dólares no sistema financeiro. "Ainda há um enorme ponto de interrogação . Os bancos americanos lucraram não com operações, mas com arbitragem, em cima de dinheiro dado a custo baixo pelo governo", acrescenta.


Fonte: Caderno Negócios - Diário do Nordeste
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=684081

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O declínio do poder do dólar

Juros baixos e deficit em expansão nos EUA são obstáculos para indústrias estrangeiras

foto-ilustração de Tony Cenicola/The New York Times






Por NELSON D. SCHWARTZ
Paris

Um dos efeitos mais carregados de presságios na atual crise global é que muitos bancos centrais estão repensando o status do dólar como divisa de reserva, segundo especialistas. Isso, somado a fatores como os juros historicamente baixos e a disparada do deficit público federal dos EUA, agrava o declínio da moeda americana.
Em longo prazo, um dólar fraco pode reduzir o antigo deficit comercial dos EUA, ajudando a diminuir a disparidade entre exportações e importações, uma vez que os produtos norte-americanos se tornam mais acessíveis no exterior.

Mas, para quem tenta exportar para os EUA -sejam ternos italianos, vinhos franceses, eletrônicos japoneses ou carne argentina-, isso dificulta os negócios, já que seus produtos se tornam mais caros para os norte-americanos. A queda do dólar é um fator central na recente elevação do petróleo para acima dos US$ 75 por barril, o que significa gasolina mais cara.

Mas há outro lado positivo, ao menos para os norte-americanos: um dólar fraco pode se revelar benéfico para a economia dos EUA ao ajudar indústrias que há muito tempo sofrem, reconstruindo uma base industrial forte e estimulando as exportações, mesmo que isso dificulte a vida de parceiros comerciais de todo o mundo, especialmente da Europa.

"Desde que ele não quebre, um declínio gradual e ordeiro é saudável", disse C. Fred Bergsten, diretor do Instituto Peterson para a Economia Internacional. "O dólar subiu 40% entre 1995 e 2002, então esse é um reequilíbrio necessário."

Mesmo assim, esta tem sido a queda mais rápida do dólar em seis anos; nas últimas semanas, o euro chegou a quase US$ 1,50, contra o US$ 1,25 que valia em março. A libra também avançou, de US$ 1,41 em abril para US$ 1,64 há poucos dias.

A discussão política nos Estados Unidos sobre a trajetória do dólar é acompanhada por um acirrado debate entre economistas.

"A fraqueza do dólar é um grande problema para os empregos e o nível de vida dos norte-americanos", disse David Malpass, economista de Wall Street e grande crítico do declínio da moeda. "Conforme o dólar se desvaloriza, temos menos capital e poder de compra em comparação ao resto do mundo, e há um crescente risco de taxas de juros e inflação mais altas."

Já Bergsten argumenta que o dólar está apenas voltando a ter uma cotação justa diante de outras moedas, se a intenção dos EUA for continuar reduzindo seu deficit comercial.

Com a recente desvalorização, afirmou, o dólar está adequadamente cotado frente ao euro, mas ainda precisa perder 10% diante de moedas asiáticas como o iene para que as empresas norte-americanas concorram em pé de igualdade.

E, apesar de todas as flutuações em relação às principais moedas, o dólar não se mexeu recentemente frente ao yuan chinês, que é administrado por Pequim de modo a permitir que os exportadores chineses aproveitem uma moeda fraca e conquistem mercados globais.

O secretário de Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, tem reiterado que o governo é a favor de um dólar forte, mas que os mercados cambiais estão focados na improvável perspectiva de medidas concretas, como uma alta dos juros.

"O governo de Barack Obama pode dizer que quer um dólar forte", disse Neil Mellor, estrategista cambial da BNY Mellon Global Markets, no Reino Unido. "Mas todo o mundo sabe que ele não tem os meios para sustentar isso. O Federal Reserve [Banco Central dos EUA] não pode elevar as taxas [de juros], e a Casa Branca tão logo não pode cortar o deficit orçamentário."

Se o dólar continuar caindo e o euro continuar subindo, isso pode aumentar as tensões comerciais com a Europa, especialmente com grandes exportadores, como a Alemanha, que já foram duramente afetados pela crise global.

"A força do euro está vindo absolutamente na hora errada", disse Jens Nagel, diretor do departamento internacional da Associação dos Exportadores Alemães. "Os EUA são o nosso maior parceiro comercial depois da União Europeia, e isso é um grande golpe para a recuperação das empresas automobilísticas e dos exportadores industriais."
Mellor prevê que o euro chegará a US$ 1,60 até o começo de 2010.

Com a recuperação da economia global e a retomada da produção industrial, as empresas estão priorizando suas fábricas mais competitivas, como as dos EUA, disse Pierre Dufour, vice-presidente-executivo da francesa Air Liquide, fornecedora de gases industriais para siderúrgicas, fábricas de semicondutores e outros gigantes industriais mundiais.

"Isso tem dois lados, como sempre", disse Carl Martin Welcker, dono de uma fábrica alemã de máquinas operatrizes, a Schütte, cujos equipamentos produzem 80% das velas de ignição do mundo. "Por um lado, torna nossas máquinas significativamente mais caras; por outro, estamos vendo companhias internacionais levando sua produção de volta para os EUA, o que ajuda nossas vendas por lá."


Ajuda do governo dos EUA alimentou alta recente em Wall Street

Por GRAHAM BOWLEY

Ao mesmo tempo em que a economia dos EUA continua a enfrentar dificuldades, boa parte de Wall Street está ganhando muito dinheiro -e mais uma vez antevendo bônus polpudos.

Muitos se perguntam como isso pode ser. Como é possível que alguns bancos já estejam prosperando tão pouco tempo após um colapso financeiro, enquanto multidões de americanos temem perder seus empregos e suas casas?

As pessoas talvez se surpreendam ao descobrir que uma das forças mais poderosas que está alimentando a retomada em Wall Street não é formada pelos bancos, mas por Washington. Muitas das medidas tomadas pelos políticos no ano passado para estabilizar o sistema financeiro -a redução dos juros a quase zero, o reforço dos grandes bancos com injeções de dinheiro dos contribuintes, a avalização de bilhões de dólares das dívidas das instituições financeiras- ajudaram a preparar o cenário para esta nova era de riqueza em Wall Street.

Gigantes como Goldman Sachs e JPMorgan Chase estão fazendo fortunas em setores em alta como o comércio de ações e títulos, em lugar de enriquecer concedendo crédito às pessoas. Cada um deles anunciou lucros superiores a US$ 3 bilhões no terceiro trimestre. Além disso, estão lucrando ao assumir mais riscos que concorrentes mais fracos -benefício resultante da concorrência reduzida. Assim, ao mesmo tempo em que os grandes bancos rejeitam propostas de regulamentação maior, Wall Street tem Washington a agradecer, em parte, por sua bonança mais recente.

"Tudo isso é facilitado pelo Fed (Banco Central dos EUA) e pelo governo, que querem que as instituições financeiras voltem a conceder empréstimos", disse Gary Richardson, pesquisador do Birô de Pesquisas Econômicas dos EUA. "Acabamos de mostrar a elas que desembolsaremos trilhões de dólares para protegê-las. Isso me preocupa muito."

Nem todos os bancos estão se saindo tão bem assim. O Citigroup e o Bank of America, cuja sorte está ligada aos altos e baixos dos consumidores comuns, estão lutando para dar uma virada.

Mas o declínio de algumas instituições, ao lado da queda de concorrentes antes fortes como o Lehman Brothers, concentrou o poderio financeiro dos EUA em menos mãos. Agora, os fortes têm poder maior para arrancar mais lucro dos mercados financeiros e para cobrar taxas mais altas.

"Eles podem cobrar mais por seus serviços, porque as empresas precisam de bancos comerciais e bancos de investimento, e há poucos para ajudá-las", disse Douglas Elliott, do Brookings Institution, organização de Washington que analisa políticas públicas.

Agora, o setor conta com novas ferramentas, graças ao governo. Com os juros tão baixos, os bancos podem emprestar dinheiro barato e aplicá-lo de maneiras lucrativas, quer seja para conceder empréstimos a empresas a juros mais altos, quer seja para especular nos mercados. As negociações de renda fixa -uma área que inclui títulos e divisas- vêm sendo especialmente lucrativas.

"Os resultados fortes das negociações lideraram", disse Howard Chen, analista de bancos no Credit Suisse, descrevendo os lucros mais recentes.

Para prevenir um colapso financeiro catastrófico que teria afetado toda a economia, o governo injetou bilhões de dólares nos bancos. Desde então, algumas instituições grandes, como o Goldman e o Morgan, já restituíram ao governo o dinheiro que receberam no pacote de socorro. Mas a maior parte do setor dos bancos ainda goza de outras formas de apoio do governo, e isso vem ajudando a elevar seus lucros.
O Goldman Sachs e seu rival Morgan Stanley foram autorizados a converter-se em holdings bancários à moda antiga. Essa mudança lhes deu acesso a financiamentos baratos do Fed, até então fora de seu alcance.

Esses dois bancos e outros, como o JPMorgan, também foram autorizados a emitir dezenas de bilhões de dólares em obrigações garantidas pela Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC), que segura depósitos bancários. Com a garantia, os bancos puderam contrair os empréstimos em condições vantajosas. É verdade que os bancos também estão se beneficiando da estabilização da economia. "A confiança voltou", disse Shubh Saumya, especialista em serviços financeiros no Boston Consulting Group. "Os banqueiros estão reavendo alguns dos ativos que eles desvalorizaram no ano passado, no meio da crise."

Uma razão importante dos lucros notáveis obtidos pelo Goldman Sachs neste ano é a disposição de seus negociantes em assumir riscos grandes -eles disponibilizaram mais dinheiro, enquanto outros bancos atingidos em 2008 frearam esse tipo de ação.

Executivos dizem que há abismos estratégicos abrindo-se entre bancos de Wall Street, que estão assumindo mais riscos, e outros que estão optando por trilhar um caminho mais seguro.

Mesmo assim, o sucesso recente se limita em grande medida às grandes firmas de Wall Street que trabalham com títulos de crédito. Recentemente, o Citigroup e o Bank of America anunciaram perdas com inadimplências de cartões de crédito e hipotecas -sinal das dificuldades que ainda acometem a população e o setor produtivo dos EUA.


Fonte: Jornal Folha de São Paulo - New York Times. São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/newyorktimes/ny2610200901.htm

Para Soros, finança global deve ser refeita e incluir o real brasileiro




26/10/2009 - 09h23

É preciso novo sistema global, diz Soros

Para megainvestidor, crise mostrou necessidade de reforma do sistema monetário e o real deve fazer parte do novo modelo Soros crê que mercado deve seguir em alta até o fim do ano porque EUA não poderão desmontar até lá estímulos que garantem recuperação

O investidor húngaro-americano George Soros, que defende mudanças no sistema financeiro global, com maior participação da China
Foto: Joel Saget - 23.jan.2008/France Presse

CHRYSTIA FREELAND
DO "FINANCIAL TIMES"

Depois de interromper a aposentadoria para reassumir a administração do seu fundo na tentativa de protegê-lo na crise, o megainvestidor húngaro-americano George Soros, 79, volta a se afastar do cotidiano do mercado devido à sensação de que o pior de fato ficou para trás. "A tempestade passou."

Entretanto, alerta, a fraqueza dos EUA e os limites da China em assumir o papel de locomotiva mundial impedirão que a atividade global nos próximos anos se assemelhe, em ritmo, à vista nos últimos anos.

Na opinião de Soros, este é o grande momento para uma efetiva reforma do sistema monetário global a fim de que um número maior de divisas -inclusive o real brasileiro- passe a fazer parte das reservas internacionais, diminuindo, dessa maneira, a dependência coletiva do dólar americano.

PERGUNTA - Como o senhor vê a atual situação da economia global?

GEORGE SOROS - Certamente os mercados financeiros se recompuseram e começaram a funcionar novamente, e a economia mundial superou o choque. Então há uma retomada, mas acho que o mundo vai demorar bastante para absorver o que aconteceu nessa crise, e a principal fonte de problemas está nos EUA. É lá que os consumidores gastaram mais do que ganharam por 25 anos, e o consumo corresponde a mais de 70% da economia do país, mas agora isso terá de mudar, mas levará tempo.

Também houve a questão do sistema bancário, que basicamente estava falido. Está no fundo do poço e tem que construir o seu caminho para fora do buraco. Isso está acontecendo em um ritmo bem acelerado porque os bancos emprestam a custo zero e compram bônus de dez anos do governo com rendimento de 3,5% [ao ano], e essa é uma velocidade de ganho bem rápida para risco nenhum.

Então, eles vão conseguir sair do buraco, mas também vai levar tempo. E ainda tem todo o setor imobiliário comercial, com perdas ainda desconhecidas. Portanto, a fraqueza do mundo estará principalmente nos gastos do consumidor americano e no, digamos, declínio do sistema bancário.

PERGUNTA - E essa fraqueza nos EUA é tão grave que possa causar uma recuperação em forma de W, com uma nova queda?

SOROS - Bem, eu acho que pode acontecer uma outra queda nos mercados acionários porque neste exato momento estamos aproveitando a multiplicação da confiança e existe uma certa esperança de que esta seja uma crise como as anteriores, uma retomada em forma de V. Então, quando essa esperança não for satisfeita, acho que haverá...

PERGUNTA - Por que o senhor acha que não será satisfeita?

SOROS - Posso estar errado. Já estive errado outras vezes, mas não vejo de onde pode vir o crescimento nos EUA.

PERGUNTA - Considerando a contínua fragilidade da economia americana, as pessoas estão certas de se preocuparem com o dólar?

SOROS - Claro que estão, e o dólar é a uma moeda muito fraca com a exceção de todas as outras. Então existe uma falta de confiança geral nas moedas e uma fuga para ativos reais. Os chineses continuam administrando um grande superavit comercial e ainda estão acumulando ativos, e basicamente o yuan está permanentemente desvalorizado porque está amarrado ao dólar.
Há uma diversificação, passando dos ativos que normalmente são controlados pelos bancos centrais para outros tipos, especialmente na área de commodities. Há uma puxada no ouro, um fortalecimento do petróleo, o que de certa forma é uma fuga de moedas.

PERGUNTA - Vai haver um ponto de inflexão do dólar ou essa situação atual vai continuar?

SOROS - Enquanto o yuan estiver amarrado ao dólar, não vejo como a decadência do dólar possa ir longe. Mas, claro, em alguma medida isso é bastante útil porque, com os consumidores americanos economizando mais e gastando menos, as exportações podem ser um jeito de a economia dos EUA se equilibrar. Então, uma decadência ordenada do dólar é na verdade desejável.

PERGUNTA - É necessária uma nova organização monetária mundial?

SOROS - Acho que o sistema está quebrado e precisa ser reconstruído. Não temos condições de seguir com esses desequilíbrios crônicos e crescentes nas finanças internacionais. É necessário um novo sistema de moedas, e os direitos especiais de saque [do FMI, calculado com base na cotação, em dólar, de uma cesta de quatro divisas: o dólar, o euro, o iene e a libra esterlina] de fato fornecem as linhas gerais de um sistema.

É burrice dos EUA resistir ao uso amplo desses direitos especiais de saque. Eles poderiam ser muito úteis agora, quando existe uma diminuição da demanda. Poderia na verdade ser internacionalmente criada uma moeda por meio dos direitos de saque, e isso já foi feito. Foram lançados US$ 250 bilhões, e é um passo muito útil.

PERGUNTA - Que tipo de acordo o presidente Obama deve buscar na viagem à China em novembro?

SOROS - Acho que já está na hora de envolver a China na criação de uma nova ordem mundial, uma ordem financeira global. Os chineses são um membro relutante do FMI. Participam, mas não dão muita contribuição porque não é uma instituição sua. Os direitos de voto não correspondem ao seu peso, então eu acho que é necessária nova ordem mundial de cujo processo de criação a China participe e com a qual concorde. A China tem de ser dona da nova ordem da mesma forma que, digamos, os EUA são donos do Consenso de Washington, que é a ordem atual, e acho que esse seria um sistema mais estável onde haveria políticas coordenadas. Acho que a estrutura de tal ordem já existe porque o G20, ao concordar em fazer reformas, efetivamente está se movendo nessa direção.

PERGUNTA - O sr. acha possível convencer a China a valorizar o yuan?

SOROS - Acho que eles têm defendido isso, então eu lançaria mão das suas próprias palavras para fazer do yuan parte do sistema de direitos de saque, embora a moeda não seja conversível. Em outras palavras, o yuan deveria ser uma das moedas usadas no sistema de direito especial de saque, e essa ideia vai convencê-los.

PERGUNTA - Isso é possível apesar da não convertibilidade do yuan?

SOROS - Sim. Sim. Já se pensou nisso antes, e eu acho que o real, do Brasil, também deveria ser parte do sistema. Acho que a gama de moedas da cesta pode e deve ser aumentada.

PERGUNTA - E a preocupação dos americanos de que apoiar essa fuga do dólar como a moeda de reserva mundial em última instância significa enfraquecer sua economia?

SOROS - Beneficiamo-nos muito [do atual sistema], mas creio que abusamos e não acho que podemos continuar abusando. Então, não é necessariamente do nosso interesse ter o dólar como a única moeda mundial porque a economia global em crescimento necessita de uma moeda adicional e, se o dólar é essa moeda adicional, significa que os EUA precisam ter um deficit em conta corrente crônico. Isso não é bom. Acho que é do nosso interesse reformar a estrutura.

PERGUNTA - Se os EUA não participarem ativamente desse tipo de renegociação das finanças globais, o que vai acontecer? Qual é o pior cenário?

SOROS - A China vai adotar a estratégia bilateral. Já a emprega. Os chineses já possuem um acordo de compensação com a Argentina e acredito que estejam trabalhando em um com o Brasil, e veremos mais e mais tratados bilaterais. Então, o dólar permanecerá como a principal moeda internacional, mas o seu uso vai cair. Acho que um mundo de relações bilaterais é menos desejável do que a continuação de um sistema multilateral. Mas a estrutura que possuímos agora já se desintegrou, só que ainda não nos demos conta. É necessário criar um novo, e esta é a hora de fazê-lo.

PERGUNTA - Sobre os EUA, quão preocupado o senhor está com o deficit orçamentário e a inflação?

SOROS - Certamente, uma queda no valor do dólar é necessária para compensar o fato de que a economia americana continuará enfraquecida e será um peso para a economia mundial. A China emergirá como motor, no lugar do consumo dos EUA, e, lógico, é um motor menor porque a economia chinesa é muito menor.
Então, a economia mundial terá um motor menos potente e vai se movimentar mais devagar do que nos últimos 25 anos. Mas a China será o motor puxando-a, e os EUA serão um peso arrastado durante a gradual queda do valor do dólar.

PERGUNTA - Parece haver, especialmente em Wall Street, uma recuperação. Quão real ela é?

SOROS - No mercado de ações é bem real. Temos tido uma boa alta porque uma imensa quantia de dinheiro está nas beiradas sem render nada e gradualmente está sendo sugada para dentro do mercado. Provavelmente, o processo vai seguir pelo resto do ano.

PERGUNTA - O sr. espera que o mercado siga subindo até o fim do ano?

SOROS - Não é possível fazer previsões sobre isso. Nunca se sabe quando a virada vem, mas parece que é por aí, porque a falta de recuperação no mercado de trabalho vai garantir que as taxas de juros não sejam elevadas. E, ao mesmo tempo, os lucros estão razoavelmente bons e há um monte de dinheiro nas beiradas. Por isso, acho que essas são condições favoráveis para a contínua recuperação do mercado de agora até o final do ano.

No entanto, a economia seguirá necessitando de estímulos adicionais, porque a recuperação está sendo basicamente sustentada por transferências, pelos pagamentos e deficits que o governo administra. Caso sejam retirados, teríamos uma desaceleração dupla na economia. Para evitar isso, é preciso que os incentivos continuem. Porém, se isso é politicamente possível ou não ainda é preciso esperar, porque não dá para ficar acumulado dívidas que significam uma sobrecarga para as futuras gerações. Mas a alternativa seria outra recessão ou uma recessão mais longa.

Fonte: Jornal Folha de São Paulo. Caderno Dinheiro. São Paulo, segunda-feira, 26 de outubro de 2009.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi2610200907.htm

domingo, 25 de outubro de 2009

Meninas e mulheres são as mais afetadas pela crise mundial





Brigitte Perucca
25/10/2009

O aumento da mortalidade infantil, a redução da escolarização, o crescimento do trabalho infantil, a perda de empregos e a redução de remessas de fundos aos países de origem: esses males se abatem sucessivamente sobre meninas e mulheres, vítimas em grande escala da recessão mundial. A organização não-governamental Plan Internacional que, além de realizar seu próprio estudo, compilou muitos outros realizados em todo o mundo, apresenta uma imagem completa em seu relatório intitulado "A situação das meninas no mundo em 2009", publicado esta semana. De forma argumentativa, o documento também demonstra em números as perdas que o Estado sofre ao renunciar à meta de escolarizar e integrar as mulheres ao mundo do trabalho.

A discriminação em relação às meninas começa desde o berço (ou ainda antes, se levarmos em conta o "feticídio" de meninas). O Banco Mundial já identificou 58 países nos quais a crise poderia desembocar no agravamento da mortalidade infantil, que alcançaria a taxa de 400 mil mortes por ano.

A crise ameaça também os avanços na escolarização das meninas. "No transcurso dos últimos vinte anos, a porcentagem de meninos entre 10 a 14 anos que nunca foram à escola caiu de 21% para 11%, e de 39% para 18% no caso das meninas", assinala o relatório. Mas agora, por falta de meios para pagar a escola ou obrigadas a ajudar nas tarefas domésticas por necessidade, muitas meninas podem ter que se distanciar das lousas.

Além disso, entre 2000 a 2006, o número de meninas aumentou mais do que o de meninos na escola primária, mas elas dificilmente conseguem passar o nível do ensino secundário (43% delas têm acesso a ele nos países em desenvolvimento). Entretanto, vários estudos demonstram que é necessário um mínimo de dez anos de escolarização para "rentabilizar as vantagens da educação no sentido econômico", afirma a Plan Internacional.

Para as jovens em si, continuar seus estudos tem um efeito muito concreto. "As que frequentaram o ensino secundário ganham 2 mil dólares a mais que aquelas que ficam na escola primária", observa o relatório, com apoio em dados do Banco Mundial.

Ao tirá-las da escola, a crise obriga as crianças a trabalhar, seja de maneira formal ou informal. Este fenômeno, entretanto, havia se reduzido nos últimos anos, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Atualmente, não menos de 218 milhões de crianças de 5 a 17 anos de idade - ou seja, um em cada sete - trabalham, principalmente na economia informal.

Outra praga agravada pela crise: a prostituição. "As fábricas fecham por toda parte e, agora, as mulheres são abordadas por traficantes sexuais que perguntam se elas querem ir trabalhar no Ocidente", afirma Jitra Kotchadet, responsável sindical da Tailândia citado no relatório da Plan Internacional.

Mas é no emprego das mulheres que a recessão se faz sentir com mais força. Depois de discorrer sobre as consequências desastrosas das crises recentes sobre o trabalho feminino - a da Ásia em 1997, a da Argentina em 2001 e o surgimento da bolha da Internet nos Estados Unidos no mesmo ano -, o relatório aponta os primeiros efeitos da crise atual.

Segundo a OIT, em 2009, 22 milhões de mulheres de todo o mundo poderiam perder seu emprego, e a taxa de desemprego aumenta mais rápido no caso das mulheres do que no dos homens. A OIT afirma que entre 50% e 55% das mulheres empregadas ocupam postos considerados "vulneráveis" (pelo salário ou pelas condições), em comparação a 47% a 52% dos homens.

Nos países emergentes, onde o mercado de trabalho se feminilizou devido à globalização, especialmente no setor dos serviços, saúde e confecção de roupas, o impacto foi enorme. "No setor formal, e especialmente nas indústrias destinadas à exportação, nas quais 75% a 80% da mão de obra é feminina, cerca de 70% dos trabalhadores demitidos por causa da crise foram mulheres", diz a Aliança Nacional de Mulheres das Filipinas, citada pela Plan Internacional.

Na África, segundo Ritu Sharma, presidenta da WTW, coalizão de cerca de 50 associações norte-americanas, cerca de cem mil empregos estão ameaçados na indústria têxtil, dos quais 90% são ocupados por mulheres pobres. Nos Estados Unidos, ao contrário, as mulheres, empregadas em grande número nos setores da educação e saúde, estão mais protegidas contra o desemprego.

Essas demissões massivas podem ter consequências dramáticas quando o emprego é exercido fora das fronteiras do país de origem. As mulheres representam "pelo menos a metade da população de imigrantes internacionais", segundo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a População, por isso essa perda de empregos significa também uma queda nas remessas de dinheiro às famílias que ficam no país de origem.

Para 2009, o Banco Mundial prevê uma redução de 7,3% desse fluxo financeiro, avaliado em 2007 em 14.500 milhões de dólares.

Tradução: Eloise De Vylder

Fonte: Le Monde, via UOL Notícias, 25 de outubro de 2009.
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2009/10/25/ult580u3995.jhtm

Argentina planeja voltar a mercados da dívida até fim do ano

Buenos Aires, 24 out (EFE).- A Argentina planeja voltar aos mercados internacionais da dívida soberana até o final deste ano, inclusive ainda no meio do processo de reabertura da troca para títulos em moratória fechado em 2005, informou hoje a imprensa local.

O ministro da Economia argentina, Amado Boudou, disse em entrevistas publicadas hoje que este retorno "pode ser no meio da troca" e que poderia ser oferecido aos investidores "um menu de opções, de curto prazo, e de médio e longo prazo".

A Argentina anunciou na quinta-feira que apresentará uma oferta de troca para os credores com títulos em moratória no valor de US$ 20 bilhões que não aderiram à reestruturação de 2005, em um passo prévio ao retorno do país aos mercados internacionais, após a moratória de 2001.

Boudou disse que o Governo argentino tem a "determinação" de concluir a nova troca "até o fim do ano". EFE


Fonte: Yahoo! Notícias

http://br.noticias.yahoo.com/s/24102009/40/economia-argentina-planeja-voltar-mercados-da.html

sábado, 24 de outubro de 2009

Imposto para investidores estrangeiros atinge também os brasileiros

Anne Dias
24/10/2009 - 07h15


O governo decidiu taxar os investimentos estrangeiros no Brasil em 2%, a título de IOF. Como esta decisão afeta os investidores brasileiros? É hora de sair ou de entrar? Em maior ou menor grau, os especialistas concordam que de alguma forma os brasileiros são atingidos.

“Num primeiro momento as ações se desvalorizam”, diz o professor de finanças da Faculdade de Economia da USP (FEA/USP), Alexandre Assaf Neto. E foi o que aconteceu.

No dia 20 de outubro, dia do anúncio da medida, a Bolsa de Valores caiu 2,88%.“Estrangeiro gosta de ação que está abaixo do valor justo.”

Com o tempo, continua Assaf, a decisão perde o efeito. E isso pode levar no máximo três meses. Até lá o que pode acontecer é a Bolsa ficar oscilando.

O Brasil ainda é um porto seguro para os investidores. “A Europa está estagnada; há muita incerteza no Japão, e os Estados Unidos estão tentando se recuperar”, afirma Assaf. Portanto, os estrangeiros que saíram ou deixaram de investir por aqui voltam.

E, além da Bolsa, o estrangeiro ainda tem outras alternativas, como os títulos públicos federais, com juro começando em 8,75%, o básico da economia.

O professor da Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA/USP), Luiz Jurandir Simões, aponta o reflexo da cobrança do IOF nos juros da renda fixa.

“Houve um aumento médio de 0,4% ao ano na renda fixa”, diz Simões. Pode parecer pouco, mas no acumulado de dez anos faz diferença. “Os bancos fazem isso para atrair investidores.”

A opinião sobre entrar, sair ou manter os investimentos em Bolsa divide os especialistas. A consultora financeira Claudia Kodja acredita que a Bolsa atingiu seu topo e que seria hora de sair. “O Ibovespa já subiu 76% neste ano, e há muito capital especulativo na Bolsa”, diz Claudia.

Já Reginaldo Alexandre, presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec-SP) afirma o contrário. “Bolsa é investimento de longo prazo. Quem está lá não deve sair por conta dessa mudança”, afirma.

Fonte: UOL Economia
http://economia.uol.com.br/financas/investimentos/ultimas-noticias/2009/10/24/imposto-para-investidores-estrangeiros-atinge-tambem-os-brasileiros.jhtm

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

FMI adverte Brasil sobre riscos de impostos do capital externo

23/10/2009 - 17h26

São Paulo, 23 out (EFE) - O diretor do departamento da América do Fundo Monetário Internacional (FMI), Nicolás Eyzaguirre, defendeu a autonomia do Brasil para taxar a entrada de capitais estrangeiros, medida adotado nesta semana, mas advertiu sobre os riscos que a medida pode trazer para a economia.

O governo brasileiro começou a aplicar na terça-feira uma medida que taxa em 2% os capitais estrangeiros que entram no país para investimentos em renda fixa ou variável, a fim de evitar que o real continue se valorizando frente ao dólar.

"Esse tipo de medida pode dar algum espaço de manobra para evitar a valorização (da moeda). Não vejo problema em impor impostos à entrada de capitais, mas deve ser aplicado a toda entrada de capitais e não dar margem à especulação", advertiu Eyzaguirre em entrevista coletiva realizada em São Paulo.

Eyzaguirre apresentou no Brasil o relatório "Panorama Econômico Regional", divulgado em Washington sobre a economia da América Latina, o qual destaca que a crise mundial custará à região mais de US$ 150 bilhões.

O funcionário, especialista no tema de controle de capitais, e que foi integrante do Banco Central do Chile e ministro da Fazenda de seu país, enfatizou no entanto que esse tipo de medida não deve ser generalizado.

"O FMI não tem jurisdição sobre o controle de capitais nos países, mas temos uma apreciação: que sejam abrangidas todas as formas possíveis. Não é um problema ideológico, mas pragmático, e como fazê-lo é um problema do Brasil", ressaltou.

Do tributo aplicado pelo Brasil estão isentos os investimentos estrangeiros diretos (IED), já que o interesse do governo é "proteger a produção nacional, incentivar a volta de investimentos e preservar o emprego", segundo o ministro brasileiro de Fazenda, Guido Mantega.

Para conter a alta do real, que neste ano já se valorizou 33% frente ao dólar, o organismo aconselhou ao Brasil retirar parte de suas medidas de estímulo econômico.

"O Brasil é um lugar que o mercado financeiro olha com apetite e emerge com força no meio de uma situação mundial medíocre. O problema é como conduzir esse sucesso para manter o crescimento com um controle de capitais. Deve-se ter certeza de haver um sistema regulador forte", disse.

Segundo Eyzaguirre, "o Brasil deve ter capacidade institucional para (aplicar) medidas heterodoxas como impostos para a entrada de capitais".

Fonte: UOL Economia
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2009/10/23/diretor-do-fmi-adverte-brasil-sobre-riscos-de-impostos-sobre-capital-externo.jhtm

Investimento estrangeiro em ações é o maior desde 1947, diz BC

Kelly Oliveira, da Agência Brasil
23/10/2009 - 14h47

As aplicações de estrangeiros em ações negociadas no Brasil somam US$ 8,761 bilhões neste mês até hoje (23), segundo informou o Banco Central (BC). Esse valor, ainda preliminar, é o maior da série quando comparado a todos os meses fechados desde 1947. Em setembro deste ano, chegaram a ingressar no país US$ 3,987 bilhões para investimentos em papéis.

De acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, houve concentração expressiva de lançamento de ações. No início deste mês, por exemplo, o Banco Santander fez uma oferta recorde de ações na Bolsa ao vender R$ 14,1 bilhões.

Também é recorde a aplicação de estrangeiros em ações totais, ou seja, as negociadas no país e as vendidas no exterior. Nos dados preliminares até hoje, o valor está em US$ 13,025 bilhões.

As aplicações em renda fixa no país neste mês estão em US$ 1,580 bilhão, até hoje. No mês passado esse total foi de US$ 2,872 bilhões.

Segundo Lopes, os dados apurados até agora ainda não foram influenciados pela medida do governo de taxar pelo Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) as aplicações de estrangeiras em fundos de renda fixa e na bolsa. “Vamos aguardar. É cedo [para fazer avaliação]”, afirmou Lopes.

De acordo com Lopes, o aumento dos investimentos em ações se deve à melhor expectativa quanto à economia brasileira. “A expectativa que se tem em relação a economia é totalmente distinta do que a que se tinha há um ano. A Bolsa brasileira se tornou bastante atrativa e não seria diferente em relação ao capital estrangeiro”.

Lopes acrescentou que o balanço de pagamentos (as transações comerciais e financeiras do Brasil com o exterior) “mostra sinais bastantes positivos, seja no mercado capitais ou nos investimentos diretos [aqueles que vão para o setor produtivo]”. “Vamos continuar recebendo investimentos diretos expressivos”, disse.

Em setembro, o investimento estrangeiro direto somou US$ 1,816 bilhão. Para Lopes, o resultado do mês passado só não foi melhor por conta de uma operação não esperada. Uma empresa do setor de bebidas comprou papéis da controladora no exterior no valor aproximado de US$ 1 bilhão. “Isso é uma relação entre matriz e filial, mas na metodologia isso é contabilizado como retorno de investimento direto”, explicou Lopes.

Neste mês, até hoje (23), o investimento estrangeiro direto é de US$ 1,3 bilhão. A expectativa do BC para o mês é de US$ 1,7 bilhão.

Fonte: UOL Economia
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2009/10/23/investimento-estrangeiro-em-acoes-e-o-maior-desde-1947-diz-bc.jhtm

Retomada da economia não anima exportador

Para O diretor da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) , José Augusto de Castro, houve melhora nas exportações em setembro, mas ainda longe do resultado de 2008. (Foto: José Leomar)

Rio de Janeiro. A recuperação da indústria voltada à exportação segue ainda abaixo da retomada geral do setor industrial do País. Levantamento especial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), revela que os resultados mais recentes do Índice de Confiança da Indústria (ICI) não são tão otimistas quando concentrado apenas neste segmento.

Em um universo de 66 exportadoras pesquisadas - com mais de 50% de seu faturamento em vendas externas -, o ICI foi de 86,9 pontos em setembro, o menor nível para o mês em oito anos. Por esta tabela, resultados abaixo de 100 pontos indicam pessimismo. O câmbio é apontado como o principal motivo para as expectativas adversas da indústria exportadora. O diretor-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, ressalta que, na comparação com meses anteriores, houve melhora na confiança do exportador em setembro. Mas acredita que o desempenho este ano ainda está longe do apresentado em 2008.

A previsão mais recente da AEB para 2009 é que o volume de exportações brasileiras atinja US$ 153 bilhões, saldo 22,3% inferior ao apurado em 2008, quando as vendas externas brasileiras bateram US$ 197 bilhões. A AEB tende a revisar para cima a estimativa. "Mas mesmo com a revisão, não chegará, nem de longe, perto do desempenho que tivemos no ano passado", acrescentou.

O coordenador de Análises Conjunturais da FGV, Aloisio Campelo, avalia que a retomada da economia brasileira continua atrelada ao consumo interno, cuja demanda se recupera de forma mais rápida. "A demanda externa está se recuperando, mas ainda de forma muito lenta e gradual", afirmou. O ICI dos exportadores, calculado em escala de 0 a 200 pontos, também foi menor do que o da indústria da transformação como um todo, que alcançou 109,5 pontos.

"O mês de setembro apresentou uma grande melhora em relação a agosto, quando a confiança dos exportadores foi de 71,1 pontos. Mas ainda está abaixo do registrado em 2008", disse Campelo. No levantamento da fundação, é possível perceber que o ICI no primeiro semestre de 2008 entre as companhias exportadoras ficou acima de 100 pontos (o que significa otimismo), em todos os meses daquele período. No primeiro semestre de 2009, o ICI das exportadoras atingiu níveis entre 40 e 60 pontos.

O principal problema observado por Castro para a rentabilidade dos exportadores é o câmbio. Para a AEB, um "patamar de equilíbrio" para o dólar seria em torno de R$ 2,20. Nesse nível, a moeda norte-americana seria suficiente para angariar lucro nas exportações e, ao mesmo tempo, não elevaria tanto os custos dos empresários com a compra de insumos importados.Porém, o cenário atual não aponta para um patamar acima de R$ 2 para o dólar.


Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. Fortaleza, 23 de outubro de 2009.http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=682934

Governo quer testar IOF até o fim do ano

Agência Estado
23/10/2009 - 08:20


Apesar das pressões para que altere a regra de taxar o ingresso de capitais externos com a alíquota de 2% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a tendência do governo é tentar manter a decisão pelo menos até o fim do ano. Essa é a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, embora sensível às argumentações do setor financeiro, acredita que a medida deve ser testada por mais tempo.

Na quinta-feira (22), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse à Agência Estado que não pensa em alterar a taxação. No fim da tarde, ele recebeu o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, que pediu a revisão da medida, pelo menos para operações de abertura de capital, proposta defendida também pelo líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP). “É muito cedo para pensar em mudar um instrumento que acabou de ser implementado. É prematuro pensar em qualquer alteração antes de ver o impacto que a medida terá”, disse Mantega, acrescentando acreditar que a taxação estancará o processo de valorização acelerada do real.

“Sem essa medida, o dólar já estaria abaixo de R$ 1,70. Quero deixar claro que o objetivo não era provocar a desvalorização acelerada do real. A ideia é suavizar a valorização da moeda e retirar os exageros. A tributação vai ficar como está.”Conforme fontes ouvidas pela Agência Estado, o governo trabalha informalmente com o nível ao redor de R$ 1,70 para o dólar. E é esse número que será testado. O problema é que a necessidade de frear a alta do real enfrenta a onda de investimentos estrangeiros, que identifica o Brasil como porto seguro no pós-crise financeira.

Mantega afirmou que ainda não é possível medir o impacto do IOF no capital especulativo, que foi o principal foco da decisão. “É preciso esperar que o mercado assimile a medida”, disse, mostrando confiança de que o capital de longo prazo, que aposta no crescimento e na rentabilidade da produção, continuará interessado no Brasil.

http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=273667&modulo=968

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BC: dívida externa cai a US$ 201,723 bi em setembro

Agência Estado
23/10/2009 - 10:28

A dívida externa total do Brasil atingiu US$ 201,723 bilhões em setembro, segundo estimativa divulgada hoje pelo Banco Central. Em agosto, esse valor era de US$ 204,103 bilhões. A última posição fechada, referente a junho, era de US$ 198,996 bilhões. Segundo o BC, a dívida de médio e longo prazo somava US$ 169,422 bilhões e os compromissos de curto prazo eram de US$ 32,301 bilhões em setembro.

As remessas de lucros e dividendos somaram em setembro US$ 1,508 bilhão. Segundo o BC, em setembro do ano passado, em pleno mês de recrudescimento da crise financeira internacional, as remessas somaram US$ 3,436 bilhões. Em agosto deste ano, as remessas foram de US$ 1,895 bilhão. No acumulado de janeiro a setembro, as empresas remeteram US$ 16,013 bilhões, em termos líquidos, para o exterior, o que corresponde a uma queda de 41 77% em relação ao montante remetido em igual período do ano passado.

As despesas com juros em setembro somaram US$ 524 milhões, um valor praticamente estável em relação a agosto (US$ 525 milhões) e ligeiramente maior que os US$ 502 milhões desembolsados em igual mês de 2008. De janeiro a setembro, as despesas com juros somaram US$ 6,857 bilhões, 29,08% superior ao verificado em igual período de 2008.

A taxa de rolagem dos empréstimos externos de médio e longo prazo ficou em 83% em setembro, de acordo com o BC. Em agosto, a taxa de rolagem havia sido de 220%. Em setembro do ano passado, de 123%. No acumulado do ano até setembro, a taxa de rolagem está em 79%, ante 159% verificado de janeiro a setembro do ano passado. No acumulado até agosto, a taxa de rolagem estava em 78%.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. Fortaleza, 13 de outubro de 2009.
http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=273678&modulo=968


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Câmbio: medidas em estudo

Mantega: "Derretimento do dólar é um problema mundial"
Ministro disse que está aberto a ouvir propostas dos empresários e se diz confiante na taxação do IOF na entrada de capital

Brasília. Sob pressão de parte do empresariado nacional que pede a reversão da taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na entrada de capital externo no País, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, acenou ontem com medidas complementares e adicionais para conter a forte valorização do real frente ao dólar.

Mantega disse que está aberto para ouvir as propostas dos empresários, mas adiantou que o governo considera mais "complicada" a adoção da tributação do IOF no momento de saída do capital do País. A proposta é defendida pelo presidente da BM&F Bovespa, Edemir Pinto, que levou ontem a ideia ao ministro da fazenda. Durante audiência pública na Câmara dos Deputados, Mantega confirmou ainda que o Fundo Soberano do Brasil (FSB) poderá comprar os dólares que entrarem no Brasil para a operação de capitalização da Petrobras.

Em entrevista, após a reunião, ele previu que as reservas internacionais brasileiras poderão subir para US$ 500 bilhões com os recursos gerados pela exploração do petróleo do pré-sal. O ministro não precisou em que prazo isso ocorreria. Atualmente, as reservas estão em US$ 232 bilhões.

Apesar das críticas de que a taxação do capital externo vai provocar a "exportação" do mercado de capitais brasileiro, o ministro se disse confiante no sucesso da medida e fez até mesmo uma aposta: "o processo de abertura de capital das empresas com as operações de IPO (oferta inicial de ações) não será interrompido. Quando participam desse tipo de operação, disse ele, os investidores não estão preocupados com o ganho imediato, e sim com a rentabilidade que a ação da empresa vendedora pode garantir. O que vai diminuir, segundo ele, é o fluxo de capital de curto prazo para o País".

Depois da audiência, o ministro foi questionado se o governo, diante das críticas, poderia recuar da decisão de taxar a entrada de capital. Ele respondeu: "Acabamos de lançar a medida. Temos que observar sua repercussão que eu acredito que será positiva. Mas isso não impede que possamos pensar em medidas complementares e adicionais", afirmou.

Fundo

O ministro assegurou ainda que o governo está preparado para absorver os dólares de acionistas minoritários que vão entrar no País para a capitalizar a Petrobras. Ao ser questionado pelo relator do projeto de lei que trata da capitalização, deputado João Maia (PR-RN), sobre a possibilidade de entrarem US$ 25 bilhões nessa operação, Mantega disse que o governo vai comprar todos os dólares que ingressarem para não que não haja pressão na taxa de câmbio.

O ministro informou que a compra dos dólares poderá ser feita pelo FSB, ou BC.

"Eles (os dólares) nem entram no mercado. Vamos absorver. Ou vão para as reservas ou para o FSB, que os senhores já autorizaram", disse. A lei que criou o fundo permite a compra de dólares. Mas falta ainda regulamentação.

Fonte: Jornal Diário do Nordeste. Caderno Negócios. Fortaleza, 22 de outubro de 2009.
http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=682370

Estrangeiro investe US$ 6,8 bi em renda fixa e ações em setembro

Os investimentos estrangeiros em ações e renda fixa no Brasil somaram US$ 6,8 bilhões em setembro, mês imediatamente anterior ao início da cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) destes ativos. No mesmo mês do ano passado, esta conta havia registrado saída de recursos de US$ 1,2 bilhões. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Banco Central (BC).

No ano, os investimentos de estrangeiros em ações somam US$ 17,2 bilhões (contra US$ 1,1 bilhão em 2008) e, em renda fixa, US$ 5,4 bilhões (contra US$ 15,7 bilhões em 2008). Na soma de recursos vindos do exterior nestes ativos, o País contabiliza superávit de US$ 22,6 bilhões em 2009, contra superávit de US$ 16,9 bilhões no mesmo período de 2008.

O Brasil registrou em setembro déficit em transações correntes de US$ 2,311 bilhões, ante saldo negativo de US$ 2,761 bilhões um ano atrás.

A conta financeira e de capital foi superavitária em US$ 7,192 bilhões, fazendo com que o resultado global do balanço de pagamentos fosse também positivo, em US$ 4,882 bilhões.

Em 12 meses até setembro, o déficit em transações correntes correspondeu a 1,23% do Produto Interno Bruto (PIB), ante déficit de 1,28% do PIB em 12 meses até agosto.

Os investimentos estrangeiros diretos no País caíram para US$ 1,816 bilhão no mês passado. Em setembro de 2008, esses investimentos foram de US$ 6,241 bilhões.

http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=200910231258_RTR_1256302683nN2395704

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Estrangeiro tira R$ 1,3 bilhão no 1º pregão com novo IOF

A Bovespa registrou saída líquida de estrangeiros de mais de R$ 1 bilhão na última terça-feira (20), primeiro dia de vigência do IOF sobre os investimentos externos, segundo dados da BM&FBovespa divulgados nesta quinta-feira (22).

As vendas de ações por não-residentes superaram as compras em R$ 1,262 bilhão na terça, com a reação inicial após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciar a alíquota de 2% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre apliações em renda fixa e ações.

Naquele pregão, o Ibovespa fechou em baixa de 2,88%, a maior queda diária em quatro meses. Durante os negócios, a queda chegou a ser de quase 5%.

Já na quarta-feira, porém, a Bovespa se recuperou, chegando a subir 2,84% durante o dia e fechando em alta de 0,28%, a 65.485 pontos. Nesta quinta, o Ibovespa subiu 0,99%, a 66.134 pontos.

Com isso, o superávit estrangeiro na Bovespa em outubro até a última terça-feira caiu para R$ 3,757 bilhões, ao passo que o saldo líquido no ano até a mesma data cedeu a R$ 21,764 bilhões.


Fonte: G1 Economia e Negócios

http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL1351611-9356,00.html

Imagem: http://picnicterraqueo.files.wordpress.com/2008/11/bovespa.jpg

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Banco Central mantém juros em 8,75%

Taxa é a mesma há 3 reuniões

Da Redação, em São Paulo
21/10/2009 - 18h45



O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira, por unanimidade, manter a taxa básica de juros (a Selic) em 8,75%. É a terceira reunião seguida em que a taxa fica nesse nível (veja gráfico no fim deste texto).

A taxa atingiu o valor primeiramente em julho. Depois foi mantida no encontro de setembro, e agora na reunião de hoje. O Copom se encontra a cada 45 dias. O atual encontro foi o penúltimo do ano. O próximo, e último de 2009, será nos dias 8 e 9 de dezembro.

Com a decisão, já esperada pela maioria dos analistas, a atual Selic se mantém como a menor taxa desde que ela passou a ser usada como meta da política monetária, em 5 de março de 1999.

Os juros são usados como política monetária pelo governo para conter a inflação. Com juros altos, as prestações ficam mais caras e as pessoas gastam menos, o que restringe o aumento dos preços.

Um aspecto positivo dos juros altos é que eles remuneram melhor as aplicações. Isso é bom para os investidores brasileiros e também para os estrangeiros, que procuram o país.

Por outro lado, os juros altos prejudicam as empresas, que ficam mais cuidadosas para tomar empréstimos e fazer expansões. Por causa disso, o emprego também não cresce tanto. É em razão desse efeito que os empresários reclamam contra os juros altos.

Quem decide os juros
O Copom foi instituído em junho de 1996 para estabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros.

O colegiado é composto pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e os diretores de Política Monetária, Política Econômica, Estudos Especiais, Assuntos Internacionais, Normas e Organização do Sistema Financeiro, Fiscalização, Liquidações e Desestatização, e Administração.

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Fonte: UOL Economia

China vai consultar Brasil sobre taxa a minério

A China quer convocar reuniões com o Brasil para tratar da ideia do governo em Brasília de impor uma sobretaxa de 5% nas exportações de minérios do País. Na prática, a medida encareceria a compra da matéria-prima pelos chineses, um dos maiores compradores hoje do País. “Teremos de tratar desse tema bilateralmente com o Brasil”, confirmou o embaixador da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), Sun Zhenyu. Ele ainda indica que essas consultas ocorrerão “discretamente” para tentar não manchar a ideia de uma aproximação política entre Brasília e Pequim.

A China seria um dos países afetados pela taxa à exportação no Brasil que o governo estuda. Mas Pequim vive uma situação única. O próprio governo chinês aplica sobretaxas às exportações de seus minérios e tanto a União Europeia como os Estados Unidos levaram Pequim há dois meses aos tribunais da OMC. “Essa questão da taxa às exportações se tornou uma faca de dois gumes para nós”, admitiu o embaixador Sun.

Bruxelas e Washington acusaram a China na OMC de ter imposto sobretaxas sobre magnésio, zinco e outros minérios. A queixa é de que, com a taxa, Pequim concede vantagens às indústrias nacionais. Isso porque o preço interno da matéria-prima cai, tornando as indústrias chinesas ainda mais competitivas. “As políticas chinesas para matérias-primas distorcem o mercado”, acusou há um mês o representante de Comércio da Casa Branca, Ron Kirk. A queixa nos tribunais da OMC foi a primeira do presidente Barack Obama contra a China. A lista de produtos taxados na exportação ainda incluem bauxita e outros metais.


Fonte: caderno Internacional - Diário do Nordeste

http://diariodonordeste.globo.com/noticia.asp?codigo=273447&modulo=965

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Em dia de taxação de investimentos, dólar tem maior alta diária em 4 meses

A taxação do capital estrangeiro, anunciada ontem pelo ministério da Fazenda, contribuiu para a alta de 2,1% no dólar nesta terça-feira, o maior avanço diário desde 22 de junho deste ano, quando subiu 2,48%. A moeda subiu a R$ 1,748 .

Na noite de segunda-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou a aplicação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), com alíquota de 2%, sobre o capital estrangeiro que investir em ações e em renda fixa.

Opine: o que você achou da taxação sobre o capital estrangeiro?

Governo anuncia taxação para tentar conter uma queda maior do dólar

Taxar capital estrangeiro não pode servir para adiar reformas, diz FMI

Consulte cotações anteriores de dólar e outras moedas no novo gráfico

A medida foi tomada pelo governo para tentar evitar a queda excessiva do dólar. A moeda americana se desvaloriza porque o Brasil está tendo muita entrada de dólar. Pela lei da oferta e da procura, quando há muita moeda, ela vale menos.

O dólar baixo é bom para o consumidor comum porque os produtos importados ficam mais baratos e é melhor para viajar ao exterior.

No entanto, isso atrapalha as exportações brasileiras. Os produtos do Brasil ficam mais caros lá fora, e é difícil concorrer com outros países.A cobrança de imposto visa reduzir a entrada de dólares no país.

A intenção do governo já era esperada desde o final da semana passada, e por isso a decisão não pegou o mercado de supresa, segundo avaliação de analistas. Nos mercados de dólar futuro e cupom cambial, os investidores estrangeiros já se protegeram de uma eventual alta do dólar, com US$ 3,63 bilhões em posições compradas (aposta na alta da moeda) no fechamento de segunda-feira.

Mas a alíquota de 2% foi uma novidade, segundo Jorge Knauer, gerente de câmbio do banco Prosper, no Rio de Janeiro. "Surpreendeu, sim", disse, acrescentando que o mercado agora está dedicado a calcular o impacto da medida sobre o fluxo de curto prazo para o país.

"Mas não acho que muda muito o panorama", completou. Ele compartilha da visão predominante no mercado, que prevê a manutenção no médio prazo da tendência de queda do dólar em função da expectativa de uma contínua entrada de recursos.

Analistas dizem que, após o grau de investimento concedido ao país, o perfil dos dólares que entram no país é cada vez menos especulativo. O maior impacto da medida, dizem, será sobre as ações e os investimentos de renda fixa, que perderão atratividade aos olhos dos estrangeiros.

A iniciativa não é inédita. Em março de 2008, o governo começou a cobrar 1,5% de IOF dos investimentos estrangeiros, mas somente em renda fixa. Mesmo assim, o dólar manteve a tendência de baixa e chegou a valer R$ 1,56 alguns meses depois. A alíquota foi zerada em outubro, no auge da crise financeira global.

(Com informações da Reuters)

http://economia.uol.com.br/cotacoes/ultimas-noticias/2009/10/20/dolar.jhtm

Risco Brasil avança 2,75% e fecha aos 224 pontos

SÃO PAULO - Considerado um dos principais termômetros da confiança dos investidores na economia brasileira, o EMBI+, calculado pelo Banco JP Morgan Chase, terminou a terça-feira aos 224 pontos. Foi uma alta de 2,75% em relação aos 218 pontos do encerramento de segunda. Sobre o EMBI+ Brasil O Emerging Markets Bond Index - Brasil é um índice que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira. Corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos, tido como o país mais solvente do mundo, de risco praticamente 'nulo'. O indicador mensura o excedente que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do governo norte-americano. Significa dizer que a cada 100 pontos expressos pelo risco Brasil, os títulos do país pagam uma sobretaxa de 1% sobre os papéis dos EUA.

Basicamente, o mercado usa o EMBI+ para medir a capacidade de um país honrar os seus compromissos financeiros. A interpretação dos investidores é de que quanto maior a pontuação do indicador de risco, mais perigoso fica aplicar no país. Assim, para atrair capital estrangeiro, o governo tido como "arriscado" deve oferecer altas taxas de juros para convencer os investidores externos a financiar sua dívida - ao que se chama prêmio pelo risco. (Valor)

http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/valor/2009/10/20/risco-brasil-avanca-275-e-fecha-aos-224-pontos.jhtm

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Média diária exportada sobe 9,5% na 3ª semana do mês

BRASÍLIA - As exportações brasileiras somaram US$ 2,977 bilhões na terceira semana de outubro (12 a 18), com média diária de US$ 744,3 milhões. Esse desempenho médio foi 9,5% superior ao verificado até a segunda semana do mês (US$ 679,9 milhões), segundo dados divulgados hoje pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).



O bom desempenho das exportações na terceira semana do mês foi causado pelos embarques de produtos básicos (21,1%), principalmente, petróleo em bruto, minério de ferro, carne de frango e bovina, fumo em folhas e soja em grão; e manufaturados (1,8%), com destaque para aviões, óxidos e hidróxidos de alumínio, polímeros plásticos, suco de laranja e pneus. Na mesma comparação, as exportações de semimanufaturados tiveram queda de 15,3%, por conta das menores vendas de celulose, semimanufaturados de ferro ou aço, couros e peles e óleo de soja em bruto.



As importações totalizaram US$ 2,440 bilhões na terceira semana de outubro, com média diária de US$ 610 milhões, o que também representou um aumento de 7,2% ante a média verificada até a segunda semana do mês (US$ 569 milhões). Segundo os dados do MDIC, no período, cresceram as aquisições de equipamentos mecânicos e eletroeletrônicos, automóveis e partes, adubos e fertilizantes e instrumentos de ótica e precisão.



No mês, as exportações atingiram US$ 7,736 bilhões, com média diária de US$ 703,3 milhões. Esse desempenho médio diário foi 16,4% menor que o registrado em outubro de 2008 (US$ 841,5 milhões), porque houve queda das vendas externas de produtos das três categorias. As exportações de semimanufaturados caíram 21,6%, com retração das vendas de óleo de soja em bruto, ferro fundido, ferro-ligas, semimanufaturados de ferro e aço, couros e peles e celulose. Já as vendas de manufaturados tiveram queda de 21,2%, principalmente celulares, automóveis, autopeças, motores e geradores elétricos, aviões e açúcar refinado.



As exportações de produtos básicos caíram 6,6%, no mesmo período de comparação, motivadas pelas menores vendas de minério de ferro, café em grão, soja em grão, carne bovina e de frango e farelo de soja. Na comparação com setembro deste ano, quando a média diária exportada foi de US$ 660,2 milhões, houve crescimento de 6,5%, por conta das vendas de produtos básicos (+16,3%) e semimanufaturados (+10,5%). As exportações de manufaturados, nesta base de comparação, caíram 2,6%.



As importações somam no mês US$ 6,423 bilhões, com média diária de US$ 583,9 milhões, uma queda de 25,2% ante a média importada em outubro de 2008 (US$ 781 milhões). Essa queda foi motivada pelas menores compras de combustíveis e lubrificantes (-55,2%), siderúrgicos (-42,9%), adubos e fertilizantes (-37,7%), produtos de borracha (-32,5%) e automóveis e partes (-16,4%).



Na comparação com setembro último, quando a média diária importada foi de US$ 596,9 milhões, houve retração de 2,2%, que foi motivada pelas compras de aeronaves e partes (-35,2%), combustíveis e lubrificantes (-26,8%), automóveis e partes (-5,9%) e equipamentos elétricos e eletrônicos (-3,9%).

http://www.estadao.com.br/noticias/economia,media-diaria-exportada-sobe-95-na-3-semana-do-mes,453044,0.htm